Operação erradica 538 mil pés de maconha no Sertão de Pernambuco

Nota oficial

A Polícia Federal, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, deflagrou entre os dias 22 de junho e 12 de julho, uma operação policial denominada MUÇAMBÊ III. A ação teve como objetivo a repressão ao cultivo ilícito de maconha (Cannabis sativa) em cidades do sertão pernambucano, que foram nas zonas rurais dos municípios de Salgueiro, Parnamirim, Dormentes, Cabrobó, Belém do São Francisco, Orocó, Carnaubeira da Penha, Floresta e Betânia. Ao todo, foram erradicadas dezenas de roças de cultivo da droga sendo incinerados 538.853 pés de maconha, que equivale a cerca de 180 toneladas da droga que seriam comercializadas ilicitamente em vários estados do País. A operação também contou com o apoio e participação da Secretária de Defesa Social do Estado de Pernambuco (SDS/PE), no que participaram da operação bombeiros militares, policiais militares e civis, além de colaboradores eventuais.

A ação foi dividida em duas etapas. Do dia 22 a 01 de julho, foram realizados trabalhos de inteligência e levantamentos de pontos onde estavam as roças de cultivo ilícito. Para isso, equipes policiais se deslocaram pela região com auxílio de imagens de satélite, utilizando veículos 4×4, GPS e drones de alta tecnologia, capturando coordenadas geográficas dos locais.A partir do dia 02 de julho, foram iniciados os trabalhos de logística e operações. Para realização desta fase, foram montadas três frentes de atuação, sendo uma por terra, com veículos 4×4 capazes de enfrentar terrenos de difícil acesso, outra por água, já que grande parte dos plantios são realizados em ilhas do Rio São Francisco, fazendo-se necessária a utilização de barcos para se chegar até esses pontos, e a última por ar, com o uso de helicópteros, capazes de conduzir os policiais até pontos próximos a plantios que ficam em lugares de acesso irregular como montanhas e terras menos trafegáveis.

Para o êxito da operação MUÇAMBÊ III, a Polícia Federal empregou três helicópteros da Coordenação de Aviação Operacional da PF (CAOP), sendo um AW139 e dois Esquilos, 20 pick- ups 4×4, três vans, três botes infláveis com motores de 40HP para águas de baixa profundidade, um caminhão de apoio, um caminhão tanque de combustível com capacidade para 15 mil litros e três drones, além um efetivo de 86 policiais federais e seis agentes administrativos. A Polícia Rodoviária Federal integrou a ação com um helicóptero “Bell 407”, nove viaturas operacionais, uma unidade móvel de pronto atendimento (ambulância) e um efetivo de 38 policiais rodoviários federais que atuaram conjuntamente por todas as frentes de ação. As outras forças de segurança pública contribuíram com o efetivo de seis policiais militares, cinco bombeiros militares e dois policiais civis. Também deram apoio aos trabalhos, 40 colaboradores eventuais sendo paramédicos, trabalhadores de roça, dentre outros.

O ciclo produtivo da cannabis é acompanhado de perto pelo serviço de inteligência da Polícia Federal, e ao se aproximar do período da colheita, novas ações são realizadas, coibindo assim a secagem e a consequente introdução no mercado consumidor (pontos de vendas de drogas).As constantes operações policiais de erradicação de maconha na região não têm dado tempo aos traficantes locais para produzirem a droga em seu pleno desenvolvimento. Isso tem aumentado a importação da droga advinda do Paraguai e de outros países vizinhos, já que o sertão de Pernambuco deixou de ser o principal fornecedor da droga.

A Polícia Federal, através da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/DRCOR/SR/PF/PE) e sua Delegacia em Salgueiro/PE, vem promovendo ações de identificação e erradicação de plantios de maconha no sertão pernambucano há vários anos. Tais medidas fazem parte das estratégias adotadas pela Coordenação-Geral de Prevenção e Repressão a Drogas – CGPRE, Órgão Central da Polícia Federal em Brasília/DF, com o objetivo de reduzir a produção e oferta de maconha no sertão Pernambucano.Estima-se que desde meados de 1976, a região sofre com o tráfico de drogas. Nessa época, as operações contavam com pouca estrutura e os policiais encontravam grandes dificuldades para realizar um trabalho mais efetivo. Com a inauguração da Delegacia de Polícia Federal de Salgueiro, em 20/03/2000, os trabalhos no combate ao cultivo ilícito da maconha ganharam novo fôlego. Essa efetividade foi comprovada com o saldo dos trabalhos naquele mesmo ano, que chegou ao incrível número de 3.848.093 (três milhões, oitocentos e quarenta e oito mil e noventa e três) pés de maconha erradicados.

O tráfico de drogas na região acaba atraindo para moradores locais vários problemas como assaltos, furtos, homicídios, assassinatos, acertos de contas, dentre outros crimes, pois geralmente essas ocorrências giram em torno desta atividade ilícita. Cada ponto de venda de droga desabastecido, significa um foco a menos de violência.*Muçambê* é um pequeno arbusto da família das Caparidáceas provido de espinhos nos pecíolos das folhas, ocorrendo nas caatingas dos estados do nordeste.

Saldo das primeiras fases da operação Muçambê:

1ª FASE (FEVEREIRO/2020) FORAM ERRADICADOS E INCINERADOS:

56 ROÇAS

102.718 PÉS DE MACONHA (APROXIMADAMENTE 34 TONELADAS)

30.015 MUDAS

3 KG SEMENTES

1.123KG DE MACONHA PRONTA PARA CONSUMO.

2ª FASE (ABRIL E MAIO/2020): FORAM ERRADICADOS E INCINERADOS:

61 ROÇAS

295.647 PÉS DE MACONHA (APROXIMADAMENTE 98 TONELADAS)

13 SEMENTEIRAS DE MACONHA (LOCAL DESTINADO À GERMINAÇÃO DAS SEMENTES).

44.270MUDAS DE MACONHA.

803,6 KG DE MACONHA PRONTA PARA CONSUMO.

EFETUADA 1 PRISÃO EM FLAGRANTE NA ZONA RURAL DE SALGUEIRO/PE

3ª FASE (JUNHO E JULHO/2020): FORAM ERRADICADOS E INCINERADOS:

179 ROÇAS

538.853 PÉS DE MACONHA (APROXIMADAMENTE 180 TONELADAS)

74 SEMENTEIRAS DE MACONHA (LOCAL DESTINADO À GERMINAÇÃO DAS SEMENTES). 49.791 MUDAS DE MACONHA.

399,2 KG DE MACONHA PRONTA PARA CONSUMO.

Tony Gel ressalta cobrança de setor produtivo sobre retorno das atividades em Caruaru

O deputado Tony Gel (MDB) compartilhou, em discurso na Reunião Plenária desta quinta (9), a preocupação de lideranças empresariais e comerciais do município de Caruaru (Agreste) com o cronograma de retomada das atividades econômicas. Segundo o parlamentar, o setor produtivo local pediu a ele que procurasse o Governo do Estado para obter um maior detalhamento do plano de flexibilização que vem sendo implantado nas cidades pernambucanas.

“O arranjo produtivo de Caruaru tem suas peculiaridades, visto que conta com um comércio pujante e com feiras livres que atraem pessoas de todo o Brasil”, pontuou, ressaltando a necessidade de garantir um retorno seguro.

“Nenhum governador quer interromper as atividades econômicas e a arrecadação de impostos, mas a situação atual exige a adoção de algumas medidas. É importante avançar pari passu com o que recomendam as autoridades sanitárias”, acrescentou, colocando-se à disposição para garantir o diálogo entre Estado e setor econômico.

Governo publica MP que libera R$ 3 bilhões para o setor cultural

São Paulo -  Exposição Vidas Refugiadas, em cartaz no Museu da Imigração, durante a 15ª Semana Nacional de Museus (Rovena Rosa/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro editou medida provisória (MP) que abre crédito extraordinário de R$ 3 bilhões a estados, municípios e ao Distrito Federal para o pagamento do auxílio financeiro ao setor cultural. A MP nº 990/2020 foi publicada hoje (10) no Diário Oficial da União.

A Lei nº 14.017/2020, que instituiu o auxílio, chamada de Lei Aldir Blanc, foi sancionada por Bolsonaro no final do mês passado. As atividades do setor – cinemas, museus, shows musicais e teatrais, entre outros – foram umas das primeiras a parar, como medida de prevenção à disseminação do novo coronavírus no país.

O texto da lei prevê o pagamento de três parcelas de um auxílio emergencial de R$ 600 mensais para os trabalhadores da área cultural, além de um subsídio para manutenção de espaços artísticos e culturais, microempresas e pequenas empresas culturais, cooperativas e organizações comunitárias. Os estados, municípios e o Distrito Federal serão os responsáveis pela distribuição dos recursos, de acordo com os critérios definidos na lei.

De acordo com a MP publicada hoje, os recursos serão liberados a partir da contratação de operação de crédito interna (contratos ou emissão de títulos da dívida pública). A MP tem força de lei a partir de sua publicação, mas ainda depende de aprovação do Congresso Nacional.

Bolsonaro sanciona lei que suspende pagamento de parcelas do Fies

Inscrição,  Fies, educação

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que suspende o pagamento de parcelas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) até 31 de dezembro, em razão do estado de calamidade pública provocado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). A Lei nº 14.024/2020 foi publicada hoje (10) no Diário Oficial da União.

A norma estabelece o direito à suspensão dos pagamentos aos estudantes que estavam em dia com as prestações do financiamento até 20 de março de 2020, quando foi reconhecido o estado de calamidade pelo Congresso Nacional. Também poderão suspender os pagamentos aqueles com parcelas em atraso por, no máximo, 180 dias, devidas até 20 de março.

Os saldos das obrigações suspensas devem ser pagos “de forma diluída nas parcelas restantes”, sem cobrança de juros ou multas. Em todas as situações de suspensão de pagamentos, o estudante não poderá ser inscrito em cadastros de inadimplentes e não será considerado descumpridor de quaisquer obrigações junto ao Fies.

A suspensão vale para os pagamentos em fase de utilização, carência ou amortização e, para obtê-la, o estudante deverá manifestar o interesse ao banco no qual detém o financiamento, presencialmente ou por meio dos canais de atendimento eletrônico.

Refinanciamento

Além da suspensão de pagamento, o texto aprovado no mês passado no Congresso, cria um sistema de refinanciamento. No caso de quitação integral até 31 de dezembro de 2020, haverá redução de 100% dos encargos moratórios. Na regra atual, a redução é de 50%.

Também poderá ser feita a liquidação em quatro parcelas semestrais, até 31 de dezembro de 2022, ou 24 parcelas mensais, com redução de 60% dos encargos e pagamento a partir de 31 de março de 2021. Já os parcelamentos feitos em 145 ou 175 parcelas mensais receberão redução de 40% e 25%, respectivamente, e os pagamentos começam a partir de janeiro de 2021.

Nesses parcelamentos, o valor de entrada será a primeira parcela mensal a ser paga. Como o parcelamento começa do zero, podem ser incluídas as parcelas não quitadas.

Outros dispositivos

A nova lei também prevê o abatimento nas parcelas do Fies para médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde com seis meses de trabalho no atendimento a infectados pela covid-19. Dessa forma, o Fies poderá abater, mensalmente, 1% do saldo devedor consolidado, incluídos os juros devidos no período e independentemente da data de contratação do financiamento. Também poderá ser abatido até 50% do valor mensal devido ao Fies por esses profissionais.

A lei ainda aumenta o limite de participação da União no Fundo Garantidor do Fies (FG-Fies) dos atuais R$ 3 bilhões para até R$ 4,5 bilhões. O fundo garantidor assume uma parte dos riscos das operações de crédito educativo do Fies, e é destinado especificamente a estudantes de baixa renda.

Criado em 2001, o Fies tem o objetivo de facilitar o acesso de estudantes aos cursos de ensino superior oferecidos por instituições privadas. Desde 2018, o financiamento é ofertado em duas modalidades, por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Programa de Financiamento Estudantil (P-Fies).

O primeiro é operado pelo governo federal a juros zero para estudantes que têm renda familiar de até três salários mínimos por pessoa; o percentual máximo do valor do curso financiado é definido de acordo com a renda familiar e os encargos educacionais cobrados pelas instituições de ensino. Já o P-Fies funciona com recursos dos fundos constitucionais e dos bancos privados participantes, o que implica na cobrança de juros.

Veto

Na lei sancionada hoje, o presidente Jair Bolsonaro vetou o dispositivo que permitia a concessão do P-Fies em complementaridade aos financiamentos pelo Fies, argumentando que essa permissão estimula a inadimplência dos beneficiários do programa. Atualmente, a complementaridade é aplicável somente a cursos autorizados pelo Comitê Gestor do Fies.

O veto ainda será apreciado pelo Congresso Nacional.

Suspensão em vigor

Em maio, o Ministério da Educação anunciou a suspensão do pagamento de duas a quatro parcelas do Fies, conforme previsto na Lei nº 13.998/2020. Nesse caso, a medida vale apenas para os estudantes que estavam em dia com as parcelas até 20 de março.

Nessa semana, o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal abriram os canais para requerer a suspensão

Câmara emite nota lamentando morte de ex-vereador

NOTA DE PESAR

O Poder Legislativo de Caruaru lamenta a morte do ex-vereador desta casa, Luiz Tabosa, aos 84 anos. Os vereadores e a vereadora prestam sua solidariedade a família.

Durante as décadas de 80 e 90, Luiz atuou como parlamentar, lutando em prol de uma Caruaru mais justa para todos. Que Deus conforte o coração daqueles que hoje sofrem com a sua perda.

SENAI define protocolo para retorno às aulas da educação profissional

São tempos de educação a distância, por causa da pandemia de covid-19. Mas, para o ensino profissional, no qual o aluno aprende botando a mão na massa, os cursos exigem etapas presenciais, que deverão ser retomadas seguindo as recomendações e melhores práticas de órgãos internacionais e nacionais para orientar o retorno seguro à escola. Para orientar suas unidades em todo país, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) elaborou um protocolo com critérios de saúde e segurança a serem seguidos, além de reforçar a necessidade de se seguir as normas das autoridades sanitárias do município e da unidade da Federação em que estão localizados.

Com este objetivo, o documento foi enviado pelo SENAI para seus departamentos regionais. O documento foi elaborado por médicos do trabalho, epidemiologistas, engenheiros de saúde e segurança no trabalho, psicólogos e outros especialistas. O protocolo tem como foco a volta das aulas presenciais para o desenvolvimento de habilidades específicas em oficinas e laboratórios, que não puderem ser desenvolvidas por meio de simuladores ou outras estratégias em ambientes virtuais da educação a distância (EaD).

“O SENAI tem um vasto portifólio de cursos EaD que estão sendo utilizados juntos aos alunos. Porém, nossos cursos técnicos exigem momentos presenciais, então, vamos fazer isso de forma gradual, e da forma mais segura possível”, explica Felipe Morgado, gerente-executivo de Educação Profisssional do SENAI. “A continuidade da formação dos técnicos é de grande importância para a indústria enfrentar os desafios da retomada e o SENAI vai seguir preparando os profissionais com as melhores práticas em cuidados com a saúde de nossos alunos”.

Protocolo traz conjunto de medidas a serem adotadas

Entre os cuidados com alunos, cada escola do SENAI deverá fazer, antes da retomada, uma pesquisa entre eles, detectando quais são do grupo de risco e quais realmente poderão voltar às atividades presenciais. As escolas também precisam identificar os cursos que devem ser priorizados na retomada gradual das aulas, levando em consideração as áreas que mais necessitam do momento presencial, como eletrotécnica, mecânica, automação industrial, entre outras que possuem etapas presenciais obrigatórias.

Uma vez retomadas as aulas, os alunos deverão seguir algumas regras, tais como não usar bijuterias nem adereços de metal, além de usar o cabelo preso. Além disso, eles serão orientados a levar seu próprio “Kit aluno covid-19”, com álcool gel (especialmente durante ou após o deslocamento para a escola), recipiente próprio para beber água, de uma a duas máscaras para trocar durante o período dentro da escola, lenço umedecido para higiene pessoal, e saquinho de lixo para colocar os produtos que manuseou e precisa descartar.

No caso de aulas em oficinas e laboratórios, as escolas deverão realizar mudanças físicias nos ambientes para que o distanciamento de dois metros entre instrutores e alunos seja respeitado. No caso de salas de informática, por exemplo, as mesas que eram para duplas, deverão ser ocupadas por uma só pessoa. Assim, as turmas terão apenas a metade de alunos do que o espaço costumava abrigar antes da pandemia.

Ambientes de uso coletivo terão sinalização de alerta

Entre as orientações, as escolas precisarão definir como será a interação entre o aluno e o instrutor, com o objetivo de assegurar o distanciamento sem prejudicar o aprendizado. Além disso, é preciso definir os cuidados com pessoas com deficiência. No caso de deficientes visuais, por exemplo, não é recomendado o uso de material em braile.

Além dos cuidados com desinfecção e limpeza, as escolas deverão colocar cartazes com informações orientativas em ambientes coletivos. Estes locais deverão ser higienizados a cada duas horas. As estações de trabalho também devem ser desinfectadas antes e depois das aulas.

As catracas devem ser desativadas e será preciso identificar com faixas o distanciamento e corredores. Só poderá entrar uma pessoa por vez nos banheiros coletivos, que deverão ficar com a porta principal aberta para identificar que não há usuário. As torneiras com distância menor que dois metros entre elas deverão ser inutilizadas.

Os bebedouros só poderão ser usados para encher garrafas, que cada aluno deverá trazer de casa. Dependendo do curso, as escolas deverão fazer marcações no chão ou até barreiras físicas entre os alunos, no intuito de manter os dois metros de distância de afastamento.

Uma equipe médica deverá monitorar a temperatura de alunos e colaboradores. No caso de diagnóstico, o colaborador com covid-19 será afastado, e a recomendação é de que o restante da equipe que teve contato com o membro contaminado também cumpra home office pelos próximos 14 dias.

OMS: transmissão de vírus pelo ar pode se dar em procedimento médico

Logo da OMS na sede da organização, em Genebra

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta-feira (9) que a transmissão do novo coronavírus pelo ar pode ocorrer durante procedimentos médicos que geram aerossóis.

Segundo a organização, alguns relatos de casos de covid-19, relacionados a espaços internos lotados, sugeriram a possibilidade de transmissão por aerossol, combinada com a transmissão por gotículas, como em restaurantes, aulas de ginástica ou durante ensaios de coral.

A OMS reconheceu na última terça-feira (7) “evidências emergentes” da propagação do novo coronavírus pelo ar, depois que um grupo de cientistas pediu que a organização atualizasse suas orientações sobre como a doença respiratória se espalha.

Painel

A Organização Mundial da Saúde anunciou que está montando um painel independente para revisar sua conduta em relação à pandemia de covid-19 e a resposta dada pelos governos.

O anúncio foi feito após críticas duras do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que acusa a instituição de ter viés favorável à China, e da notificação formal do governo norte-americano, na terça-feira, de que se desligará da agência dentro de um ano.

A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e a ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf concordaram em liderar o painel e escolher seus membros, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em reunião virtual com representantes dos 194 países-membros da organização.

“Este é um momento de autorreflexão”, afirmou Tedros, observando que os Estados-membros da OMS pediram por unanimidade, em maio, uma avaliação da resposta global à pandemia.

“Este não é um relatório padrão em que se marca um quadrado e depois é colocado em uma estante para acumular poeira. Isto é algo que levamos a sério”, afirmou Tedros, acrescentando que o painel fornecerá um relatório provisório em uma reunião anual de ministros da Saúde, que será reconvocada em novembro.

Ao participar da reunião, Helen Clark disse que a atribuição “só pode ser descrita como excepcionalmente desafiadora”.

Tedros observou que, em maio, países-membros da OMS adotaram por unanimidade resolução proposta pela União Europeia, que pediu uma avaliação da reação global à pandemia.

De acordo com contagem da Reuters, mais de 12 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e 548.429 morreram até agora em todo o mundo.

Prefeito e vice de Itaguaí são cassados pela Câmara de Vereadores

O prefeito de Itaguaí (RJ), Carlo Busatto Júnior, Charlinho, e o vice Abeilard Goulart, Abelardinho, tiveram seus mandatos cassados em decisão da Câmara Municipal, na madrugada de hoje (10). Eles sofreram impeachment, por 16 votos a favor e um contrário, por crimes de responsabilidade.

O único voto a favor foi do líder do governo na Câmara, Sandro da Hermínio (PP). A sessão da câmara começou às 18h de ontem e aprovou o relatório da Comissão Especial Processante (CEP), que concluiu que os dois gestores cometeram esses crimes.

A maioria dos vereadores considerou que Charlinho cometeu ilegalidade em procedimento licitatório em contratação de empresa de lixo e danos ao erário público. Já Abelardinho foi cassado por ter, segundo o relatório da CEP, favorecido terceiros.

Com a cassação, os dois tornaram-se inelegíveis por oito anos. Eles já tinham sido cassados em sessão em março deste ano, mas continuaram no cargo devido a uma liminar obtida no Supremo Tribunal Federal (STF).

A prefeitura de Itaguaí será assumida pelo presidente da Câmara, Rubem Ribeiro (Podemos). O vice-presidente da Casa, Noel Pedrosa (PSL) assume a presidência da Câmara.

Famílias têm papel fundamental na relação da criança com mundo digital

Entre paredes: crianças na pandemia - Caminhos da Reportagem.

Durante a pandemia de covid-19, os dispositivos eletrônicos com acesso à internet se tornaram um elemento fundamental na vida de muitas crianças brasileiras. Os tablets, celulares, smart TVs (televisor com acesso à internet) e os vídeogames se tornaram o único passatempo de muitas crianças e adolescentes, que estão confinados em casa há mais de 100 dias.

Para construir uma relação saudável, criativa e segura das crianças com o mundo digital, as famílias têm papel fundamental, diz a pesquisadora do programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, Maria Isabel Amando de Barros. Segundo ela, para começar, pais, mães e responsáveis também precisam rever os hábitos digitais.

“Somos um verdadeiro espelho para as crianças. Nesse sentido, é muito bom compartilhar com elas que vários desafios estão postos também para nós: sentimos que a internet “rouba” tempo de outras atividades como sono, alimentação, atividade física e lazer. Muitas vezes não temos clareza sobre os pensamentos, sentimentos ou impulsos que nos levam a pegar o celular e temos muito a aprender para, de fato, usar a tecnologia a nosso favor”.

É assim que a consultora imobiliária Carla Christiane de Carvalho Pereira procura orientar seu filho Caio, de 10 anos, e a filha Clara, de 8. “Oriento a pesquisar sobre significado das coisas, manuais, configuração da televisão, do celular, dos eletrodomésticos. Acho importante, já que eles têm essa facilidade com a tecnologia”.

Carla diz que faz acertos com eles e direciona os conteúdos a serem vistos, sempre com muito diálogo. Para jogos e navegação eles só podem ficar até as 21h. “Não tenho muito regra de quantidade de horas, mas não pode usar nenhum tipo de tecnologia durante as refeições, durante as lições, não podem levar para o banheiro. São pequenas restrições, para educação mesmo. O restante do dia é liberado”.

Ela conta que sabe o que eles acessam e quando tem algo que não acha adequado, conversa com eles. “O Youtube deles é monitorado, sei o que consomem. O Caio vê muito tutorial de vídeogame, já a Clara vê músicas e desafios. As crianças nasceram preparadas para essa era digital, a preparação que a gente tem que fazer é na absorção de conteúdo. Quando o Caio vê um vídeo que tem muito palavrão, ou linguagem e conteúdo impróprios, converso com ele. Quantos aos canais da Clara, verifico quem a está seguindo e digo que só pode segui-la quem tem até 12 anos, então ela mesma fica atenta. Acho que a vigilância existe, mas é adaptável. Então, eu trabalho a questão do discernimento ao receber esses conteúdos, sempre com muito diálogo”.

Segundo a pesquisadora do Instituto Alana, os responsáveis devem seguir esse caminho, o do diálogo. “As pesquisas mostram que a principal estratégia para ajudar as crianças a terem bons hábitos é mediar sua relação com o mundo digital de forma construtiva, ou seja, mostrando os desafios e analisando como suas ferramentas podem nos ajudar a ter experiências online onde prevaleçam as conexões significativas, os aprendizados com sentido e a diversão saudável”.

Maria Isabel explica que essa mediação ativa é diferente para cada faixa etária e deve ser adequada a cada criança, de acordo com sua individualidade e interesses. Deve também ser baseada no diálogo, na escuta e reflexão com a própria criança sobre a forma como ela se apropria das tecnologias.

“Há que se avaliar qual caminho faz mais sentido em cada fase da infância: dosar o tempo, considerar a qualidade do conteúdo, combinar onde e como os dispositivos podem ser acessados e, acima de tudo, fazer do mundo digital uma experiência compartilhada entre crianças e adultos, pais, mães e filhos, educadores e estudantes”, diz a pesquisadora. Para ela, “há outro aspecto importante: a construção de um sólido repertório de interesses, habilidades e rotinas offline, que certamente irão ajudar a criança a desenvolver a autorregulação em relação ao uso do ambiente digital”.

Dessa forma, a consultora financeira Luciana Flávia Bonsembiante busca conduzir o filho Enzo, de 6 anos, no mundo digital. “Digo para ele ver conteúdos educativos, como os aplicativos de leitura, jogos voltados para a idade dele, incentivo também para a criatividade, ele adora gravar vídeo e tem um canal no Youtube, então eu procuro incentivar essa parte também”.

Quanto ao tempo, ela diz que há horários determinados para usar as telas. “Cerca de uma hora durante a manhã e mais uma hora à noite. A tarde é voltada para o estudo e algum tipo de educação física. A gente orienta sobre os conteúdos inadequados, sobre conversas com estranhos e, graças a Deus, nunca tivemos nenhum tipo de contratempo em relação a ele conversar com qualquer tipo de pessoa. Ficamos muito atentos porque é um perigo na época de hoje. Fora de casa, a utilização é muito esporádica, ele tem o próprio celular, mas geralmente evito que ele saia de casa com o aparelho”.

Ela conta que às vezes o filho quer ficar mais um pouco com o celular, mas aí ela o chama para outras atividades. “Gosto muito de brincar com ele de quebra-cabeça, lego, ele adora montar e desmontar coisas e assim vai. É muito disciplinado e é bem obediente”.

Tempo de exposição às telas

No caso de crianças até 2 anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda evitar exposição às telas. Para crianças de 2 a 5 anos, a recomendação é de até uma hora por dia, sempre com supervisão. Esse tempo pode ser estendido até duas horas por dia para crianças de 6 a 10 anos. Já crianças e adolescentes entre 11 e 18 anos devem limitar seu tempo online a duas ou três horas por dia.

“Entretanto, as pesquisas também mostram que o tempo de tela não é a medida mais relevante ou a única variável a ser considerada quando pensamos em cuidar da relação que as crianças estabelecem com o mundo digital. Afinal de contas, passar uma hora assistindo sozinho filmes violentos, permeados por mensagens publicitárias, é completamente diferente de assistir em família a um documentário sobre música ou vida selvagem”, pondera a pesquisadora.

Maria Isabel acrescenta que é fundamental avaliar e refletir a intenção do tempo de tela: por que a criança vai ter essa experiência, o que ela vai aprender ou vivenciar com ela, a qualidade do conteúdo acessado e ainda se esse tempo de tela está impedindo que a criança realize atividades importantes como dormir, se alimentar, brincar ao ar livre e interagir com outras crianças e adultos.

Dieta digital

A pesquisadora Maria Isabel considera que uma forma de avaliar se um conteúdo digital é bom é semelhante a quando escolhemos o que vamos comer. “Numa boa dieta digital prevalecem conteúdos sem violência gratuita, conteúdos publicitários, notícias falsas, mensagens discriminatórias e desafios perigosos”.

Ela orienta que bons conteúdos são aqueles em que há respeito à privacidade e à identidade online. “São aqueles vinculados aos produtos e plataformas que respeitam nossa capacidade de desconectar e nos ajudam a encontrar espaço e oportunidades para brincar, criar, ler, desenhar, jogar, entre inúmeras possibilidades de encontros significativos conosco e com o outro. Em suma, bons conteúdos digitais são aqueles que trazem mais autoria – em oposição àqueles de uso mais passivo -, são acessados com intenção e nos fazem bem”.

Responsabilidade 

Na visão da pesquisadora, a responsabilidade com o ambiente digital não é apenas do usuário. “É muito importante também percebermos – e compartilharmos esse aspecto com as crianças – que a responsabilidade por uma relação saudável, criativa e segura com o ambiente digital não é apenas do usuário. É também do governo, das empresas e das plataformas de tecnologia. É fundamental advogarmos por um ambiente digital mais humano, que proteja nossa privacidade, resguarde nossa capacidade de desconectar e fortaleça nossos laços sociais”, defende Maria Isabel.

Para contribuir com esse debate, o Instituto Alana, com o apoio do Nic.Br, da Safernet Brasil e do portal Lunetas, está realizando o evento “Ser Criança no Mundo Digital – série de conversas online”. Os diálogos serão transmitidos pelo Instituto Alana. A estreia da série de conversas foi no dia 26 de junho, e os dois primeiros episódios podem ser acessados em Episódio 1 e Episódio 2.

OMS quer mais evidências sobre transmissão da covid-19 pelo ar

Prédio da OMS em Genebra, Suíça

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nessa quinta-feira (9) novas diretrizes sobre a transmissão do novo coronavírus, que reconhecem alguns relatos de transmissão pelo ar do vírus causador da covid-19. A instituição, no entanto, não chegou a confirmar que o vírus se propaga pelo ar.

Em suas diretrizes mais recentes sobre transmissão da doença, a OMS reconheceu que alguns relatos sobre casos relacionados a espaços fechados lotados sugeriram a possibilidade de transmissão por aerossol, como restaurantes ou aulas de ginástica. Mas a organização observou que mais pesquisas são “urgentemente necessárias para investigar esses casos e avaliar seu significado para a transmissão da covid-19”.

Com base na revisão das atuais evidências, a OMS afirmou que o novo coronavírus, causador da covid-19, se espalha entre as pessoas por contato direto ou indireto com superfícies contaminadas ou o contato próximo com pessoas infectadas que espalham o vírus pela saliva, secreções respiratórias ou gotículas liberadas quando uma pessoa infectada tosse, espirra, fala ou canta.

O documento foi divulgado após carta aberta de cientistas especializados na propagação de doenças pelo ar – os chamados aerobiologistas – que solicitaram ao organismo global atualizar suas orientações sobre como a doença respiratória se propaga, para incluir a transmissão por aerossol.

“Este é um movimento na direção certa, embora pequeno. Está ficando claro que a pandemia é causada por eventos de grande propagação e que a melhor explicação para muitos desses eventos é a transmissão por aerossol”, disse Jose Jimenez, um químico da Universidade do Colorado que assinou a carta, publicada segunda-feira (6) na revista Clinical Infectious Diseases.

A frequência com que o coronavírus se espalha pela via aérea ou pelo aerossol – ao contrário de gotículas maiores em tosses e espirros – não é clara.

Em entrevista coletiva, Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (EUA), disse que ainda não existem muitas evidências sólidas sobre a transmissão aérea do novo coronavírus. “Eu acho é uma suposição razoável que isso ocorra”.

Embora incompletas, as evidências até o momento são “a base fundamental do motivo pelo qual agora estamos tão empenhados em fazer com que as pessoas – particularmente as sem sintomas – usem máscaras. Para poder ver se podemos mitigar isso”, disse ele.

As orientações da OMS reconhecem que a transmissão pelo ar do novo coronavírus pode ocorrer durante procedimentos médicos específicos que produzem aerossóis, como durante a intubação.