A cantora, compositora e flautista Maéve está produzindo o álbum “Volúpia”, um trabalho que mistura soul, frevo, brega e brazilian funk, trazendo letras que reafirmam o protagonismo das mulheres negras na música e resgatam a importância histórica dessas mulheres no frevo e em outros ritmos populares brasileiros. O álbum faz parte do projeto “Volúpia: Vozes Negras do Agreste”, financiado pela PNAB Pernambuco e viabilizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco e pelo Ministério da Cultura (Governo Federal). O lançamento oficial das músicas acontece no dia 13 de maio, seguido do show de estreia no dia 14 de maio, em Belo Jardim, cidade onde Maéve construiu grande parte de sua trajetória artística.
Um dos destaques do álbum, “Sai da Minha Frente”, que chegou ao público em 2024 gravada sem apoio financeiro, foi indicada ao Prêmio da Música de Pernambuco 2025 na categoria Videoclipe – Carnaval. O prêmio, um dos mais importantes da cena musical do estado, já consagrou grandes artistas pernambucanos e reforçou a relevância do trabalho da cantora na atual cena musical. Para Maéve, a escolha do frevo para essa música vai além da sonoridade vibrante e contagiante.
“Foi uma forma de resgatar o protagonismo feminino no ritmo e reafirmar que mulheres negras não pedem licença para existir, elas avançam, ocupam e transformam. “Sai da Minha Frente” carrega essa herança. É a voz e o corpo das mulheres negras em movimento, abrindo caminho, sem medo e sem pedir permissão”, destaca a artista. Além da já lançada “Sai da Minha Frente”, o álbum conta com quatro faixas inéditas: “Tocando no Raidin”, “Miudinho”, “Montanha Russa” e “Volúpia”.
Segundo a artista, mais do que um álbum, “Volúpia” é um manifesto sonoro que reafirma a força da música negra Agrestina. Maéve vem construindo esse movimento a partir do Agreste pernambucano, conectando ritmos periféricos a narrativas de resistência e pertencimento. “Sempre ouvimos sobre a música do Recife e do Sertão, mas o Agreste também tem um som, tem um pulso. É uma região de encruzilhada, de passagem e encontro, e a música que faço nasce desse lugar, das experiências de ser negra no Agreste, das influências que se misturam aqui”, explica.
Com 13 anos de carreira, Maéve se consolidou como uma das vozes expressivas da nova cena pernambucana. Nascida em Jaboatão dos Guararapes, passou boa parte da vida adulta no Agreste, onde construiu sua trajetória artística. Cantora, flautista, compositora, atriz e educadora musical, ela une tradição e contemporaneidade, destacando a potência da música negra e sua conexão com identidade e resistência. Acompanhe mais sobre o trabalho de Maéve em @negratinta_.