O advogado Gustavo Bonini Guedes, um dos defensores do presidente Michel Temer na ação que pede a cassação da chapa que venceu as eleições em 2014, aposta na exclusão dos depoimentos da Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura da ação. Para o defensor, essa seria uma possível possibilidade que inviabilizaria a cassação de Temer. Nesta terça-feira (6), os ministros da corte eleitoral rejeitaram quatro pedidos apresentados pelas defesas de Temer e de Dilma.
“Amanhã (hoje) retomamos com aquilo que a defesa do presidente Temer considera mais relevante que é a discussão, a aceitação, dessas provas relativas a Odebrecht que não foram alegadas na petição inicial. É isso que deve ser a grande discussão, o grande debate no dia de amanhã. […] Eu tenho muita confiança, tecnicamente, nessa preliminar”, ponderou.
Para o advogado, apesar das rejeições, o primeiro dia de julgamento foi tranquilo, dentro do esperado, com uma discussão técnica. “Eu acho que foi um primeiro dia muito adequado para discussão dessa causa”.
Durante sua sustentação oral, da tribuna, o advogado defendeu a exclusão das novas provas e a divisão do julgamento de Temer e Dilma sob a alegação de que quem não pratica a conduta não pode ser julgado penalmente.
O advogado chamou de casos “enxertados” as delações acrescentadas ao processo e afirmou que Temer não pôde apresentar defesa sobre os fatos narrados pelos delatores. Para Guedes, se os fatos forem acatados, no caso as delações, haverá uma mensagem perigosa à Justiça Eleitoral em outras instâncias.
O advogado Flávio Caetano, da defesa de Dilma, também defendeu que os delatores sejam excluídos do processo. De acordo com ele, com base em dados da PGR, Marcelo Odebrecht mentiu à Justiça Eleitoral, bem como mentiram João Santana e Mônica Moura, os marqueteiros das últimas campanhas petistas.
A sessão começou com o relator lendo um resumo das diligências feitas, dos depoimentos e provas coletados, das perícias, e das providências solicitadas pelo relator durante a fase de instrução processual. Em seguida, os advogados de Dilma e Temer tiveram seus tempos de fala.
O vice-procurador-geral Eleitoral, Nicolao Dino, também teve seu tempo de fala e defendeu a rejeição de todas as preliminares apresentadas, bem como a cassação da chapa Dilma-Temer. A sessão será retomada na manhã desta quarta-feira (07), às 9h. Mais seis preliminares ainda serão analisadas pelos magistrados.