Prefeitura de Caruaru divulga resultado de recursos dos Prêmios Cultura para Emergir

A Prefeitura de Caruaru divulgou nesta segunda-feira (23) o resultado dos recursos dos Prêmios Cultura Para Emergir. Estão sendo contempladas, no âmbito municipal, cinco modalidades de editais – Geral, Saberes Populares, Música, Artesanato e Povos Tradicionais.

Os Prêmios Cultura para Emergir serão destinados às atividades desenvolvidas em Caruaru, realizadas pela cadeia produtiva da cultura e das artes, em todas as linguagens culturais. A lista com o resultado final deve sair até o dia 04 de dezembro, após avaliações da comissão de análise.

Os editais, assim como o repasse dos recursos aos espaços, respeitam a Lei Federal n° 14.017/2020, que destinou R$ 3 bilhões à cultura nacional e reconhece o caráter emergencial das ações, o Decreto Federal n° 10.464/2020 e o Decreto Municipal 104/2020. O valor que Caruaru recebeu foi de R$ 2.330.000,00. Os documentos e seus anexos estão à disposição dos interessados no site da Prefeitura de Caruaru www.caruaru.pe.gov.br.

Foto: Janaina Pepeu

Caruaru: 94,67% dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que até esta segunda (23) 94,67% dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus.

O número de testes realizados subiu para 34.052 dos quais 12.845 foram através do teste molecular e 21.207 do teste rápido, com 10.808 confirmações para à Covid-19.

O número de casos descartados subiu para 22.925.

Também já foram registrados 44.802 casos de síndrome gripal, dos quais 2.317 foram orientados a ficar em isolamento domiciliar.

Caruaru Shopping realiza Black Friday de 25 a 27 de novembro

Para quem procura excelentes opções de compras, o Caruaru Shopping estará realizando, de 25 a 27 de novembro, a campanha promocional Black Friday. Para dar mais conforto aos clientes, o centro de compras estará funcionando em horário especial durante esse período.

Na quarta e quinta-feira, dias 25 e 26, as lojas, quiosques e áreas de lazer estarão abertos das 10h às 23h; Praça de Alimentação, das 11h às 23h; hipermercado, das 7h às 23h; e a academia, das 6h às 23h. O Game Station funcionará das 12h às 22h e o cinema conforme horário de sessão.

Já na sexta-feira (27),
lojas, quiosques e áreas de lazer estarão abertos das 8h à 00h; Praça de Alimentação, das 11h à 00h; hipermercado, das 7h à 00h, e a academia, das 6h às 23h. O Game Station funcionará das 12h às 22h e o cinema conforme horário de sessão.

“O Black Friday é uma grande oportunidade para comprar aquilo que você estava desejando com descontos especiais. São mais de 200 lojas oferecendo os mais variados produtos”, afirma o gerente de Marketing do Caruaru Shopping, Walace Carvalho.

Com Programa Revitalizar, Marília irá levar infraestrutura para as áreas de morros do Recife

“Meu compromisso é erradicar, nos dois primeiros anos de mandato, no mínimo, três mil pontos de risco dos morros do Recife”, afirma Marília Arraes, candidata do PT à Prefeitura do Recife. A proposta de Marília faz parte do programa Revitalizar, que tem o objetivo de levar segurança, infraestrutura e acessibilidade às áreas de encostas da cidade.

O Recife tem boa parte do seu território situado em áreas de morros. Dos 500 mil recifenses que vivem nos morros, cerca de 200 mil moram em áreas de risco, convivendo com o medo de deslizamento de barreiras.

“Não é justo que em 2020 as pessoas tenham que viver nessa situação. Se a gestão do PSB tivesse investido em políticas de habitação, muitas vidas poderiam ter sido salvas. Mas as políticas para a periferia não foram prioridade deste governo.”

A candidata do PT também relembrou as realizações das gestões do seu partido à frente da Prefeitura do Recife, quando a cidade registrou uma redução significativa de queda de barreiras e houve investimentos na construção de habitacionais para as pessoas morarem. “Não entendo como é que um governante pode dormir tranquilo sabendo que tem gente na cidade vivendo dessa maneira”, questiona Marília.

Senac debate educação à distância durante a pandemia

As mudanças no cenário da educação brasileira a partir do crescimento da educação à distância nesta época de pandemia estarão em pauta no evento gratuito “EAD em tempos de Pandemia: contribuições, desafios e perspectivas para a Educação”. A programação, realizada pelo Senac Pernambuco, acontece na modalidade remota, no dia 27, às 9h. As inscrições já podem ser realizadas pela plataforma Sympla, no link https://www.sympla.com.br/ead-em-tempos-de-pandemia-contribuicoes-desafios-e-perspectivas-para-a-educacao__1030980.

O evento é direcionado a profissionais e interessados na área de Educação. Entre os temas em discussão, estão as experiências e contribuições do ensino remoto e on-line em 2020, a consolidação desse modelo como prática na educação, os caminhos, ferramentas e metodologias para potencializar os processos de ensino e aprendizagem em sala de aula e os desafios da atualidade e do futuro.

A programação contará com nomes como Daniela Papelbaum; gerente de Desenvolvimento Educacional do Departamento Nacional do Senac; Luciano Meira, sócio-fundador da Joy Street e CSI; Alex Sandro Gomes, membro do Conselho de Inovação da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED); e Luciano Blauth, analista de Educação Profissional e Coordenador da Rede Senac EAD no Senac-SC.

“Mais do que nunca, a educação à distância se consolida. Autores já falavam de educação híbrida ou flexível há 10, 20 anos, e a pandemia acelerou um processo que veio para ficar. As tecnologias não vieram para substituir e sim para ferramentar, auxiliar no processo de aprendizagem. Nada mais pertinente que realizarmos esse debate com foco nas estratégias e nesse planejamento que já faz parte do dia a dia de escolas e profissionais da Educação”, explica Eliézio Silva, diretor de Educação Profissional do Senac Pernambuco.

As vagas do evento são limitadas e os participantes receberão certificado. A programação completa pode ser conferida no serviço abaixo. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone 0800.081.1688.

Serviço:
EAD em tempos de Pandemia: contribuições, desafios e perspectivas para a Educação*
Data: 27 de novembro
Horário: 09 às 12h
Incrições: https://www.sympla.com.br/ead-em-tempos-de-pandemia-contribuicoes-desafios-e-perspectivas-para-a-educacao__1030980;
Mais informações: 0800.081.1688

Programação:
– 09h | Atração Cultural – Toinho Mendes
– 09h15 | Abertura – Diretoria Senac/PE
– 9h30 às 10h10 | Palestra de abertura | EAD em tempos de Pandemia: contribuições, desafios e perspectivas para a Educação, com Daniela Papelbaum, gerente de Desenvolvimento Educacional – Departamento Nacional do Senac
– 10h10 às 10h35 | Mesa-redonda | Transformação Digital da Aprendizagem e novas competências do educador, com Alex Sandro Gomes, membro do Conselho de Inovação da ABED
– 10h35 às 11h | Metodologias Ativas, Gamificação e Jogos Digitais em EAD, com Luciano Meira, sócio-fundador da Joy Street e CSI – Chief of Science and Innovation
– 11h às 11h25 | Como melhorar a experiência do aluno de EAD? Com Luciano Blauth, analista de Educação Profissional, Coordenador da Rede Senac EAD no Senac-SC

Brasil está analisando casos suspeitos de reinfecção por Covid-19

Ao longo dos meses, vêm ganhando força histórias sobre a possibilidade de uma pessoa que já foi infectada e curada de Covid-19 poder ficar novamente doente por causa do vírus. Mais que um boato, por alguns lugares do mundo já foram identificados casos de reinfecção pelo coronavírus e muitos estudos estão em andamento para tentar responder a novas perguntas trazidas pela doença.

Esses casos, até então considerados raros, tem gerado debates entre especialistas e médicos e levanta questionamentos a respeito da imunidade – que serve, inclusive, como argumento fundamental para algumas teorias como a “imunidade de rebanho”.

De acordo com a Nota Técnica 52/2020, divulgada pelo Ministério da Saúde no final de outubro, “recentes estudos publicados admitem a possibilidade de reinfecção pelo vírus SARS-CoV-2 em um curto período de tempo. A analogia com outros vírus semelhantes indica que a hipótese de reinfecção é plausível”. O documento segue reconhecendo casos suspeitos de reinfecção por parte das vigilâncias de alguns estados no Brasil, que descrevem intervalos de tempo bastante variáveis entre as duas possíveis infecções.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde informou que tem prestado apoio às equipes de vigilância das secretarias estaduais e municipais de saúde envolvidas na investigação de supostos casos de reinfecção por Covid-19 e que, até o momento, não há casos confirmados no Brasil. Os supostos casos de reinfecção estão sendo acompanhados pelo Ministério da Saúde, com apoio de especialistas dos Laboratórios de Referência Nacional (Fiocruz, Instituto Adolfo Lutz e Instituto Evandro Chagas).

De acordo com Alessandro Chagas, que é assessor Técnico do Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (CONASEM), está sendo realizada uma extensa avaliação nos casos de Covid-19 por todo o Brasil, com atenção especial na cadeia de informações que aproxima as informações nacionais com os dados de cada município.

“Pelo próprio sistema que tem hoje, o e-SUS Notifica que é por onde a gente já notifica as infecções, temos como acompanhar os casos de reinfecção. O Conasems representa os municípios no âmbito da tripartite em Brasília e tem uma articulação semanal com a representação nos estados, chamados de Cosems, e a gente conversa em relação a questões do enfretamento à pandemia. Essa articulação é rápida e precisa, então com essa rede nós conseguimos fazer essas informações chegarem nas secretarias [de Saúde] dos 5.570 municípios”, destacou o técnico do Conasem.

Por isso, a suspeita de reinfecção vai partir dos laboratórios e centros que estão analisando as testagens, conforme orientação do Ministério da Saúde, na Nota Técnica 52/2020, no sentido de ampliar a chances de identificar um caso suspeito com maior rapidez. A população pode receber assistência em centros de referência no âmbito do enfrentamento à Covid, sendo que atualmente existem 3.395 centros em funcionamento no país: 3.265 Centros de Atendimento e 130 Centros Comunitários de Referência.

Para o médico e diretor Científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, Jose David Urbaez, esses casos de reinfecção são muito raros e pouco representativos para que se possa tomar conclusões. “Dos casos que já foram comprovados e que foram escritos, você tem todo tipo de possibilidades. Você tem pessoas com um primeiro episódio muito grave ou sério e que, depois, tiveram um segundo episódio com sintomas mais brandos, mais leves. Também tiveram pessoas que em um primeiro episódio apresentaram quadro clínico mais leve e que tiveram uma segunda infecção mais grave. Então, o que é bem claro é que tratar, abordar e descrever a situação em relação a reinfecção é, ainda, um conhecimento que está em construção”, explicou.  

Fonte: Brasil 61

Resultado do segundo turno vai definir jogo político a partir de 2021

Com o resultado obtido no primeiro turno das eleições deste ano podemos começar a desenhar um mapa com o jogo político se organizando para os movimentos a partir de janeiro de 2021. Desta maneira, é possível ver que as forças partidárias, que ficaram com a maioria das cidades, fazem parte de uma ala mais de “centro à direita” da política.

Agora é preciso verificar como fica o País após o segundo turno das eleições, que será no dia 29 de novembro. No que tange o pleito para prefeitos e vice, vale destacar que os Artigos 28 e 29, do inciso II da Constituição de 1988, preveem o segundo turno apenas para municípios com mais de 200 mil eleitores. Logo, são eleitos em uma única votação os prefeitos e vice-prefeitos de cidades com menos de 200 mil eleitores. Isso quer dizer que nos locais onde vai ter segundo turno, o resultado do primeiro não chegou a ser maior que 50% para o candidato mais votado.

Segundo o cientista político e diretor da Domínium Consultoria, Leandro Gabiati, a disputa eleitoral em locais mais afastados dos grandes centros urbanos, a estratégia para conquistar votos é diferente. “A eleição em pequenas cidades tem uma dinâmica e nas grandes cidades é completamente diferente. A disputa em pequenas cidades é mais corpo a corpo, olho no olho, fazer pequenas reuniões com a população.

Isso é mais difícil de fazer em grandes cidades, como é o caso das capitais onde teremos segundo turno ou das cidades com mais de 200 mil eleitores, que também terão segundo turno”, afirmou.

Já nas localidades maiores, a dinâmica é usar o máximo possível de tempo na televisão e, principalmente, o uso massivo das redes sociais para chegar a um número maior de eleitores. Desta maneira, as grandes cidades estão cada vez mais conectadas às redes sociais durante as eleições e essa deve ser a prioridade dos candidatos para chegar até a população com propostas e pedidos de voto.

Para Leonardo Leite, que é cientista político e doutor em Administração Pública e Governo pela FGV de SP, a forma como os candidatos vão abordar os problemas da sua cidade é um fator que pode conquistar um eleitor indeciso ou mesmo mudar o voto de uma pessoa.  

“As principais pautas para conquistar o voto variam muito de acordo com cada região. Por exemplo, se eu pensar em uma região metropolitana igual São Paulo, a pauta é transporte, mobilidade, meio ambiente. É um fator crítico, que é diferente de pensar em uma cidade do interior que não depende tanto desses assuntos. Além disso, pensar em igualdade de gênero e pautas de identidade é algo que tem ganhado força”, detalhou. 

Especial Covid-19: afinal, o Brasil já está passando pela segunda onda da doença?

Desde que foi decretado o início da pandemia, em dezembro do ano passado, o mundo ainda não sabia o que esperar. Não só em Wuhan, berço da doença, mas em todo o país chinês, mais de 86 mil pessoas foram infectadas pela doença até então desconhecida – e mais de 4,6 mil perderam a vida até as primeiras semanas de novembro. O número parece estrondoso, mas não chega perto das estatísticas brasileiras. Decretada em março, a doença já contaminou seis milhões de pessoas e tirou do convívio de familiares e amigos quase 170 mil. E as projeções não são nada animadoras: o Brasil já pode estar passando pela segunda onda da doença. 

O fenômeno vem sendo observado em países da Europa, que endureceram mais as regras para tentar conter o vírus – diferentemente do observado no nosso País. A França, que adotou medidas rigorosas de isolamento no início, atinge agora a marca de dois milhões de infectados, passando pela chamada segunda onda. Na Itália, um dos países mais afetados nos primeiros meses de 2020, alcança a triste marca de maior número de mortes em sete meses, elevando o total de mortos para cerca de 46,5 mil e o de casos para mais de 1,2 milhão (índice registrado em 18 de novembro). 

“O que vemos na Europa é que foi considerada como vencida essa etapa de epidemia. Os países liberaram as atividades, o verão europeu foi muito bem aproveitado pela população, mas sem os devidos cuidados. Hoje, eles estão pagando o preço. Muitos países estão adotando o lockdown novamente e o número de casos tem subido de uma forma bem impressionante, levando em risco até mesmo a capacidade do serviço de saúde de atender a população afetada”, alerta o médico infectologista Hemerson Luz. 

Na opinião dele, o Brasil ainda nem superou a primeira onda da Covid-19. “A primeira onda ainda não foi sobrepujada, ainda estamos vivendo ela’. Temos uma curva que está descendente, mas o vírus continua sendo transmitido entre as pessoas. Essa curva descendente vem acompanhada de picos, de momentos com grande número de casos, porém sem o número de óbitos aumentando”, explica. “E a gente observa características epidemiológicas interessantes, como a população mais jovem sendo afetada atualmente e o preparo maior do sistema de saúde em atender as pessoas com Covid-19”, avalia.

Para o médico infectologista, o melhor termômetro para saber se há aumento nos casos ou não é pela taxa de ocupação nas UTIs. E sobre a segunda onda no Brasil, ele enfatiza. “Não acredito que haverá segunda onda no Brasil, pois ainda estamos na primeira. Isso tudo vai depender das características epidemiológicas da doença, além de características comportamentais. Se a população não respeitar as regras de distanciamento, máscara e higienização das mãos, certamente poderá haver um boom de casos no Brasil e aí sim poderemos considerar uma segunda onda ocorrendo.” 

O epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB) Walter Ramalho compartilha de opinião semelhante. Para ele, a segunda onda é uma realidade na Europa, com a abertura recente do comércio e da liberação das atividades e do turismo. “Em alguns países, foi um número maior do que o que foi registrado no começo da pandemia”, afirma. 

Mas, para ele, o Brasil ainda passa por uma “onda inacabada” da doença. “O que vivemos hoje é o contágio de grupos sociais que se protegeram, que estavam reclusos e que puderam fazer lockdown. E hoje essas pessoas estão achando que não existe mais risco”, lamenta.  

“Tivemos uma reclusão de pessoas que se convenceram da pandemia – e esse convencimento é uma coisa importante. Tivemos, no primeiro momento, um grande impacto de pessoas que não puderam ficar em casa, das que precisaram sair ou daquelas que acreditaram que a Covid-19 era só uma ‘gripezinha’”, ironiza o epidemiologista da UnB. 

Ramalho comenta que essas pessoas foram de alto impacto para a doença e que ela permaneceu nesses grupos sociais por um longo tempo, até que houvesse o esgotamento no contágio. “Com a diminuição da veiculação de reportagens sobre o assunto, as pessoas que estavam em casa passaram a acreditar que não havia mais problema e passaram a ir para as ruas, para uma vida quase normal. E essas pessoas estão sendo agora as vítimas da Covid-19”, acrescenta. 

Quando o assunto é liderança, Walter Ramalho endurece. “As pessoas precisam ser convencidas de que existe um problema. Por ser um problema na ordem da saúde, a gente precisa que o ministro da Saúde fale com a população – e eu não ouço o ministro falando nada. Não vejo outra autoridade na saúde falando sobre a necessidade e os cuidados. Estamos numa sociedade sem liderança oficial, o que temos hoje é a imprensa notificando e sensibilizando as pessoas mostrando o que existe na realidade”, critica. 

Onda gigante 

Já para o pesquisador e responsável pelo Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Domingos Alves, o Brasil está, sim, passando por uma segunda onda da Covid-19. 

“Se levarmos em consideração o atual cenário, nós nunca saímos da primeira onda. Tivemos declinação de casos e de óbitos que vinham sendo observados. Mas nós estamos numa segunda onda à revelia do conceito mais claro do que é esse fenômeno. Já me chamaram a atenção de que a definição de segunda onda não é clara, que eu não poderia estar afirmando isso. E eu estou afirmando que nós estamos numa segunda onda exatamente pelo negacionismo em que nós vivemos no nosso País”, dispara. 

Ele garante que a politização da doença foi um dos determinantes para que o País chegasse a esse cenário. “Essa atribuição não é leviana, ela já é um consenso internacional. A maneira dessas lideranças de encarar a epidemia trouxe muitas das consequências observadas no Brasil. Boa parte do que se observou em termos de óbitos aqui teve muito da participação desse negacionismo, dessa politização da doença, inclusive nos embates entre os governos estaduais e o federal”, lembra. 

Domingos Alves é categórico ao afirmar que só há uma forma de acabar de vez com a pandemia. “Antes de mais nada, é importante frisar que todas as medidas adotadas para reduzir a taxa de contato são necessárias. E elas nunca foram suficientes. A única medida que vai ser suficiente para conter o avanço da pandemia vai ser a vacinação, e a vacinação em massa.”

Casos subnotificados e queda na testagem da população, na opinião do pesquisador, podem ter causado uma falsa impressão de que a pandemia acabou. “É muito grave nós não tomarmos providências agora, com esse crescimento de casos, e esperar que essa ‘marola’ vire uma onda gigante. E aí pode acontecer de, daqui a uma ou duas semanas, os gestores tomarem providências e os casos não crescerem de maneira suficiente no Brasil. E aí vão me chamar e dizer: ‘olha, professor, não entramos numa segunda onda.’ Não entramos porque tomamos atitudes, e aí eu vou estar errado. E vou ter um prazer muito grande de dizer que errei”, garante.

Economia 

Além do número de casos, o Brasil também bateu outros recordes: o de número de desempregados. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados ainda em outubro, mostraram que o desemprego bateu recordes no mês anterior. Foram cerca de 13,5 milhões de pessoas sem trabalho na pandemia até setembro, 3,4 milhões a mais do que o registrado em maio. 

Para o economista e presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), César Bergo, a possível segunda onda da Covid-19 pode gerar impactos no setor econômico. 

“Mas espera-se que sejam menores em razão da experiência e do conhecimento que foram obtidos por ocasião do início da pandemia. Muita coisa mudou e foram implementados inúmeros procedimentos que vão contribuir para minimizar os efeitos”, diz. 

Por outro lado, segundo ele, a continuidade da doença gera “certo desânimo”. “Nós teremos que conviver com isso por um longo tempo. Mas o surgimento de novas formas de combater a Covid-19, quando implantadas, vão trazer a esperança de volta e consequentemente voltaremos para uma nova normalidade”, acredita o economista. 

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Walter Cintra lembra que uma das possíveis causas para esse cenário é o relaxamento das medidas de isolamento social. “A volta das pessoas se reunindo e a volta das atividades sociais aumentam o contágio entre as pessoas”, avisa. 

Entre o embate da passagem do Brasil pela primeira ou segunda onda, Cintra dá o recado. “Na verdade, isso pouco importa. O que importa é que precisa haver novamente um reforço das medidas de contenção, de isolamento social, de uso de máscara, de higienização das mãos.”   

Marília: vamos criar pontos de cultura permanentes na cidade

No terceiro bloco do debate na TV Clube, a candidata a Prefeita do Recife, Marília Arraes (PT), apresentou algumas de suas propostas para a cultura no Recife, berço de uma série de artistas, poetas e músicas reconhecidos em todo o mundo. “Cultura leva as pessoas a terem senso crítico e nosso projeto é levar cultura para os recifenses, para todas as comunidades.”

“Vamos criar pontos de cultura permanentes na cidade e também reeditar o Movimento de Cultura Popular, criado por Miguel Arraes, além de criar círculos populares de cultura.”

Marília também criticou a falta de compromisso do PSB em relação aos artistas locais, que passam meses sem receber seus cachês após se apresentarem nas festas promovidas pela Prefeitura.

“O Recife é conhecido pela diversidade cultural, mas o PSB tem abandonado as políticas de cultura nos últimos oito anos. O PSB abandonou os artistas que passam meses, até anos, sem receber seus cachês. A Prefeitura não dá assistência para essas pessoas.”