Eleições 2020: TSE espera receber 630 mil pedidos de registro de candidaturas

A Justiça Eleitoral espera receber cerca de 630 mil pedidos de registro de candidatura para as Eleições Municipais deste ano. A expectativa leve em conta os candidatos indicados em ata pelos partidos, dos quais 280 mil já concluíram todas as etapas iniciais do registro. 

Vale lembrar que o prazo para que os partidos e as coligações registrem os candidatos aos cargos de prefeito e vereador termina neste sábado (26). A documentação pode ser entregue via internet até as 8h ou presencialmente ao respectivo juiz eleitoral até as 19h. 

“Eleições 2020 terão modificações tecnológicas na infraestrutura de totalização dos resultados”, afirma secretário de Tecnologia da Informação do TSE

Já está no ar um novo sistema de peticionamento avulso, que permite ao candidato enviar documentos em falta por meio do Processo Judicial Eletrônico (PJe). Antes, ele precisava entregar a documentação pendente pessoalmente. Ao final de uma sessão de julgamento na quinta-feira (24), o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, pediu que os partidos e candidatos não deixem para enviar os pedidos de registro na última hora, sob o risco de congestionar os sistemas. 

Raquel Lyra ouve propostas de mulheres para Plano de Governo de Caruaru

A pré-candidata à reeleição em Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), dialogou na noite de ontem (25) com mulheres moradoras da Capital do Agreste pernambucano. As ideias debatidas ajudarão a compor o Plano de Governo. O encontro, que respeitou todos os protocolos sanitários, tratou de temas como saúde da mulher, empreendedorismo e políticas para as mulheres.

“Ser a primeira mulher eleita prefeita de Caruaru é uma honra pra mim. Ser prefeita do nosso município é, primeiro, uma grande responsabilidade. E a gente busca sempre olhar pelo lado feminino. Quando a gente chega, a secretaria da mulher passa a ter um outro nível, de igual para igual. Parece coisa simples, mas não é. Conseguimos fortalecer uma rede de mulheres, empreendedoras, para as mulheres terem autonomia imediata. Para que as mulheres possam ocupar espaços de poder”, destacou Raquel.

A empreendedora Francismeire Silva Melo mora no Residencial Luiz Bezerra Torres e relatou sua história, propondo também ideias para a localidade. “Há três anos eu não sabia o que era ser mulher. A política que você está fazendo está nos ajudando mostrando o que é empreendedorismo, como ganhar seu próprio dinheiro, a entender o que é política.

Interação

Raquel Lyra está em constante diálogo com a população, e agora reforça a interação com a plataforma online “Diz Aí, Caruaru”, que pode ser acessada pelo link www.dizaicaruaru.com.br. Também é possível entrar em contato com ela através do WhatsApp (81) 99150-4554, e acessar o canal no Telegram: https://t.me/RaquelLyra.

Foto: Janaína Pepeu

Espaços publicitários na televisão perdem cada vez mais espaços para propagandas online

Já diz o velho bordão que propaganda é a alma do negócio. Os recursos mudaram e hoje não basta mais investir no comercial perfeito, é necessário saber onde veicular o material para ter o objetivo alcançado. Até poucos anos havia os canais, programas e horários nobres para a publicidade na TV, que poderiam custar milhões de reais, mas hoje os orçamentos estão mais enxutos e com resultados mais assertivos no mundo online. A TV passa por um processo de declínio de audiência e está perdendo espaço para a internet, que, por sua vez, oferece diversas facilidades, entre elas os meios de pagamentos mais facilitados para a divulgação de materiais, como cartão de crédito e boleto. A dica é da especialista em empreendedorismo e marketing digital Ellen Moraes. Ela elenca pontos para entender a dinâmica da internet e como ela vem se mostrando mais barata e eficaz.

1 – A propaganda online é acessível para todas empresas e negócios, dos pequenos aos grandes, de acordo com Ellen Moraes. “Antes as propagandas só eram acessíveis para grandes empresas, hoje o advento da internet permite que um simples autônomo divulgue na mesma proporção e no mesmo canal que grandes marcas tradicionais”, destaca a consultora.

2- Não é necessário uma agência de marketing e publicidade, você pode ser o seu agente propagador investindo nas plataformas digitais.O Facebook Ads é a ferramenta que abrange o Instagram, o Facebook e diversos sites e apps parceiros. Já o Google Ads abrange YouTube, Google, e sites parceiros, ainda tem o Linkedin Ads.

3- Dados mostram que a atenção das pessoas está concentrada no online:
– Segundo o Internet Live Stats, hoje, o Google processa mais de 3,5 bilhões de pesquisas por dia
– Segundo o próprio YouTube, as pessoas assistem diariamente a mais de um bilhão de horas de vídeo e geram bilhões de visualizações. Mais de 70% do tempo de exibição do YouTube vem de dispositivos móveis.
– Globalmente, as pessoas gastam quase 150 minutos por dia nas mídias sociais. Segundo pesquisa da GlobalWebIndex, o tempo gasto nas redes sociais mundialmente aumentou quase 60% em média nos últimos sete anos.
– A televisão vem perdendo seu poderio de novos investidores pelo fato de que ela faz uma captação orgânica de clientes. Já as plataformas digitais, como Google e Facebook, possibilitam segmentar o seu público, até mesmo com interesses particulares, geolocalização, idade, sexo, profissão, data de aniversário, são inúmeras ad possibilidade de segmentação! “Sem contar que você pode predispor de um orçamento mínimo para iniciar, ou seja, é acessível a todos”, salienta Ellen.

4- Diferente de qualquer outra mídia, a internet fornece métricas e indicadores que possibilitam otimizar as campanhas publicitárias mesmo sem ter um conhecimento prévio na área. Isso dispensa a necessidade de gastar valores astronômicos para entender se aquela mídia dá resultado ou não. “Você pode gerenciar suas campanhas com maior eficiência e adaptar conforme a sua necessidade, ainda é possível interromper o orçamento a qualquer momento”, explica.

Covid-19: Pernambuco totaliza 144.268 casos confirmados

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, ontem (25.09), 565 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados, 21 (3,7%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 544 (96,3%) são leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar. Agora, Pernambuco totaliza 144.268 casos confirmados, sendo 26.174 graves e 118.094 leves, que estão distribuídos por todos os 184 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha.

Além disso, o boletim registra um total de 126.271 pacientes recuperados da doença. Destes, 16.437 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar, e 109.834 eram casos leves.

Também foram confirmados laboratorialmente 19 óbitos (sendo 12 do sexo masculino e 7 do sexo feminino). Os novos óbitos confirmados são de pessoas residentes nos municípios de Águas Belas (1), Escada (7), Garanhuns (1), Igarassu (1), Olinda (2), Paulista (2), Pesqueira (1), Petrolina (1), Recife (1), Salgueiro (1) e São Vicente Ferrer (1). Com isso, o Estado totaliza 8.129 mortes pela doença.

Do total de mortes do informe, apenas oito (42%) foram registradas neste mês de setembro, Os outros 11 registros (58%) ocorreram entre os dias 5/05 e 29/08.

Os pacientes tinham idades entre 45 e 89 anos. As faixas etárias são: 40 a 49 (1), 50 a 59 (4), 60 a 69 (5), 70 a 79 (4), 80 anos ou mais (5). Dos 19 pacientes que vieram a óbito, 13 apresentavam comorbidades confirmadas: doença cardiovascular (9), diabetes (9), hipertensão (4), obesidade (2), doença renal (2), doença pulmonar (1), imunossupressão (1), doença neurológica (1) e doença respiratória (1) – um paciente pode ter mais de uma comorbidade. Um não tinha comorbidades e os demais estão em investigação.

Com relação à testagem dos profissionais de saúde com sintomas de gripe, em Pernambuco, até agora, 21.747 casos foram confirmados e 35.911 descartados. As testagens entre os trabalhadores do setor abrangem os profissionais de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual e municipal) ou privada. O Governo de Pernambuco foi o primeiro do país a criar um protocolo para testar e afastar os profissionais da área da saúde com sintomas gripais.

Hospital da Unimed Caruaru realiza primeira cirurgia de correção de defeito na parede torácica com técnica inovadora na região

O Hospital da Unimed Caruaru, referência no Agreste e Sertão, realizou a primeira cirurgia de Pectus Escavado da região com a técnica Nuss. A novidade apresentada pelo hospital é resultado da formação de uma equipe de cirurgia torácica na unidade.

“A técnica de Nuss segue o mesmo raciocínio de colocar um aparelho ortodôntico. Nós moldamos uma barra de titânio no paciente, na hora da cirurgia, e a colocamos entre o coração e o esterno. A barra literalmente empurra a parede torácica que está para dentro. Nesse tipo de cirurgia as incisões são laterais, menos visíveis, e a correção e o resultado são imediatos. O paciente passa cerca de três anos com essa barra até seu esqueleto se estabilizar”, explica o cirurgião torácico Hugo Veiga, responsável pela cirurgia realizada na Unimed Caruaru.

De acordo com o especialista, que trabalha com a técnica desde 2016, antes a correção de defeito na parede torácica era feita com a técnica clássica, de Ravitch, que se baseia na ressecção de cartilagens e ossos, com um grande corte frontal.

Apesar de parecer ser um problema apenas estético, o Dr. Hugo Veiga pontuou que o Pectus Escavado está relacionado a problemas psicosociais potencialmente graves. Pacientes podem relatar constrangimento ao expor o corpo, como ir a praia, conviver com amigos e desenvolver relacionamentos amorosos. Nos casos de exceção, podem estar associados a sintomas orgânicos, como dor torácica e falta de ar.

Desde o começo deste ano, a Unimed Caruaru conta com uma equipe de cirurgia torácica capacitada e experiente para realizar qualquer procedimento da especialidade na rede própria da Unimed Caruaru. Dentre os procedimentos mais comuns, destacam-se a simpatectomia para tratamento do suor das mãos, axilas e face; correção cirúrgica de tórax escavado e carinatum, broncoscopias para exames endoscópicos das vias aéreas e pulmões; e tratamento cirúrgico dos tumores torácicos, sempre em conjunto com o grupo de Oncologia Clínica da Unimed Caruaru.

“O Hospital Unimed Caruaru está preparado para prestar a melhor assistência aos seus usuários em Cirurgia Torácica, atuando de forma multidisciplinar, envolvendo todas as especialidades relacionadas”, disse o cirurgião.

Dia Nacional do Rádio: adequação ao meio digital e superação na pandemia, acompanhe as principais vitórias do rádio brasileiro

Considerado o veículo da emoção, por levar informação, utilidade pública e diversão aos lares de toda família, o rádio brasileiro comemora seu dia neste 25 de setembro. A data é festejada pelo jornalista Daniel Starck, CEO do portal Tudo Rádio, como de extrema importância, pois se trata do meio de comunicação de maior alcance do planeta, no qual, 90% da população ouve rádio semanalmente.

“Desde o início da popularização da internet, o rádio vem com essa tecnologia, sempre disponível com streaming de áudio e agora possibilitando outras integrações em formatos diferentes na entrega de conteúdo. Seja por meio de uma rede social, onde as pessoas estão, o rádio está. Também há outras plataformas de entregas de áudio, como os podcasts e até transmissões em vídeo de algumas de suas atrações, portais de internet e aplicativos”, destacou.

Ainda segundo Stark, além de ter conseguido se fortalecer com a chegada do meio digital e online, o rádio também mostrou sua capacidade e eficiência, mesmo diante dos problemas causados pela pandemia do novo coronavírus. Apesar de considerar que houve redução no faturamento, o veículo apresentou aumento em relação à audiência.

“Não só no Brasil, mas lá fora, o tempo médio em que os ouvintes ficam dedicados a uma emissora de rádio, aumentou. Já o alcance, ou foi mantido, ou aumentou em alguns locais, mesmo com uma menor circulação das pessoas no início da pandemia. Esse crescimento de audiência tem muito a ver com o papel que o rádio desempenha para a população. Ele é um grande companheiro, prestador de serviço e tem credibilidade”, avaliou Starck.

O radialista, Nilson Bittar, da Rede Mais FM comemora a data lembrando que, aos 7 anos de idade, quando morava na zona rural do estado de Goiás, ouvia grandes locutores e falava que queria ser do rádio. Ele conta que até dormia com o aparelho na cama. O problema eram as surras do pai por quebrar o rádio enquanto estava desacordado.

“Eu pegava o rádio do meu pai escondido, levava para a cama, colocava perto do travesseiro e ouvia as rádios de São Paulo. Acreditem, eu dormia, rolava e o rádio caia e quebrava. Eu tomei três surras, porque era um negócio louco quebrar um rádio dentro daquelas condições. Mas realmente era um sonho que eu tinha”, lembrou Bittar.

Rádios comunitárias

Neste dia Nacional do Rádio, a educadora da rede Mocoronga de Comunicação Popular, Elis Lucien, dá um destaque especial para as emissoras comunitárias. Ela acredita que, pela proximidade que essas rádios têm com a população, o apelo da sociedade é atendido com maior celeridade.

“Se não fossem as rádios comunitárias, várias questões sociais de dentro da própria comunidade não iam à tona para outras emissoras. O Brasil dá a notícia que ele gostaria de dar, mas a rádio comunitária dá a notícia que o próprio receptor nos envia para falar. Esse é o elo dessa grande transformação, da relevância da comunicação comunitária”, considerou Elis.

Dados do rádio no Brasil

Dados do Inside Rádio 2019 revelam que, de 13 regiões metropolitanas pesquisadas, 83% da população ouve rádio. Além disso, 3 a cada 5 pessoas sintonizam em alguma emissora diariamente. Cada ouvinte passa em média 4h30min por dia ouvindo rádio.

Quando a análise é feita em quatro regiões no país, a plataforma mostra ainda mais o seu potencial. No Nordeste brasileiro, por exemplo, 83% das pessoas são ouvintes de rádio. A média é a mesma percebida no Sudeste do país. Esse volume aumenta um pouco quando passamos para o Sul, onde 85% da população tem costume de ouvir rádio. Já no Centro-Oeste, o índice é de 81%.

Candidatos negros e pardos devem ser minoria nas eleições deste ano, segundo dados preliminares do TSE

Dados preliminares sobre o perfil dos candidatos nas eleições municipais deste ano sugerem que o total de negros e pardos podem diminuir em comparação ao pleito de 2016. O levantamento é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto nas eleições de 2016, negros e pardos totalizavam 47,76% dos postulantes, neste ano, por enquanto, esse percentual alcançou 41,03%. 

O número deve sofrer alguma modificação, já que termina às 19h deste sábado (26) o prazo para que partidos políticos e coligações enviem o requerimento de registros de candidatos. 

Na última quarta-feira (23), dirigentes partidários, em reunião com o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, reclamaram da regra de distribuição proporcional de recursos de campanha entre candidatos negros e brancos. Segundo eles, não há tempo hábil para implementação da medida já neste ano.

Barroso tem sido um defensor enfático da divisão igualitária de recursos e fez um discurso contundente sobre o tema quando o TSE deliberou a matéria, em agosto deste ano. “Há momentos na vida em que cada um precisa escolher de que lado da história está. Hoje, nós do TSE estamos do lado dos que combatem o racismo. Estamos ao lado de quem quer escrever a história do Brasil com tintas de todas as cores.” 

A norma, que segundo determinação do TSE deveria começar a valer em 2022, será obrigatória a partir das eleições deste ano. Isso ocorrerá por conta de uma liminar expedida no começo do mês pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski obrigando a aplicação da regra neste ano. 

Gênero

No que diz respeito ao gênero, as mulheres continuarão a ser minoria nas eleições deste ano, apesar de uma leve melhora em quatro anos. Em 2016, elas representavam 31,9% dos concorrentes. Neste ano, segundo os dados preliminares, serão 33,1% do total de candidatos. 

Para Carlos Enrique Bastos, mestre e doutor em Direito Constitucional pela Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, a determinação da Justiça Eleitoral de 2018 que obriga partidos a destinarem um percentual mínimo de 30% para candidaturas femininas foi bastante importante para aumentar o número de mulheres que concorrem a cargos políticos.

“Esse percentual de 30%, sem dúvida nenhuma, fez com que as candidaturas femininas pudessem contar com alguma viabilidade. Sem esse financiamento, possivelmente elas não alcançariam êxito [para se candidatarem].” 

Profissões

A ocupação de agricultor aparece em primeiro lugar no rol de profissões que mais aparecem entre os candidatos nas eleições deste ano, com 7,12% do total, seguida pelo cargo de servidor público municipal (34,29%), empresário (30,91%) e comerciante (27,58%). 

 

Pesquisa aponta recuo na taxa de infecção da Covid-19 em todo o país

Dados da quarta etapa da pesquisa Epicovid19-BR, levantamento coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) aponta que o ritmo de contágio do novo coronavírus está diminuindo no país. A testagem realizada no final de agosto constatou que 1,4% da população brasileira estava infectada com o vírus, sendo esse o menor percentual desde o início do levantamento, que começou em maio. 

A incidência encontrada é 63% inferior à constatada em junho deste ano, quando 3,8% dos brasileiros apresentavam infecção recente pela Covid-19. Todos os 26 estados e o Distrito Federal participam do estudo. A Epicovid19-BR é considerada a maior pesquisa a estimar a prevalência do novo coronavírus em todo o planeta. 

A infectologista Joana D’arc acredita o Brasil possivelmente já passou pelo pior momento de contágios do novo coronavírus. Mas ela alerta que, conforme observado em outros países, a curva de infecção deve voltar a subir no Brasil. 

“Talvez tenhamos passado pelo período mais crítico, mas a experiência constatada em outros países é de aumento [dos casos da Covid-19]. Alguns países que reabriram algumas atividades tiveram que retroceder por conta do aumento do número de casos e da mortalidade.”

Flexibilização

Carla Pintas, professora do curso de saúde coletiva, na Universidade de Brasília (UnB), reforça que a população brasileira, independentemente da situação epidemiológica em seu município, deve continuar tomando precauções para evitar o contágio do novo coronavírus, como o distanciamento social e a utilização de máscaras. Segundo ela, cabe a cada gestor municipal, com base na incidência local da Covid-19, decidir sobre a flexibilização das regras. 

“Com base em seus dados, o município deve avaliar continuamente como o retorno das atividades ocorrerá. A flexibilização deve ser baseada nos números locais”, defende. 

Desigualdade

A mais recente etapa da Epicovid19-BR foi realizada entre 24 e 27 de agosto e foram testadas 33.250 pessoas. Segundo os pesquisadores à frente do estudo, além de mostrar a tendência de queda na incidência da doença, a pesquisa mostrou que o coronavírus continua se espalhando pelos municípios do interior do país. 

Além disso, de acordo com o levantamento, os brasileiros mais pobres, especialmente pretos e pardos, têm mais chances de serem contaminados do que a população mais rica. 

Estudo aponta que refluxo pode aumentar o risco de morte por Covid-19

Médicos fazem treinamento no hospital de campanha para tratamento de covid-19 do Complexo Esportivo do Ibirapuera.

Desde que o mundo entrou em crise por causa da pandemia, diversas pesquisas têm sido realizadas no Brasil. Uma dessas foi pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que destaca: distúrbios digestivos como o refluxo e a síndrome de Barrett, uma doença com refluxo de longa duração, podem estar associados a um risco aumentado de morte por Covid-19.

Segundo os pesquisadores, a agressão ao esôfago pelo ácido estomacal induziria no tecido um aumento na expressão do gene ACE2, responsável por codificar a proteína à qual o novo coronavírus se liga para entrar nas células humanas.

O professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e coordenador da investigação, Helder Nakaya, explica que as células esofágicas se tornaram mais suscetíveis à infecção pelo coranavírus. “Uma das moléculas mais alteradas era justamente a proteína que o novo coronavírus precisa para entrar nas células, que é chamado de ACE2”, explicou.

Nakaya conta que a descoberta ocorreu por um aluno de doutorado Leandro Jimenez e outros pesquisadores que analisavam dados de transcriptoma (conjunto de moléculas de RNA expressas em um tecido) de portadores da síndrome de Barrett. “Quando descobrimos que a ACE2 estava em altos níveis de pessoas que tinham essa doença, abriu-se a possibilidade de ser uma comorbidade desconhecida para Covid-19”, contou.

Com a colaboração de Pedro Moraes-Vieira, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) e coautor do artigo, experimentos in vitro foram conduzidos para testar essa hipótese. “O refluxo faz com as pessoas tenham uma maior acidez no esôfago, esse aumento está relacionada a maior expressão de ACE2, que é a molécula que o vírus entra nas nossas células. Foi o que comprovamos no laboratório”, relatou.

O colaborador explicou que culturas de monócitos humanos – células de defesa presentes no sangue – foram colocadas em meios com diferentes graus de acidez e incubadas com o SARS-CoV-2. “Observamos que no PH ácido, o monócito, expressa uma quantidade maior de molécula, que é porta de entrada do vírus para nosso corpo. Além dele expressar mais essa molécula que o vírus usa para infectar as células, quando jogamos o vírus do coronavírus, nós observamos que ele infecta mais esse monócitos”, contou.

Evidências clínicas

O pesquisador Nakaya conta que um dos passos para realizar o estudo, foi analisar dados de dois grupos de pacientes hospitalizados por complicações associadas à Covid-19 – 551 em Manaus (AM) e 806 em São José do Rio Preto (SP) – e verificar se, de fato, havia uma associação entre a severidade da doença e distúrbios gástricos preexistentes.

Segundo Nakaya, dentre as pessoas analisadas foi observado que o fato delas terem problemas no estômago aumenta o risco de morte por Covid-19. Para ele, esse trabalho abre novas perspectivas no entendimento dos fatores de gravidade da doença.

Fonte: Brasil 61