Inadimplência das empresas sobe 0,5% no 1º trimestre, diz Boa Vista

A inadimplência das empresas em todo o país subiu 0,5% no 1º trimestre contra o trimestre anterior, expurgados os efeitos sazonais, de acordo com dados nacionais coletados pela Boa Vista. O indicador é um somatório dos principais mecanismos de apontamento de inadimplência empresarial, isto é, cheques devolvidos, títulos protestados e registros de débitos realizados na base do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

Na comparação acumulada em quatro trimestres, o indicador apontou desaceleração em seu ritmo de queda, passando de uma variação de -10,6% no 4T19 para uma de -8,3% no trimestre encerrado em março. Já na análise interanual, nos três primeiros meses de 2020 a variação foi de apenas -0,1% frente ao mesmo período do ano passado.

Os últimos resultados vinham indicando a continuidade da manutenção dos baixos níveis de inadimplência das empresas, que no início de 2017 começaram a registrar queda no acumulado em quatro trimestres. Em um primeiro momento, esse movimento se deveu, principalmente, à restrição de crédito por parte das concedentes, mas com a gradual melhora na economia, as empresas registraram aumento nas receitas, com inflação menor e juros em queda, fatores que colaboraram para a amenização dos índices de inadimplentes.

Agora, com as adversidades provocadas pela pandemia da Covid-19 na economia, espera-se que haja uma inversão no fluxo de inadimplência das empresas. A piora no desempenho econômico e o alto nível de incerteza entre os empresários durante a pandemia sugerem que o indicador apresente leve aumento no período mais agudo da crise.

A série histórica do indicador está disponível em:
http://www.boavistaservicos.com.br/economia/inadimplencia-das-empresas/

Artigo – A sobrevivência das micro e pequenas à crise

O Brasil (quase) parou. Em diversas cidades, estabelecimentos comerciais foram obrigados a fechar as portas, como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus. Uma medida exagerada na visão de muitos, mas avaliada como necessária pelas autoridades, seguindo inclusive exemplos de outros países. Isso somado à orientação de que as pessoas fiquem em casa tem reflexo direto na economia. Tempos difíceis estão à frente e é preciso se preparar para eles, principalmente no caso das micro e pequenas empresas.

Nesse momento em que poucas empresas permanecem realmente abertas de forma presencial, as que se viram obrigadas a fechar podem lançar mão de outros recursos para manter a atividade e, consequentemente, a entrada de capital. Isso é essencial também para manter toda uma cadeia produtiva ainda em movimento, mesmo com as paralisações. Antes de tudo, o mais importante é manter o máximo de colaboradores possível em home office, trabalhando em casa. Assim, evita-se, além da propagação do coronavírus, prejuízos futuros com o afastamento do funcionário com a doença. É preciso desenvolver um sistema de acompanhamento das demandas de cada um, para manter o ritmo, sempre motivando toda a equipe.

Para amenizar os efeitos econômicos da situação atual, é preciso antes de tudo estudar o seu próprio negócio e avaliar as possíveis alternativas. Faça dessa quarentena um período de avaliação, reflexão e possível crescimento. Pergunte-se sempre como é possível melhorar, continuar atuando, com as condições que são impostas – lembre-se: elas são temporárias e exigem um esforço extra. Produtos digitais não serão muito afetados; pelo contrário, esta é até uma oportunidade para divulgá-los ainda mais, aproveitando que as pessoas estão em casa e têm mais tempo de consumir na internet. Por falar em internet, ela será, durante a crise, a principal aliada de todo empreendedor. É possível usar os meios digitais para vender qualquer coisa, podendo ser entregue em casa. Além disso, o marketing digital se torna ainda mais valioso, pois raciona os investimentos e permite um alcance maior.

O momento é de reduzir custos – e aqui é importante saber diferenciar os custos dos investimentos. Em meio a toda essa situação preocupante, devemos aproveitar para repensarmos nossos empreendimentos. O que pode funcionar de maneira diferente, mais eficiente, rápida e que atenda o público melhor? A inovação deve ser a meta de todos, pois, com novos modelos de negócio, podemos nos diferenciar e até mesmo ter uma vantagem no futuro. Esse momento pode ser útil para identificar gaps e oportunidades para o empreendimento para, depois, retomar as atividades normais com outra mentalidade. É hora de se preparar para o que a crise do coronavírus ainda trará. Certamente não vai ser fácil, mas com planejamento e determinação, é possível atenuar os efeitos da depressão econômica.

Covid-19: Boletim do Hospital Mestre Vitalino

O Hospital Mestre Vitalino registrou mais 1 (um) paciente POSITIVO para o novo coronavírus (Covid – 19), totalizando até o momento 42 (quarenta e dois) pacientes com casos confirmados.

• 10 (dez) óbitos – quatro pacientes de Vitória de Santo Antão (37 anos, 49 anos, 42 anos e 53 anos), São Lourenço da Mata (58 anos), Custódia (55 anos), Arcoverde (35 anos), São Caetano (79 anos), Flores (82 anos), Sairé (43 anos);

• 03 (três) foram transferidos para uma unidade de saúde privada em Recife;

• 16 (dezesseis) receberam alta para isolamento domiciliar;

• 03 (três) deles estão internados na Clínica de Isolamento do HMV, das cidades de Caruaru (72 anos), Recife (70 anos), Jurema (67 anos)

• 10 (dez) deles estão internados na Unidade de Terapia Intensiva do HMV, das cidades de João Alfredo (44 anos), Bonito (37 anos), Chã de Alegria (23 anos), Vitória de Santo Antão (55 anos), Recife (78 anos), Custódia (42 anos), Vicência (54 anos), Santa Maria do Cambucá (64 anos), Pesqueira (72 anos), Lagoa do Carro (43 anos).

Iniciativa capacita mulheres empreendedoras gratuitamente para condução dos negócios durante pandemia

De acordo com o Sebrae, o Brasil conta com 24 milhões de empreendedoras. Uma parcela significativa delas empreende por necessidade, seja para aumentar a renda familiar ou pelo desemprego. Entre 2017 e 2019, o número de mulheres chefes de família subiu de 38% para 45%. Essas mulheres agora se deparam com um grande desafio: conduzir seus negócios em meio à pandemia do novo coronavírus. Na perspectiva de oferecer oportunidades para que esse público se reinvente, o MUDE – Mulheres Dinâmicas e Empreendedoras dá início a sua atuação online e promove, em parceria com o Sebrae, palestras e workshops gratuitos e online.

A primeira ação do projeto “MUDE com o Sebrae” terá como tema “Coragem e Conexão – Ingredientes para as transformações da mulher empreendedora em tempos de pandemia”. A designer de parcerias paraense Mayra Castro e a chef e consultora caruaruense Gi Nacarato irão mostrar na prática como estão se reinventando e servirão de inspiração para que outras mulheres possam pensar em estratégias e soluções para a sobrevivência de suas atividades. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do link: https://loja.pe.sebrae.com.br/loja/evento/10112745.

Mayra Castro é advogada e mestre em Direito Internacional e Europeu pela Universidade de Genebra, na Suíça. Fluente nos idiomas inglês, francês e espanhol, foi diretora e responsável pela criação do consulado científico da Suíça em São Paulo (Swissnex Brazil). Morou seis anos na Europa, em Genebra e Paris e tem mais de 10 anos de experiência em parcerias internacionais, tradução cultural, liderança de equipe e design de projetos. É palestrante TEDx e já foi jurada de competições de startups, tais como Angel Hack, Seed Stars World, Poli-USP.

Gi Nacarato foi criada em Caruaru e descobriu a cozinha profissional em uma viagem à São Paulo, em busca de inspiração para abertura de um negócio, após se formar em Administração. Em São Paulo, começou na cozinha do restaurante Kinoshita. Cursou gastronomia e passou por restaurantes como: La Mar, Dui, Astrid&Gaston, Malabar – esses dois últimos no Peru- e no Mocotó, em São Paulo, onde ficou por três anos como chef de eventos. Retornou a Pernambuco no final de 2015, onde é curadora do Festival Comida de Feira realizado em Caruaru nas três edições (2017, 2018 e 2019) e faz parte do Mesa Coletiva, formado por cozinheiros que buscam melhorar a vida de comunidades, utilizando a gastronomia e as tradições pernambucanas. Atualmente, presta consultoria de melhoria de processos e implementação de novas tecnologias para restaurantes em Recife.

Serviço
MUDE com o Sebrae
Palestra: Coragem e Conexão – Ingredientes para as transformações da mulher empreendedora em tempos de pandemia
Data: Quarta-feira, 06 de maio
Horário: 16h
Inscrições gratuitas: https://loja.pe.sebrae.com.br/loja/evento/10112745.

Pesquisadores opinam sobre realização de testes rápidos para a Covid-19 em farmácias

Com a autorização da Anvisa para que as farmácias possam fazer o teste rápido de identificação da Covid-19, muitas discussões já foram estabelecidas sobre a eficácia do procedimento e se esses estabelecimentos têm condições de realiza-lo. Isso porque esse tipo de testagem não tem finalidade comprobatória, sendo, assim, apenas auxiliares no diagnóstico, já que podem conceder resultados falso-negativos no estágio inicial da doença (considerando os sete primeiros dias). Pesquisadores da área têm orientado a população sobre qual a melhor maneira de obter um diagnóstico mais preciso da doença.

Em geral, esse tipo de exame, chamado sorológico, é feito em minutos e usam uma pequena amostra de sangue, buscando os anticorpos que podem combater o vírus. Para o Biomédico e professor da Asces-Unita, Fabrício Andrade, ele deve ser considerado como uma das etapas do diagnóstico. “Caso o resultado seja reagente, a conduta é que seja feito um exame mais específico, neste caso o molecular, para dizer se a reação foi causada pelo Coronavírus ou não”, frisa.

De acordo com a professora do curso de Farmácia da Asces-Unita, Ana Catarina Simonetti Monteiro, o laboratório de análises clínicas permanece sendo a melhor opção. “Recomendo que a população priorize os Laboratórios de Análises Clínicas para a realização do teste confirmatório baseado na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), tanto pelo fato da técnica ser mais específica, em decorrência da amplificação do material genômico viral, como pelo tipo de amostra que é utilizada, nesses estabelecimentos, como o soro ou plasma, que nos concedem resultados mais fidedignos”, explicou.

Ela destaca, porém, que alguns requisitos devem ser observados para as farmácias e drogarias realizem o teste rápido. “Em casos de não atendimento e/ou não suprimento da demanda vigente, por parte dos laboratórios de Análises Clínicas, a população pode ser atendida pelas Farmácias e Drogarias, desde que as mesmas possuam licença sanitária, autorização de funcionamento, sigam às Boas Práticas Farmacêuticas, e possuam um Profissional Farmacêutico habilitado para a realização dos testes rápidos. Esse farmacêutico habilitado deverá garantir o registro e a rastreabilidade dos resultados, para posterior sinalização às autoridades de saúde, assim como delimitar o fluxo de pessoal nas áreas de espera e de pagamento nas Farmácias, a fim de que aglomerações sejam evitadas”, frisou.

Transforma Caruaru já entregou cerca de 5 mil cestas básicas

O Transforma Caruaru, junto com a Rede de Solidariedade, está realizando, diariamente, uma série de ações para amenizar o sofrimento da população diante da pandemia do novo coronavírus. A campanha, iniciada no último dia 6 de abril, já entregou, até o último dia 3 de maio, cerca de 5 mil cestas básicas e mais de 3 mil kits de higiene pessoal e de limpeza para comunidades carentes e profissionais que estão sem trabalhar e, por tanto, sem renda para o sustento de suas famílias.

O público-alvo a ser beneficiado é escolhido pelo comitê gestor da Rede de Solidariedade, composto por representantes das instituições parceiras, a exemplo do Lions, Rotary, Acic, CDL, Sindloja, OAB, Diocese de Caruaru, Prefeitura Municipal de Caruaru, Câmara de Vereadores, Maçonaria, Igrejas evangélicas, centros espíritas, juris coworking, entre outros.

“Já toda a entrega é feita por voluntários cadastrados na plataforma transformacaruaru.com.br, bem como por representantes dessas instituições apoiadoras da campanha”, afirmou Christianny Magalhães, coordenadora do Transforma Caruaru. Entre os que já foram beneficiados com a ação, estão ambulantes e catadores de recicláveis, mototaxistas, toyoteiros, motoristas de vans, artistas e artesãos de Caruaru e taxistas.

De acordo com Christiane, vários parceiros estão sendo fundamentais para a arrecadação das cestas e dos kits de higiene pessoal e de limpeza, a exemplo da Viana e Moura (através do Transforma Brasil), do Instituto Brennand, da Ferreira Costa e Iacil. “A sociedade civil também vem contribuindo bastante com as doações, porém são muitas as pessoas necessitadas. Então a campanha não pode parar”, disse.

Doações

Para quem pretende ajudar, as doações podem ser deixadas em dois pontos de arrecadação: Prefeitura de Caruaru, na Praça Teotônio Vilela, s/nº, Bairro Nossa Senhora das Dores; e no Lions Internacional, localizado na Rua Suíça, n⁰ 100, Bairro Universitário.

Quem preferir também pode realizar depósito, de qualquer valor, na conta do Lions Caruaru, um dos apoiadores da ação: Banco do Brasil, Agência n⁰ 1421-4, Conta Corrente n⁰ 16355-4, CNPJ 10022291/0001-72.

Voluntariado

Quem desejar se tornar um voluntário, deve se cadastrar na plataforma Transforma Caruaru, na ação Transforma Solidariedade. O voluntariado nos une em torno de propósitos únicos, nos fortalece como cidadãos, como sociedade e país. É mudar lá fora e se transformar por dentro. “Todo mundo junto pelo bem de todo mundo”, finalizou Christianny Magalhães.

Caruaru conta, agora, com 76 casos confirmados de Covid-19, incluindo oito óbitos

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa, nesta segunda-feira (04), mais nove casos positivos, incluindo o resultado de um óbito, de Covid-19.

Pacientes:
– 26 anos, quadro de saúde estável e em isolamento domiciliar;
– 26 anos, quadro de saúde estável e em isolamento domiciliar;
– 29 anos, quadro de saúde estável e em isolamento domiciliar;
– 31 anos, quadro de saúde estável e em isolamento domiciliar;
– 37 anos, quadro de saúde estável e em isolamento domiciliar;
– 42 anos, com comorbidades e internado em um hospital da rede pública;
– 44 anos, quadro de saúde estável e em isolamento domiciliar;
– 51 anos, quadro de saúde estável e em isolamento domiciliar.

Óbito:
– Paciente de 48 anos, sem comorbidades.

Caruaru conta, agora, com 76 casos confirmados de Covid-19, incluindo oito óbitos.

Professores ganham podcast sobre educação pública

Com foco nos mais de 2,2 milhões de professores da Educação Básica brasileira, além de prefeitos e secretários de Educação, o Sistema de Ensino Aprende Brasil lança, no dia 13 de maio, o podcast PodAprender, com o objetivo de discutir assuntos que envolvem a educação, a aprendizagem e a rotina de quem vive essa realidade. Ao longo de 24 episódios, temas como as diferentes formas de aprender, os dilemas de lidar com várias gerações em um mesmo ambiente e tantos outros que fazem parte desse universo serão abordados por especialistas convidados das mais diversas áreas.

O episódio de estreia vai discutir “O que aprendemos (e ainda estamos aprendendo) com a pandemia” e conta com participação de Paulo Tomazinho, doutor em Educação, Google Innovator e consultor-chefe da Meta Aprendizagem; e Carlos Sanches, mestrando em Educação e ex-presidente da Undime Nacional. O bate-papo dura cerca de meia hora e aborda os desafios encontrados pelas escolas e famílias durante a pandemia do coronavírus; quais alternativas para levar o ensino aos alunos de todo país; e quais lições foram aprendidas e vão repercutir na Educação em um mundo pós-pandemia.

O projeto traz ainda quadros que mostram exemplos reais de escolas das redes municipais espalhadas pelo país e dicas práticas para quem quer ir além do conteúdo. Os programas são quinzenais e podem ser ouvidos no Spotify, Apple Podcasts, Deezer e nos principais
agregadores de podcasts disponíveis.

Sobre o Aprende Brasil

O Sistema de Ensino Aprende Brasil oferece às redes municipais de Educação uma série de recursos, entre eles: avaliações, sistema de monitoramento, ambiente virtual de aprendizagem, assessoria pedagógica e formação continuada aos professores, além de material didático integrado e diferenciado, que contribuem para o melhor aprendizado dos alunos da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental. Atualmente, o Aprende Brasil atende 266.000 alunos em mais de 200 municípios brasileiros. Saiba mais em http://sistemaaprendebrasil.com.br/.

Rolando Alexandre de Souza é o novo diretor da PF

Impedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de nomear Alexandre Ramagem para a diretoria geral da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta segunda-feira (4) o delegado Rolando Alexandre de Souza para o cargo. Visto como braço direito de Ramagem, Souza ocupava a posição de secretário de Gestão e Planejamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cargo que detinha a convite do colega diretor da Abin.

A nomeação vem cinco dias depois da decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de suspender a nomeação de Ramagem e vem dar um novo capítulo para a polêmica em torno da substituição de Mauricio Valeixo, que culminou na demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Valeixo tinha a confiança do ex-ministro e sua substituição foi vista como uma forma do presidente interferir em investigações sobre seus filhos. Essa versão foi negada pelo presidente, apesar dele ter assumido que queria receber informações privilegiadas sobre investigações. Ramagem, o indicado para herdar o cargo, é próximo da família de Bolsonaro.

Na semana passada, Bolsonaro havia dito que iria recorrer da decisão do STF de barrar a nomeação de Ramagem, o que acabou não se concretizando. Para Bolsonaro, Alexandre de Moraes tinha motivação política.

Em sua carreira na Polícia Federal, o novo diretor geral da instituição, Rolando Alexandre de Souza, também foi chefe do Serviço de Repressão a Desvio de Recursos Públicos e passou pela Divisão de Combate a Crimes Financeiros e pela superintendência em Rondônia.

Fonte: Agência da Rádio Mais

O impacto econômico e a necessidade de uma gestão de crise nas empresas

Todos já nos conscientizamos sobre os efeitos da pandemia no Brasil e no mundo. Enquanto médicos e cientistas correm contra o tempo para consolidar um tratamento mais efetivo contra a Covid-19, a população se resguarda em casa, para reduzir o contágio. Porém, esse cenário vem causando reflexos preocupantes na economia. É certo que enfrentaremos nos próximos meses uma recessão de grande escala. Segundo a previsão do governo federal, estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) para o ano, reduzirá drasticamente, e isso causará impacto nas empresas e em todos os setores.

No primeiro momento, a prioridade deve ser preservar as vidas. É o mínimo que deve ser feito. Porém, é preciso ter um equilíbrio na tomada de decisão, especialmente pela pressão nos líderes e governantes. É necessária uma análise técnica ponderada do cenário atual.
Do ponto de vista econômico, em 2019, o PIB do Brasil fechou em R$ 7,3 trilhões de acordo com o IBGE, e a arrecadação foi R$ 2,5 trilhões, conforme o Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo. Ou seja, o estado arrecadou cerca de 34,2% do PIB. Quando se tem uma previsão inicial de queda de PIB de 5% sobre o previsto, estamos falando de cerca de 365 bilhões. A arrecadação em cima desse valor seria de R$125 bilhões, mas na ausência dessa produção, não há arrecadação proporcional.

Sobre a saúde pública, segundo o portal da transparência, em 2019, o orçamento para a área foi de R$114 bilhões. Estima-se que o SUS abrange regiões do país que somadas possuem, aproximadamente, 150 milhões de pessoas beneficiadas. Segundo o jornal científico The Lancet, em 2018 morreram no Brasil 153 mil cidadãos por falta de estrutura relativa à saúde pública, e, entre esses, 51 mil faleceram por falta de acesso.

O sistema de saneamento básico também requer atenção. Em 2019, o orçamento para o setor foi de apenas um bilhão de reais. E, segundo o Ministério da Saúde, morreram nos últimos dez anos, 73 mil pessoas, uma média de 7,3 mil por ano. Conforme a Agencia Reguladora de Serviços de Abastecimento de Agua e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE-MG), esse número pode chegar a 15 mil. Isso em um cenário com o qual já estávamos acostumados. Com os avanços da pandemia, a estimativa de mortes, infelizmente, aumenta. E ainda, os investimentos serão menores.

Se a queda no PIB ficar em 5%, serão perdidos R$ 125 bilhões de arrecadação, mais do que o orçamento de um ano da saúde pública, que, com os recursos disponíveis, já não atende a todos com eficácia.

Esses números são apenas alguns exemplos de como devemos analisar a questão com um olhar mais abrangente e racional para que possamos agir com o equilíbrio que o momento requer.

Além de ter essa visão quanto as perspectivas do país, os empresários ainda precisam redobrar a atenção com relação a quatro pontos, que são fundamentais para o desenvolvimento das empresas: seus colaboradores, clientes, cadeia de suprimentos e finanças. Por isso, algumas medidas, são essenciais nesse cenário, como: criar comitês de crise especializados nessas temáticas, que serão responsáveis por elaborar planos de contingência e tomar medidas como: antecipação de férias, e redução das jornadas de trabalho mantendo forte comunicação com os colaboradores e sendo transparente; antecipação de possíveis rescisões de contratos, aproximação com os clientes; análise de produtos substitutos na cadeia de suprimentos; e outras ações focadas em redução de custos.

Além disso, direcionar uma equipe para apoiar o setor financeiro, fazendo análises criteriosas e detalhadas: custos operacionais devem ser reduzidos de acordo com a proporção das perdas em receitas; deve-se aproveitar pra fazer análise mais criteriosa se há falhas de produtividade ou eficiência operacional. Despesas administrativas como viagens, energia, água e vale-transporte devem ser naturalmente reduzidas, mas devem ser restringidos ainda gastos como aluguel, entregas e deslocamentos. É necessário rever o diferencial competitivo e revisitar o plano de marketing e vendas e avaliar se há necessidade de ajuste, na cartela de produtos ou serviços. Os canais de venda deverão ser direcionados para as plataformas digitais. É preciso analisar o que está prosperando para direcionamento do target. Outros investimentos com visão de longo prazo devem ser mantidos e cortados apenas alguns de menor impacto e de curto prazo.

Esse é um momento para manter o equilíbrio e a racionalidade, e para identificar oportunidades que possam recuperar e retomar a longevidade dos negócios.

Dino Bastos, presidente da Federaminas Jovem e CEO da Partners Comunicação Pro Business