Confetes, Serpentinas e Política.
Por Léo Bulhões
Aconteceu em Caruaru mais uma grande festa dos blocos “Confraria da Sucata” e “Mulheres de Todos os Dias”, carnaval de rua, festa democrática de todas as cores e gostos. Além desses, outros blocos começam a surgir e ganhar espaço nas prévias carnavalescas.
Assim como no carnaval, nas prévias políticas também temos os grandes blocos e os pequenos. Aqueles menores sempre buscam uma forma de aparecer e tentar a fama por alguns minutinhos. Entre os políticos de Caruaru a receita parece a mesma, criam factoides para aparecer, constroem cenários absurdos e se autopromovem com certa frequência. E o que dizer das rádio? Não vivem sem elas, porque aparecer é a regra, custe o que custar. O problema é que não resistem a uma pesquisa e a realidade puxa pra baixo, mostra que o resultado se constrói no dia-a-dia e não naqueles minutinhos de “fama”.
O grande desafio é pensar grande. Pra muita gente. É fazer política com animação e agregando sempre.
Pois é, como o “Sucata”!
Entender os desafios de uma cidade grande, com problemas de cidade grande, é essencial. E discutir essas questões com a sociedade é tão importante quanto!
A participação social é, portanto, política de gente grande. No nosso bloco desfilaram diversos segmentos sociais – ciclistas, patinadores, skatistas, LGBTs, comunidade surda, líderes comunitários, estudantes, milhares levantaram seus crachás no Orçamento Participativo de Caruaru! Algo em torno de 6 mil pessoas passaram pela “Sede do bloco”, a Casa da Participação, vivenciando políticas públicas e aprovando seu enredo, campeão com duas premiações nacionais. Isso tudo só em 2015!
Certamente quem faz política de gente grande em Caruaru terá que “beber desta fonte” e buscar entender melhor como vem funcionando um órgão de governo que tem tanta aceitação nas representações da sociedade civil. Agora, imaginemos, sendo contra tais políticas, como se desfazer de instrumentos tão caros pra vida do povo de Caruaru? Como deixar de discutir os problemas da cidade e seus segmentos sem as Rodas de Diálogo que aproximam a população dos secretários e secretárias de governo, que trazem soluções e permitem novas ideias? Como pensar um governo sem construir um Orçamento Participativo de verdade, com plenárias em toda cidade e zona rural? Como fazer uma gestão sem o Gabinete Digital para apresentar uma comunicação mais leve e pautada no empoderamento das políticas de Participação? É como pensar Caruaru sem Sucata! Dá pra acreditar?
Que os, ditos, grandes na disputa comecem a pensar em como debater na perspectiva da participação social, inclusive porque está incluída na Lei Orgânica do Município. E que os, ditos, pequenos pensem menos nas autopromoções e finalmente discutam a cidade.
E que, assim como no “Sucata” e no “Mulher de Todos os Dias”, a política também se permita reconhecer todos e todas, seja alegre, leve e inclua mais as pessoas.
Resta o desejo um carnaval de muita paz e alegria!
Léo Bulhões é secretário de Participação Social