Por João Américo de Freitas
Enquanto os nova-iorquinos saboreiam o fim de semana e comemoram a suspensão das restrições impostas por causa da pandemia, no dia de hoje, domingo, o Brasil passou de 2.000 mortes, e, pelo quinto dia seguido, o número de pessoas mortas chegou a 2.063, média, dados apresentados pelos veículos de impressa. No site do Ministério da Saúde o número de óbitos por COVID-19 supera a casa dos quinhentos mil, chegando aos 501.825 (quinhentos e um mil oitocentos e vinte e cinco). Em números absolutos, o Brasil é o segundo país com maior número de mortes, atrás, apenas, dos Estados Unidos.
Voltando a Nova Iorque, o fim das restrições, do uso de máscara, só foi possível por conta de um grande esforço do poder público e da população, que já apresenta 70 por cento dos adultos vacinados, pelo menos, com a primeira dose da vacina. O evento de abertura das atividades em Nova Iorque está sendo chamado de o fim da longa hibernação da cidade. Hoje, nos Estados Unidos, o número de mortes por COVID-19 é, em média diária, de 301 pessoas em todo o país.
O número de mortes por COVID-19 no Brasil é assustador, pois nunca houve precedente histórico de tantas vidas brasileiras perdidas, e a pior notícia é que as mortes não vão parar. As UTIs das grandes cidades continuam com lotação superior a 90%.
O momento agora não é apontar culpados, mas prestar nossa solidariedade a todos os familiares e amigos que perderam algum ente querido nesse momento tão triste de nossa história. Devemos prantear os que se foram, apoiar os que estão de luto, e pincipalmente, buscar a única solução viável para o fim dessa tragédia, a vacinação. Os países que investiram pesado em um sistema de imunização estão voltando ao normal, diminuíram o número de casos, internações e mortes.
Apesar de o Brasil ser o quarto país no mundo que mais vacina (87,4 milhões de doses de vacina contra Covid-19), vacinamos apenas 11,47% da população do país com a segunda dose. Estamos em um ritmo lento de vacinação, e precisamos melhorar a velocidade para viver a experiência de Nova Iorque.
Hannah Arendt, filósofa judia, cunhou o conceito de “Banalidade do Mal”, em sua memorável obra, denominando-a como massificação da sociedade, a criação de uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão porque aceitam e cumprem ordens sem questionar.
Nossa proposta nesse artigo não é apresentar ou buscar responsáveis, mas questionar o número de mortes. E deixaremos uma pergunta: VAMOS BANALIZAR AS 500.000 (QUINHENTAS MIL) MORTES?