Governadora Raquel Lyra e Ministro Jader Filho entregam 265 casas populares em Caruaru

A Viana e Moura Construções, em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco, a Prefeitura de Caruaru, a Caixa Econômica Federal, o Governo Federal e a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), vai realizar, nesta quinta-feira (06), a partir das 15h, a entrega de 265 casas no condomínio Recanto das Laranjeiras, em Caruaru.

O empreendimento, financiado pelo Programa Minha Casa, Minha Vida e que conta com subsídios do Programa Morar Bem Pernambuco, irá beneficiar no total 500 famílias, que agora realizam o sonho da casa própria. O evento contará com a presença confirmada de diversas autoridades, entre elas o Ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho e a Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra.

De acordo com o diretor de vendas e incorporação imobiliária da construtora, Leonardo Queiroz, esse é o primeiro condomínio de casas populares entregue no município. O empreendimento, que abrigará cerca de 2 mil pessoas, conta com toda a infraestrutura de um condomínio para proporcionar maior conforto e bem-estar aos moradores, oferecendo guarita de segurança 24 horas, garagem, áreas de convivência e espaços de lazer, como quadras esportivas, churrasqueiras, piscina e salão de festas, além de locais voltadas para crianças, como playground e mini campos. 

“Acreditamos que a entrega do Recanto das Laranjeiras traz uma contribuição que vai além da moradia, pois esta realização, além de melhorar a qualidade de vida de muitas famílias, é importante para a cidade como um todo”, ressalta. Ainda como parte da infraestrutura, a Viana e Moura firmou um convênio de cooperação com a Compesa para a implantação de uma adutora de 400mm, com três quilômetros de extensão, que irá garantir o abastecimento de água para o condomínio e também para as áreas vizinhas, contemplando ainda a expansão do Aeroporto Oscar Laranjeiras. 

O investimento na obra é de R$ 3,3 milhões e, no momento da entrega das moradias, também haverá uma visita técnica para a vistoria dos serviços. “Essa parceria vem não só para beneficiar os mais de 2 mil moradores, mas também para ampliar a distribuição de água em todo o entorno do empreendimento, o que reforça ainda mais sua importância”, conclui o diretor.

Oferta de cursos práticos e gratuitos pode transformar a renda de potenciais empreendedores no período da folia

A oferta de qualificação profissional com foco no período carnavalesco segue em alta na Sala do Empreendedor de Olinda, onde uma parceria entre o Sebrae Pernambuco e a Prefeitura Municipal pretende capacitar 550 comerciantes e prestadores de serviços da cidade até o dia 14 de fevereiro. Ao longo desta semana, o espaço no bairro do Carmo recebe uma nova série de oficinas gratuitas especiais para quem quer fazer uma renda extra durante a folia momesca: preparação de drinques e bebidas, customização de vestuário, acessórios para Carnaval, marketing digital e presença online estão entre as opções, além das já oferecidas na primeira semana de atividades no local. 

Até esta quarta-feira (05), os interessados têm à disposição as capacitações sobre qualidade no atendimento ao turista, ao visitante e ao cliente e boas práticas de manipulação de alimentos. Na quinta-feira (06), além de uma abordagem sobre custos, despesas e preço de venda e outra sobre vantagens e benefícios da formalização como microempreendedor individual (MEI), será oferecida uma oficina de customização de vestuário. Nesta aula, além de aprender a transformar e personalizar peças de roupa, os participantes poderão entender o processo de criação e comercialização de produtos no mundo da moda. 

Já na sexta-feira (07), os inscritos têm acesso a uma oficina completa ensinando a preparar coquetéis e drinques. O conteúdo inclui desde técnicas básicas de mixologia até aspectos do mercado, passando pela conservação dos ingredientes, composição das bebidas e dicas para montagem e criação de drinques clássicos, releituras e autorais. 

No mesmo dia, ainda apostando na criatividade para o período dos festejos, acontece uma oficina prática de acessórios para Carnaval. Os participantes vão aprender técnicas simples e divertidas para confeccionar peças cheias de estilo e com a cara da folia pernambucana. Completando a oferta, tem uma qualificação sobre marketing digital e presença social trazendo os principais conceitos e orientações na área, ensinando ainda sobre construção de presença online, canais digitais, ferramentas e muito mais. 

Os cursos e mentorias organizados pelo Sebrae/PE serão oferecidos gratuitamente até o dia 14 de fevereiro, na Sala do Empreendedor de Olinda (Avenida Liberdade, 68, Carmo). As inscrições da ação Empreendedores do Carnaval de Olinda podem ser feitas online no link pe.loja.sebrae.com.br ou presencialmente no espaço onde ocorrem as aulas, de segunda a sexta, das 8h às 15h. Mais informações estão disponíveis no Instagram @saladoempreendedordeolinda.

Prefeito e vereadores destacam projetos e parcerias na primeira reunião ordinária da 19ª Legislatura

Na tarde desta segunda-feira (4), a Câmara Municipal de Caruaru realizou a primeira reunião ordinária da 19ª Legislatura, com a presença do prefeito Rodrigo Pinheiro e de seu secretariado. Durante a sessão, os vereadores usaram a tribuna destacando os desafios e compromissos para o novo ciclo legislativo.

O prefeito Rodrigo Pinheiro enfatizou a necessidade de uma gestão harmoniosa entre Executivo e Legislativo para avançar em iniciativas essenciais, como a ampliação da rede municipal de educação, investimentos na infraestrutura urbana e rural, e a valorização dos servidores. “Nos próximos dias, enviaremos projetos fundamentais para a cidade, incluindo o reajuste dos professores e o plano municipal de turismo, que será um marco para a economia local”, declarou.

Em concordância com o representante do Executivo, o presidente da casa, vereador Bruno Lambreta e o seu vice, o vereador Jorge Quintino reforçaram sobre o compromisso de legislar com responsabilidade, garantindo que as decisões tomadas reflitam o anseio popular. Já o vereador Ricardo Liberato defendeu a busca por emendas parlamentares e diálogo com todos os entes da federação, enquanto Fagner dos Animais apontou para as causas dos mais vulneráveis e a urgência de um hospital veterinário municipal.

Outro defensor da mesma causa, o vereador Anderson Correia afirmou que “quem luta pelos animais tem um olhar sensível para as pessoas, porque a compaixão e o cuidado devem ser valores centrais na política”. O parlamentar Renato Lyra, também lembrou a importância das políticas públicas que acolham os amigos de quatro patas e mencionou que em breve se afastará das atividades como edil para assumir a pasta Animal no município.

O clima de cooperação e reconhecimento de que ninguém faz nada sozinho foi identificado em todos os pronunciamentos dos que usaram a tribuna, como o vereador Júnior Letal que revelou: “Nunca sonhei em ser vereador, mas Deus me trouxe até aqui”, falando sobre sua trajetória no esporte e no comércio. O parlamentar Carlinhos da Ceaca discursou sobre a postura da gestão municipal: “Hoje temos um prefeito que respeita esta Casa, dialoga e trabalha junto aos vereadores,”disse.

O vereador Gil Bobinho reforçou essa perspectiva e enfatizou a importância dos colegas de partido que não foram eleitos, mas que ajudaram no coeficiente eleitoral para que eles hoje estivessem na Casa do Povo, representando a todos. Nesta mesma toada, seguiu a fala do edil Thiago Macaco e o vereador Delegado Lessa, afirmou ser indispensável uma escuta ativa: “Quanto mais ouvimos, mais acertamos. O presidente da Câmara, Bruno Lambreta, tem conduzido esse trabalho com maestria, garantindo unidade e respeito entre os parlamentares.”

Os desafios da segurança pública também foram debatidos, especialmente diante dos recentes episódios de violência no futebol pernambucano que repercutiu nacionalmente. O vereador João Neto, ressaltou a necessidade de medidas preventivas: “Os episódios de violência em eventos esportivos mostram a urgência de estratégias de inteligência para garantir a segurança da população.” Já o vereador Cabo Cardoso, líder do governo na Câmara, pontuou a importância de pensar no futuro da cidade: “Caruaru está crescendo rapidamente e precisa ser planejada para se tornar uma grande metrópole do Nordeste”.

Com um discurso marcante sobre sua trajetória de homem do campo, o vereador Raminho Xavier emocionou os presentes. Sua fala foi elogiada por vários colegas e inspirou outros debates acerca do olhar especial para as comunidades mais vulneráveis, especialmente os moradores da zona rural.
Edilson do MST que também representa os interesses da zona rural do município destacou: “Precisamos fortalecer a agricultura familiar e garantir que os trabalhadores do campo tenham condições dignas de produção e de vida.”

Modelo mais econômico de IA pode gerar oportunidades para o Brasil

Deepseek and Alibaba app icons are seen in this illustration taken on January 29, 2025. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
© REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/Proibida reprodução

Lançado há algumas semanas, o assistente virtual (chatbot) DeepSeek já é apontado por alguns especialistas como um marco na história do desenvolvimento da inteligência artificial (IA). O modelo chinês promete reduzir os custos de produção, treinamento e implantação de novos modelos de IA se comparados aos investimentos feitos por seus principais concorrentes, principalmente os estadunidenses, como o ChatGPT e o Gemini Ultra.

Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, o sucesso da startup chinesa ao apostar em um sistema menos dependente de infraestrutura de ponta, com uma arquitetura computacional mais econômica e, ainda assim, capaz de entregar resultados semelhantes ao dos concorrentes, pode transformar os parâmetros de desenvolvimento de sistemas de IA, desafiando a hegemonia das grandes empresas de tecnologia e gerando oportunidades para países em desenvolvimento. Incluindo o Brasil.

“O grande diferencial do DeepSeek é que, enquanto os modelos das empresas norte-americanas dependem de hardware avançado, de chips de última geração, os desenvolvedores chineses alcançaram resultados impressionantes usando equipamentos supostamente menos sofisticados, menos potentes. Graças ao desenvolvimento de algoritmos inovadores”, afirmou em entrevista à Agência Brasil o cientista de inteligência artificial Rodrigo Clemente Thom de Souza, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) .

“Essa abordagem quebra a hegemonia norte-americana e estimula outros países, como o Brasil, a utilizarem modelos como esse na forma de plataforma-base para, talvez, desenvolver soluções adaptadas a nossas próprias necessidades”, acrescentou Souza, destacando que o DeepSeek opera com código aberto. O que significa que desenvolvedores do mundo inteiro podem aprimorar seu código-fonte e criar versões ainda mais avançadas, ao contrário dos sistemas de código fechado, nos quais apenas os detentores dos direitos autorais conseguem acessar o conjunto de instruções usados pelos programadores para criar o software.

“Com os códigos proprietários protegidos, são necessários muito mais tempo e recursos para alguém alcançar um marco já estabelecido por terceiros. Já com o código aberto, esse marco se torna mais acessível, e outros atores podem participar do aprimoramento do que já foi apresentado. Para o Brasil, para os desenvolvedores brasileiros, essa pode ser uma oportunidade de trabalhar a partir de um patamar muito melhor, podendo correr atrás de desenvolver múltiplas plataformas que contemplem objetivos próprios, como, por exemplo, algoritmos treinados com mais dados em língua portuguesa ou com mais aspectos da realidade brasileira”, comentou Souza, assegurando que, além de colaborarem em projetos internacionais, muitos profissionais brasileiros participam ativamente de importantes pesquisas acadêmicas e do desenvolvimento de novos produtos.

“Há inúmeras oportunidades, mas o país tem que estar de olho nas mudanças que estão ocorrendo. E aproveitar o conhecimento disponível, mirando naquilo que acha que será estrategicamente vantajoso para nós, brasileiros. Precisamos de mais investimentos para desenvolvermos a parte de hardware, incluindo semicondutores, componentes eletrônicos e equipamentos computacionais, mas talvez essa questão não tenha tanto peso quanto acreditávamos, conforme a DeepSeek está apontando. Qualquer que seja o caso, quanto mais capacidade de hardware tivermos, mais preparados estaremos para os próximos passos. Então, as duas coisas têm que caminhar em conjunto, mas acredito que, neste momento, o ponto mais favorável ao Brasil é o desenvolvimento de software [programas]”, pontuou Souza.

 

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Assistente virtual DeepSeek R1 foi lançado em janeiro – Reuters/Dado Ruvic/Illustration/Proibida reprodução

Diretor do Departamento de Engenharia de Computação da Universidade de Taubaté (Unitau), Dawilmar Guimarães de Araújo concorda com a tese de que brasileiros podem se valer do código-fonte do DeepSeek para desenvolver plataformas de IA com foco em dados e necessidades locais, beneficiando o Brasil.

“Para mim, o fato [de a DeepSeek] abrir o código é bastante oportuno, pois alavanca a ideia de podermos criar outras [plataformas de] IA. Para isso, precisamos entender o ponto onde estamos e decidir para onde queremos ir. Nossas startups precisam de mais investimentos [públicos e privados]. E nossos governantes precisam entender a importância dos investimentos sérios em tecnologia. Capacidade [para termos nossa própria DeepSeek] eu acredito que nós temos. Basta seriedade nos investimentos”, afirmou Araújo.

Para o coordenador do MBA de Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, ainda não é possível afirmar que o código-aberto ditará o futuro do desenvolvimento da inteligência artificial. “Ainda tem muita coisa para acontecer antes que possamos ser taxativos nas análises”, ponderou Miceli, referindo-se ao fato de que, dias após lançar seu chatbot com enorme sucesso, o próprio DeepSeek apresentou uma versão melhorada do Janus, seu gerador de imagens com emprego de inteligência artificial. E a também chinesa AliBaba disponibilizou o Qwen 2.5, seu modelo de IA, que a companhia afirma ser superior a todos os outros assistentes digitais disponíveis no mercado.

“Todas as expectativas, de repente, foram redesenhadas. Aparentemente, não vamos precisar de tanta energia, de tantos recursos computacionais e de tanto dinheiro quanto imaginávamos. Com isso, outras empresas, de diferentes segmentos, devem lançar suas próprias soluções de IA, específicas para determinados fins. E as próprias big techs [estadunidenses] vão acabar estudando o [código do] DeepSeek e, em alguma instância, replicando parte do que os desenvolvedores chineses conseguiram fazer. Ou seja, acredito que teremos uma estrutura de funcionamento de IA diferente da que imaginávamos. E que, se a DeepSeek começar a ganhar muito volume, o governo dos Estados Unidos intervirá nesse jogo. Afinal, o desenvolvimento da IA é algo maior do que a competição entre organizações. É uma questão geopolítica”, concluiu Miceli.

Em entrevista à CNN, no último dia 30, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, comentou o assunto, assegurando que o Brasil planeja desenvolver seus próprios modelos de inteligência artificial a fim de promover bem-estar social e melhorar serviços públicos.

“O aspecto mais importante dessa nova tecnologia [DeepSeek R1] é mostrar que o volume de recursos necessários para competir em IA não é inalcançável para países como o nosso”, disse a ministra.

Em nota, o ministério destacou que o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), lançado em agosto de 2024, durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê um investimento da ordem de R$ 23 bilhões até 2028 para “consolidar o Brasil como um ator relevante no cenário global de IA”, especialmente no setor público.

Uma das iniciativas-chave para impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento em IA no Brasil é a estruturação do Instituto de Inteligência Artificial do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), ao qual caberá identificar as necessidades dos pesquisadores e da comunidade científica na área de inteligência artificial, além de organizar eventos, treinamentos e facilitar a participação do Brasil em iniciativas internacionais.

O PBIA também prevê a expansão do supercomputador Santos Dumont, do LNCC. A expectativa, segundo a pasta, é que o aparelho se torne um dos cinco maiores do mundo, promovendo o desenvolvimento de um modelo de linguagem próprio em português (LLM).

“Com o PBIA e a adoção de IA em diversas áreas, o Brasil vai demonstrar que está pronto para enfrentar os desafios globais e garantir que a inteligência artificial seja uma aliada no desenvolvimento do país. O governo brasileiro busca modernizar serviços públicos, promover inclusão social, combater desigualdades e preservar empregos. A IA, nesse contexto, não é apenas uma ferramenta tecnológica, mas um meio de transformação social e econômica, sempre com foco no bem-estar da população”, sustenta o ministério, na nota.

*Colaborou Vitor Abdala.

DeepSeek pode mudar rumo da corrida global por IA, dizem especialistas

Deepseek logo is seen in this illustration taken, January 27, 2025. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
© REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/Proibida reprodução

Nos últimos anos, os Estados Unidos lideraram a corrida global pelo desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA). Entre 2018 e 2023, vultosos investimentos públicos e privados permitiram que o país ocupasse o topo do ranking criado por especialistas da Universidade Stanford para medir os esforços de um grupo de nações para criar ou aprimorar soluções que permitam às máquinas realizar tarefas cada vez mais sofisticadas – seja na forma de um assistente digital capaz de interagir com o usuário, respondendo a comandos de voz e texto, seja na forma de ferramentas de busca mais precisas.

Conforme o mais recente relatório da Universidade Stanford, publicado no ano passado, de todos os “modelos notáveis” de IA lançados ao longo de 2023,  61 resultaram dos esforços de instituições e desenvolvedores sediados nos EUA, superando os 21 modelos apresentados pela União Europeia e os 15 da China. Dos 36 países avaliados na ocasião, o Brasil terminou na 34ª posição, à frente da Nova Zelândia e da África do Sul.

Seguindo o exemplo estadunidense, outros países decidiram investir grandes somas em dinheiro na pesquisa em IA. Principalmente a China e algumas outras nações asiáticas (Japão, Índia, Malásia e Coreia do Sul), que, rapidamente, transformaram-se em uma força motriz que ajudou a impulsionar o crescente número de novas patentes registradas em todo o mundo. E consolidando a crença em que, para ter sucesso nesse setor, seria preciso cada vez mais dinheiro para custear estruturas computacionais cada vez mais sofisticadas.

De acordo com o relatório da Universidade Stanford, em 2023, “os custos de treinamento de modelos de IA de última geração atingiram níveis sem precedentes”, com os 36 países analisados investindo em torno de US$ 25,2 bilhões no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial. Só a Google gastou cerca de US$ 191 milhões para alimentar ao seu Gemini Ultra com as informações computacionais necessárias para habilitá-lo a aprender a identificar padrões e criar conexões por si só. Já a OpenAI gastou cerca de US$ 78 milhões para “treinar” o GPT-4.

“Ao longo dos últimos anos, na medida em que os algoritmos e as soluções de inteligência artificial foram avançando, o mercado se preparou para funcionar com uma determinada estrutura de custos de processamento [de dados] e de equipamentos”, explicou o coordenador do MBA de Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, à Agência Brasil.

Toda esta “estrutura” sofreu um abalo em 20 de janeiro deste ano, quando a startup chinesa DeepSeek apresentou ao mundo seu assistente virtual (chatbot) DeepSeek R1. Modelo que, segundo a própria empresa e especialistas, combina custos de produção significativamente menores que os dos concorrentes e soluções computacionais eficientes, capazes de entregar, gratuitamente, resultados parecidos e, em alguns aspectos, superiores aos de outros assistentes de ponta, pagos.

De acordo com a própria DeepSeek, seus desenvolvedores obtiveram resultados semelhantes aos dos concorrentes gastando em torno de US$ 6 milhões, ou o equivalente a aproximadamente R$ 35 milhões. Além disso, ao contrário das grandes empresas de tecnologia (bigtechs), a DeepSeek decidiu disponibilizar o acesso ao chamado código-fonte do R1, permitindo a qualquer interessado conhecer o conjunto de instruções usado para criar o programa.

“O aspecto mais importante dessa nova tecnologia é mostrar que o volume de recursos necessários para competir em IA não é inalcançável para países como o nosso”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, em entrevista à CNN, no último dia 30.

Ilustração de logo da DeepSeek
27/01/2025
REUTERS/Dado Ruvic

Assistente virtual DeepSeek R1 foi lançado em janeiro – Reuters/Dado Ruvic

 

Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a real dimensão do feito da startup ainda é incerta, principalmente quanto ao investimento feito, já que o valor anunciado pela DeepSeek parece não levar em conta os investimentos prévios que o governo chinês fez a fim de dotar o país da estrutura necessária ao desenvolvimento de múltiplas plataformas de IA. Ainda assim, segundo esses mesmos especialistas, os resultados já conhecidos sinalizam que a DeepSeek desafia a hegemonia das gigantes estadunidenses e pode ajudar o mercado a redefinir os parâmetros da corrida global pelo desenvolvimento da IA. Tanto que, ao tornar-se um dos assistentes virtuais gratuitos mais baixados das lojas online, o R1 abalou o Vale do Silício, causando uma queda nas ações das empresas de tecnologia.

“A grande diferença entre o DeepSeek e o que tínhamos até então é a característica do ambiente necessário para o sistema funcionar. Aparentemente, ele vai fazer praticamente a mesma coisa que o ChatGPT, que, hoje, é a ferramenta mais usada, com uma estrutura de processamento mais simples, que consome entre 15% e 20% da quantidade de recursos computacionais necessários. Isso mexe em toda a estrutura que vinha se desenhando longo dos últimos anos. Por exemplo, podemos não precisar mais de tanta energia elétrica quanto imaginávamos que seria necessário para rodar programas sofisticados de inteligência artificial”, acrescentou André Miceli.

Disruptivo

“Este é um momento transformador”, afirmou o cientista de inteligência artificial Rodrigo Clemente Thom de Souza, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

“Diziam que a China estava muito atrás dos EUA na corrida pela inteligência artificial. Isso se mostrou uma falácia. Segundo ponto: até onde se sabe, o DeepSeek foi desenvolvido com um investimento absurdamente menor que o dos assistentes de IA norte-americanos – o que, por si só, já torna o efeito impressionante, um feito histórico”, destacou o pesquisador.

“Outros dois pontos muito importantes: o DeepSeek é gratuito, e o modelo disponibilizado é feito em código aberto, o que significa que desenvolvedores do mundo inteiro podem aprimorar seu código-fonte e criar versões ainda mais avançadas a partir do modelo inicial”, destacou Souza, garantindo que a arquitetura do sistema computacional do DeepSeek, ou seja, a forma como o conjunto de instruções básicas necessárias para que o sistema funcione, “já está sendo comparada a trabalhos acadêmicos disruptivos para o campo da IA”.

“O grande diferencial do DeepSeek é que, enquanto os modelos das empresas norte-americanas dependem de hardware avançado, de chips de última geração, os desenvolvedores chineses alcançaram resultados impressionantes usando equipamentos supostamente menos sofisticados, menos potentes. Graças ao desenvolvimento de algoritmos inovadores”, acrescentou Souza, frisando que os resultados obtidos pela DeepSeek podem desestimular investidores a seguirem destinando cifras muito superiores para outros projetos e empresas. Ainda que, para chegar a um modelo de US$ 6 milhões, a DeepSeek tenha se beneficiado de investimentos bilionários que o Estado chinês fez na indústria de base ao longo dos últimos anos.

Diretor do Departamento de Engenharia de Computação da Universidade de Taubaté (Unitau), Dawilmar Guimarães de Araújo acredita que o sucesso do DeepSeek gerará reações das concorrentes, que tendem a ajustar seus modelos de negócios para tentar reduzir custos, o que pode ajudar a democratizar o desenvolvimento de tecnologias baseadas em inteligência artificial. Ele também destaca o fato de a startup chinesa ter disponibilizado o acesso dos interessados ao código fonte do produto, embora sugira que ainda é preciso esperar pelo desenrolar da disputa comercial. “Aguardemos para ver o que a DeepSeek fará com os próximos modelos.”

MinC repudia cerimonial do Grammy por episódio com Milton Nascimento

O Ministério da Cultura (MinC) publicou nesta terça-feira (4) uma nota manifestando “repúdio” à decisão do cerimonial da premiação do Grammy 2025 de posicionar o cantor e compositor Milton Nascimento “em um local incompatível com sua trajetória, prestígio internacional e necessidades físicas.”

Para o ministério, a atitude “demonstra falta de sensibilidade e respeito a um dos maiores nomes da música brasileira”.

Antes do Minc, Milton havia se pronunciado a respeito do episódio em suas contas nas redes sociais. Ele esclareceu que não foi “barrado”, mas que optou por se ausentar do evento quando constatou, um dia antes, que o Grammy havia indicado “um lugar na arquibancada” e não “nas mesas – entre os artistas principais ali presentes” e ao lado da cantora e baixista Esperanza Spalding, com quem divide o disco “Milton + esperanza”, lançado em agosto do ano passado e indicado à premiação.

O artista brasileiro ainda agradeceu o apoio, carinho e preocupação das pessoas que manifestaram indignação com a decisão da cerimônia do Grammy, ocorrida no domingo (2), em Los Angeles (EUA).

Também nas redes sociais, Esperanza Spalding publicou imagem sua sentada nas mesas principais da premiação com cartaz com foto de Milton afirmando que ele “deveria estar sentado ali” e que a não destinação do lugar “não pareceu certa.”

O disco de Esperanza e Milton concorria a melhor álbum de jazz vocal. O prêmio, no entanto, foi concedido a cantora e compositora estadunidense Samara Joy McLendon, pelo disco “A joyful holiday”

Mílton Nascimento tem 82 anos de idade, lançou 34 álbuns e recebeu diversas premiações nacionais e estrangeiras, incluindo cinco prêmios Grammy.

STF condena homem que furtou réplica da Constituição em 8 de janeiro

RETROSPECTIVA_2023 - Atos golpistas de 8 de janeiro. - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
© Joédson Alves/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a 17 anos de prisão o homem que furtou uma réplica da Constituição de 1988 durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A decisão foi tomada nesta terça-feira (4) durante sessão do plenário virtual da Corte.

Marcelo Fernandes Lima está preso desde 2023 e foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

Além de cumprir a pena em regime inicial fechado, o acusado terá que pagar R$ 30 milhões de forma solidária com outros condenados pelo 8 de janeiro pelos prejuízos causados.

A cópia da Constituição estava na entrada do plenário do STF, local mais afetado pela depredação durante os atos golpistas, e foi devolvida pelo acusado.

Durante o processo criminal, a defesa de Marcelo Fernandes negou que ele tenha usado violência ou grave ameaça.

Um terço dos aprovados no CNU são pessoas negras, indígenas e PCD

Cursinho preparatório para o vestibular da Universidade de São Paulo - USP Leste.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/Arquivo

Os primeiros dados de perfis de candidatos e candidatas aprovados no Concurso Público Nacional Unificado (CNU) mostram que cerca de um terço são pessoas negras, indígenas e pessoas com deficiência (PCD).

O certame também registra brasileiros aprovados em todos os 26 estados, mais o Distrito Federal para as 6.640 vagas disponibilizadas em 21 órgãos da administração pública federal.

As informações foram divulgadas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) na tarde desta terça-feira (4), após os resultados individuais de todos os candidatos terem sido disponibilizados na manhã desta terça-feira..

Para a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, o compromisso do primeiro CNU ser democrático e inclusivo foi cumprido. “A lógica da democratização, de ter mais diversidade no serviço público, conseguir ter servidores públicos com a cara do Brasil. Esse era o nosso grande objetivo com esse concurso e conseguimos cumprir.”

Em entrevista coletiva, Esther Dweck, adiantou que, em breve, o MGI anunciará a segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado.

Ações afirmativas

O MGI destacou que o CNU trará diversidade ao serviço público pelo perfil dos aprovados. Os dados mostram que as pessoas autodeclaradas negras foram 18,8% e, agora, são 24,5% dos aprovados.

Os candidatos autodeclarados indígenas eram 0,46% dos inscritos no CNU e chegaram a 2,29% dos aprovados.

Já as pessoas com deficiência somaram 2,06% das inscrições confirmadas e os aprovados com este perfil alcançaram 6,79% do total.

A ministra reforçou a importância das ações afirmativas e de inclusão também a partir dos concursos públicos para a transformação do estado brasileiro. Esther Dweck evidenciou que houve aprovação para todas as vagas disponíveis para cotas afirmativas. “A cota já nos dá um piso [mínimo de vagas], o que é muito importante. Mas fomos além disso, inclusive em comparação a proporção de inscritos, sem contar o cadastro de reserva, que tem uma proporção importante.”

Gênero

Quando considerados os dados de gênero dos candidatos aprovados, 63% são do gênero masculino e de 37% são mulheres. Apesar do desequilíbrio nos gêneros dos aprovados, a ministra Dueck destaca que, se comparado a outros concursos, o CNU registrou maior número de mulheres aprovadas que outros certames.

A ministra do MGI lembrou, ainda, que mesmo que o percentual de inscritos no processo seletivo tenha sido maior entre as mulheres, as candidatas também representaram a maior taxa de não comparecimento no dia da prova, em 18 de agosto.

A gestora explica que na divisão dos blocos temáticos, no entanto, o bloco 5, composto de carreiras públicas relacionadas à educação, saúde, desenvolvimento social e direitos humanos, as mulheres equivalem a 60,3% das vagas e os homens, 39,7%.

Na outra ponta, o bloco 2, de tecnologia, dados e informação, os aprovados são, em sua maioria, do sexo masculino (91,6%).

De acordo com a ministra, este é um reflexo da realidade da sociedade brasileira. “Há uma baixa participação de mulheres nestas áreas, assim como nas áreas dos setores econômicos de regulação que, historicamente, também, é baixa a participação de mulheres, seja nos cursos de graduação, seja, também, no mercado de trabalho. Isso se refletiu aqui [no concurso] também”, realçou a ministra.

Localidades

Os aprovados no chamado Enem dos Concursos são de 908 municípios brasileiros. A ministra comemorou a decisão tomada no momento de elaboração desta primeira edição do CNU de interiorizar o concurso, a partir da aplicação das provas objetivas e dissertativas em 218 municípios de todas as 27 unidades da federação. A ministra também comentou o porte dos municípios. “Lembrando que municípios acima de 200 mil [habitantes] são pouco mais de cem [102, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE]. Então, ter 908 municípios significa o concurso pegou pessoas de municípios médios, também, e talvez pequenos.”

Entre os candidatos aprovados, 26% são da Região Nordeste. A região Norte abriga 5,6% dos aprovados. Juntas, as duas regiões somam 31,6% dos aprovados. O Centro-oeste tem 25,6% dos aprovados, destaque para os candidatos do Distrito Federal, que teve a maior participação no concurso e a menor taxa de evasão. O Sudeste – região mais populosa do país – registra 32,9%, aproximadamente um terço dos aprovados no certame. Por fim, o Sul registrou 9,8% dos quais 4,4% são aprovados do Rio Grande do Sul.

A unidade da federação com o maior percentual de aprovados é o Distrito Federal, com 20,12%, seguido por e Rio de Janeiro, 11,3%. Na sequência, aparecem São Paulo, com 10,44% dos aprovados; e Minas Gerais, 9,32%.

Faixa etária

Um em cada sete aprovados no concurso unificado tem entre 25 e 40 anos. Se considerada a faixa etária entre 25 a 35 anos, este grupo equivale a 46% dos aprovados.

A análise inicial do governo federal é que essa distribuição etária seria fruto do represamento, ou seja, da ausência de concursos públicos federais na última década. “Quem se formou dez anos atrás tinha expectativa de virar servidor público e não houve concurso neste tempo. Eles puderam fazer só o concurso agora. Então, houve uma concentração bastante relevante [de candidatos] entre 30 e 35 anos. E tem a faixa de 25 a 30, que é normalmente de pessoas recém-formadas que estão ingressando no mercado de trabalho”, analisou a ministra.

Opções de cargos

Por último, o MGI aponta que 76,8% dos aprovados conquistaram vaga em uma de suas três opções de cargos indicadas no momento de inscrição do certame, no primeiro semestre de 2024.

Os percentuais de aprovados estão distribuídos da seguinte forma:

·         47,97% foram aprovados para a primeira opção de cargo feita e, portanto, estes aprovados não farão parte de qualquer cadastro reserva do concurso;

·         17,45% foram aprovados na segunda opção de cargo;

·         11,39% aprovados na terceira opção.

O MGI considera que estes resultados podem indicar compromisso com a futura carreira e satisfação no trabalho. “Muita gente está bem contemplada com suas escolhas. Então, essa metade que já está bem satisfeita não vai querer mudar de profissão, de carreira depois dessa rodada”, prevê a ministra.

Vereador Ricardo Liberato apresenta propostas para a cidade e zona rural de Caruaru e conta com o apoio da deputada federal Iza Arruda

Na volta dos trabalhos legislativos da Câmara de Vereadores de Caruaru, o vereador mais votado pelo PSDB em Caruaru, Ricardo Liberato, apresentou algumas propostas que serão pautas durante seu mandato.

Ele destacou propostas para a cidade e zona rural e ressaltou que não se pode perder tempo em ajudar Caruaru, “Nós propomos pautas e demandas importantes e específicas para todo o município”, disse ele.

Ricardo também destacou a importância da parceria entre o governo municipal, estadual e federal, além da parceira firmada com a deputada federal, Iza Arruda (MDB), na busca de emendas parlamentares para a cidade.

As obras para o 4º distrito da Zona Rural, a conclusão da pavimentação entre a Vila de Xicuru até Lajedo do Cedro, a construção da via de acesso do Bairro Kennedy a Vila de Serrote dos Bois seguindo ate Maniçoba, e a conclusão da via de acesso entre a Vila do Rafael e a Vila de Xicuru, contemplando as futuras instalações frigorífico municipal localizado nesse percurso, mais precisamente no sítio Salgadinho, foram algumas das propostas apresentadas pelo vereador durante seu discurso.

Deputado Coronel Alberto Feitosa assina Projetos de Lei com medidas de repressão à violência de torcidas organizadas

A Assembleia Legislativa de Pernambuco recebe o Projeto de Lei 2508/2025 que propõe a criação de uma Lista Única de Maus Torcedores a ser implementada pelo Governo do Estado e acompanhada pelos clubes de futebol e dirigentes das torcidas organizadas.

Um outro Projeto de Lei de no. 2510/2025 propõe a adoção de medidas rígidas às torcidas organizadas com a Criação de um Cadastro Estadual de Torcida Organizada, sob a gestão da Secretaria de Defesa Social. Um dos pontos do PL é a identificação de cada torcida organizada com CNPJ, sede e responsáveis legais.

“As cenas de barbárie e selvageria chocaram os pernambucanos e o Brasil. Imagina qual a imagem do nosso estado e do nosso país lá fora? A gente tem que usar dos meios dessa Casa Legisltativa pra que isso nunca mais ocorra”, reforçou o deputado Coronel Alberto Feitosa.