O Grupo de Trabalho (GT) da Moscas-dos-Estábulos, criado por portaria no âmbito do Governo de Pernambuco, com representantes da cadeia produtiva afetada pela praga, se reuniu nesta quarta-feira (21), na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca (SDA). Foi decidido que a discussão das propostas para controle do inseto será intensificada. Em Pernambuco, são oito municípios onde a intensidade da mosca é maior, abrangendo uma área de 150 mil hectares, envolvendo 2 mil produtores.
O novo secretário da SDA, Cícero Moraes, que assumiu a pasta na segunda-feira (19), já convocou nova reunião para meados de março, com pauta prática dentro do plano de ação, com engajamento dos setores envolvidos – governo, academia e produtores. “Este ano, a partir de julho, o uso da cama de aviário (adubo utilizado por produtores, criando um ambiente favorável para a proliferação do inseto) está proibida por lei, mas precisamos ter estratégias para o controle, com soluções para a cadeia produtiva”, falou.
Foram colocadas em discussão ideias como criação de cartilha com orientações para os produtores, intensificação da fiscalização do uso da cama de aviário, manejo adequado para outros tipos de adubo, reuniões técnicas nos municípios mais afetados, realização de palestras sobre pesquisas da área, campanhas educativas, entre outras estratégias para controle.
O presidente da Avipe, Giulliano Malta, aproveitou para dar um panorama da situação para o secretário Cícero Moraes, salientando a preocupação dos produtores. “Reitero a disponibilidade da Avipe, para colaborar no que for preciso”, disse Malta. O diretor-presidente da União Nordestina da Agropecuária (UNA), José Orlando Duarte, citou a região onde ocorre a praga com maior incidência, que é no Brejo Pernambucano, sendo os municípios mais afetados: Amaraji, Barra de Guabiraba, Bonito, Camocim de São Félix, Chã Grande, Cortês, Gravatá e Sairé. Participaram da reunião os secretários Executivos da SDA Bruno França e Carlos Ramalho, a presidente da Adagro, Raquel Miranda e equipe, o diretor de Pesquisa do IPA, Henrique Casteletti e equipe, entre outros que compõem o GT.
A mosca Stomoxys calcitrans – Conhecida por mosca-dos-estábulos ou mosca da vinhaça, ocorre em diversos países do mundo e no Brasil está distribuída amplamente em todo o território nacional. É um inseto hematófago que ataca preferencialmente bovinos e eqüinos, e pode atacar outros animais domésticos e o homem. Além da perda de sangue provocada pela mosca-dos-estábulos, as suas picadas são muito doloridas e, dependendo da infestação, provoca estresse com alterações no comportamento dos animais, o que contribui para a redução de ganho de peso e da produção de leite.