Por Marina Brandão
A qualificação profissional e o investimento no capital humano têm surgido como uma das principais tendências dentro do mercado nacional. Despois de muito tempo sendo subvalorizado, esse investimento começa a ganhar mais atenção uma vez que, conhecimento, habilidade e atitude são os fatores de maior competitividade em um bom profissional. O departamento de Recursos Humanos acaba sendo o principal responsável por gerenciar esses investimentos e, do outro lado da mesa, o colaborador, também tem sua parcela de responsabilidade em solicitar, aproveitar as oportunidades e aplicar os conhecimentos adquiridos nas atividades do dia a dia.
Uma pesquisa inédita realizada pela Deloitte, com 126 empresas, retrata o cenário da educação corporativa no Brasil e mostra o quanto o setor tem ganhado maturidade nos últimos anos. De acordo com o estudo, 28% das empresas pesquisadas já possuem universidade corporativa. Das 72% que não possuem, mais de um quarto delas (28%) demonstra interesse em criar a estrutura. Ainda observando os dados coletados, entre as empresas que investem em educação corporativa, a média de investimento é de 0,47% do faturamento anual.
O fato é que aplicar recursos na educação corporativa aumenta a qualificação profissional, prepara os colaboradores para o próximo passo de suas carreiras e ainda auxilia em um dos maiores desafios das empresas, a retenção de talentos. Apesar de parecer uma via de mão única, onde apenas a empresa é responsável pelo aprimoramento dos colaboradores, o profissional também tem sua parcela de responsabilidade em se manter atualizado e buscar novos conhecimentos e competências fora dos muros da organização.
Para identificar de quem é a vez de investir, é importante entendermos o papel de cada lado dessa equação. Cabe ao profissional desenhar os objetivos de sua careira e o que pretende conquistar em sua vida profissional. É papel da empresa oferecer oportunidades, dar feedback sobre as competências a serem desenvolvidas e incentivar o profissional a buscar essa melhoria. Quando o conhecimento é indispensável para a necessidade interna, o RH tem como missão fornecer essas ferramentas, mas quando é uma necessidade específica para a carreira de cada colaborador, fica à cargo do profissional buscar esse recurso no ambiente externo.
Para as empresas, as principais vantagens de se investir em educação corporativa são a maior competitividade no mercado, o ganho em produtividade individual e coletiva, maior atração e retenção de talentos, imagem e reputação para a marca, ganho na melhoria de processos, mais inovação, além de muito mais criatividade dentro das equipes.
Uma coisa que acho importante ressaltar é que quando observamos o resultado do investimento em treinamentos, precisamos estar cientes da curva de aprendizagem. Em um primeiro momento, poderá haver uma queda nos resultados, mas a tendência é que a curva cresça trazendo mais benefícios para a empresa. É claro que todo investimento que não for mensurado não vai se provar eficiente. Apesar de ser quase intangível medir o conhecimento adquirido por uma pessoa, prestar atenção em indicadores que comprovem o aumento da produtividade individual e coletiva, uma menor incidência de erros e um maior cumprimento de prazos são formas de identificar se a escolha valeu ou não a pena.
Uma vez percebida a importância de se investir na qualificação dos colaboradores, o desafio do RH é ir além da educação corporativa tradicional. O que é relevante para cada organização muda de acordo com sua atuação e mercado, mas, em um mundo onde as mudanças e quebras de paradigmas acontecem quase que diariamente, apostar investimentos em fatores que estejam ligados à cultura organizacional e ao novo contexto de mundo, são aposta mais certeiras e confiáveis.
Por fim, na minha opinião, é muito importante que as empresas incentivem a troca de conhecimentos dentro do ambiente corporativo. Dar a oportunidade de determinados profissionais propagarem a outros colegas de seus times ou de outras equipes, o que aprendeu em um treinamento, pós-graduação ou curso de extensão é uma contrapartida muito interessante para reciclar constantemente os times, além de fazer com que o próprio profissional que recebeu o benefício possa colocar todo esse aprendizado em prática. Como diria a poetisa brasileira, Cora Coralina, “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Marina Brandão é headhunter da Yoctoo e tem mais de 7 anos de experiência no recrutamento e seleção para as áreas técnicas. Formada em Administração de Empresas e é pós-graduada em Gestão de Pessoas e Negócios.
Sobre a Yoctoo – Fundada em 2015, a empresa nasceu a partir da oportunidade de atuar de maneira especializada e dentro do nicho de tecnologia. Além da seleção de talentos para cargos de gestão e especialistas, a Yoctoo oferece mapeamento de mercado, onde desenvolve análises sobre as estruturas organizacionais, dispõe também de ferramentas de assessment, para avaliação de perfil pessoal, técnico e potencial. O maior diferencial são as entregas personalizadas, afinal cada projeto é único. A empresa está apta a recrutar candidatos por todo o Brasil. No exterior, a Yoctoo já seleciona para vagas em toda a América Latina. Entre os setores que já confiam no trabalho da consultoria para recrutar vagas em tecnologia e digital, podemos destacar grandes indústrias nacionais e multinacionais, empresas de comércio eletrônico, bancos, farmacêuticas, entre outros segmentos.