Brasil cria 889 mil empresas no primeiro trimestre, recorde para o período em 20 anos

A criação de novas empresas bateu recorde no primeiro trimestre deste ano, segundo a Serasa Experian. Dados do Indicador de Nascimento de Empresas apontam que foram registrados 889.003 novos empreendimentos no acumulado dos três primeiros meses deste ano, o maior número observado para o período desde 2010, início da série histórica da companhia. O volume constatado no primeiro trimestre de 2020 é 17,1% superior ao de igual período de 2019, quando 759.257 novas empresas haviam sido abertas.

Quando considerado apenas o último mês de março, o surgimento de novas empresas aumentou em 24,0%, a maior expansão do ano. Já na passagem de fevereiro para março, sem ajuste sazonal, houve uma alta de 10,4%.

Em cada dez empresas criadas entre janeiro e março deste ano, sete (69,6%) atuam no segmento de serviços. O comércio responde por uma fatia de 21,8% dos novos empreendimentos, ao passo que as indústrias representam 7,4% do total de empresas abertas em 2019.

Na avaliação do economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a necessidade de gerar renda em meio ao desemprego tem sido um dos principais motivadores da atividade empreendedora no país. “O custo de abrir o negócio é um fator que pesa na decisão dos novos empreendedores. Despontam aquelas empresas que exigem pouco investimento para equipamentos, não precisam de ponto comercial para funcionar e que dependem, basicamente, da mão de obra do empreendedor”, analisa Rabi.

Brasil ganha mais de 700 mil novos MEIs em 2020

Os microempreendedores individuais (MEIS) são a maior parcela dos negócios criados no primeiro trimestre deste ano. Com um crescimento de 11,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, elas representam 79,3% das aberturas, o que contabiliza 707.022 novos CNPJs que se encaixam nesta natureza jurídica.

As empresas classificadas como Sociedades Limitadas tiveram um crescimento robusto no último trimestre, com um avanço de 60,4% na abertura de novos empreendimentos, mas representam apenas 8,5% do universo de novos negócios, o que significa 75.939 empresas criadas no período. Já as Empresas Individuais perderam espaço no último trimestre, com uma queda de 13,2% – respondendo por uma fatia de 4,1% total de empresas abertas no último trimestre (36.058 novos empreendimentos no período).

Para Rabi, o atual cenário de aumento das demissões em virtude dos impactos do isolamento social sugere que o indicador deverá crescer nos próximos meses, impulsionando a criação de MEIs, modalidade mais comum entre pessoas que recorrem ao empreendedorismo por necessidade. “Pessoas que perderam o emprego neste momento de incertezas econômicas buscam no empreendedorismo e no trabalho por conta própria, geralmente feito de casa, uma saída para voltar ao mercado”, analisa.

Estados do Norte lideram criação de empresas

Dos cinco Estados que lideram o ranking abertura de novas empresas do último trimestre, três estão localizados na região Norte: Amazonas (46,9%), Pará (35,2%) e Roraima (31,9%). A lista ainda conta com Sergipe em terceiro lugar (32,1%) e Maranhão em quinto (31,7%). O Estado que apresentou o avanço mais modesto no nascimento de empresas é a Bahia, com alta de 7,8%.

Embora a região Sudeste tenha apresentado o menor crescimento de novas empresas no primeiro trimestre deste ano (14,7%), ela detém, em números absolutos, a maior quantidade de novos negócios: 462.555. O Norte, com 45.248 empresas criadas no período, desponta na liderança do crescimento, com uma alta de 30,7%. Depois aparecem o Sul (20,2%), Centro-Oeste (20,0%) e Nordeste (16,2%).

Lives no Instagram e curso on-line orientam empresários em dificuldade

Para ajudar os pequenos empresários que estão enfrentando dificuldades no atual momento, a Serasa Experian lançou uma série de iniciativas que podem ser conferidas no site. Entre as ações estão lives semanais no Instagram da Serasa Experian (@serasa_experian) com a presença de especialistas da companhia e convidados especiais que dão dicas e orientações para os donos de negócios.

Entre as principais temáticas, estão capacitação remota de colaboradores, gestão de pessoas à distância, segurança nas vendas e criatividade para vender.
A Serasa Experian também lançou um curso gratuito e on-line que auxilia consumidores a organizar suas finanças pessoais, algo cada vez mais necessário nesses tempos de instabilidade. O conteúdo ensina a elaborar o orçamento doméstico – com dicas de como priorizar pagamentos, dividir ganhos e despesas –, fazer o planejamento e construir uma reserva de emergência e concretizar ambições de curto, médio e longo prazos.

Cuidar das finanças do negócio desde o início é essencial

Como as micro, pequenas e médias empresas dependem mais do capital de giro do que as companhias de porte maior, é importante que os novos empreendedores façam um planejamento financeiro desde o início da operação do negócio. Estar pronto para encarar momentos de incerteza e ter algumas estratégias planejadas podem fazer a diferença na manutenção da receita. Para isso, os especialistas da Serasa

Experian dão algumas dicas:
– Expanda sua carteira de clientes e busque mercados que não haviam sido mapeados ainda;
– Utilize a tecnologia a seu favor, criando canais nas redes sociais e se cadastrando em aplicativos de entrega e outros sites de marketplace, que reúnem pequenos e médios lojistas de setores variados para novas vendas;
– Peça crédito com cautela, buscando sempre as menores taxas e prazos para o seu negócio;
– Busque desde já implementar outras ações que impactarão as vendas e a fidelização de clientes, como oferta de brindes e benefícios para aqueles que compram com periodicidade.

Em laboratório, antivirais contra Hepatite C conseguem conter Covid-19

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estudam aplicar um antiviral originalmente usado contra hepatite C no tratamento da Covid-19. Os testes, realizados em células in vitro mostram que a droga daclatasvir teve bons resultados ao inibir a replicação do novo coronavírus. A droga também reduziu a produção de substâncias inflamatórias associadas aos casos graves da doença.

No artigo científico que divulgou a descoberta, os pesquisadores ponderam que antivirais contra o vírus da hepatite C estão entre os mais seguros e por isso defendem a realização de ensaios clínicos. Contudo, defendem também cautela na liberação de medicamentos contra o novo coronavírus.

Tratamentos experimentais contra covid-19 ganham força no Brasil

“Estamos vivendo aquela figura de linguagem de ‘trocar o pneu do carro com carro em movimento’. O mundo só tem 5 meses de conhecimento sobre essa doença. Não tenho dúvida que a ciência vai entregar o melhor cronograma de antiviral, anti-inflamatório ou anticoagulante. Só que isso leva tempo. Como a gente ainda não tem essas respostas, o isolamento social e o uso de máscara é o recomendado”, orienta Thiago Moreno, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz (CDTS) e líder do estudo.

Os testes tanto com o daclatasvir como com outro antiviral usado contra hepatite C, o sofosbuvir, foram aplicados em três tipos de células, inclusive pulmonares humanas. As duas drogas agiram impedindo que o vírus replicasse seu material genético, contudo foi o daclatasvir que apresentou efeitos mais potentes. A substância foi até 4 vezes mais eficiente do que a cloroquina e também mais eficiente do que a combinação entre lopinavir e ritonavir, coquetel em fase de testes clínicos.

O infectologista Alberto Chebabo, do Laboratório Exame, comemora os resultados da pesquisa da Fiocruz, mas ressalta a importância da realização de testes em humanos: “É uma droga com atividade in vitro, como temos várias outras, mas que precisa ser comprovada. Temos muitas substancias que nos estudos em células isoladas certifica uma boa atuação, mas que na hora dos ensaios clínicos elas não se mostram eficazes”, explica.

Vacina

A Fiocruz também trabalha, em Minas Gerais, no desenvolvimento de uma possível vacina contra o novo coronavírus, que atualmente é testada em animais. A vacina sintética contém pequenas partes de proteínas do vírus Sars-CoV-2 capazes de induzir a produção de anticorpos específicos no processo de defesa do organismo.

Fonte: Brasil 61

Enem: aulas gratuitas sobre Química e Matemática são realizadas

Com o objetivo de ajudar as pessoas que farão a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Faculdade UNINASSAU Caruaru está realizando desde a semana passada o projeto “ENEM UNINASSAU Live”. A programação é gratuita, aberta ao público e acontece na conta do Instagram da uninassau.caruaru.

No dia 11, às 15h, acontece a aula sobre Química Geral, com o docente Ênio Bruce. Já no dia 16 de julho, duas lives serão realizadas. A primeira sobre a disciplina de Matemática, com o professor Francisco Nilson, a partir das 10h. A segunda abordará a disciplina de Geografia e será comandada pelo docente Eduardo Laime. Para fechar a semana, no dia 17 a temática será sobre a área de Educação Física, a partir das 17h, com o professor Bruno Basílio.

Segundo a diretora da Instituição, Asilane Belo, milhões de estudantes não deixaram de se preparar para o Enem. “Pensando nessa preparação, a UNINASSAU levará de maneira gratuita lives que abordarão diversas disciplinas, com professores da nossa instituição, intensificando esses momentos preparatórios para um dos maiores exames do ensino médio”, afirma.

A programação segue nos próximos meses, sempre com lives pelo Instagram da UNINASSAU Caruaru.

Caruaru: mais quatro mortes por Covid-19

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa, nesta quinta (09), que até o momento foram realizados 7.231 testes, dos quais 3.019 foram através do teste molecular e 4.212 do teste rápido, com 2.842 confirmações para a Covid-19, incluindo quatro óbitos no período de 2 de junho a 7 de julho, sendo eles: Homem, 73 anos, com comorbidades; mulher, 65 anos, sem comorbidades; homem, 74 anos, sem comorbidades e um homem, 71 anos, com comorbidades.

Em investigação estão 484 casos e já foram 3.905 descartados.

Também já foram registrados 13.603 casos de síndrome gripal, dos quais 1.863 foram orientados a ficar em isolamento domiciliar.

A secretaria informa ainda que 2.373 pacientes já foram recuperados do novo coronavírus.

Bares, restaurantes e academias reabrem em 20 de julho e futebol sem público retorna dia 19

O governo de Pernambuco vai liberar o atendimento presencial em bares, restaurantes e academias de ginástica no dia 20 de julho, no Plano de Convivência com a Covid-19. Os jogos profissionais de futebol, por sua vez, retornarão no dia 19, ainda sem torcida. As partidas ocorrerão na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, para evitar aglomerações nos clubes.

Apesar das reaberturas previstas, o governo decidiu não manter o avanço automático das etapas do plano de convivência no Grande Recife e no Sertão. A única região a avançar é o Agreste, já que Caruaru e Bezerros, que estavam em quarentena, reduziram os casos e, com isso, se igualam ao restante do estado no Plano de Convivência.

Os bares, restaurantes e academias que retornam as atividades, segundo o governo, terão horário reduzido, permanecendo fechados das 20h às 6h. A medida alcança os municípios da Região Metropolitana do Recife e da Zona da Mata.

“Não teremos avanço no Grande Recife e Sertão, por enquanto. Somente no Agreste, que vem apresentando uma melhoria mais expressiva nos indicadores e vão avançar para a fase 4. Prevemos, no dia 20, o avanço para a etapa 6, com abertura de serviços de alimentação e academias de ginástica”, declarou o secretário estadual de Saúde, André Longo.

O Plano de Convivência com a Covid-19 tem 11 etapas e leva em conta a relevância dos setores econômicos, mas, também, o risco de contaminação e aglomerações de pessoas. Em acordo firmado com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), ficou definido que as duas partidas finais do Campeonato Estadual serão realizadas na Arena de Pernambuco.

Segundo o secretário de Turismo de Pernambuco, Rodrigo Novaes, a decisão de transferir os jogos para a Arena de Pernambuco é um dos itens de uma série de protocolos definidos para o setor.

“Temos uma série de medidas e restrições e um protocolo bastante rígido para a retomada, isso inclui as equipes, profissionais de imprensa, etc. As rodadas acontecerão na Arena de Pernambuco, porque fica mais distante e não é sede de nenhum clube, evitando aglomerações”, declarou Novaes.

Interior

A partir da segunda-feira (13), municípios do Agreste, que estavam na etapa 2 do Plano de Convivência com a Covid-19, avançam para a etapa 4. O que permitirá o funcionamento das lojas de varejo de rua, os salões de beleza e estética, comércio de veículos, incluindo serviço de aluguel e vistoria, com 50% da carga, construção civil com 100% do efetivo e shopping centers com atendimento presencial.

As cidades do Sertão pernambucano permanecem nesta mesma fase. Os dados de saúde desses municípios, no momento, não permitem o avanço dessa região no plano, segundo o governo.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Bruno Schwambach, houve um retardamento do retorno de avanço do plano devido aos números da epidemia no estado.

“Esses estabelecimentos poderão funcionar com 50% da capacidade, para evitar contaminação. É muito importante saber que algumas atividades como essa precisam voltar, para dar emprego e renda às pessoas, mas devemos ter um olhar sobre os dados da saúde. Passamos por um pico alto, começamos a ter uma descida e uma estabilização dessa descida, por isso postergamos a etapa seis”, declarou.

Fonte: G1 PE

Caruaru Shopping ganha Livraria Leitura

Neste cenário de retração econômica devido à pandemia do novo coronavírus, o Caruaru Shopping surpreende a todos e, mesmo fechado, anuncia a maior rede de livrarias do país. Com mais de 80 lojas no Brasil, a Livraria Leitura ocupará uma área de 400 m² no Caruaru Shopping e será fundamental para atender os mais de 80 mil estudantes secundaristas e universitários, bem como professores e profissionais das mais diversas áreas.

Em meio à pandemia do novo coronavírus, que vem causando uma série de prejuízos nas mais diversas áreas da economia, a direção do Caruaru Shopping vem trabalhando intensamente para que, quando o empreendimento volte a funcionar, possa oferecer conforto, qualidade, segurança e muitas novidades ao público. E a Livraria Leitura chega para suprir uma enorme carência no mundo literário da Capital do Agreste.

“É, sem sombra de dúvidas, um presente para a cidade, que tem nomes renomados na literatura brasileira, como os escritores Álvaro Lins e José Condé, além do ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde”, comemorou o superintendente do Caruaru Shopping, Marcus Belarmino.

Ele ressaltou ainda a importância da chegada de grandes empreendimentos e marcas em um momento delicado na economia. “O Caruaru Shopping vem tomando uma série de medidas para amenizar os impactos da pandemia. A atração de novos empreendimentos está entre nossos principais focos no momento. Além da Livraria Leitura, teremos também outras novidades, como os restaurantes Água de Coco e Parmeggio, na Praça de Alimentação; a Constance, que utiliza um novo conceito de self shoes, em que os sapatos ficam separados em um closet com as numerações disponíveis, bem como novas lojas da FORUM, Colcci, Mundo Verde e Melissa, e o exclusivo projeto do Club Bunker, um local de 2.000 m² que abrigará desde academia de Crossfit até piscina semi-olímpica”, disse Belarmino.

“Atualmente, Caruaru tem uma vasta rede de empreendimentos na área da educação e a Livraria Leitura vem também para atender uma demanda intelectual muita necessária em nossa região, já que não existe uma livraria de grande porte no Interior”, completou o superintendente. A expectativa é que o empreendimento comece a funcionar logo no primeiro semestre de 2021.

O Caruaru Shopping está localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Nova plataforma de monitoramento da Covid-19 da PMC é fruto de parceria com o Reino Unido e UPE

Em tempos de pandemia, unir forças para trazer soluções para a população é o caminho seguido pela Prefeitura de Caruaru. Em um projeto em desenvolvimento pela Universidade de Pernambuco (UPE), através do SmartLabs (Laboratório de Engenharia de Software Avançada da UPE Caruaru), e financiado pelo Reino Unido, foi criada uma plataforma para concentrar dados para o monitoramento e acompanhamento dos pacientes que estão em investigação e casos confirmados da Covid-19, no município.

O financiamento britânico veio por intermédio do cônsul-geral do Reino Unido no Recife, Graham Lewis Tidey. “Este projeto, focado para a cidade de Caruaru, faz parte do compromisso do Reino Unido em ajudar a desenvolver cidades e estados pelo mundo. Ficamos muito felizes em poder fazer parte deste projeto”, comemora Graham. A Prefeitura de Caruaru não vai pagar nada pela ferramenta.

Para a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, receber esse tipo de ajuda vinda de tão longe é reforçar ainda mais o quão importante é a cidade. “Só temos a agradecer ao Reino Unido, através do seu cônsul-geral, e à UPE de Caruaru pelos esforços trazidos para a nossa gente. Nossa cidade merece, sim, uma atenção especial, pela sua importância histórica e econômica, por nosso povo guerreiro, que transforma lutas em glória. Juntos vamos sair de mais essa crise, cada vez mais fortalecidos”, ressalta Raquel.

A plataforma PATIO (Patient Tracking Intelligent Observer), que faz referência ao icônico Pátio do Forró da cidade, “é um projeto exclusivo, desenvolvido para Caruaru, por alunos e professores de Caruaru, para beneficiar a população de Caruaru”, informa Jorge Fonseca, professor da UPE, do curso de Sistemas de Informação e coordenador do SmsrtLabs.

O PATIO funciona da seguinte forma: quando o paciente tem seus dados cadastrados na ferramenta, a partir do detalhamento do caso apresentado, o programa vai classificá-lo de acordo com o seu grau de risco. “A plataforma possibilita um controle maior dos casos e, consequentemente, desafoga as equipes da secretaria, já que esse acompanhamento pode ser feito por várias equipes, como vigilância sanitária, médicos e unidades básicas de saúde, priorizando os casos mais graves”, explica Jorge.

A partir da ferramenta, é possível monitorar, através de gráficos, mapas e tabelas, todo cenário da pandemia na cidade. “O PATIO já está em execução, sendo alimentado pela Secretaria Municipal de Saúde com os dados dos pacientes, atuando diretamente no controle ao novo coronavírus na região”, finaliza Fonseca.

Governo promete redução de custo da folha para evitar derrubada de veto

Brasilia – O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o Secretário-geral da FIFA, Jerôme Valcke e o Governador do DF, Agnelo Queiroz, visitam a Fábrica Cultural(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação da desoneração da folha abriu novo cabo de guerra entre o governo e o Congresso. Para evitar a derrubada da decisão do presidente, o Planalto acena com uma proposta para diminuir o custo da folha de pagamento em troca da desoneração, hoje restrita a 17 setores.

“O governo quer virar essa página. Essas desonerações vêm desde o governo Dilma e de lá para cá se concluiu que não gerou emprego”, disse ao Congresso em Foco Premium o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE). A desoneração da folha de setores como construção civil e transportes vence em 31 de dezembro. A proposta aprovada pelo Congresso previa sua prorrogação até 31 de dezembro de 2021.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem se irritado com a demora do governo em enviar uma proposta de reforma tributária ao Congresso. A desoneração da folha é um dos itens que deveriam entrar na discussão. Também se incomodado com a tentativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de tentar transferir a responsabilidade pelo atraso na votação aos parlamentares.

O PSDB, que foi fiador da reforma tributária, rompeu com Guedes, após críticas de Guedes ao Plano Real e ao legado tucano. E já apelidou o economista como “o ministro da semana que vem”, devido às promessas não cumpridas. O ponto derrubado por Bolsonaro teve apoio do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO).

Seja pela discordância no mérito, seja pelos desencontros dentro do próprio governo, o clima hoje no Congresso é favorável à derrubada do veto. Rodrigo Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não gostaram da decisão de Bolsonaro e articulam a convocação de uma sessão do Congresso para apreciação do veto.

Vice-líder do PL na Câmara, o deputado Marcelo Ramos (AM) considera a posição do governo um grave equívoco. “Essa medida do governo coloca em risco o emprego de milhões de brasileiros no momento que o país tenta a retomada econômica. Vai reonerar o transporte, o que significa impacto na planilha de tarifa. Vai reonerar a construção civil, aumentando o custo da moradia”, declarou ao Congresso em Foco Premium. Ele ressalta que a pressão dos setores prejudicados será grande sobre o Congresso.

“Repercutiu mal inclusive no Centrão”, afirmou sob condição de anonimato um deputado que integra uma das siglas do bloco de centro e direita.

O governo tenta adiar a análise do veto para ganhar tempo para negociação. “Não tem urgência. Esses 17 setores estão desonerados até 31 de dezembro. Queremos fazer uma discussão mais aprofundada”, disse Fernando Bezerra.

O senador conta que a equipe econômica vai apresentar uma proposta para reduzir o custo da mão de obra para o empregador. Uma mudança que, segundo ele, não passará pela redução de direitos dos trabalhadores. “Ninguém quer tirar direito trabalhista. O governo quer favorecer o emprego formal para que as pessoas possam ter direito de se aposentar”, afirmou o líder governista.

O emedebista admite que o governo ainda não chegou a um entendimento sobre a forma de compensar as perdas na arrecadação. Guedes tem insistido na tese de que é necessário criar um imposto sobre transações financeiras, a exemplo da extinta CPMF. O Congresso, no entanto, já avisou que não aceita a proposta. “Claro que tem de compensar. Vai deixar de financiar determinados programas. Tem de ter compensações para ter uma carga neutra. Pode ser com a taxação de dividendos, com maior cobrança sobre os mais ricos. Temos de ver se vai avançar ou não o debate sobre tributação das grandes fortunas.”

Os relatores da proposta, embutida pela Câmara na medida provisória (MP 936/2020) que permitiu a redução da jornada e do salário e a suspensão de contratos de trabalho, divergem sobre o veto. Responsável pela inclusão do assunto na MP, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirma que o veto de Bolsonaro vai provocar demissões nos setores que mais empregam no país. “O presidente está desconectado do problema principal que é o desemprego. Isso demonstra uma insensibilidade”, criticou o relator.

Já o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que relatou o texto no Senado, acredita que o objetivo da MP foi alcançado. “O objetivo de salvar empresas e empregados foi alcançado. Estamos preservando dez milhões de empregos”, disse ao Congresso em Foco Premium. Vanderlan diz sentir da equipe econômica interesse em estender a desoneração para outros setores. O senador admite que a pressão para que isso ocorra é grande.

“Fui pressionado até pelo meu setor, que é de alimento e bebida não alcoólica. Alguns setores foram mais prejudicados do que os 17 e precisam de ajuda. A equipe econômica tem dado sinais de que busca fonte de recursos para abranger um programa maior. Isso pode ocorrer por medida provisória ou projeto de lei”, disse Vanderlan, que é empresário.

Mas a posição do senador do PSD não é referendada pelo líder de sua bancada, Otto Alencar (PSD-BA). De acordo com o líder, o presidente demonstra que não está alinhado com o que deseja a equipe econômica, pois deixou ser firmado no Congresso um acordo pela prorrogação da desoneração, mas teve que revertê-lo após pressão do Ministério da Economia. “Não está havendo uma sintonia do Ministério da Economia com o presidente da República. É lamentável, vamos ter que apreciar isso e derrubar”, afirmou.

Fonte: Congresso em Foco

Ala do MP quer abastecer SUS de cloroquina, droga descartada pela OMS

O uso de cloroquina, hidroxicloroquina e do vermífugo nitazoxanida para o tratamento contra a covid-19 tem sido defendido por membros de uma ala do Ministério Público autointitulada MP Pró-Sociedade. O grupo conservador advoga a favor dos medicamentos em reuniões com médicos, agentes públicos e também na Justiça.

Um dos argumentos do grupo, que já foi alvo de processo disciplinar do Conselho Nacional do Ministério Público por criticar publicamente as recomendações dadas pelo MP com relação à pandemia é que, mesmo com a orientação do Ministério da Saúde autorizando o uso de cloroquina em casos mais leves da doença, o medicamento não tem sido distribuído na rede pública.

Isso acontece porque apesar das pressões políticas e narrativas do governo, a cloroquina não foi formalmente incorporada como tratamento contra a covid-19. Então, os procuradores têm tentado garantir sua distribuição com ações judicias e articulação política.

De acordo com o médico e advogado sanitarista do Núcleo de Pesquisa e Direito Sanitário da USP, Daniel Dourado, embora haja essa orientação do Ministério da Saúde, não existe um protocolo sanitário para a administração do remédio.

“Não se pode incorporar um protocolo sem evidência científica de que o medicamento funciona. A nossa legislação deixa isso claro. Se o medicamento fosse incorporado ao SUS, obrigatoriamente passaria a ser usado. E por que não pode? A lei orgânica 8080 tem um dispositivo que foi incorporado em 2011, o artigo 19Q, que fala justamente que é preciso ter evidência científica para a incorporação de protocolo clínico e diretriz terapêutica. Neste caso, o benefício não supera o risco. Não faz sentido usar porque não temos ensaio clínico que aponta eficácia”, avalia.
Para Dourado, o Ministério da Saúde lançou uma espécie de “protocolo extraoficial”, causando dois problemas. “Induz os médicos a usar o medicamento, porque ele lê aquilo e pensa que se o Ministério da Saúde está orientando a usar cloroquina, deve usar, significa que resolve, mas acontece que não resolve. Outro problema é que cria um fato político para que as pessoas se sintam seguras. Tem tratamento então não precisa mais de isolamento. Acho que a intenção, no limite, foi essa. Dar uma sensação de segurança porque ‘agora já tem o remédio'”.

Além disso, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) e diferentes associações médicas e estudos científicos globais desencorajam a utilização dos medicamentos por não demonstrarem eficácia no combate à covid-19. A OMS anunciou no último sábado (4) a retirada da hidroxicloroquina e do lopivanir/ritonavir de seus testes científicos contra a covid-19. O medicamento já havia sido suspenso pela falta de resultados.

Fonte: Agência Brasil