Organizar uma rotina alimentar saudável para as crianças nem sempre é uma missão fácil, ainda mais quando os pequenos possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A designação é utilizada, desde 2013, para abrigar todos os problemas relacionados ao autismo.
De acordo com a nutricionista Paula Brielle, crianças com esse tipo de transtorno apresentam comportamentos restritivos e seletivos em relação ao tipo de alimento. “É importante que os responsáveis montem um cardápio que desperte o interesse e supra as carências nutricionais. Além disso, devem observar a textura, o sabor e até mesmo a aparência da comida antes de servir”, alertou.
Brielle explicou que algumas crianças sentem fome de comidas específicas, outras se alimentam de maneira compulsiva e algumas nem querem comer. Disse, ainda, que é comum casos de intolerância ao glúten e lactose, além de alergia às proteínas do leite e da soja, e que a questão do peso é relativa a depender da criança.
“Vale lembrar que o intestino tem relação direta com cérebro. Alguns neurotransmissores como a dopamina e serotonina – responsáveis pela saúde mental – são produzidos mais no intestino. E aí, doenças psiquiátricas terão uma melhora quando começamos a tratar o intestino da criança, com uma alimentação saudável, evitando-se o que for alergênico, patogênico e de proteínas pesadas, que podem causar inflamações”, afirmou.
A profissional ressaltou que o acompanhamento nutricional ajuda bastante nos resultados. “O paciente consegue render mais na terapia, a falar e ter uma evolução no quadro de saúde. Conheço crianças que tiveram melhorias de concentração, independência e sono. A evolução varia de caso para caso, por isso a importância do atendimento individual”.