Até o último dia 10 de setembro, o Ministério da Saúde (MS) já havia confirmado 1.673 casos de sarampo em todo o Brasil. Desses, 1.326 são do estado do Amazonas e quatro deles em Pernambuco. Dados de organizações ligadas à área de saúde atestam que até os anos 60, o sarampo matava 2 milhões de crianças anualmente no mundo. Após a introdução da vacinação, os índices caíram e muitos países conseguiram erradicar a doença. As Américas receberam, em 2015, a certificação de erradicação do sarampo, graças aos programas de imunização e adesão da população aos mesmos.
Mas a situação vem piorando, conforme explica o professor do curso de Biomedicina da Faculdade UNINASSAU Caruaru e Mestre em Saúde Pública, Willians Melo. “Há um decréscimo nas taxas de coberturas vacinais no Brasil, de maneira geral, fato que preocupa as autoridades em saúde pública. A segurança e eficácia das vacinas são comprovadas mundialmente, os efeitos colaterais são mínimos e os riscos de se adoecer pela recusa da imunização são catastróficos”, alerta.
Melo, que também é responsável técnico do Laboratório de Saúde Pública – VI GERES (Gerência Regional de Saúde), ressalta que o sarampo é uma doença viral aguda, com alto poder de disseminação, seja por gotículas respiratórias em distâncias curtas ou aerossóis dispersos no ar por até duas horas. ‘’A incubação do vírus varia de um período de 10 a 14 dias”, explica.
O professor e biomédico destaca que são vários os problemas a serem enfrentados para reduzir o risco de propagação da doença no Brasil. “Importante ressaltar que a atenção primária tem papel central nessa batalha, devendo integrar-se efetivamente com a vigilância e promoção à saúde”, afirma. Para o profissional, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) deve ser adequadamente estruturado nos municípios e a educação em saúde deve ser chave no chamamento da população para a importância da vacinação bem como o combate às correntes anti-vacinas que estão crescendo em todo o mundo.
Dados – vacinação
Dados do Ministério da Saúde – MS (2018) evidenciam que as proporções de municípios com coberturas vacinais adequadas por tipo de vacinas (homogeneidade de coberturas vacinais) em 2016 para a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) atingiu 58,9% dos municípios. Quanto à cobertura vacinal pela tríplice viral em crianças menores de 1 ano idade, no mesmo período, a 1ª dose atingiu 95,35% do público alvo, caindo para 76,31% na 2ª.