A prática esportiva está ultrapassando os muros da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). Desde o início deste mês, o adolescente G.B.S.N, de 17 anos, em cumprimento de medida de internação no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Pirapama, no Cabo de Santo Agostinho, ganhou a oportunidade de treinar no time Fut7 do Santa Cruz. A atividade ocorre no campo society do clube, no bairro do Arruda, no Recife, e representa uma oportunidade de reinserção social e de revelação de talentos.
“No começo, eu fiquei um pouco nervoso, mas fui melhorando bastante. A mensagem que eu deixo é pra que os jovens nunca desistam dos seus sonhos, que corram atrás e agarrem as oportunidades que chegarem. Estou muito feliz treinando no Santa Cruz”, afirmou o socioeducando G.B.S.N., que participa dos treinos duas vezes por semana, com a torcida de representantes da unidade da Funase onde cumpre medida socioeducativa, e tem a expectativa de que essa seja a chance do início de uma carreira no futebol.
Para que ele tivesse essa oportunidade, o diálogo entre as instituições envolvidas foi fundamental. “Levamos o adolescente para participar de um treino sob avaliação do técnico e o resultado foi muito positivo”, lembra o pedagogo Julio Scaramal, que atua no Case Pirapama e participou das articulações junto ao treinador Valcley Nascimento, do Santa Cruz Fut7.
No mesmo sentido, o técnico do time avalia que o esporte oferece mecanismos que têm impacto importante em ações de cunho social. “Precisamos dar oportunidade para os jovens que precisam. Não podemos tratar ninguém com descaso. Penso que temos que dar uma segunda chance para pessoas que querem mudar de vida e seguir por caminhos do bem”, ressalta Valcley.
ESPORTE – Na Funase, a prática esportiva está presente no atendimento socioeducativo por meio das ações do Eixo Profissionalização, Esporte, Cultura e Lazer da instituição e de ações desenvolvidas pelas equipes das unidades socioeducativas. No Case Pirapama, por exemplo, adolescentes participaram de amistosos de futsal em julho deste ano, em parceria com internos e funcionários de outra unidade socioeducativa – o Case Jaboatão dos Guararapes. Além de proporcionar lazer e incentivar a prática de esportes, a iniciativa possibilitou trabalhar a integração, a colaboração mútua e a competitividade sadia entre os socioeducandos.
Para o coordenador técnico do Case Pirapama, Valdir Peixoto, a expectativa é de que práticas como essas representem um diferencial para que o socioeducando G.B.S.N. e os outros adolescentes atendidos na unidade construam novos projetos de vida. “No caso do adolescente que está indo para os treinos, vimos que ele tinha uma habilidade grande para o futebol e decidimos seguir com as articulações. Esperamos que o futuro dele seja brilhante a partir dessa oportunidade que surgiu”, declara.