A pandemia da Covid-19 afetou o ambiente de negócios de grande parte das empresas do Brasil e do mundo. Ainda que uma pequena parcela tenha incorporado o bom e velho ditado popular: “enquanto uns choram, outros vendem lenços” e tenham se saído bem na crise (principalmente os e-commerces), a grande maioria tenta reverter o cenário de perdas de clientes e fluxo de caixa. Diante de tantos desafios que estão longe de terminar e que ainda parecem difíceis de lidar, o que nem todos os empresários estão se atentando é que a largada para construir a longa jornada de recuperação já foi dada desde março.
Para que as empresas consigam chegar ao final da pandemia, alguns pontos devem ser levados em consideração e trabalhados com atenção. Antes de mais nada, é de extrema importância reavaliar o portfólio dos produtos e serviços oferecidos, pois em muitos casos, o carro-chefe pode não fazer sentido neste momento, entretanto outras soluções podem ser eficazes para o contexto atual. Para analisar esse ponto, reflita se os produtos/serviços podem ser comprados pela internet, se possui fotos suficientes para que as pessoas se interessem mesmo sem tê-lo em mãos, ou se é necessário adaptá-los para que fiquem mais interessantes à realidade das pessoas que estão em isolamento.
Pensando até mesmo em uma possível ação de valorização do comércio local, unir forças é uma opção super interessante e viável para o momento. Mapeie possíveis produtos/serviços complementares ao seu negócio e que poderia ser uma excelente opção de compra conjunta para os consumidores. Além de atingir o público do seu parceiro, e vice versa, estimula a expansão de ambos os negócios.
O segredo ainda é equilibrar a redução de suas margens com uma oferta interessante que, em primeiro lugar, mantenha os clientes atuais e, em segundo lugar, possa gerar experimentação em públicos que normalmente não estariam no radar. Presumo que ao longo desta pandemia sua empresa já tenha passado por cancelamentos de contratos de vendas, reduções de valores e de equipe, renegociações com fornecedores, etc. O ponto central aqui é, se o seu negócio não flexibilizou nenhuma condição até o momento, ainda não entendeu o que está acontecendo com a economia do mundo todo.
Em relação à importância de agregar valor ao produto/serviço, existe também um ponto muito interessante e realista de ser tocado, que pode ser muito bem explicado pelo famoso bordão: “quem não é visto, não é lembrado”.
Definitivamente a crise não é o momento da marca ser esquecida – principalmente nesta que é diferente de todas as outras. Em outros tempos, investimentos em comunicação seriam um dos primeiros itens a serem cortados do budget das empresas, mas, para o atual momento, não é o mais aconselhável. Agora é hora de de plantar novas ideias na mente de seus clientes e consumidores. A colheita poderá não ser tão rápida quanto gostaria, mas o segredo da continuidade de seu negócio mora aí.
*Carlos Costa é publicitário de formação, tem mais de 20 anos de carreira na área da comunicação e hoje ocupa o cargo de diretor executivo e especialista em planejamento criativo da Agência Ecco.