O juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Criminal Federal e responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, recebeu na noite desta segunda-feira (12) a medalha Pedro Ernesto, mais alta comenda da Câmara de Vereadores do Rio. Em seu discurso, ele rechaçou a ideia de que exista hoje uma “ditadura do Judiciário”, em referência às críticas feitas à operação.
“Nós temos todos um inimigo comum e se chama corrupção. Nós não somos favoráveis ao que se chama de ditadura do Poder Judiciário. Isto não existe, não é a nossa percepção. A ditadura que nós perseguimos, e defenderemos sempre, é a ditadura da honestidade”, disse Bretas.
Ele considerou que, apesar das críticas, a Operação Lava Jato não corre riscos graças à maturidade da sociedade. “Eu recebo as críticas com muita cautela. Eu jamais diria que não há excessos, que não há erros. Juízes erram, ministros erram, desembargadores erram. O importante é que queiramos acertar. Não devemos temer ataques. Obviamente, se alguém está implicado em uma investigação, não há de se esperar elogios à operação”, frisou.
Sobre os rumos da operação, Bretas afirmou que a sociedade pode esperar comprometimento da Justiça no combate à corrupção. “Não vale à pena ser desonesto. O nosso trabalho é oferecer à sociedade este sentimento de que estamos mudando e vamos mudar para melhor, certamente”, destacou Bretas.
O juiz, responsável pela prisão do ex-governador Sérgio Cabral, disse não acreditar em ataques ao Judiciário por parte de membros do Executivo e Legislativo: “Eu não temo. Pode haver? Sim. Mas eu confio no Estado de Direito, confio no Estado brasileiro. A nossa população tem se mostrado muito atuante. As instituições de hoje são diferentes de dez anos atrás. Eu creio no nosso Judiciário”. A Medalha Pedro Ernesto foi proposta pelo vereador Otoni de Paula (PSC).