Rio: Justiça decreta prisão de companheira de Adriano da Nóbrega

A Justiça do Rio de Janeiro decretou onten (22) a prisão preventiva de quatro pessoas, sendo que uma delas era companheira de Adriano Magalhães da Nóbrega. A decisão é do juízo da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A companheira de Adriano da Nóbrega não foi localizada e é considerada foragida da Justiça.

Segundo a Justiça, os quatro integravam a milícia que era chefiada pelo ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais da PM Adriano da Nóbrega e foram denunciados por organização criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro.

Adriano foi morto em 9 de fevereiro do ano passado, na Bahia, onde estava escondido num sítio na cidade de Esperança. Como as prisões foram formalizadas no dia 18, Luiz Carlos Martins, conhecido como Orelha, teve o nome incluído, mas foi morto no último sábado, (20), na porta de casa, em Realengo, por dois homens que passaram de moto atirando. Também foram decretados o bloqueio das contas e o sequestro de bens dos denunciados.

Mais cinco pessoas também foram denunciadas e tiveram medidas cautelares impostas pelo juízo da Vara Especializada. Eles estão proibidos de sair do Rio de Janeiro e devem comparecer ao juízo bimestralmente.

De acordo com a decisão, o grupo é bem estruturado e usa da coação e da violência para manter e expandir as atividades criminosas. “Os elementos de informação produzidos até então conferem indícios da prática dos ilícitos, objeto da denúncia, em especial, da prática do delito de “lavagem” de ativo, seus crimes antecedentes e outros correlatos que foram objeto de denúncia, como associação criminosa e usura pecuniária”, destacou.

Esquema
De acordo com as investigações, o grupo usava duas empresas de fachada para ocultar a origem dos bens e lavar o dinheiro ilegal. Uma financeira que liberava empréstimos com juros extorsivos. Mais de R$ 3 milhões foram movimentados pela empresa. A outra pessoa jurídica utilizada no esquema era uma distribuidora de bebidas. Após a morte de Adriano, a titularidade da empresa foi repassada para terceiros, que administravam parte dos recursos investidos na sociedade, mesmo sabendo da origem ilícita.

O dinheiro seria obtido por meio das atividades criminosas de Adriano como miliciano e chefe do chamado ‘Escritório do Crime’, grupo de matadores de aluguel chefiados pelo ex- policial militar. Entre os crimes cometidos pelo grupo estavam à venda e locação ilegal de imóveis, grilagem, extorsão de moradores e comerciantes. A organização criminosa cometia os crimes com o objetivo de manter a dominação das comunidades de Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste do Rio.

De acordo com a denúncia, o controle financeiro da lavagem de dinheiro era feito por uma pessia, que administrava o patrimônio ilícito de Adriano da Nóbrega. A ela era prestado contas sobre os empréstimos concedidos pela financeira.

Nascidos em junho podem atualizar dados no Caixa Tem

Aplicativo Caixa Tem

Às vésperas de retomar o pagamento do auxílio emergencial, a Caixa Econômica Federal convida os usuários do aplicativo Caixa Tem a atualizar os dados cadastrais no aplicativo. Clientes nascidos em junho podem fazer o procedimento a partir de hoje (23).
A atualização é feita inteiramente pelo celular, bastando o usuário seguir as instruções do aplicativo, usado para movimentar as contas poupança digitais. Segundo a Caixa, o procedimento pretende trazer mais segurança para o recebimento de benefícios e prevenir fraudes.

Ao entrar no aplicativo, o usuário deve acessar a conversa “Atualize seu cadastro”. Em seguida, é necessário enviar uma foto (selfie) e os documentos pessoais (identidade, CPF e comprovante de endereço).

O calendário de atualização seguirá um cronograma escalonado, conforme o mês de nascimento dos clientes. O cronograma começou no último dia 14 para os nascidos em janeiro e encerrará em 31 de março, para os nascidos em dezembro.

Confira o cronograma completo abaixo:

Mês de nascimento

Data de atualização

Janeiro

14/3 (domingo)

Fevereiro

16/3 (terça)

Março

18/3 (quinta)

Abril

20/3 (sábado)

Maio

22/3 (segunda)

Junho

23/3 (terça)

Julho

24/3 (quarta)

Agosto

25/3 (quinta)

Setembro

26/3 (sexta)

Outubro

29/3 (segunda)

Novembro

30/3 (terça)

Dezembro

31/3 (quarta)

No ano passado, a Caixa abriu mais de 105 milhões de contas poupança digitais, das quais 35 milhões para brasileiros que nunca tiveram contas em banco. Além do auxílio emergencial, o Caixa Tem foi usado para o pagamento do saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm).

Uma lei sancionada no fim de outubro autorizou a ampliação do uso das contas poupança digitais para o pagamento de outros benefícios sociais e previdenciários. Desde dezembro, os beneficiários do Bolsa Família e do abono salarial passaram a receber por essa modalidade.

Covid-19: Brasil tem mais de 12 milhões de casos e 295,4 mil mortes

Teste de laboratório mostra resultado positivo para novo coronavírus Covid-19

O Brasil ultrapassou 12 milhões de casos de covid-19 contabilizados desde o início da pandemia. Em 24 horas, foram confirmadas 49.293 novas infecções. Com isso, o total de pessoas que tiveram diagnóstico positivo desde fevereiro do ano passado chegou a 12.047.526.

A quantidade de pessoas que não resistiram à covid-19 subiu para 295.425. Em 24 horas, foram registradas 1.383 mortes. Há ainda 3.263 óbitos em investigação já que, em alguns casos, o diagnóstico só sai após a morte do paciente.

Os novos dados foram atualizados pelo Ministério da Saúde em seu balanço diário, publicado na noite desta segunda-feira (22). A atualização é elaborada a partir das informações levantadas pelas autoridades estaduais e locais de saúde sobre casos e mortes provocados pela covid-19.

O número de pessoas recuperadas chegou a 10.507.995. Já a quantidade de pacientes com casos ativos, em acompanhamento por equipes de saúde, ficou em 1.244.106.

Estados

O ranking de estados com mais mortes por covid-19 é liderado por São Paulo (67.602), Rio de Janeiro (35.180), Minas Gerais (22.055), Rio Grande do Sul (17.157) e Paraná (14.969). Já as unidades da federação com menos óbitos são Acre (1.190), Amapá (1.233), Roraima (1.281), Tocantins (1.821) e Sergipe (3.298).

Vacinação

Até o início da noite de hoje, haviam sido distribuídos 29,1 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Deste total, foram aplicados 13,8 milhões de doses, sendo 10,4 milhões da 1ª dose e 3,4 milhões da 2ª dose.

Situação epidemiológica da covid-19 no Brasil. (22/03/2021)
Situação epidemiológica da covid-19 no Brasil. (22/03/2021) – Divulgação/Ministério da Saúde

Cantora é condenada a indenizar família em mais de R$ 360 mil por cancelar show em casamento

A Seção B da 3ª Vara Cível da Capital condenou uma cantora e seu representante por ter cancelado o show de um casamento. O Juízo da unidade judiciária entendeu que, como todo o serviço e transporte tinham sido pagos, a cantora deveria pagar o valor integral do contrato e indenizar por danos materiais e morais, no montante de R$ 363.909, a família dos noivos.

Os autores do processo alegam que entraram em contato com o representante da cantora norte-americana para cantar em um casamento da família. A família pagou integralmente o valor do contrato, sendo 52 mil dólares, além de contratar a empresa especializada para a produção da cantora, reservar as hospedagens dela e de sua equipe, providenciar os vistos de imigração dela e de sua equipe, emitir as passagens aéreas e contratar transporte terrestre. A família também atendeu às exigências da cantora referentes a palco, som, iluminação, geradores, carregadores e homem de apoio, camarim, coordenação, manutenção e abastecimento dos camarins.

O problema se deu quando, mesmo com contrato quitado e as providências adotadas, o representante da cantora informou à família que o show não seria mais realizado. Depois que o casamento foi realizado, inclusive, com outra banda, os autores pediram o ressarcimento do valor pago e dos demais gastos, mas não obtiveram êxito. Por essa razão acionaram a Justiça.

Em sua defesa, o representante da cantora apontou “a incompetência relativa do juízo e ilegitimidade passiva, afirmando também que não fez parte da relação contratual, apenas representou a cantora, e reconheceu que o pagamento do serviço foi realizado pelos autores por meio de depósito em conta bancária”. Além disso, defendeu “a inexistência de qualquer dano para indenização e que os valores fora do contrato com a cantora foram pagos a terceiros, sendo esses prestadores de serviço, os quais estiveram na festa de casamento”. Apesar de devidamente citada, a cantora se manteve silente.

O juiz do caso, Júlio Cezar Santos da Silva, entende que o caso precisa ser analisado perante o Código de Defesa do Consumidor (CDC), uma vez que “a relação existente entre as partes tem por objeto a prestação de serviço artístico, no qual os demandantes são destinatários finais e os demandados, a prestadora do serviço e o representante da mesma na condição de empresário”.

De antemão, Júlio Cezar da Silva condena os réus ao pagamento de 122.684 reais, como ressarcimento dos autores pela ótica do art. 20, II do CDC, uma vez que a cantora não realizou o show mesmo com o contrato quitado. Além disso, “o autor assumiu o compromisso de arcar com os seguintes custos: passagens aéreas, até 50% do valor total dos vistos necessários, hospedagem, alimentação, transporte terrestre e segurança, bem como som e iluminação nas especificações solicitadas pela cantora, e camarim”. Segundo o juiz, sobre os assuntos relacionados diretamente com a lide: “uma vez que não houve a prestação do serviço pela ré, os valores custeados pelo autor referente a tais gastos, inclusive as multas decorrentes do cancelamento dos mesmos, devem ser ressarcidos pelos réus, nos termos do art. 14 e 20 do CDC, no valor de R$ 78.025,51″.

Por outro lado, segundo os autos, os “valores correspondentes à assessoria de produção de banda, ao palco, à iluminação do dancing, aos carregadores e homens de apoio e ao cachê pago à banda contratada para substituir o show da ré, não deverão ser custeados pelos réus, pois se tratam de serviços contratados independente do contrato celebrado entre as partes, para o casamento em si, e que foram devidamente utilizados”.

A título de danos morais, o juiz entende que a ausência informações em data próxima e de justificativa para o cancelamento do show expôs os autores “à preocupação e à necessidade de providenciar, com urgência e sem tempo hábil, outra banda para substituir a atração musical e ao constrangimento perante os convidados, que já sabiam da atração musical internacional e esperavam por ela”, fixando assim os danos morais em R$ 163.200. Da decisão cabe recurso.

MP faz recomendação a Belo Jardim, Calçado e Macaparana

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio de Promotorias de Justiça locais, recomendou aos prefeitos e secretários de Saúde de Macaparana, Belo Jardim e Calçado que intensifiquem a fiscalização, no âmbito de suas competências, dos cumprimentos das novas restrições sanitárias impostas pelo Governo de Pernambuco (em especial o Decreto nº 50.433, de 15 de março de 2021), governos municipais e Federal. As recomendações seguem o teor da Recomendação PGJ nº 07/2021.

Até o dia 28 de março de 2021, conforme estabelecido pelo novo decreto estadual, está proibido, em qualquer dia e horário, o exercício de atividades econômicas e sociais não essenciais. A proibição vale para atividades presenciais em escolas e universidades; escritórios comerciais e de prestação de serviços; clubes sociais, esportivos e agremiações; praias marítimas e fluviais, inclusive os calçadões, parques e praças; ciclofaixas destinadas a atividades de lazer ou recreativas; práticas e competições esportivas; atendimento ao público nas unidades do Detran e Expresso Cidadão; e shoppings centers e galerias comerciais. Em todos os casos, as restrições às atividades econômicas e sociais não se aplicam aos estabelecimentos e serviços descritos no rol do Anexo Único do Decreto nº 50.433/21 (serviços públicos, farmácias, postos de gasolina, serviços funerários, clínicas).

Assim, o MPPE recomendou aos gestores desses 3 municípios que fiscalizem e exerçam os poderes de polícia que lhes são inerentes para o efetivo cumprimento dessa e de outras normas sanitárias. Os prefeitos e secretários deverão também instalar, caso ainda não tenham instalado, gabinetes de crise para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 (nos termos do Guia Orientador para o Enfrentamento da Pandemia na Rede de Atenção à Saúde do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), de forma que essa instância possa centralizar e maximizar as decisões estratégicas e emergenciais que a pandemia requer.

Outra medida recomendada é instalação e/ou requalificação de unidades de saúde de baixa, média e alta complexidade, de âmbito local ou regional, tais como leitos de retaguarda, enfermarias, abrigos temporários, espaços de proteção social, hospitais de campanha, leitos de assistência crítica, UTIs (notadamente nos municípios com mais de 100.000 habitantes), de forma a ampliar a capacidade de atendimento hospitalar, garantindo a suspensão criteriosa das internações e procedimentos eletivos na sua rede de serviços próprios e/ou contratados pelo SUS, dentre outras providências

De forma a coibir aglomerações de pessoas e o descumprimento de normas sanitárias e de biossegurança, os gestores desses 3 municípios também deverão destacar a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços de acesso ao público; proibir a realização de eventos corporativos, institucionais, públicos ou privados, para fins de reuniões, treinamentos, seminários, congressos e similares, bem como a realização de shows, festas, eventos sociais de qualquer tipo, com ou sem comercialização de ingressos, em ambientes fechados ou abertos, públicos ou privados, inclusive em clubes sociais, hotéis, bares e restaurantes, independentemente do número de participantes.

Por fim, os prefeitos e secretários municipais também deverão destinar parte dos recursos recebidos para o enfrentamento à Covid-19 em ações de educação em saúde que alertem sobre a necessidade de cumprimento das normas sanitárias. As ações poderão ser divulgadas em redes sociais e veículos de comunicação (Facebook, Instagram, rádios, canais de TV, etc.) ou ainda por meio de rondas educativas, com a emissão de avisos sonoros nos locais onde estejam ocorrendo as transgressões ou que os casos sejam mais frequentes.

As recomendações foram publicadas no Diário Oficial Eletrônico do MPPE desta segunda-feira (22). Na última sexta-feira, o MPPE expediu recomendações semelhantes sobre o decreto de quarentena a outros 25 municípios.

Ouvidora eleita Selma Magda Pereira Barbosa Barreto tomou posse em sessão virtual

A promotora de Justiça Selma Magda Pereira Barbosa Barreto foi eleita ouvidora do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para o próximo biênio (2021-2023), após votação realizada diretamente pelos membros. Ela foi escolhida com 239 votos, concorrendo junto com outro membro da Instituição. “Quero dar continuidade ao trabalho que está sendo feito, tornando a Ouvidoria do MPPE um órgão vivo e ainda mais disponível para a sociedade, para que seja possível o cidadão pernambucano encontrar o espaço ideal para a resolução das suas demandas”, disse ela, que assumirá, na próxima sexta-feira (26), às 13h, a presidência do Conselho Nacional dos Ouvidores do Ministério Público dos Estados e da União (CNOMP).

“A porta de entrada das demandas do cidadão frente ao Ministério Público é a ouvidoria. A unidade vem passando por um novo protagonismo, com investimento em tecnologia, novos desafios e na busca por uma gestão ainda mais eficiente. A escolha de Selma é o reconhecimento do trabalho que vem sendo feito e um alento para o aperfeiçoamento que ela se propõe a fazer. Terá nosso total apoio nessa nova jornada.”, disse o procurador-geral de Justiça, Paulo Augusto Freitas. Na ocasião, ele afirmou que um dos objetivos da gestão é criar um Comitê de Defesa das Prerrogativas dentro do MPPE e que isso terá um importante papel junto à Ouvidoria.

“Quero ressaltar o grande trabalho que vem sendo desenvolvido pela Ouvidoria do MPPE, uma ferramenta de suma importância para que seja possível aperfeiçoar as entregas que são feitas à sociedade. Estamos juntos nessa caminhada. O Ministério Público brasileiro vem enfrentando um momento difícil, de grandes batalhas, e com um ambiente de união e paz será possível manter as nossas prerrogativas e contribuições para a construção de uma sociedade mais justa”, disse a presidente da Associação do Ministério Público de Pernambuco, a promotora de Justiça Deluse Amaral.

Deputado Erick Lessa cumpre agenda em Santa Cruz do Capibaribe

Seguindo no propósito de integrar e fortalecer os municípios que compõem o Polo de Confecções do Agreste, o deputado estadual Delegado Erick Lessa cumpriu agenda em Santa Cruz do Capibaribe nesta segunda-feira (22). Lessa vem executando uma série de atividades visando à retomada das atividades comerciais em conformidade com os protocolos sanitários recomendados pelas autoridades de saúde.

O parlamentar se reuniu com o empresário Allan Carneiro, para conversar sobre a atual realidade do Polo Têxtil. “Estamos realizando uma grande movimentação em prol da união das cidades que compõem o Polo de Confecções do Agreste. O momento exige uma soma de forças, pois é necessário ter responsabilidade com a Saúde e também com a Economia”, disse

Artigo: “E a vida, diga lá o que é meu irmão”

Por João Américo de Freitas
Quando as notícias da China chegaram, o comerciante não deu importância, seu foco era aumentar o depósito de seu comércio, precisava armazenar mais para vendeR mais e mais rápido.

Católico e temente a Deus, o comerciante foi tomando por um sentimento de profunda preocupação, quando viu, nos noticiários, o Papa em uma caminhada solitária na praça de São Pedro, no Vaticano. O Papa rezava lá e o comerciante aqui. A pandemia havia chegado.

Com muitos anos bem vividos, o comerciante não conhecia ou não tinha ouvido falar de lockdown, nem tinha vivido a experiência da quarentena, isolamento e distanciamento social. Solidário e sem entender muito o que estava acontecendo, teve, por instinto e respeito ás autoridades que ficar em casa, e assim paralisou suas atividades.

Ao reabrir, teve que viver com novos hábitos. Álcool em gel, máscara e lavar a mãos constantemente passaram a fazer parte de sua rotina. Ao chegar em casa, a esposa, cuidadosa, e a filha, amorosa, não deixavam o marido e pai relaxar. Sem sapatos ao entrar em casa, e nada de perambular pela residência com a roupa da rua.

A atividade comercial diminuiu, e a prioridade do comerciante, que antes era construir, agora era se manter. Sua meta se resumia em tentar pagar, em dia, a faculdade de sua filha, que estudava arquitetura. Agora em casa muito mais tempo, o pai via a dedicação e esforço de sua filha, isso lhe enchia de orgulho, mas logo vinha a preocupação, “meu Deus, não posso atrasar a faculdade da milha filha, me ajude”.

Pouco a pouco, viu seu pequeno quadro de funcionários diminuir, não poderia pagar. Tristeza, preocupação, “e agora”, pensava ele. Quando o presidente falava em economia, no meio da pandemia, para o comerciante fazia muito sentido. Os amigos comerciantes também aderiram à fala presidencial, e logo se criou no nosso comerciante uma simpatia pelo presidente, que falava de suas necessidades. “Ele tem razão”.

O “abre e fecha” era mortal para o seu negócio. O comerciante temia que o pior ocorresse – que ele fechasse as portas. Estava muito complicado sobreviver. Mas essa preocupação era só sua, não a dividia com a família, e, sempre que perguntado, dizia que as coisas estavam difíceis, mas iria ficar tudo bem.

Mantendo a tradição familiar, no carnaval, foram às praias. Sua filha e um punhado de amigas e amigos se encontraram e levaram um pouco de alegria para o coração preocupado do pai. Fizeram uma “festinha”, ou melhor mais de uma. Para o comerciante, a felicidade de sua filha estava em primeiro lugar, e vê-la feliz era sua prioridade.

Na volta, boletos e problemas se avolumaram, estava tudo muito difícil, queria sua vida de volta ao normal.

No meio do dia, a esposa do comerciante lhe liga e diz que a sua filha estava muito mal. Pegou COVID-19. Nada mais importava, o comerciante queria a saúde de sua filha de volta.

João Américo de Freitas é advogado e comentarista político do blog e da Caruaru FM

Técnica inovadora corrige deformidades nas pernas de crianças e jovens

Quésia Vitória, de 10 anos, foi a primeira paciente do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, a ser submetida a uma cirurgia com técnica inovadora para corrigir deformidade nas pernas, provocada pela doença de Blount. Ela operou a primeira perna em julho do ano passado e a segunda em dezembro e se prepara para retirar o aparelho do lado direito na próxima quarta-feira (24). O Into é vinculado ao Ministério da Saúde

Pioneiro no Brasil, o procedimento garante um tratamento mais confortável às crianças e adolescentes, que estão entre os casos mais frequentes, e com maior controle das correções ortopédicas. A doença de Blount é um distúrbio de crescimento que se caracteriza pela alteração no desenvolvimento da tíbia (o osso da canela), levando à deformação progressiva das pernas.

De acordo com o instituto, Quésia desenvolveu a doença a partir dos três anos de idade, quando o encurvamento das duas pernas começou a se tornar mais grave. O pai da menina, Valdemir Carmo do Nascimento, relatou que a filha sentia muitas dores e tinha muita dificuldade para andar. “Nós procuramos um tratamento e, finalmente, encontramos esse no Into. Quando recebi a notícia de que a Quésia seria operada, eu chorei de felicidade”, contou Nascimento. Ele atestou a rapidez com que os resultados da cirurgia foram observados: “Em pouco tempo, as pernas da minha filha começaram a voltar para o lugar. Fiquei muito feliz porque o resultado foi muito rápido e satisfatório”.

Inovação

O chefe do Centro de Alongamento e Reconstrução Óssea do instituto e idealizador da técnica, Flávio dos Santos Cerqueira, afirmou que esse procedimento é um agente de transformação. Ele já foi aplicado até agora em quatro pacientes e já tem agendado mais um para a próxima semana.

O médico explicou à Agência Brasil que anteriormente, para corrigir essa deformidade, era usado um aparelho fixador circular, mais incômodo, mais volumoso, que dificultava a higienização do paciente. “O conforto para a criança fica pior. Aí, a gente conseguiu adaptar o aparelho monolateral, mais leve, mais confortável”.

Batizada de dupla osteotomia de abertura gradual e controlada, a técnica cirúrgica insere um fixador externo na perna do paciente para a realização de duas aberturas ósseas. Por realizar essas aberturas de maneira gradual, o novo procedimento é menos doloroso e reduz as chances de necrose da pele e de lesões dos tecidos encurtados, informou o Into, por meio de sua assessoria de imprensa. Além disso, a estrutura do aparelho utilizado na técnica é mais leve e menor, o que facilita os movimentos do paciente.

A deformidade provocada pela doença de Blount pode ser bilateral, ou seja, nas duas pernas, como foi o caso de Quésia, ou unilateral, em apenas uma das pernas. Flávio Cerqueira disse que a criança pode “fazer carga e fazer marcha”, ou seja, andar durante todo o tratamento. Mesmo com o aparelho na perna, essas crianças já andam. O aparelho permite a carga”.

Piora

O médico esclareceu que se essa deformidade não for operada, ela vai piorando e ocorrendo maior desgaste dessa articulação com o passar do tempo. A pessoa consegue andar, “mas é uma marcha completamente desajeitada”, mencionou. Segundo o especialista, a deformidade física se torna uma deformidade social, porque as crianças acabam não querendo mais ir à escola, brincar com os amigos, levar uma vida normal. A nova técnica “devolve a autoestima e a confiança da criança, melhorando sua qualidade de vida”, afirmou Cerqueira.

Ele explicou que a doença de Blount acontece na infância. Tem três estágios: Blount infantil, juvenil e da adolescência. Essa ocorre entre 9 e 11 anos de idade, mas pode ser operada até os 14 anos. “Como toda doença, tem alguns casos que são mais severos e outros menos severos. Mas, quanto antes você faz o diagnóstico e o tratamento, suas chances de sucesso e o prognóstico são melhores”.

Flávio Cerqueira disse que em torno de um mês a um mês e meio de operada, a deformidade é corrigida. Incluindo os meses que o aparelho permanece na perna do paciente até ser retirado, todo o processo é concluído em mais ou menos quatro meses.

Após a realização da cirurgia no hospital, o tratamento tem continuidade em casa, com a abertura manual realizada pelo responsável pela criança ou o adolescente e orientada pela equipe médica. Cerqueira disse que a nova técnica será publicada em abril próximo em revista científica americana de descrição de técnicas cirúrgicas. Depois da publicação, a técnica passa a ser reconhecida mundialmente.

Inundações na Austrália desalojam 18 mil pessoas

As autoridades australianas informaram que cerca de 18 mil pessoas foram retiradas de suas casas nos últimos dias, devido às inundações registradas na costa leste do país, consideradas as piores em mais de cinco décadas.

Pelo menos 15 mil pessoas foram retiradas da costa norte-central da Nova Gales do Sul, enquanto 3 mil vivem em bairros na parte ocidental de Sidney, disse a chefe do governo do estado da Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian.

Muitas das áreas inundadas no auge da pandemia da covid-19 tinham sido também afetadas pelos incêndios florestais em 2019 e 2020, bem como por uma seca severa.

“Não conheço nenhum momento da história do nosso estado em que tenhamos tido este tipo de clima extremo em tão rápida sucessão de tempo e no meio de uma pandemia”, disse Berejiklian aos jornalistas.

“Estamos nos preparando para uma semana muito difícil”, acrescentou a governante de Nova Gales do Sull, o estado mais populoso da Austrália, observando que até agora não foram relatadas mortes ou ferimentos graves.

No fim de semana, as autoridades australianas declararam 38 localidades, incluindo vários bairros da parte ocidental de Sydney, como zonas de catástrofe natural, após chuvas torrenciais que inundaram estradas e casas.

As inundações também afetaram o transporte urbano, causaram a suspensão das aulas em cerca de 200 escolas e isolaram algumas localidades na costa norte-central da Nova Gales do Sul. O governo australiano não excluiu a utilização de soldados do Exército, se os governos regionais solicitarem.

“Temos helicópteros prontos e apoio para operações de busca e salvamento”, disse o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, à estação de rádio 2GB, lembrando que o governo dará assistência financeira às pessoas afetadas pela catástrofe.

No estado vizinho de Queensland, na fronteira com Nova Gales do Sul, chuvas torrenciais também afetam a região e as autoridades disseram temer inundações durante a semana.

A extensão dos danos das cheias em Nova Gales do Sul ainda não é conhecida, mas o chefe executivo do Conselho de Seguros da Austrália, Andrew Hall, disse que as companhias pertencentes ao organismo já receberam 5 mil comunicados, de acordo com a imprensa local.