O ministro da Saúde, Ricardo Barros, firmou nesta terça-feira (26) uma parceria com o secretário de Saúde dos EUA, Thomas Price, para a produção da segunda etapa da vacina contra o vírus Zika. Nesta fase, a vacina será testada em humanos em produção pela Fiocruz/Biomanguinhos, em parceria o EUA. O encontro aconteceu durante a 29ª Conferência Sanitária Pan-Americana, realizada em Washington, nos Estados Unidos. Após testes bem-sucedidos em animais, a vacina segue agora para a fase de testes em humanos, que deve se iniciar dentro de um ano, logo após a produção dos lotes clínicos, avaliações pré-clínicas e a aprovação deste estudo pelo comitê de ética da Fiocruz/Biomanguinhos.
“Vamos agilizar o processo de produção da vacina, que será muito útil para o controle da Zika em todo o mundo. Essa vacina irá produzir muitos impactos positivos em relação à infecção pelo Zika, evitando sequelas nas pessoas contaminas. Tenho certeza que o Brasil vai dar um grande exemplo ao mundo, mostrando como resolveu, rapidamente, a epidemia de Zika”, afirmou o ministro Ricardo Barros, nesta terça-feira, durante o evento em Washington. Segundo ele, a expectativa é que a vacina esteja disponível para a população em até dois anos, dependendo da evolução dos testes.
A vacina contra Zika desenvolvida pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), vinculado ao Ministério da Saúde, apresentou resultado positivo nos testes em camundongos e macacos. A aplicação de uma única dose da vacina preveniu a transmissão da doença nos animais e, durante a gestação, o contágio de seus filhotes. É um dos mais avançados estudos para a oferta de uma vacina contra a doença para proteger mulheres e crianças da microcefalia e outras alterações neurológicas causadas pelo vírus. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (22) pela revista Nature Communications.
Os testes pré-clínicos foram realizados simultaneamente no Instituto Nacional de Saúde (NIH), Universidade do Texas e Universidade Washington, dos Estados Unidos, todos parceiros da pesquisa. Os testes obtiveram sucesso em seu objetivo, que é impedir que o vírus Zika cause microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central tanto nos camundongos quanto nos macacos.
CONFERÊNCIA SANITÁRIA PAN-AMERICANA – O encontro acontece a cada cinco e reúne os ministros de Saúde da região para debater os temas de saúde prioritários. A Conferência propicia espaço para a troca de experiências e a discussão sobre as prioridades regionais para a prevenção de doenças, a promoção da saúde e o combate a enfermidades. Um dos temas de destaque do evento foi a discussão da Agenda de Saúde Sustentável para as Américas (ASSA) 2018-2030, que associa a busca da melhoria da saúde em todos os países da região com a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Brasil participou do grupo de trabalho que elaborou a ASSA, ocasião em que defendeu a importância de considerar o desenvolvimento sustentável conjuntamente em suas três dimensões: econômica, social e ambiental. Ao longo da semana, também haverá a eleição da nova diretoria da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A atual diretora Carissa Etienne é candidata única à reeleição.