Aprovação de Temer melhora, aponta pesquisa

Pesquisa feita pelo instituto Ipsos mostra que o presidente Michel Temer alcançou, pela primeira vez, a marca de 30% de aprovação em setembro, uma melhora de nove pontos percentuais em relação ao mês anterior. Já a parcela dos que desaprovam Temer diminuiu oito pontos percentuais e ficou em 60%, a menor taxa em 12 meses – o instituto também apurava a popularidade do peemedebista quando era vice. O ápice da desaprovação a Temer foi registrado pela Ipsos em junho, quando chegou a 70%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.

“Todos os indicadores de avaliação referentes ao presidente Michel Temer e ao seu governo estão em patamares muito negativos, mas, de um modo geral, apresentaram pequenas melhoras em setembro. Isso pode ser reflexo do término do processo de impeachment, que põe fim a um período de grande instabilidade política e social, e às primeiras percepções positivas sobre a melhora da economia no médio prazo”, considera Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs, responsável pelo Pulso Brasil.

O levantamento mostra também que a avaliação do governo federal variou pouco em setembro em relação a agosto. O percentual dos que avaliam a atual gestão como ótima ou boa se manteve em 8%, mesmo nível de agosto. Também se manteve inalterada a porção dos que avaliam o governo como regular (31%). O índice dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo caiu quatro pontos percentuais em comparação a agosto e fechou setembro em 45%. A taxa dos que não responderam ou não souberam opinar ficou em 16% ante 12% no mês anterior.

Reformas

A pesquisa também revela que quase metade dos entrevistados (49%) não ouviu falar de propostas para reformar a Previdência. Já 59% dos pesquisados não sabem das mudanças discutidas para o setor trabalhista. O levantamento indica, ainda, que 41% dos entrevistados se disseram a favor de que haja mudanças no sistema previdenciário e 43% se mostraram favoráveis a alterações trabalhistas. Também foram sondados os índices de aprovação a outras propostas de reforma: política (56% a favor), reforma da educação (52% a favor), em programas sociais (46%) e reforma tributária (41%).

Mesmo com apoio às reformas, pouco mais da metade dos entrevistados (51%) acredita que Temer está despreparado para reestruturar quatro áreas centrais: a da Previdência, a política, a trabalhista e a tributária. Em contrapartida, 23% dos pesquisados aprovam a atuação do novo governo para reformar as quatro áreas e 22% acreditam que o governo está preparado para conduzir as mudanças.

Para 11% dos entrevistados, ainda é muito cedo para opinar se Temer está preparado e, para 7% dos pesquisados, Temer não está nem preparado nem despreparado. Outros 10% não souberam responder ou não opinaram. Já o índice dos que não souberam ou não quiseram responder se aprovam ou não é bem maior, com 27% dos indecisos quanto à atuação do novo governo até aqui.

“Há meses nossa análise tem ressaltado a alta rejeição da população em relação a partidos e a políticos, o que se confirmou com o alto índice de abstenção nas eleições municipais. Nesse cenário de indisposição contra a política e os políticos de um modo geral, o desafio de Temer é demonstrar preparo para conduzir as reformas necessárias para o país, algo que ainda não é percebido pela opinião pública e que será fundamental para melhorar a avaliação positiva de seu governo”, avalia Danilo Cersosimo.

Impeachment e golpe

A tese de que o impeachment foi um golpe, como defende a ex-presidente Dilma, é rejeitada por quatro em cada dez dos brasileiros. Um terço dos entrevistados concordou com a afirmação de que o processo que levou à deposição da ex-presidente foi um golpe. Outros 18% não concordaram nem discordaram da afirmação e 7% não souberam ou se recusaram a responder.

De acordo com o levantamento, o impeachment é visto como uma boa notícia porque põe fim aos governos do PT para 44% dos entrevistados. Já 31% discordaram dessa afirmação e 20% nem concordaram nem discordaram. Para 44%, a economia deve voltar a crescer com o afastamento de Dilma, enquanto 28% não acreditam em melhora e 22% não concordam nem discordam sobre a possibilidade de retomada do crescimento.

Pulso Brasil, monitoramento da Ipsos, foi feito entre 6 e 16 de setembro em 72 cidades brasileiras com 1.200 entrevistas presenciais. A Ipsos é uma empresa independente global na área de pesquisa de mercado presente em 87 países. A empresa tem mais de 5 mil clientes e ocupa a terceira posição na indústria de pesquisa.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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