Por Alexandre Tauszig
Mesmo ganhando cada vez mais relevância na Europa, as constelações organizacionais ainda são pouco conhecidas no Brasil, principalmente quando comparada as familiares. Por isso mesmo, para evitar interpretações equivocadas vale a pena entendermos um pouco melhor quais são as principais diferenças entre uma e outra, mesmo que o objetivo das duas ainda seja trazer clareza a problemas complexos.
Para isso, vamos usar como referência alguns dos principais estudiosos da área, como Guillermo Echegaray e Cecílio Regojo. Confira:
1 – A família é pra sempre, a organização não: essa é uma diferença bem óbvia, porém, essencial. Isso porque, na organização o pertencimento dos seus membros é temporário e facultativo, o que deixa a prática ainda mais complexa. Entender sobre quem pertence a esse sistema é muito mais difícil. Um funcionário demitido, por exemplo, ainda deixa um legado e uma história na empresa e, esse passado, deve ser considerado no sistema. Contudo, essas diversas possibilidades de vínculo e pertencimento acontecem com facilidade nas constelações organizacionais, mas dificilmente nas familiares.
2 – O princípio da ordem é muito mais simples em uma família: assim como acontece no primeiro item, em uma organização, a hierarquia também pode assumir contextos diferentes. Quem vem primeiro na empresa? O funcionário mais antigo e experiente ou o mais qualificado e especializado em determinada atividade? Além disso, as famílias são orientadas à auto conservação, enquanto que as organizações tendem a visar a execução de tarefas.
3 – As constelações familiares são executadas principlamente por terapeutas e as organizacionais não: no âmbito empresarial, os facilitadores que vêm proporcionando a prática das constelações têm um perfil mais próximo de um consultor de empresas. Desse modo, a linguagem, o modo de trabalho, as abordagens, visões, etc, também têm suas distinções.
4 – Membros e condições variam de um para outra: As funções do membro é menos definida nas constelações organizacionais e podem mudar ao longo do tempo. Além disso, quando realizadas em empresas, há a possiblidade de testar soluções ou simular cenários. Duas situações que não costumam acontecer nas constelações familiares.
5 – A finalização de ambas também é diferente – Ao contrário do que ocorre nas constelações familiares, onde é essencial que a solução seja apresentada ao final da prática, nas organizacionais não existe essa necessidade. Elas representam mais um impulso que poderá se desenvolver mais tarde, o inicio de uma mudança, do que um fim propriamente dito.
6 – Nas constelações organizacionais novos elementos podem ser incluídos na prática: para melhor análise do sistema empresarial podem ser listados elementos que não estão presentes nas constelações familiares, como clientes, concorrentes, fornecedores, mercado, produto, projeto, fundadores, sócios, etc. A ferramenta pode ser adaptada de acordo com o contexto que estará representando.
Na prática essas diferenças se tornam ainda mais evidentes. As duas opções atendem a objetivos diferentes e cumprem muito bem sua função quando adequadas ao contexto. Por isso, é extremamente importante buscar mais informações em fontes de confiança antes de fazer a sua escolha, principalmente, se a ideia for potencializar os resultados do seu negócio e ajudar na tomada de decisões
Alexandre Tauszig é sócio da S100, consultoria estratégica de recursos humanos com foco na otimização de resultados empresariais, e especialista em treinamentos de gestão, comportamento e liderança.