A educação básica deveria ser prioridade no Brasil. A avaliação feita por deputados do PSDB pode ser constatada como uma realidade urgente diante da análise dos números da Avaliação Nacional de Alfabetização divulgados nesta semana. Os dados mostram uma verdadeira catástrofe em relação aos primeiros anos do ensino fundamental: mais da metade dos alunos do 3º ano da rede pública têm níveis de leitura e matemática considerados insuficientes.
Os tucanos afirmam que o ensino básico não foi priorizado nos últimos anos e defendem uma reestruturação da modalidade. Integrantes da Comissão de Educação da Câmara, os deputados defendem a universalização da qualidade no ensino básico. “Enquanto a educação não for prioridade em nosso país, principalmente a educação infantil, não temos como pensar em desenvolvimento”, lamentou o 1º vice-líder tucano, Pedro Cunha Lima (PB).
Reproduzir
De acordo com os dados divulgados, 55% dos alunos têm níveis insuficientes de leitura. São crianças de oito anos ou mais que não conseguem sequer localizar uma informação explícita em textos como lenda e cantiga folclórica. O MEC divide os resultados de desempenho em leitura em quatro níveis (elementar, básico, adequado e desejável), sendo os dois primeiros considerados como insuficientes e, os dois últimos, suficientes. Só 13% dos alunos alcançam o patamar “desejável”. No Norte e Nordeste, mais de um terço dos alunos ficaram posicionados no nível 1 (elementar).
Em escrita, na média nacional, 34% dos alunos estão em nível insuficiente. Não conseguem, por exemplo, fazer uso adequado da pontuação, de modo a comprometer uma narrativa. Mais uma vez, Norte e Nordeste tiveram o pior desempenho: um quarto dos estudantes não passou do nível elementar.
Já em matemática, 55% dos alunos têm desempenho insuficiente – não conseguem resolver contas de subtração com dois algarismos. Mais de um terço dos alunos do Norte e Nordeste ficaram no primeiro nível.
Para o deputado Lobbe Neto (SP), os números comprovam que a educação básica estagnou, especialmente em algumas regiões. O tucano afirma que é preciso investimento e, mais do que isso, uma somatória de esforços entre municípios, estados e União para que o sistema educacional tenha uma base fortalecida, com um processo de alfabetização decente e o envolvimento daqueles que são protagonistas no sistema educacional: os professores e as famílias. Atenção, cuidado e valorização são fundamentais.
“Chegamos a um momento de avanço na universalização, embora ainda haja uma grande evasão. Agora é hora de melhorar a qualidade”, defende o parlamentar. “O debate na escola às vezes envolve muitos temas e deixa a alfabetização em segundo lugar. Ela é a principal. É necessária a intensificação desse processo de alfabetização para, só depois, ampliar as áreas de conhecimento para que o aluno possa ser um verdadeiro cidadão, com protagonismo e empreendedorismo”, defende.
Desempenho insuficiente das crianças preocupa parlamentares do PSDB engajados na área educacional.
O deputado Fábio Sousa (GO) avalia que nos últimos anos os governos petistas impuseram nas escolas uma ideologia esquerdista e deixaram de priorizar o ensino da leitura, da matemática e de outras disciplinas básicas como literatura e geografia. “O que falta é um retorno à priorização do que é a educação de fato e da valorização do professor”, afirma, ao lembrar que o Brasil sempre está entre os piores nos rankings educacionais.
“Tem que haver uma reformulação. Temos que valorizar o ensino de base, pois sem ele ninguém consegue chegar ao ensino superior. Repensar esse ensino e focar naquilo que importa: matemática, português, geografia. É preciso tirar essa ideologia transversal de dentro das escolas, que só desvaloriza a nossa educação. Os resultados serão melhores e formaremos adultos preparados, seja para o vestibular, para a faculdade ou para o mercado de trabalho”, defende Sousa.
O tucano solicitou audiência pública para debater na Comissão de Educação novos caminhos e propostas para a educação no Brasil. Serão convidados representantes de movimentos que trabalham por uma transformação positiva na educação brasileira. Um deles, o Movimento Ensina Brasil, tem como objetivo que todas as crianças tenham uma educação de qualidade.
INICIATIVAS
Diante dos resultados da Avaliação dos alunos do 3º ano do Fundamental e com base em iniciativas que já estavam sendo estudadas, o MEC anunciou algumas ações, como o programa de reforço para a alfabetização.
De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, está prevista a inclusão de professores assistentes para atuar em conjunto com os docentes que já estão em sala. A expectativa é atingir 200 mil turmas de 1º e 2º anos em 2018, com o investimento de R$ 523 milhões. Caberá às redes e escolas organizar as formas de atuação dos assistentes, que vão dedicar cinco horas semanais para turmas de 5.000 escolas.
Esse programa será articulado com a Política de Formação de Professores, lançada na semana passada, e que prevê 80 mil vagas da chamada “residência pedagógica”.
Fonte: PSDB na Câmara