A tradição e a variedade do carnaval olindense desfilaram nas ruas históricas, nesta terça-feira (23), na abertura oficial do festejo. Pela primeira vez as agremiações mais antigas da cidade se reuniram em um único cortejo. O Galo da Madrugada, do Recife, também faria uma participação especial, mas um problema com os horários combinados com o grupo acabou por comprometer a aparição do bloco.
A primeira agremiação a desfilar foi a Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense, de 96 anos de idade, com a sua chave da cidade de Olinda. “Cariri já tem na sua origem a chave gigante que foi construída em 1921 por um funileiro que foi um dos fundadores, com a intenção justamente de abrir o carnaval às 4h da manhã”, conta Josué Venceslau, diretor de honra do Cariri. Tradicionalmente ela é passada à troça pelo Homem da Meia Noite às 4h da manhã de domingo.
A sequência foi uma amostra da variedade de manifestações culturais de Pernambuco e de Olinda. Três papangus divertiam as pessoas fazendo graça e posando para fotos; os passistas do Cariri deram lugar aos dançarinos de frevo da Pitombeira dos Quatro Cantos, muitos adolescentes e crianças. As orquestras entoavam as canções clássicas do gênero enquanto o público arriscava um passo na calçada.
O estandarte da Troça Carnavalesca Ceroula de Olinda dançou em meio a homens fantasiados com grandes costas de penas e brilho, seguidos do centenário Maracatu Leão Coroado com a sua calunga coroada e do Maracatu de Baque Solto Piaba de Ouro, com seus caboclos de lança chacoalhando pelas ruas estreitas de paralelepípedo.