Catalães insistem em referendo; governo espanhol afirma inconstitucionalidade

Apesar de a decisão do Tribunal Constitucional espanhol ter sido pela ilegalidade do referendo, o governo autônomo catalão (Generalitat) continua convocando as pessoas para neste domingo (1º). O referendo, caso aconteça, pode levar a Catalunha a se tornar independente da Espanha. Os que defendem a separação, apesar da oposição do governo nacional e do risco de atos violentos, insistem que o referendo acontecerá.

Nos últimos dias, o governo espanhol enviou para a região mais de 10 mil agentes das forças de segurança, apreendeu milhões de cédulas de voto e 45 mil notificações que conovocavam membros das mesas eleitorais.

De acordo com o jornal espanhol El País, o governo catalão apresentou, durante entrevista ontem (29), novas urnas compradas para o pleito e afirmou que 2.315 colégios eleitorais estarão abertos na Catalunha, com 7.235 mesários.

A comissão eleitoral, entidade que garantiria a realização normal da consulta, foi dissolvida depois de seus membros terem sido notificados de que teriam de pagar multas elevadas.

“Domingo se votará, as pessoas poderão votar desde às 9h até às 20h. Que todos estejam tranquilos, que poderemos votar”, disse o porta-voz do governo catalão, Jordi Turull, que declarou que mais de 5 milhões de pessoas estão aptar a participar do referendo.

O vice-presidente catalão Oriol Junqueras afirmou ainda que, “se alguém tentar impedir que haja una mesa (eleitoral), ainda assim os cidadãos poderão votar”. Com 7,5 milhões de habitantes, a Catalunha responde por 20 % da riqueza do país, superior à de Portugal ou da Grécia, por exemplo.

Os policiais da Catalunha, conhecidos como Mossos d’Esquadra, também se negaram a fechar os centros de votação que estiverem abertos no domingo, apesar da decisão do Tribunal Superior da Catalunha sobre a ilegalidade do pleito. Há grande preocupação em relação à segurança da população.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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