Artigo: Combate a pandemia da desinformação a “infodemia”

Por João Américo

O COMBATE A PANDEMIA – DA DESINFORMAÇÃO A “INFODEMIA”

Em tempos de crise e na turbulência caótica provocada pelo coronavírus, os mais atingidos pelos eventos catastróficos são a vida e a saúde das pessoas, e logo após, a verdade. Estamos diante de uma “infodemia”!

A crise é terreno fértil para os mais diversos oportunistas, golpista e teóricos da conspiração que buscam canalizar os efeitos da crise para os mais diversos fins. Uns aproveitam a situação para criar um ambiente para promoção de uma linha ideológica, política, ao passo que outros encontram no caos meios para fomentar o chamado conto do vigário (estelionatários de toda espécie), abusando da boa-fé do povo, em busca do ganho fácil e espúrio, em todos os campos da vida. Ao lado dos os memes, brincadeiras e fake news, temos as informações falsas e perigosas, que podem custar vidas.

Quanto à origem do coronavírus, chegou-se a sustentar, em uma cortina de conspiração, em busca de um culpado, que o COVID-19 foi produzindo em um laboratório secreto na China, visto ser o primeiro lugar onde o vírus foi identificado, em Wuhan, China, em 2019, e se espalhou rapidamente por todo o país e mundo. Alardeou-se a notícia de que o coronavírus era uma arma biológica desenvolvida em laboratório e a fonte dessa desinformação era um oficial da inteligência chinesa. Não se sabe o nome do oficial, nem do laboratório, ou seja, a notícia não se sustentava, ou melhor seria dizer que a notícia não tem pé nem cabeça (expressão popular de origem romana: em latim, nec caput nec pedes (habet), significando algo que não faz sentido). Veiculou-se ainda, notícias de que o responsável pela disseminação do vírus pelo mundo foi Bill Gates, co-fundador da Microsoft, outra desinformação sem nenhum compromisso com a verdade, visto que Bill Gates administra uma organização filantrópica (Fundação Gates), que tem como meta justamente o contrário, ou seja, a diminuição e até erradicação de doenças pelo mundo inteiro.

Outras manchetes on-line compartilhadas nas mídias sociais capitalizaram o termo genérico “coronavírus” para sugerir falsamente que existe a junção de medicamentos, como hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina entre outros, como eficazes para o tratamento da Covid-19. Até o momento, não há remédio nem vacina efetivos para a doença com eficácia comprovada.

Existe, ainda, a disseminação de conteúdo impreciso, publicado de forma maliciosa, que indica cura mágica, sem comprovação científica. Em outras postagens e notícias, espalham-se conspirações negacionistas ou alardeando o efeito catastrófico com COVID-19 nas mortes, na economia, nos empregos e por aí vai.

Hackers montaram sites com informações sobre o coronavírus, ou o auxílio emergencial, que, na verdade, são armadilhas digitais destinadas a roubar dados pessoais ou invadir os dispositivos das pessoas que pousavam neles.

Em resumo, temos toda ordem de picaretagem sendo realizada nesse momento, política, econômica, criminal, a maioria usando a internet como meio de disseminação de suas ideias ou golpes.

Um grupo seleto de vigilância tenta desmascarar disseminação das informações erradas e prejudiciais, boatos on-line, notícias falaciosas, falsidade, imprecisões e teorias da conspiração. Esse grupo tenta pôr fim ao fenômeno “infodêmico”, na luta contra a desinformação, os JORNALISTAS PROFISSIONAIS.

Só existe um antídoto, contra a desinformação, recorrer aos JORNALISTAS PROFISSIONAIS.

Essa classe especial e tão importante nesse momento difícil de nossa humanidade, onde a saúde e a verdade são postas a prova, nosso muito obrigado a todos os JORNALISTAS sérios por tentarem criar um isolamento social da notícia falsa e fornecer as ferramentas para desinfectar de nossas vidas a “INFODEMIA” em meio a pandemia da desinformação.

João Américo é advogado

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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