Presidentes de partidos aliados e líderes de bancadas governistas divulgaram nesta terça-feira (7) nota de apoio (leia abaixo) à presidenta Dilma Rousseff e ao seu vice, o peemedebista Michel Temer, como resposta à volta do tema do impeachment à pauta política. O documento foi resultado de reunião conduzida por Temer nesta terça-feira (7), na residência oficial da vice-Presidência da República.
A nota foi articulada em um contexto de deflagração da disputa entre PT e PSDB, com o PMDB assumindo, literalmente, o comando do país – com a viagem de Dilma ao exterior, para a reunião de cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), na Rússia, o próprio Temer assume a Presidência da República, interinamente, até o retorno da petista ao Brasil, neste fim de semana. Enquanto isso, base e oposição fazem ataques mútuos no Congresso, com tucanos apostando na possibilidade de impeachment e aliados os acusando de golpismo.
“[…], os líderes e dirigentes partidário abaixo-assinados manifestam seu apoio à Presidente a o Vice-Presidente da República. E reafirmam seu profundo respeito à Constituição Federal e seu inarredável compromisso com a vontade popular expressa nas urnas e com a legalidade democrática”, diz trecho da nota, sem citações nominais ou menções à questão do impeachment.
Ontem (segunda, 6), a própria Dilma reagiu ao ressurgimento dos rumores sobre impeachment e realizou uma reunião, no Palácio da Alvorada, com membros da base de sustentação no Congresso. O encontro teve caráter emergencial e a intenção de transmitir serenidade aos governistas, além da necessidade de reforçar a defesa do governo por meio dos próprios parlamentares. De acordo com informações de bastidor, um dos aliados explicou que, “diante desse clima de impeachment”, auxiliares de Dilma a aconselharam a reunir a base para tratar do problema antes de seguir para a reunião de cúpula dos Brics.
Ao final da reunião, Temer disse que o documento apenas reafirma a alegada “unidade” da base. “Eles não só verbalizam o apoio, como hoje escrevem o que pensam, simplesmente isso. Às vezes aparece uma ou outra informação de que um partido está descontente e, para revelar unidade, eles resolveram escrever”, ponderou o peemedebista. Compareceram ao encontro os presidentes do PT, Rui Falcão, do PMDB, Valdir Raupp, PCdoB, Luciana Santos e do PSD, Guilherme Campos. Além dos dirigentes partidários, líderes de bancadas governistas na Câmara e no Senado, entre elas PDT, PCdoB, PR, PHS e PROS.
“A nota é para responder para a sociedade que a base não vai pactuar nem vacilar na defesa da democracia”, resumiu o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).