Democracia Ameaçada
Por Léo Bulhões
Nos últimos 10 anos, após uma ascensão de projetos populares na América Latina, o que se vê hoje é uma ofensiva das forças conservadoras no mundo inteiro e com rebatimento direto nos países da América do Sul.
Em debate na última semana, em Porto Alegre – RS, o sociólogo e professor português Boaventura de Sousa Santos trata da questão com muita preocupação por compreender que as forças conservadoras sempre estiveram presentes na disputa política, entretanto essas ameaças nunca antes estiveram articuladas como hoje.
Segundo Boaventura, 7 elementos que garantem a democracia e estão ameaçados são os seguintes:
Desfiguração do Estado (enxugamento do Estado), Destruição da Natureza, Desvalorização do Trabalho, Mercantilização do Conhecimento (Universidades ameaçadas com o ensino mercantilizado), Direitos Humanos e a Autodeterminação dos Povos (versus aumento do Racismo e Xenofobia) e a Criminalização dos Protestos Sociais.
Pela primeira vez as forças conservadoras de forma articulada atacam esses elementos, garantidores das noções coletivas. E continua, agora tratando da democracia participativa, que tem que começar a existir nos partidos, principalmente nos partidos novos, partidos movimentos, que possam eles luta pela garantia dos elementos citados.
Tais desafios colocam em xeque o papel dos movimentos sociais e partidos progressistas, além dos governos ditos de esquerda. A necessária capacidade de reoxigenação e a inclusão de novas lideranças nos cenários políticos, não sendo mais possível vencer novas doenças com os velhos remédios.
São tempos de resistência e acumulação de forças, além da capacidade de diálogo elevado para união de forças do campo progressista, pois se há articulações entre as forças conservadoras, iminente é o reforço do campo progressista para dar respostas aos 7 (sete) pontos vitais da democracia global.
Léo Bulhões é secretário de Participação Social
Wagner Gil
Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.