Primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo IESS e UFMG, indica que, todo dia, 829 brasileiros falecem em decorrência de condições adquiridas nos hospitais, o que equivale a três mortos a cada cinco minutos
Os eventos adversos em hospitais são a segunda causa de morte mais comum no Brasil. Todo dia, 829 brasileiros falecem em decorrência de condições adquiridas nos hospitais, o que equivale a três mortos a cada cinco minutos. Os números integram o primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), produzido pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a partir de um termo de cooperação entre as duas instituições.
“Conhecendo as consequências dos eventos adversos, são fundamentais medidas para melhorar a qualidade da assistência e garantir a segurança do paciente, como aderência protocolos e diretrizes, utilização das ferramentas de suporte para decisão clínica e o uso racional de antibióticos”, diz o Dr. José Branco, médico infectologista e diretor-executivo do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente.
O documento visa promover a transparência de informações e dos indicadores de qualidade assistencial e de segurança do paciente no sistema brasileiro de saúde e, assim, encorajar as melhorias necessárias nos serviços prestados.
Erros mais frequentes
Ainda de acordo com o Anuário, as vítimas mais frequentes de eventos adversos são pacientes com menos de 28 dias de vida ou mais de 60 anos. As infecções hospitalares respondem por 9,7% das ocorrências. As condições mais frequentes são: lesão por pressão; infecção urinária associada ao uso de sonda vesical; infecção de sítio cirúrgico; fraturas ou lesões decorrentes de quedas ou traumatismos dentro do hospital; trombose venosa profunda ou embolia pulmonar; e, infecções relacionadas ao uso de cateter venoso central.
7 medidas para garantir mais segurança do paciente
O Dr. José Branco, médico infectologista e diretor-executivo do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, aponta o que é possível fazer para ter mais qualidade na assistência à saúde do Brasil.
1. Melhorar a capacidade do sistema de saúde de coletar e usar os dados digitais para avançar na melhoria dos processos assistenciais;
2. Envolver pacientes e familiares na tomada de decisão sobre seus cuidados;
3. Usar os guidelines e as ferramentas de suporte de decisão;
4. Promover parcerias e coordenações entre os provedores e a comunidade para melhorar a transição do cuidado;
5. Realinhar incentivos financeiros para promover o aprendizado contínuo e a prestação de cuidados de alta qualidade e de baixo custo;
6. Buscar novos modelos de pagamentos como pagamento por pacote (bundle), pagamento por grupo de doenças (DRG) ou capitation, no qual os fornecedores recebem um pagamento fixo per capital;
7. Melhorar a transparência no desempenho dos prestadores, incluindo informações de qualidade, preço, custo e resultados.