No Dia Mundial da Infância, 21 de março, a Laramara – Assossiação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual chama a atenção para a importância do estímulo às crianças cegas e com baixa visão em prol do desenvolvimento motoro e intelectual. Isso porque a infância é um período de aprendizagem, percepção do meio, descobertas sensoriais e desenvolvimento cognitivo, portanto é uma fase determinante para garantir que elas adquiram autonomia e independência.
Reconhecida por prêmios nacionais e internacionais, em 27 anos, a instituição é pioneira no país pela criação de mais de 100 brinquedos inclusivos como jogos adaptados; recursos pedagógicos incluindo o livro Brincar Para Todos, escrito pela presidente da ONG, Mara Siaulys; e por oferecer atendimento especializado gratuito às crianças, aos seus familiares, à escola e à comunidade em prol do desenvolvimento e da inclusão social.
As atividades da Laramara auxiliam o dia a dia de Ana Karolina Rodrigues da Costa, de 6 anos, que, com o estímulo do tato passa a ter maior sensibilidade e facilidade no aprendizado do Braille. “As dicas dos profissionais da Laramara influenciam no comportamento da Ana. Hoje em dia ela consegue se locomover de um espaço para o outro tranquilamente. Antes, ela não dava um passo sequer sem mim; hoje ela tem uma autoconfiança ímpar que lhe permite uma maior liberdade”, comenta Andreia Rodrigues de Novaes, dona de casa e mãe da Ana Karolina.
Para Adriano Carnellossi, o aprendizado adquirido durante as aulas na instituição é importante tanto para os pais quanto para a criança. “O Cauã tem baixa visão e o contato com crianças que possuem outros tipos de deficiência o ajudam a entender a situação como um todo. E nós, pais, aprendemos os caminhos viáveis e passamos por adaptações diárias.”, diz Adriano Carnellossi, empresário e pai de Cauã, de 5 anos.
Em 2018, a Laramara foi finalista do Prêmio Criança 2018, da Fundação Abrinq. O prêmio reconhece ações inovadoras voltadas à primeira infância em todo o Brasil. Dentre os 136 projetos, a instituição ficou entre as sete principais iniciativas. “A Laramara acolhe a criança e sua família, para oferecer atendimento educacional especializado em grupos específicos, como: baixa visão, Braille, soroban, orientação e mobilidade, atividades da vida autônoma e global. O grupo psicossocial recebe a família e em conjunto encontram um caminho a percorrer. Para os adolescentes, um novo formato aborda, em quatro módulos, atividades funcionais, educação tecnológica, histórias de escola e ser adolescente. Um atendimento versátil que visa instrumentalizar os jovens a estabelecerem um projeto para o futuro. O principal objetivo da Laramara consiste em oferecer todas as oportunidades para que a criança e o jovem alcancem autonomia e independência para concretizarem todos os seus sonhos.”, ressalta Maria da Graça França Corsi Monteiro, Pedagoga especializada em Deficiência Visual e Psicopedagogia.
Para participar dos projetos da ONG, basta realizar um cadastro no site www.laramara.org.br ou comparecer na sede Associação (rua Conselheiro Brotero, 338 – Barra Funda).
Sobre a Laramara:
A Laramara é uma das mais atuantes instituições especializadas em deficiência visual e um centro de referência na América Latina no desenvolvimento e na pesquisa na área da deficiência visual. Fundada em 1991, realiza atendimento especializado nas áreas socioassistencial e socioeducativa com ações complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e ao desenvolvimento das pessoas com deficiência visual e com deficiências associadas. As atividades são realizadas em grupos e os usuários dispõem ainda de atendimentos específicos de Atividades de Vida Autônoma, Braille, Soroban, Desenvolvimento da Eficiência Visual (Baixa Visão) e Orientação e Mobilidade. Disponibiliza recursos humanos para apoio à inclusão social, colabora para o aperfeiçoamento e a capacitação de profissionais e divulga suas experiências e aquisições para todo o Brasil, por meio de recursos instrucionais produzidos por sua equipe, como livros, manuais e DVDs. Laramara trouxe para o Brasil a fabricação da máquina braille e da bengala longa, indispensáveis para a educação e a autonomia da pessoa cega. Buscando a inclusão profissional de jovens e adultos com deficiência visual, ampliou seu projeto socioeducativo em 1996 realizando atendimento para essa população.