O Nubank começou a moda: criada em 2013, a fintech popularizou-se no ano seguinte com o cartão de crédito sem anuidade e controle por meio de aplicativo. Na sequência, vieram Next, Neon e dezenas de bancos digitais com a promessa de baratear e descomplicar o serviço. Para os analistas da Triunfei.com (www.triunfei.com), plataforma de comparação de produtos financeiros, toda essa praticidade, no entanto, pode não valer tanto a pena.
Segundo Pedro Vizeu Pinheiro, economista e fundador do site, a grande falha dos bancos digitais é não oferecer um suporte adequado aos clientes em eventuais emergências. “Sim, o dinheiro está muito digitalizado, mas ainda é efetivo como meio de pagamento físico. Se você está em uma viagem e tem um problema, perde o cartão ou tem o celular roubado, como se resolve isso rápido? Basta encostar em um banco, mostrar o documento e falar com o gerente, com uma pessoa real”, afirma ele.
Vizeu também ressalta que, mesmo com toda a novidade dos bancos digitais, a segurança que as instituições tradicionais conferem, sobretudo para as grandes decisões da vida, ainda pesa na decisão do consumidor. “No momento de fazer um empréstimo para comprar um imóvel, por exemplo, você não vai recorrer a uma fintech. E será necessário ter um histórico de relacionamento para conseguir condições mais vantajosas com um banco tradicional”.
Um perfil dos bancos digitais
No comparativo entre os três principais nomes do segmento, Nubank, Next e Neon, este último é o que mais deixa a desejar. As conhecidas vantagens são isenção de cobrança de anuidade no cartão de crédito e conta digital, mas sem oferecer qualquer outro benefício.
O pioneiro Nubank, por sua vez, também não tem anuidades e promete um rendimento na conta superior ao da poupança, vinculado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). No entanto, para acessar o programa de benefícios, é necessário arcar com uma mensalidade de R$ 19 ou anuidade de R$ 190. Nesse modelo, a cada R$ 1 gasto, o portador acumula um ponto para deduzir pagamentos da fatura, em conversões que variam conforme o serviço.
Já no caso do Next, há opções sem anuidade e três pacotes nos valores de R$ 9,95, R$ 29,95 e R$ 39,95, que oferecem junto um cartão de crédito mais robusto, com direito a programa de milhas. Além disso, por ser ligado ao Bradesco, o Next consegue negociar benefícios extras para os clientes, como descontos em livrarias, cinema, lojas e aplicativos.
“Nesse sentido, o Next se beneficia porque consegue usar o Bradesco para fazer um jogo de volume. Quanto mais clientes uma instituição tem, mais vantagens ela consegue negociar para seus clientes junto a empresas”, explica Vizeu. Os clientes da fintech contam, ainda, com o suporte físico oferecido pelas agências do banco nesse caso.
No que tange às taxas de juros, o economista ressalta que não há diferenças significativas entre as principais opções digitais. “Na verdade, notamos que os grandes atrativos são a anuidade zero, o fato de o consumidor ter o controle de suas finanças na palma da mão por meio de seu smartphone e o pedido de cartões sem burocracia”, afirma. “Os bancos tradicionais, por sua vez, também começaram a facilitar pedidos pela internet e oferecer planos com anuidades baixas, sem falar na possibilidade de negociar condições melhores cara a cara com um gerente”.
Segundo levantamento feito pela Triunfei.com em meados de 2018, cartão de crédito sem anuidade é o produto financeiro mais buscado por 85% dos brasileiros. A plataforma possibilita comparar opções de serviços variados, como empréstimos, contas-correntes, seguros viagem, investimentos, entre outros.
Sobre a Triunfei.com
Site de comparação de produtos financeiros. Fundada em 2016, a Triunfei.com compara opções de cartões de crédito, contas-correntes e empréstimo no Brasil. Inclui, ainda, produtos como planos de telefonia celular e seguros no seu portfólio de produtos. www.triunfei.com.