Artigo – Para onde vai a minha dor?

“A dor vai além do que vemos

Ela vai além do que sentimos

Ela tem histórias, marcas

As vezes não tem nada, mas a significamos

Somos movidos pelo que nos afetas

A transfiguração da dor é subjetiva

Intensamente sentida

Fortemente dolorida

Ela é o que nos faz repensar muito de nós”.

Marinho, Karine.

Caro (a) leitor (a), você já parou para pensar para onde vai as suas dores, sofrimentos, angústias, e tudo aquilo que você não fala? Temos a mania de relevar, minimizar e diminuir aquilo que nos afeta, aquilo que nos inquieta e nos faz sofrer; no entanto tudo que me mobiliza precisa ser refletido e canalizado para algum lugar. Precisamos dar “destino” aos pesos que a vida nos impõe na nossa trajetória.

O acúmulo de emoções negativas é extremamente adoecedor, e em algum momento seremos cobrados por aquilo que não cuidamos. Aquilo que ninguém escuta pode se cristalizar, aquilo que não cuido pode morrer. É nesta reflexão que trazemos a discussão sobre a importância da fala nesse setembro amarelo, o mês da prevenção ao suicídio.

Estudos apontam que muitos dos sofrimentos físicos tiveram origem emocional/psíquica, demonstrando assim a importância do cuidado com nossa saúde mental. Na questão do suicídio isso requer de nós ainda mais cuidado e atenção, pois existem sinais que denotam que não estamos bem e que precisamos de ajuda.

São sinais por vezes silenciosos, que as vezes podem passar por despercebidos por aqueles que nos cercam, mas que são carregados de dor e grito de socorro. Mas como perceber esses sinais? Observe o comportamento da pessoa, é muito comum ocorrer uma perca de interesse em práticas anteriormente prazerosas; distanciamento social, aquele sujeito que anteriormente possuía hábitos de sair com amigos, festejar, agora não mais deseja ocupar esse espaço; alterações de humor também são muito comum, e frases como “minha vida não tem mais sentido”, “seria melhor morrer para acabar com esse sofrimento”, acompanham a mudança comportamental.

Em decorrência da prática do distanciamento social e até isolamento social, este ano os nossos laços sociais e afetivos foram mais fragilizados, o que requer atenção e cuidado. Diante deste cenário precisamos praticar a solidariedade e empatia. Não precisamos ser profissionais de saúde para acolher o sofrimento do outro, podemos e devemos ser esse suporte!

E quando não conseguimos ser, devemos sempre indicar e procurar ajuda profissional. Só não podemos nos silenciar diante do nosso sofrimento e do outro. Busque ajuda, seja ajuda! Dique 188 (Centro de Valorização da Vida).

Danila Cristiny de Araújo Moura Aciole – Psicóloga, docente e coordenadora do Curso de psicologia da UNINASSAU Caruaru

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