Curta metragem gravado em Caruaru vence mostra nacional do Cinefest Votorantim

“O Balido Interno”, do diretor Eder Deó, foi eleito o Melhor Curta da Mostra Nacional do 11º Cinefest Votorantim, realizado entre os dias 18 a 30 de novembro. O curta ainda levou o prêmio de Melhor Roteiro Original. A produção, que tem como cenário a Feira de Raízes e Ervas Medicinais de Caruaru, concorreu com 26 curtas de todas as regiões do País na Mostra Pindorama (Nacional). Este ano, o festival recebeu um número recorde de 728 inscrições. Desde que foi lançado, em fevereiro deste ano, o segundo filme de Eder Deó foi selecionado para nove festivais de abrangência regional e nacional, entre eles, o 47º Festival de Cinema de Gramado.

“Quando ouvi meu nome ser chamado para receber o prêmio de Melhor Roteiro, demorou para cair a ficha. Saíram mais alguns prêmios, e aí o anúncio: o prêmio de Melhor Curta Nacional era de O Balido Interno. Apesar da ótima recepção do filme no festival e do feedback positivo de diretores, público e críticos que estavam lá, foi uma grande surpresa. Creio que o destaque veio porque o curta aborda temas atuais, mas de uma maneira fora da curva, usando uma linguagem metafórica e surpreendente no final”, afirma o diretor Eder Deó. O diretor não esconde a felicidade em trazer o prêmio para Caruaru. “É algo quase indescritível. Poder estimular pessoas a fazer cinema e seguir seus sonhos é o maior troféu”.

Eder Deó ainda destaca a importância desse reconhecimento para quem trabalha com o audiovisual na atualidade. “Quando eu era pequeno, sempre sonhei em fazer cinema. Nem astronauta, nem bombeiro, eu queria contar histórias. Mas pensava ser inalcançável. É importante estimular as pessoas a seguirem seus sonhos, por mais distantes que pareçam, ainda mais nesse período turbulento que nosso cinema atravessa. Quando recebo comentários nas redes sociais de pessoas que têm no meu trabalho um estímulo para suas produções, meu coração dispara de alegria”, finaliza.

Festivais – Além do 11º Cinefest Votorantim, “O Balido Interno” foi selecionado para o 47º Festival de Cinema de Gramado, 2º FestCine Pedra Azul, FestCimm, 12º Curta Taquary, 6º Festival de Cinema de Caruaru, 6º Cine Jardim, 2º Palmacine e 21ª Festival de Curtas de Pernambuco (Festcine). Os dois últimos acontecerão em dezembro: o primeiro do dia quatro ao dia sete; e o segundo no dia 11.

Sarampo – Boletim Epidemiológico

Até 23.11, foram notificados 1.119 casos de sarampo em Pernambuco, com 159 confirmações e 499 descartes. A maior parte dos municípios são oriundos da região da IV Gerência Regional de Saúde (Geres), no Agreste: Santa Cruz do Capibaribe (50), Taquaritinga do Norte (35), Caruaru (18), Vertentes (16), Toritama (16), Brejo da Madre de Deus (08), Gravatá (03), Frei Miguelinho (01) e Bezerros (01). Os demais são da I Geres, na Região Metropolitana do Recife (RMR): Recife (09), Jaboatão dos Guararapes (01) e Paulista (01).

A SES-PE reforça que as ações de vigilância epidemiológica (investigação dos casos e vacinação de bloqueio), além da assistência ao paciente, são iniciadas logo após a notificação do caso, ou seja, independente do resultado laboratorial. A medida busca evitar o agravamento do caso e a propagação da doença. As medidas são realizadas pelos municípios com o apoio das Geres e do Estado. Por fim, a Secretaria informa que tem recebido normalmente a vacina tríplice viral do Ministério da Saúde e feito a distribuição aos municípios.

VACINA: De janeiro a 02 de dezembro, foram aplicadas 709.107 doses da vacina tríplice viral em Pernambuco, um quantitativo 35% maior do que o mesmo período de 2018, com 524.202 doses. Além do sarampo, o imunizante protege conta a rubéola e caxumba.

Secretaria Estadual de Saúde – PE

Sesc apresenta em Caruaru peças de decoração natalina em feira de artesanato

As integrantes do Núcleo do Empreendedorismo da Terceira Idade do Sesc Caruaru entram no clima das festas de fim de ano e se inspiram no Natal para produzir peças de decoração que estarão expostas nos dias 4 e 5 de dezembro em uma feira de artesanato. A comercialização dos produtos será no hall de entrada do restaurante do Sesc, o Luiz Lua Gonzaga, localizado na Rua Rui Limeira Rosal, no bairro Petrópolis, das 12h às 18h. A entrada será gratuita.

Entre as peças estão garrafas decoradas, caixinhas para presentes, porta-joias e porta-trecos, árvores de Natal, bandejas, tábuas de carne. Todos foram produzidos com materiais recicláveis. “As empreendedoras utilizam caixas, latas, recipientes de vidros, retalhos de tecidos, papel, enfim, tudo o que iria para o lixo, mas que acaba se transformando em belas peças de decoração”, explica Conceição de Paulo, assistente social do Sesc Caruaru. Na feira, também serão comercializados artigos sem a temática do Natal.

Formado por doze pessoas, todas do Grupo de Idosos da Amizade do Sesc, o Núcleo do Empreendedorismo da Terceira Idade iniciou as atividades em 2010. Os integrantes se reúnem às segundas-feiras, na unidade, para traçar o planejamento de ações e desenvolver as peças. A renda é dividida entre eles, mas uma parte é utilizada para a compra de insumos como tintas, linhas, fitas e outros materiais. O grupo também recebe orientações sobre gerenciamento.

Grupo da Amizade – é o grupo de idosos em atividade mais antigo da cidade de Caruaru. Fundado há 29 anos, o Grupo da Amizade tem hoje 120 inscritos e se reúne todas as quartas-feiras, das 14h às 16h. São realizadas aulas de dança, canto coral, atividades de artesanato, palestras, orientações em saúde, festividades, tardes dançantes, passeios, empreendedorismo, entre outras ações.

Sesc – O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 21 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo, e o Centro de Produção Cultural e Negócios do Sesc, em Garanhuns. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br

Serviço – Feira de Artesanato do Núcleo de Empreendedorismo da 3ª Idade

Data: 4 e 5 de dezembro

Local: hall de entrada do Restaurante Luiz Lua Gonzaga do Sesc – Rua Rui Limeira Rosal, s/n, Petrópolis

Entrada gratuita

Informações: (81) 3721.3967

Porto Digital em Caruaru recebe sessões de cinema com acessibilidade comunicacional

O Armazém da Criatividade – unidade avançada do Porto Digital em Caruaru – recebe, nos dias 05 e 06/12, a Sessão Alumiar na Estrada, um projeto desenvolvido pela Fundação Joaquim Nabuco que exibirá clássicos do cinema nacional com acessibilidade em áudio-descrição, Libras e Closed Caption. O evento busca ampliar o acesso ao cinema dando a oportunidade para mais pessoas com deficiências sensoriais de outras mesorregiões do Estado de Pernambuco. As sessões são gratuitas e abertas a todos.

O projeto já exibiu filmes para quase 3.000 participantes no Recife e agora chega ao interior do Estado nas cidades de Caruaru (05 e 06), Garanhuns (10 e 11) e Arcoverde (12 e 13) com foco no cinema brasileiro.

Confira a programação:

• 05/12 – quinta-feira

14h = Filme: Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (2009)

• 06/12 – sexta-feira

9h = Masterclass: Acessibilidade Audiovisual

14h = Filme: O Auto da Compadecida (2000)

Serviço
Sessão Alumiar na Estrada
05 e 06 de dezembro às 14h no Armazém da Criatividade

Evento gratuito

Artigo – A Exclusão e o Pancadão

Uns anos atrás, escrevi um artigo sobre a repressão praticada pelos seguranças dentro dos shoppings centers em São Paulo, uma vez que não permitiam que grupos de jovens da periferia, que marcavam encontros chamados de “rolezinhos”, frequentassem os espaços dos shoppings.

O caso da invasão policial a um baile funk, do qual, segundo informações, participavam mais de 5.000 jovens, em virtude de uma perseguição dentro da comunidade de Paraisópolis, uma das maiores de São Paulo, com mais de 100.000 moradores, e que culminou com nove mortes numa verdadeira invasão policial tumultuada, denota o horror a que chegamos em termos de despreparo e impetuosidade policial em relação à população pobre deste país.

A grande verdade é que temos que olhar toda a situação de um ponto de vista que vai além do que realmente aconteceu, até porque ações policiais são necessárias em determinadas situações, mas é muito importante refletir não somente sobre o fato em si, que é, sim, de grande desproporcionalidade entre a atuação da polícia e o comportamento dos jovens pobres da periferia. O que vivenciamos hoje é a política do abandono total, na qual se nega qualquer chance de um futuro promissor aos jovens da periferia deste país, estigmatizados por viverem em uma comunidade, por serem negros, por serem pardos.

As vozes do planalto enaltecem a atuação militar, o desprezo pela desigualdade de oportunidades, o desemprego, a miséria e o superencarceramento em massa exatamente daqueles que são vítimas da falta do Estado no provimento do desenvolvimento do tecido social já tão desvalorizado, com 12,8 milhões de desempregados, 13,5 milhões de brasileiros ganhando menos que 145 reais e 12 milhões vivendo na extrema pobreza.

Para um jovem sem esperança, filho da miséria e do desemprego, viver numa comunidade é a única possibilidade, sendo que a grande maioria são famílias constituídas apenas pelas mães solteiras e seus filhos.

Nessa vertente desesperadora de exclusão, incluindo exemplos como os dos “rolezinhos” em shopping centers, já ficou provado que a única diversão para esses jovens são os chamados “pancadões”, embalados pelo funk.

A política do “ajuste fiscal”, da priorização do capital, da exclusão social que se agrava a cada dia, numa jangada perdida e sem rumo nos mares macroeconômicos, nos faz refletir sobre a deletéria influência das políticas socioeconômicas que passam pela liberalização de componente repressivo, como prisões abarrotadas e inspirações de cunho “excludentes de ilicitude”, levando ao excesso das ações policiais, reflexo puro e simples de uma política econômica inspirada na promoção da violência do Estado.

Para finalizar, poucos daqueles que apregoam a prisão em segunda instância se manifestam quando o problema é com o pobre, ou a periferia, estão, sim, cegos de vingança e sem emoção. Enquanto isso, jovens pobres morrem no chamado “pancadão”, sua única opção de diversão..

*Fernando Rizzolo é Advogado, Jornalista, mestre em Direitos Fundamentais

Via do bairro Vila Padre Inácio receberá serviços de manutenção

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Obras, informa que nesta terça-feira (3), equipes de manutenção realizarão os serviços de reparo no calçamento na Rua Rinaldo Manoel, Vila Padre Inácio.

A ação consiste na retirada do asfalto danificado, demolição das pedras e reposição das pedras no nível.

Os serviços terão duração durante toda a semana. Neste período, a via será interditada, sendo liberada na próxima sexta-feira (6).

Faturamento da indústria cresce 1,3%, aponta CNI

O faturamento da indústria brasileira cresceu 1,3% em outubro na comparação com setembro. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (2), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da pesquisa Indicadores Industriais.

O economista da CNI Marcelo Azevedo ressalta que este foi o quinto mês consecutivo de crescimento do indicador, que registra uma alta de 3,5% em relação a outubro do ano passado.

“Este aumento mais forte do faturamento em outubro e essa sequência que é muito importante para a recuperação do faturamento decorre de um ajuste importante que está acontecendo na indústria, que é o ajuste dos estoques. Os estoques estão sendo cada vez mais ajustados próximos ao planejado pela empresa, e, além disso, a gente vê uma melhora da demanda. Esse ajuste nos estoques com o aumento da demanda significa que a gente pode, nos próximos meses começar a ter outros números mais fortes, atividade que a gente já começou a sentir e começar a ter horas trabalhadas e até mesmo emprego crescendo nos próximos meses”, afirma.

De acordo com a pesquisa, as horas trabalhadas na produção tiveram pequena queda de 0,1% em outubro frente a setembro e estão 0,1% maiores do que a do mesmo mês do ano passado.

Senac tem seleção de emprego para cargo em Garanhuns

O Senac está com processo seletivo para a contratação de um profissional para ocupar o cargo de Assistente Administrativo – Vendas, na unidade de Garanhuns. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até o dia 8 de dezembro. Para participar, os interessados precisam ter Ensino Médio completo, experiência mínima comprovada de seis meses na área de vendas e habilidades nos programas Word e Excel, em nível básico. A carga horária de trabalho é de 44 horas semanais, de segunda a sábado, e o salário oferecido é de R$ 1.896,84, para o período de admissão, e de R$ 2.107,60, que será o salário inicial após a efetivação. Os currículos devem ser enviados para o e-mail rhsenac@pe.senac.br.

O assistente administrativo do setor de vendas tem como algumas atribuições planejar metas de prospecção e recepção de clientes; avaliar o perfil do cliente; dominar as técnicas de negociações; aprender a lidar com objeções e transformá-las em oportunidades de vendas; divulgar serviços e produtos; concretizar vendas e atualizar cadastro; acompanhar clientes no pós-venda, com visitas e outras ações; realizar pesquisas em tempo real; sugerir políticas de vendas; participar de eventos; elaborar relatórios e estatísticas; fidelizar clientes para resultados sustentáveis, entre outras ações.

O processo seletivo consiste em três fases eliminatórias: a primeira é a de inscrição na vaga. É a fase do envio do currículo e dos documentos que comprovam os requisitos do cargo (escolaridade, experiência e habilidades). Em seguida, é a de análise curricular. Por fim, haverá prova de conhecimentos, composta por dez questões de Língua Portuguesa, que terá seu conteúdo em conformidade com a escolaridade e as atribuições exigidas para o cargo. Outras informações estão disponíveis no edital no site www.pe.senac.br/trabalhe-conosco.

Serviço

Senac | Processo Seletivo para Assistente Administrativo – Vendas / Garanhuns

Prazo da inscrição: até 8 de dezembro

Informações: www.pe.senac.br ou pelo telefone (87) 3764.2703

Terceiro Encontro de Corais de Caruaru encanta público no Espaço Cultural Tancredo Neves

Iniciou neste domingo (01.12) a programação do ciclo natalino de Caruaru com o 3º Encontro de Corais no Espaço Cultural Tancredo Neves. Seis grupos se apresentaram na escadaria e encantaram o público com um repertório especial, marcando a abertura da programação do “Caruaru Terra Natal”, o calendário festivo do período que tem a direção musical do Maestro Mozart Vieira e segue até o dia 31 deste mês com a festa do Réveillon no Marco Zero da cidade. A Prefeitura de Caruaru está à frente das intervenções, através da Fundação de Cultura e Turismo (FCTC) e Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH).

O evento começou no final da tarde com a apresentação do Coral da AABB, seguida pelo Canthus Coral, da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O Coral Cantando a Vida, da SDSDH, se apresentou no início da noite, seguido pelo Coral Infantil do Centro Social São José do Monte, do Coral do Colégio Adventista de Caruaru, e encerrando, o Coral Madrigal. Cada apresentação foi pontuada com as coreografias dos bailarinos do Studio de Dança Marcos Mercury. O Maestro Mozart Vieira fez duas intervenções musicais entre as cantatas.

“É um ano que se encerra, e hoje a gente faz a abertura do ciclo de Natal que vem a cada ano se fortalecendo. A gente tem buscado enriquecer o nosso circuito cultural em Caruaru. Serão 30 dias de apresentações, eventos, que vai culminar no show do Réveillon, que é uma tradição na nossa cidade, com apresentações espalhadas por todos os lugares para celebrar junto com as famílias de Caruaru”, destacou a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra.

“Muito cultural, muito bom para Caruaru, belíssimo. Assistimos a beleza desses corais com as crianças e idosos. Foi emocionante, a prefeitura está de parabéns”, enfatizou Maria de Fátima Araújo de Melo, que se declarou encantada com o evento, assim como Maria Bernadete da Silva: “É maravilhoso, uma paz, uma harmonia que começa hoje em Caruaru. Que essa mensagem se estenda para o ano de 2020. Que sejam os 365 dias de Natal eterno no coração de todos”, enfatizou.

A programação segue até o dia 31 de dezembro com diversas ações culturais, que vão de espetáculos natalinos à apresentações musicais. Entre os destaques estão as “Caravanas da Cultura” que levarão o espetáculo “O Auto de Natal” para a Praça do Rosário (08.12), Casa Museu Mestre Vitalino (14.12), e para os residenciais Luiz Bezerra Torres e Alto do Moura, nos dias 27 e 28 de dezembro. A festa também vai subir o Monte Bom Jesus com os espetáculos “Brincantes do Boi Estrelado” (22.12) e “O Auto da Compadecida” (14.12), entre muitas outras intervenções que serão levadas para diversos locais do município.

Programação do Caruaru Terra Natal

. 01/12 (17h) – III Encontro De Corais De Caruaru. Local: Escadaria do Espaço Cultural Tancredo Neves

. 08/12 (17h) – Caravana Da Cultura – Espetáculo “O Auto De Natal”. Local: Praça Do Rosário

. 10/12 (19h) – Espetáculo do Ballet Municipal “A Noite Do Menino Deus”. Local: Centro De Convenções do Senac

. 13/12 (19h) – Show Musical de Arte Pra Lua. Local: Praça do Rosário

. 14/12 (18h) – Caravana da Cultura – Espetáculo “O Auto De Natal”. Local: Casa Museu Mestre Vitalino (Alto Do Moura)

. 15/12 (19h) – Musical De Natal. Local: Palácio Episcopal

. 16/12 (16h) – Revivendo “Quem-me-quer” Retreta Musical, Encontro de Pastoris e Feirinha de Economia Criativa. Local: No Marco Zero

. 22/12 (17h) – Caravana Da Cultura Espetáculo “Brincantes Do Boi Estrelado” – No Monte Bom Jesus.

. 24/12 (17) – Caravana Da Cultura O Auto Da Compadecida. Local: Monte Bom Jesus.

. 27/12 (18h) – Caravana Da Cultura Espetáculo “O Auto De Natal”. Local: Residencial Luiz Bezerra Torres.

. 28/12 (17h) – Caravana Da Cultura Espetáculo “O Alto De Natal”. Local: Residencial Alto do Moura.

. 31/12 (22h) – Réveillon. Local: Marco Zero

Foto: Arnaldo Felix

Polêmica. Cristovam faz inventário dos erros da esquerda e do centro que levaram Bolsonaro ao poder

Poucos parlamentares pagaram um preço tão alto por terem votado sim ao impeachment de Dilma Rousseff quanto Cristovam Buarque. Em 2016, ano do impeachment, ele estava no PPS (atual Cidadania), mas foi pelo PT de Dilma e Lula que se elegeu governador do Distrito Federal, em 1994, e senador pela primeira vez, em 2002. Um dos efeitos daquele voto foi ser carimbado como “golpista” pela esquerda petista e psolista. O que obviamente incluiu muitos professores e estudantes da Universidade de Brasília, instituição da qual foi reitor, é professor emérito e que até então havia sido uma das suas principais bases de apoio político. A rigor, o voto pelo impeachment guardava coerência com o tom crescentemente crítico das análises de Cristovam, mas o massacre a que foi submetido foi tal que ele recebeu formalmente solidariedade de outros senadores.

Outra consequência foi o fracasso na tentativa de se reeleger em 2018, pleito em que derrotá-lo nas urnas era uma das tarefas prioritárias de grande parte de uma militância petista que começou a afrontar Cristovam antes mesmo de ele anunciar o voto pró-impeachment. Tais questões, de caráter mais pessoal, não aparecem no livro Por que falhamos, que será lançado na quinta-feira (5) e ao qual o Congresso em Foco teve acesso em primeira mão. Ali, esse pernambucano de Recife, hoje com 75 anos, faz as vezes de analista e pensador. Propõe um polêmico inventário dos erros dos governos que se sucederam entre 1992 e 2018, isto é, de Itamar Franco a Michel Temer. Governos, vale lembrar, ligados a partidos (sobretudo, MDB, PT e PSDB) e personalidades de alguma maneira comprometidas com os ideais de democracia e justiça social da Constituição de 1988, aquela mesma que Jair Bolsonaro e vários dos seus seguidores não cansam de desdenhar.

Muito severo consigo mesmo e com os governos dos últimos 26 anos, Cristovam escreve que a pergunta a fazer não é por que o capitão venceu, mas sim por que todo o campo político dito democrático e progressista foi punido pelos eleitores. “Na verdade, ele não ganhou, nós perdemos, porque ficamos sem projetos que seduzissem os eleitores. Deixamos um país em crise e decadência, com a população descontente, milhões nas ruas contra nossa corrupção, incompetência e falta de inspiração para o futuro. Perdemos por nossos erros. Estamos errando de novo ao nos perguntarmos por que ele ganhou, quais foram seus acertos táticos, suas manipulações de slogans e fake news e não por que nós perdemos, quais foram nossos erros estratégicos”, escreve ele.

1 dez, 2019

Credenciais intelectuais não faltam a Cristovam, discorde-se ou não de suas reflexões. Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco, doutorou-se depois em Economia pela prestigiada Universidade de Sorbonne, em Paris. Além de governador, senador por dois mandatos e reitor da UnB, trabalhou durante seis anos no Banco Interamericano de Desenvolvimento e foi ministro da Educação de Lula, que o demitiu por telefone. Por que falhamos é o seu 27º livro. Lançado pela Tema Editorial, o livro será lançado inicialmente apenas em versão digital, e com uma novidade: a partir de quinta-feira (5) estará disponível gratuitamente no site da editora.

É livro denso, mas de meras 54 páginas, redigidas sempre na primeira pessoa do plural. O ex-senador se inclui entre os responsáveis pelos equívocos cometidos. Para Cristovam, a eleição de Bolsonaro sairá cara, dado o perfil do presidente eleito: “Não tinha programa nem partido e representava uma visão sectária e retrógada – posições que pareciam superadas desde a redemocratização –, além de não expressar qualquer experiência gerencial”. Mas o questionamento sobre os erros é a parte que lhe interessa e que explora. Numa referência indireta a Lula, um dos seus alvos é o “culto à personalidade”. Nas suas palavras: “A amarra aos líderes foi uma das principais causas de nossa derrota em 2018. Confundimos Estado com governo, governo com partido, partido com líder. Para proteger nossos líderes, subestimamos a corrupção diante da qual fomos omissos”.

Traremos um pouco de spoilers aqui listando os dez dos 24 erros apontados por Cristovam Buarque:

Legamos um país sem coesão e sem rumo

“Não nos unimos por um programa que fosse além da democracia e que servisse para orientar o Brasil em novo rumo civilizatório. No lugar de reunirmos forças para fazer um país progressista, preferimos nos dividir em partidos, siglas, sindicatos, corporações – cada um querendo parte do butim que a nova democracia ofereceu aos que apresentavam mais força eleitoral ou capacidade de pressão. (…) Passamos 26 anos fazendo oposição entre nós, uns aos outros. Somente depois de retirados do poder, ministros de diversas pastas nos governos Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer se reuniram para manifestar posições contrárias ao adversário que nos derrotou”.

Mantivemos o descompasso do Brasil com o progresso mundial

“Jogamos fora a chance de cortar as correntes que nos amarram ao passado como uma sina histórica. Fomos ‘democratizadores’, mantendo um país injusto, ineficiente e insustentável. Não estivemos à altura como promotores de uma nação progressista, eficiente, justa e sustentável. Desperdiçamos mais uma vez a chance de o Brasil ficar em sintonia com o futuro. (…) Nós tomamos o poder e durante 26 anos não entendemos a revolução em marcha no planeta”.

Passamos ao largo da utopia educacionista

“Continuamos a falar no velho e relegado direito à educação, sem ver e sem defender que a educação com qualidade é mais do que um direito individual, é o vetor do progresso da eficiência econômica e da justiça social. (…) Passamos ao largo da percepção de que a globalização da economia e das informações simultâneas, os limites ecológicos ao crescimento, a robótica e automação, além do esgotamento do desenvolvimentismo econômico e do socialismo real, levaram ao fracasso das utopias que nos orientavam. Não percebemos que já não é mais possível manipular a economia pela política, sem levar em conta a realidade da globalização e da ecologia, nem é possível impor uma igualdade plena de renda e salário. Uma nova utopia, que não fomos capazes de visualizar, precisa despolitizar a economia para que ela seja eficiente, subordinar a produção e o consumo às restrições ecológicas, tolerar a desigualdade dentro de parâmetros e oferecer a mesma chance para que todos possam ascender socialmente, conforme o próprio talento”.

Ficamos prisioneiros do populismo e do corporativismo

“Por falta de visão de uma utopia, caímos no corporativismo e no oportunismo, passando a organizar nossas bandeiras em busca de resultados eleitorais imediatos, mesmo que isso exigisse o aparelhamento e a tolerância com a corrupção na gestão da máquina do Estado e a irresponsabilidade nas contas públicas. Concentramos nossa função política em atender as reivindicações de sindicatos de categorias profissionais, os interesses e as propostas de segmentos identitários e de organizações não governamentais”.

Desprezamos o ‘espírito do tempo’

“Não vimos que a globalização, as comunicações instantâneas, globais e manipuláveis, e as novas tecnologias fizeram da terra um planeta dividido em um Primeiro Mundo Internacional dos Ricos, com basicamente as mesmas características de renda e consumo, atendimento médico e escolaridade. Até mesmo com as mesmas ideias e gostos estéticos, seja qual for o país geográfico do habitante. No outro lado, temos um Arquipélago Mundial de Pobres com padrões culturais sociais e econômicos diferenciados, solidários apenas pela escassez de bens e serviços essenciais que caracteriza suas vidas, também independente do país geográfico onde vivam. Cada país é cortado socialmente por uma cortina de exclusão, a Cortina de Ouro”.

Permitimos o domínio da corrupção

“Nosso erro mais visível para a opinião pública foi cair na corrupção, tanto no comportamento quanto nas prioridades. Abandonamos fins revolucionários e adotamos meios corruptos, trocando prioridades básicas, como escolas por estádios, para atender ao gosto imediatista e eleitoral da sociedade e também para receber propinas nessas construções”.

Estádio Mané Garrincha, em Brasília, custou, ao todo, R$ 1,403 bilhão aos cofres públicos

Repudiamos reformas

“Contentamo-nos com o salto democrático representado pela Constituição, que alguns de nós nem assinamos, mas não fizemos as reformas que dariam o salto progressista que a sociedade espera e carece. Não enfrentamos a necessária reforma do Estado. Ficamos sem fazer a reforma política, sem a qual o Estado brasileiro mantém seus desperdícios, seus privilégios, suas brechas corruptivas. Mantém também seu distanciamento em relação ao povo, seu sistema eleitoral manipulável e mercantil, sua promiscuidade entre poderes – juízes, políticos, empresários, líderes sindicais –, sua justiça ineficiente e protetora dos ricos. Estado gigante, corrupto, ineficiente.

(…) Mesmo as tímidas, mas positivas, reformas do ensino médio durante o governo Temer foram criticadas e enfrentadas por movimentos conservadores de parte de nossos militantes, sem qualquer justificativa progressista. Por acomodamento e submissão às corporações universitárias, oferecemos recursos financeiros, mas não nos propusemos a reformar as estruturas acadêmicas, sem o que a universidade brasileira não participará da construção da sociedade do conhecimento no século 21. A consequência é que até os grandes feitos educacionais, como o aumento no número de vagas no ensino superior e em cursos profissionalizantes, foram anulados por falta de avanços no número e na qualidade dos que terminam o ensino fundamental e o ensino médio.

(…) Apesar da positiva reforma da responsabilidade fiscal no segundo mandato de FHC, não enfrentamos a necessidade de fazer as reformas que garantiriam o equilíbrio das contas públicas, devastadas pelo descontrolado aumento do custo da máquina do Estado determinado pela Constituição”.

“Confundimos estatal com público e até hoje temos que explicar por que muitos de nós fomos contra a privatização nas telecomunicações, que permitiu a disseminação do direito a um telefone, antes um privilégio de pouquíssimos brasileiros ricos. (…) Ignoramos o fato de que a estatização não criou a oferta de serviços com qualidade que a sociedade precisava, especialmente para os pobres, nem implantou a infraestrutura econômica nas dimensões e eficiências desejadas. Assistimos passivamente ao Estado ser apropriado por empreiteiras, políticos, sindicatos e servidores que o usam para usufruírem poder e vantagens patrimonialistas. Há quase 100 anos o Brasil mantém custosas empresas estatais de saneamento, e mais da metade de nossa população continua a viver no meio de lixo, urina e fezes. Mesmo assim, resistimos à alternativa de usar empresas privadas para executarem e administrar projetos sanitários em nossas cidades, ainda que sob regulação pública”.

Ignoramos que justiça social depende de economia sólida “Os nossos governos Itamar, FHC e Lula fizeram esforços para assegurar uma economia eficiente, mas sofreram pressões desestabilizadoras de parte de nossos partidos e sindicatos, que mantinham a antiga visão de que os gastos públicos seriam o caminho para atender aos interesses dos trabalhadores do setor moderno e oferecer assistência aos pobres, mesmo que isso fosse feito às custas do endividamento público e privado. Aceitamos a ilusão de que o Tesouro Nacional seria como um chapéu de mágico, com disponibilidade ilimitada de recursos financeiros. (…) Por não entendermos a realidade, não fazermos as contas, não acreditarmos na aritmética ou simplesmente por oportunismo eleitoral, muitos de nós continuamos a cometer esses erros, agora na oposição.”

Obras paradas espalhadas pelo país inteiro impactam diretamente na vida da população

Adotamos o culto à personalidade

“A amarra aos líderes foi uma das principais causas de nossa derrota em 2018. A recusa da realidade e o culto à personalidade terminaram por aprisionar nossa linguagem, nossas análises, táticas e estratégias, sem metas e propostas para o longo prazo. Confundimos Estado com governo, governo com partido, partido com líder. Para proteger nossos líderes, subestimamos a corrupção diante da qual fomos omissos, sem acusar, julgar, punir nem ao menos criticar os responsáveis pela cobrança de propinas, depredação de estatais e de fundos de pensões. Não combatemos as prioridades equivocadas. Continuamos a defender que prisões de empresários aliados eram o resultado de manipulação política contra nós, os democratas-progressistas, ignorando que a Justiça julgou e prendeu dezenas de políticos e homens de negócio das mais diversas vertentes políticas.”

Fonte: Congresso em Foco