Polícia entra em confronto com manifestantes em Beirute

Manifestantes carregam bandeiras nacionais durante um protesto contra o governo no centro de Beirute, Líbano, em 20 de outubro de 2019

A polícia libanesa lançou bombas de gás lacrimogêneo para tentar dispersar manifestantes que jogavam pedras e bloqueavam uma via perto do Parlamento em Beirute neste domingo (9), no segundo dia de protestos contra o governo pela explosão devastadora da última terça-feira (4) no porto da capital.

O fogo irrompeu em uma entrada para a Praça do Parlamento, enquanto os manifestantes tentavam invadir uma área isolada, segundo imagens de TV. Os manifestantes também invadiram os escritórios de ministérios.

A enorme explosão matou 158 pessoas e feriu mais de 6 mil além de destruir partes da cidade, num momento de crise política e econômica, gerando fortes apelos para que o governo renuncie.

Policiais da tropa de choque entraram em confronto com os manifestantes, enquanto milhares de pessoas seguiam para a Praça do Parlamento e para a Praça dos Mártires, disse um correspondente da Reuters.

“Demos a esses líderes tantas chances de nos ajudar e eles sempre falharam. Queremos todos eles fora, especialmente o Hezbollah, porque é uma milícia e apenas intimida as pessoas com suas armas”, disse Walid Jamal, um manifestante desempregado, referindo-se ao o grupo armado mais influente do país, apoiado pelo Irã, que tem ministros no governo.

O patriarca cristão maronita, Bechara Boutros al-Rai, disse que o gabinete deveria renunciar, uma vez que não pode mudar a forma como governa. “A renúncia de um parlamentar ou ministro não é suficiente, todo o governo deveria renunciar, pois não é capaz de ajudar o país a se recuperar”, afirmou em seu sermão de domingo.

A ministra da Informação, Manal Abdel Samad, disse hoje que estava renunciando ao cargo, citando a explosão e o fracasso do governo em realizar reformas.

Os protestos de sábado foram os maiores desde outubro, quando milhares de pessoas foram às ruas para exigir o fim da corrupção e da má governança.

Cerca de 10 mil pessoas se reuniram na Praça dos Mártires, que foi transformada em uma zona de batalha à noite entre a polícia e os manifestantes. Eles que tentaram romper uma barreira ao longo de uma via que leva ao Parlamento. Alguns manifestantes invadiram ministérios do governo e a Associação de Bancos Libaneses.

Um policial foi morto e a Cruz Vermelha disse que mais de 170 pessoas ficaram feridas.

O primeiro-ministro e a Presidência disseram que 2.750 toneladas de nitrato de amônia altamente explosivo, usado na fabricação de fertilizantes e bombas, foram armazenadas por seis anos sem medidas de segurança no depósito do porto.

O governo garante que punirá os responsáveis.

Geral Campanha Agosto Dourado: mães com covid-19 devem continuar amamentand

Profissionais de saúde orientam sobre amamentação na Semana Mundial de Aleitamento Materno, no Palácio do Catete.

Agosto é celebrado nacionalmente como o Mês de Aleitamento Materno desde 2017. O período também é chamado de Agosto Dourado, cor que simboliza o padrão ouro de qualidade do leite humano, líquido essencial para a vida e o desenvolvimento do bebê. Mas, em meio à pandemia de covid-19, a preocupação das mães com a amamentação aumenta. . E uma dúvida surge: mulheres que contraíram a doença podem amamentar normalmente?

Para a coordenadora da assistência em aleitamento materno do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), Maíra Domingues, que é enfermeira pediátrica, os estudos feitos com amostras de leite de mães que tiveram covid-19 indicaram que vírus SARS-CoV-2 não é transmitido pela amamentação.

“As mães podem e devem continuar amamentando, mesmo estando com sintomas compatíveis com a síndrome gripal ou infecção respiratória, ou mesmo a confirmação para covid-19, se for seu desejo e se estiver em condições clínicas adequadas. Mas é importante que elas utilizem a máscara quando forem amamentar ou realizar algum cuidado com o bebê. E, claro, a higienização das mãos com bastante frequência, antes e depois da mamada ou cuidado”.

Doação de leite

Mas, segundo Maíra, a doação para o BLH está contraindicada para mulheres com sintomas compatíveis com síndrome gripal, infecção respiratória ou confirmação de caso de SARS-Cov-2. Orientação semelhante também se estende para mulheres contactantes, durante o período da viremia.

“Para a doação do leite humano de mulheres que estão com o vírus – suspeito ou confirmado – é importante recomendar a contraindicação temporária da doação pelo período de 14 dias, contados a partir do início dos sintomas. As nossas normas técnicas oferecem uma segurança e garantia da qualidade em todo o processo de coleta, armazenamento, pasteurização, então não houve nenhuma mudança. A única recomendação é que para qualquer doença infectocontagiosa, não só para o coronavírus, a doação é contraindicada até a melhora do quadro”.

Maíra informa que a pandemia obrigou o instituto a mudar alguns atendimentos às mães e pais, mas o serviço não foi interrompido.

“Nós suspendemos os grupos educativos oferecidos no pré-natal, que são grupos para o casal que está esperando o bebê, que eram realizados duas vezes por semana. Na assistência para a mãe que está com dificuldade para amamentar, nós estamos realizando teleconsulta, teleorientação. Em casos em que é necessária a consulta presencial, é feito o agendamento a partir de uma primeira avaliação na teleconsulta”.

A lista e o contato dos Bancos de Leite Humano em todo o país estão disponíveis no portal da rede, assim como recomendações básicas e notas técnicas sobre amamentação e covid-19.

Semana mundial

A primeira semana de agosto é também a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Maíra explica que o tema deste ano é Apoie o aleitamento por um planeta saudável, de acordo com os Objetivos Sustentáveis do Milênio da Organização das Nações Unidas.

“O foco é no planeta, porque o leite materno é um alimento renovável, natural, que não traz custo ambiental. O leite humano é ambientalmente seguro e não gera impactos ambientais como os substitutos do leite materno, que são as fórmulas infantis, em decorrência do processo de industrialização”.

E a Semana Mundial do Aleitamento Materno foi encerrada na última sexta-feira (7), com o primeiro mamaço virtual promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Participaram a atriz Gisele Itié e o filho Pedro, de cinco meses, e os médicos Luciano Borges Santiago, Renato Kfouri e Moises Chencinski, integrantes dos departamentos científicos de Aleitamento Materno e de Imunizações da SBP.

Os eventos promovidos pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz) para o Agosto Dourado também estão sendo virtuais, por causa da pandemia. Serão transmitidas três palestras, nos dias 18, 19 e 20 de agosto, com o tema “A importância de apoiar o aleitamento materno nos primeiros 1000 dias de vida para a construção de um planeta mais saudável”. O público-alvo são os profissionais residentes do IFF, mas o evento é aberto a todos os interessados. As inscrições podem ser feitas pelo site www.abre.ai/inscricaosmam.

Rede de apoio

Alheia à pandemia, a vida das mães e bebês continua. Mãe de primeira viagem, a secretária-executiva Suyane Pereira Scen teve Luiza na última quarta-feira (5) e já está em casa. Ela explica que leu muito a respeito dos benefícios da amamentação na internet e fez cursos on-line, além de receber orientações das enfermeiras do hospital onde fez o parto.

“Para o bebê é questão da saúde. O primeiro colostro é muito rico em nutrientes, previne um monte de doença. Depois ajuda ela a engordar, o leite hidrata, engorda. Pelo menos o que eu fiquei sabendo é que nos primeiros seis meses é crucial para a vida saudável. Para a mãe, ajuda a reter sangramento, contrair o útero e outras coisas que nem me lembro, não dormi direito”.

Já em casa, em Brasília, Suyane conta com o acompanhamento de uma consultora para ajudar nos primeiros dias, que são os mais difíceis para a mãe. “Estou amamentando, mas está bem complicado, está machucando. A consultora ensina a pega, que o bebê não pode pegar só o bico porque machuca, tem que pegar a auréola. Questão do primeiro leite, o colostro, e depois como faz para não dar mastite, não empedrar. Ela vai mostrando como deve ser feita a massagem para ajudar a produzir leite. Eu não entendo muito e estou aprendendo com ela”.

A comunicadora de Salvador Christiane Sampaio teve o primeiro filho, Cairu, há 15 anos, e agora está com o bebê Akin, que vai completar um ano dia 27. Ela conta que teve duas experiências bem diferentes com os dois partos e amamentação.

“Meu primeiro filho não colocaram no meu seio assim que ele nasceu; só depois que eu fui para o quarto. Deu super certo e eu o amamentei quase 11 meses. Mas a pediatra me disse que não precisava amamentar mais de 6 meses, só se eu quisesse mesmo. Eu não tinha uma postura muito ativa mesmo”.

Para ela, atualmente a mulher está muito mais consciente sobre a importância da amamentação e existe um ativismo muito mais forte no campo da maternidade.

Ela destaca também a importância das redes de apoio que se formaram em diversos lugares, com mulheres e profissionais que se ajudam e trocam experiências e informações sobre maternidade, parto e amamentação, tudo feito de forma individualizada e mais humanizada.

Brasil registra 3 milhões de casos de covid-19 e 101 mil mortes

Teste rápido de COVID-19

O Ministério da Saúde divulgou ontem (9) novos números sobre a pandemia do novo coronavírus (covid-19) no país. De acordo com levantamento diário feito pela pasta, o Brasil tem 3.035.422 casos confirmados da doença e 101.049 mortes registradas. Os casos recuperados somam 2.118.460.

Nas últimas 24 horas, o ministério registrou 23.010 novos casos e 572 mortes.

O estado de São Paulo tem o maior número de casos acumulados desde o início da pandemia, com 627.126 casos e 25.114 mortes. Em seguida estão os estados da Bahia (193.029 casos e 3.953 óbitos), Ceará (188.542 casos e 7.954 óbitos) e o Rio de Janeiro (178.850 casos e 14.080 óbitos)

De acordo com o Ministério da Saúde, 3.566 casos estão em investigação.

Caixa credita saque emergencial do FGTS para nascidos em julho

Aplicativo Caixa Tem

Os trabalhadores nascidos em julho começam a receber hoje (10) o crédito do saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de até R$ 1.045. O pagamento será feito por meio da conta poupança digital da Caixa Econômica Federal.

Apesar de a Medida Provisória 946, que instituiu o saque emergencial, ter perdido a validade na semana passada, a Caixa manteve o calendário de saques, com base no princípio da segurança jurídica. Ao todo, o governo pretende injetar R$ 37,8 bilhões na economia, beneficiando cerca de 60 milhões de pessoas.

Anunciado como instrumento de ajuda aos trabalhadores afetados pela pandemia do novo coronavírus, o saque emergencial permite a retirada de até R$ 1.045, considerando a soma dos saldos de todas as contas no FGTS. O valor abrange tanto as contas ativas quanto as inativas.

Nesta fase, o dinheiro poderá ser movimentado apenas por meio do aplicativo Caixa Tem. A ferramenta permite o pagamento de boletos (água, luz, telefone), compras com cartão de débito virtual em sites e compras com código QR (versão avançada de código de barras) em maquininhas de cartão de lojas parceiras com débito instantâneo do saldo da poupança digital.

Liberação para saque

O dinheiro só será liberado para saque ou transferência para outra conta bancária a partir de 17 de outubro, para os trabalhadores nascidos em julho. O calendário de crédito na conta poupança digital e de saques foi estabelecido com base no mês de nascimento do trabalhador.

Até agora, a Caixa creditou o saque emergencial do FGTS para os trabalhadores nascidos de janeiro a junho. Os beneficiários nascidos em fevereiro tiveram o dinheiro liberado para saque no último sábado (8).

O pagamento está sendo realizado conforme calendário a seguir:

Mês de nascimento Dia do crédito na conta poupança social digital data para saque em espécie
janeiro 29 de junho 25 de julho
fevereiro 06 de julho 08 de agosto
março 13 de julho 22 de agosto
abril 20 de julho 05 de setembro
maio 27 de julho 19 de setembro
junho 03 de agosto 03 de outubro
julho 10 de agosto 17 de outubro
agosto 24 de agosto 17 de outubro
setembro 31 de agosto 31 de outubro
outubro 08 de setembro 31 de outubro
novembro 14 de setembro 14 de novembro
dezembro 21 de setembro 14 de novembro

Orientações
A Caixa orienta os trabalhadores a verificar o valor do saque e a data do crédito nos canais de atendimento eletrônico do banco: aplicativo FGTS, site fgts.caixa.gov.br e telefone 111 (opção 2). Caso o trabalhador tenha direito ao saque emergencial, mas não teve a conta poupança digital aberta automaticamente, deverá acessar o aplicativo FGTS para complementar os dados e receber o dinheiro.

O banco alerta que não envia mensagens com pedido de senhas, dados ou informações pessoais. Também não envia links nem pede confirmação de dispositivo ou acesso à conta por e-mail, SMS ou WhatsApp.

Cancelamento do crédito automático
O trabalhador poderá indicar que não deseja receber o saque emergencial do FGTS até dez dias antes do início do seu calendário de crédito na conta poupança social digital, para que sua conta do FGTS não seja debitada.

Caso o crédito dos valores tenha sido feito na poupança social digital do trabalhador e essa conta não seja movimentada até 30 de novembro de 2020, os valores corrigidos serão retornados à conta do FGTS.

Embrapii e BNDES vão financiar projetos com foco no combate à covid-19

Os cientistas trabalham em um laboratório de nível 2 de bio-segurança no Instituto Rega de Pesquisa Médica da KU Leuven que atualmente está realizando pesquisas para encontrar tratamento contra o coronavírus em Leuven, Bélgica

A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), assinou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o objetivo de financiar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para a área da saúde, com foco nos produtos para combate à covid-19.

O diretor-presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, afirmou, durante solenidade virtual de assinatura do acordo, que espera promover tantos projetos que, em poucas semanas, os R$ 20 milhões do Fundo Tecnológico (Funtec) do BNDES deverão ser duplicados e até atingir valores mais altos que R$ 40 milhões. Graças ao modelo de negócio copiado da Alemanha, baseado no tripé empresa/governo/universidade, que facilita a interação entre essas entidades, a Embrapii tem hoje 60 unidades de pesquisa credenciadas, 700 empresas associadas e quase mil projetos. “O projeto a empresa traz como sua demanda de desenvolver, buscando a competência”.

Guimarães disse que só na Amazônia há 100 tipos diferentes de vírus em plantas, que mutam para animais e desses para os homens. Por isso, acrescentou que os países, incluindo o Brasil, têm de se preparar adequadamente para enfrentar possíveis novas pandemias. O diretor-presidente da Embrapii afirmou que a meta é assinar um novo contrato de gestão, por dez anos, com o ministério e reunir 12 mil empresas, “que estão ávidas para atuar no modelo Embrapii”.

No acordo firmado com o BNDES, Guimarães adiantou que terá destaque a área da saúde e, especialmente, a biológica, em que o país tem mais dificuldade, porque nos últimos anos a indústria farmacêutica ficou de fora. Ele pretende atrair indústrias farmacêuticas que, no momento, são somente quatro das 700 companhias associadas, em especial para o setor da biotecnologia molecular, onde estão “os medicamentos realmente caros”.

Soluções inovadoras

Os recursos do BNDES vão apoiar soluções inovadoras em fase final de produção. Os projetos devem estar direcionados para o desenvolvimento de testes diagnósticos, ventiladores pulmonares e componentes, equipamentos de proteção individual e coletiva para profissionais da saúde e pacientes, e soluções ligadas ao combate, tratamento e diagnóstico da covid-19, como tomógrafos, testes de medicamentos e vacinas e tecnologias associadas à indústria 4.0, que envolve inteligência artificial, softwares (programas de computador) e sensores, que contribuam para a retomada da atividade econômica de forma segura. A parceria permite financiar as fases finais do projeto, como lote piloto e certificações, demonstração em ambiente operacional e as etapas de validação de seu desempenho, considerando que o projeto já se encontra na fase de industrialização.

Na avaliação do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, a parceria com a Embrapii é frutífera porque as duas instituições buscam a inovação e o desenvolvimento como forma de melhorar a vida da população e, no caso atual, a saúde no país. De acordo com Montezano, o BNDES vê com muito bons olhos o tripé governo/academia/empresa privada. “É justamente essa economia da colaboração, essa economia de propósito, que está ditando a nova fronteira da sociedade”. As distâncias entre público e privado estão diminuindo, assegurou. “Cada vez que a gente conseguir atuar em parceria, complementaridade, esse é o caminho do sucesso, do desenvolvimento”, afirmou. Montezano está convicto de que essa parceria entre o BNDES e a Embrapii vai trazer bons resultados para o Brasil.

A participação financeira do banco poderá chegar a até 50% do total do investimento apoiável; o restante será dividido por aportes não financeiros das unidades Embrapii e contrapartidas das empresas parceiras. O modelo Embrapii estabelece que as unidades credenciadas somente terão acesso aos recursos para a contratação de projetos que sejam realizados em parceria com, pelo menos, uma empresa industrial. Em todos os projetos, a empresa deverá aportar, no mínimo, 10% do valor total do investimento.

Ciência e tecnologia

O ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações, destacou, ao encerrar a cerimônia, que o atual momento de pandemia demonstra a importância do setor para o mundo e que os países desenvolvidos investiram, mantiveram e fizeram crescer seus sistemas de ciência, tecnologia e inovações. “Sabem que é por meio disso que se sai de crises, que se desenvolve a economia”.

Pontes lembrou que a ciência e a tecnologia são usadas na atualidade para combate direto ao vírus e aos seus efeitos. A tecnologia, disse o ministro, é importante para todo o aparato médico, para o tratamento da população e para a recuperação do país. “Vai ser por meio da ciência, tecnologia e inovações que o país vai se recuperar e conseguir, de forma rápida, ter retorno sólido dos investimentos e rapidamente aumentar a geração de empregos”. O Brasil tem que acompanhar esse conhecimento, afirmou Pontes.

O ministro disse ainda que a parte de financiamento para ciência e tecnologia sempre foi inconstante no Brasil. “Eu acho que é o momento ideal para que possamos fazer isso”. Segundo Pontes, a única coisa positiva que o novo coronavírus trouxe foi mostrar para o planeta a necessidade de união dos países e das organizaçaões, “de forma que a gente consiga sair melhor dessa pandemia e se preparar para próximas”. O país tem de estar preparado para responder, tanto em termos de ciência, quanto em termos de tecnologias, às ações necessárias para o enfrentamento e, depois, a recuperação desses sistemas, acrescentou

Embaixada do Líbano pede ajuda humanitária após explosão em Beirute

A Embaixada do Líbano em Brasília divulgou nota em seu site e nas redes sociais onde pede ajuda humanitária “para o atendimento às vítimas da tragédia e para a reconstrução da área atingida” em Beirute, após a explosão do porto da cidade, próximo a uma região de lazer, compras e escritórios –  onde funciona inclusive a Embaixada do Brasil.

De acordo com o comunicado da Embaixada do Líbano, o país precisa de assistência médica, “em todos os seus ramos” e suprimentos cirúrgicos e hospitalares. Também são pedidos materiais de construção, “incluindo equipamentos elétricos e vidro” e o fornecimento de instalações e equipamentos para a reconstrução do Porto de Beirute.

 Beirute, explosão, zona portuária
Bombeiros resgatam feridos após explosão na região portuária de Beirute – REUTERS/Mohamed Azakir/Direitos reservados

Conforme noticiado pela Agência Brasilo país está sem reserva de grãos por causa da destruição do silo de armazenamento no Porto de Beirute. Assim, a Embaixada do Líbano pede ainda a doação de trigo e farinha, entre outros gêneros alimentícios como comida enlatada.

Destruição, trabalho e solidariedade

Por WhatsApp, a reportagem entrevistou dois brasileiros que moram no Líbano, na região metropolitana de Beirute, e estiveram nesta quarta-feira (5) na área onde ocorreu a explosão. A professora universitária e tradutora Renata Vieira, 50 anos, que esteve na Síria no começo da guerra civil, iniciada em 2011, ficou impactada com o nível de destruição do local.

Também causou forte impressão a mobilização espontânea que viu. Segundo ela, a população da cidade, com máscaras, luvas e vassouras, começou a limpar as ruas. Algumas pessoas se encarregaram de fornecer alimento e água para quem estava trabalhando. “Isso foi sem nenhuma organização prévia. Não foi nenhum grupo que planejou essa ação. As pessoas foram para as ruas e começaram a limpeza”, descreveu.

As imagens de solidariedade também comoveram o fotógrafo e documentarista Mauricio Yazbek, 52 anos. “As pessoas se uniram muito rápido. A cidade está começando a ficar limpa”, disse ao comentar que já havia destroços separados para facilitar a circulação.

Segundo Yasbek, que é brasileiro e libanês (dupla nacionalidade), apesar de ter sido assolada com a explosão, Beirute mantinha sinais vitais de urbanidade e vida coletiva. “O Líbano é muito diferente. Não teve nenhum caso de vandalismo. Você não vê as pessoas, ao avistarem um carro arrombado [por causa da explosão}, tentando ver o que tem dentro (…) Tinha lojas abertas com equipamento lá dentro e não tinha ninguém invadindo”, comentou.

 Beirute, explosão, zona portuária
Pessoas correm após explosão – REUTERS/Mohamed Azakir/Direitos reservados

Brasileiros no Líbano

De acordo com o portal consular do Ministério das Relações Exteriores, “estima-se que haja mais de 16 mil brasileiros residentes no Líbano”. Alguns brasileiros têm função destacada na manutenção da paz na região.

Desde 2011, a Marinha do Brasil lidera a Força-Tarefa Marítima (FTM), com mais de 700 militares de navios da Alemanha, Bangladesh, Grécia, Indonésia, Turquia e Brasil, e que compõe a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil). Segundo as Nações Unidas, Após as explosões, 23 soldados da força interina tiveram que ser atendidos em hospital, 18 foram liberados. Dos restantes, dois capacetes azuis continuam em condições críticas, mas estáveis.” Nenhum deles é brasileiro.

A Embaixada do Brasil em Beirute se colocou disponível para informações sobre a situação dos brasileiros no Líbano pelo número +961 70108374. O núcleo de assistência a brasileiros do Ministério das Relações Exteriores em Brasília também foi posto à disposição para informações, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, pelos telefones +55 61 2030 8820/6756/6753 e pelo e-mail dac@itamaraty.gov.br. Nos demais horários, poderá ser contatado o telefone do plantão consular da Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania do Itamaraty pelo número +55 61 98197-2284.”

Um comitê instituído pelo governo do Líbano investiga as causas da explosão, inclusive se estaria relacionado ao armazenamento de 2.750 toneladas de nitrato de amônio no Porto de Beirute. A carga explosiva, utilizada para produzir fertilizantes, estava em um navio Russo com destino à Moçambique e foi apreendida em 2013 pelas autoridades portuárias libanesas.

Segundo a agência Reuters, pelo menos 135 pessoas morreram e 5 mil ficaram feridas na explosão, que também deixou até 250 mil pessoas desabrigadas, após ondas de choque destruírem fachadas de edifícios.

OMS: recuperação econômica global pode ser mais rápida com vacina

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom

A recuperação econômica em todo o mundo pode vir mais rápido se uma vacina contra a covid-19 for disponibilizada a todos como um bem público, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nessa quinta-feira (6).

“O compartilhamento de vacinas ou o compartilhamento de outras ferramentas efetivamente ajuda o mundo a se recuperar junto. A recuperação econômica pode ser mais rápida e os danos da covid-19 podem ser menores”, disse Tedros, que participou de um painel de discussão online com membros do Fórum Aspen Security, dos Estados Unidos, moderado pela rede NBC.

“O nacionalismo com vacinas não é bom, não vai nos ajudar”, acrescentou Tedros, em alusão à disputa competitiva entre diversas nações e seus laboratórios para criar uma vacina eficaz e pedir o máximo de doses possível com antecedência.

Na segunda-feira (3), Tedros disse que o coronavírus é a maior emergência de saúde desde o início do século 20, e que a corrida internacional por uma vacina também é “sem precedentes”.

“Precisamos aproveitar este momento para nos juntarmos em unidade nacional e solidariedade global para controlar a covid-19”, afirmou ele no fórum. “Nenhum país estará seguro até todos estarmos seguros.”

O diretor de Emergências da OMS, Michael Ryan, questionado sobre a proposta da vacina russa, disse ao painel que são necessários dados de estudo para garantir que os produtos sejam seguros e eficazes.

Ryan disse também que as autoridades devem ser capazes de demonstrar a eficácia de uma vacina contra o novo coronavírus por meio de ensaios clínicos tradicionais, em vez de estudos de “desafio humano”. Ele se referiu à exposição intencional de voluntários para verificar se o produto funciona.

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, disse ontem que é possível que o país tenha uma vacina contra o novo coronavírus antes das eleições de 3 de novembro – uma previsão mais otimista do que o tempo apresentado pelos próprios especialistas em saúde da Casa Branca.

Trump acusou a OMS de se tornar um fantoche da China – onde o surto do novo coronavírus surgiu pela primeira vez no ano passado, e avisou que os Estados Unidos sairão da agência dentro de um ano.

Os EUA são o maior doador geral da OMS e contribuíram com mais de US$ 800 milhões até o fim de 2019 para o biênio 2018-19.

Tedros Adhanom, que negou que a OMS responda à China ou a qualquer outro país, disse ao painel que o principal dano da iniciativa do governo Trump, de sair da agência, não será a perda de financiamento.

“O problema não é o dinheiro, não é o financiamento, é realmente o relacionamento com os EUA. Isso é mais importante para a OMS – o vácuo, não o financeiro. E esperamos que os EUA reconsiderem sua posição”, declarou.

Cursos de qualificação profissional têm alta demanda na pandemia

Com o acordo, pesquisadores de 15 intitutos Senai de Inovação operacionais podem acessar as inovações produzidas pelos institutos Fraunhofer, principalmente em tecnologias, que não estão disponíveis no Brasil

A procura por cursos de educação a distância tem aumentado durante a pandemia e superado as expectativas de quem atua na área. Com vagas abertas e gratuitas em cursos online de qualificação profissional, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) bateu a marca de 1 milhão de matrículas realizadas desde o início da pandemia, há quase cinco meses.

“Desde março, a gente se preocupou muito em oferecer cursos para ocupar a mente das pessoas e aproveitar essa oportunidade para requalificação. Ao todo, lançamos 23 cursos gratuitos. Nossa meta era de 100 mil matrículas, mas atingimos mais de 1 milhão”, afirma Felipe Morgado, gerente executivo de Educação Profissional do Senai Nacional.

Os cursos oferecidos têm duração média de 14 horas e são autoinstrucionais. Além de videoaulas, os estudantes contam com material didático em formato digital, realizam atividades, incluindo resolução de problemas, e precisam passar por uma avaliação para receber o certificado de conclusão. “São cursos estruturados e preparados para desenvolver competências nas pessoas”, acrescenta Morgado.

O Senai lançou um ranking das 10 capacitações gratuitas mais procuradas da entidade (veja lista abaixo). No topo da lista, o curso de segurança do trabalho foi procurado por mais de 120 mil pessoas. “O tema de saúde e segurança no trabalho, com a pandemia, ganhou muito mais atenção das pessoas, principalmente de profissionais que voltaram aos seus postos de trabalho”, diz o gerente executivo do Senai.

O curso de finanças pessoais também fez sucesso, com pouco mais de 96 mil matrículas. De novo, segundo Felipe Morgado, o cenário de instabilidade econômica causada pela pandemia ajuda a explicar o interesse. “Muitas pessoas estão perdendo o emprego e precisam repensar a organização de suas finanças”.

Os cursos na área de tecnologia da informação e indústria 4.0 também estão entre os destaques do Senai. Na avaliação do gerente executivo de Educação Profissional da entidade, a transformação tecnológica tem obrigado os trabalhadores e se manterem em permanente atualização. “Com a digitalização das empresas, precisamos digitalizar os trabalhadores da indústria também”.

Para ter acesso aos cursos e às vagas, basta acessar a plataforma Mundo Senai, preencher um cadastro simples e começar a qualificação. O tempo de realização do curso pelo trabalhador é flexível, além de ser 100% online. A plataforma também oferece outros serviços, como orientação profissional e oferta de vagas de trabalho.

Veja a ista dos 10 cursos do Senai mais procurados durante a pandemia:

1º – Segurança do Trabalho: 120.487 matrículas

Sensibiliza os participantes para as questões básicas da prevenção de acidentes e segurança do trabalho, de forma a criar uma mentalidade prevencionista. Duração: 14 horas

2º – Finanças pessoais: 96.374 matrículas

Mostra aos participantes a importância do equilíbrio financeiro, a fim de obter mais qualidade de vida, tranquilidade e motivação. Duração: 14 horas

3º – Tecnologia da Informação e Comunicação: 84.843 matrículas

Apresenta os principais temas relacionados à infraestrutura de TI, serviços de redes, softwarehardware, normas e padrões técnicos. Duração: 14 horas

4º – Noções Básicas de Mecânica Automotiva: 73.513 matrículas

Mostra os principais componentes e como funcionam os automóveis, as forças físicas envolvidas e os mecanismos por trás do funcionamento. Duração: 14 horas

5º – Desvendando a Indústria 4.0: 68.167 matrículas

Apresenta a Indústria 4.0, propiciando ao aluno a introdução ao tema e a obtenção da base conceitual das tecnologias habilitadoras que suportam essa indústria. Duração: 20 horas

6º – Fundamentos de Logística: 62.757 matrículas

Mostra o que é necessário para administrar o patrimônio e os recursos de uma empresa, conhecendo a história, os principais conceitos e definições da área. Duração: 14 horas.

7º – Lógica de Programação: 59.405 matrículas

Ensina os conceitos básicos sobre lógica de programação, tipos de dados, estruturas de controle e repetição e exemplos do uso de variáveis homogêneas e heterogêneas. Duração: 14 horas

8º – Educação ambiental: 49.859 matrículas

Busca conscientizar os participantes sobre questões básicas da educação ambiental, de forma a criar uma mentalidade prevencionista com relação ao meio ambiente. Duração: 14 horas

9º – Metrologia: 46.954 matrículas

Proporciona o conhecimento básico necessário à aplicação e interpretação das medidas na área da mecânica. Objetivo é explorar os principais temas relacionados à metrologia, desde os instrumentos mais básicos, como as réguas, até os de maior grau de precisão. Duração: 14 horas.

10º – Empreendedorismo: 45.833 matrículas

Oferece conhecimentos sobre o ato de criação de novos empreendimentos nos mais diversos setores. Duração: 14 horas.

Covid-19: Brasil tem 98,4 mil mortes e 2,9 milhões de casos

Teste rápido de COVID-19

O balanço diário do Ministério da Saúde divulgado ontem (6) totalizou 98.493 mortes desde o início da pandemia. Desde ontem, foram registrados pelas secretarias locais de saúde 1.237 óbitos. Ontem (5), o sistema marcava 97.256 mortes. Ainda há 3.544 óbitos em investigação.

O número acumulado de casos da doença chegou a 2.912.212. Nas últimas 24 horas, o painel do órgão recebeu a notificação de 53.139 novos casos das autoridades locais de saúde. Até quarta, a pasta havia contabilizado 2.859.073 pessoas infectadas desde o início da pandemia.

De acordo com o Ministério da Saúde, há 766.059 pacientes em acompanhamento, e 2.047.660 pessoas recuperadas da doença.

Covid-19 nos estados

Os estados com mais mortes por covid-19 são: São Paulo (24.448), Rio de Janeiro (13.941), Ceará (7.893), Pernambuco (6.828) e Pará (5.835). As Unidades da Federação com menos falecimentos pela pandemia são: Tocantins (428), Mato Grosso do Sul (458), Roraima (538), Acre (552) e Amapá (594).

Já em termos de casos, São Paulo lidera (598.670), seguido por Bahia (183.690), Ceará (183.301), Rio de Janeiro (174.064) e Pará (162.822). A Bahia ultrapassou o Ceará e assumiu a segunda colocação no ranking.

Os estados com menos pessoas infectadas até o momento são Acre (21.263), Mato Grosso do Sul (29.101), Tocantins (29.539), Roraima (34.929) e Amapá (37.735). O Acre consolidou a posição de estado com menos casos. Nas últimas semanas, essa posição era ocupada por Mato Grosso do Sul.

Boletim epidemiológico covid-19
Boletim epidemiológico covid-19 – Ministério da Saúde

Covid-19 no mundo

De acordo com o mapa da universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos lideram o ranking novo coronavírus com 4.870.367 casos acumulados e 159.864 mortes por covid-19 desde o início da pandemia. O Brasil ocupa a segunda posição. Em terceiro lugar na lista de países com maior registro da doença está a Índia com 1.964.536 casos acumulados. E o México está entre os três países com o maior número de mortes provocadas pelo novo coronavírus, 49.698.

MP destina R$ 1,99 bilhão para viabilizar vacina contra covid-19

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira (6) a medida provisória (MP) que abre crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a produção e aquisição da vacina contra a covid-19, que está sendo desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford. A transferência de tecnologia na formulação, envase e controle de qualidade da vacina será realizada por meio de um acordo da empresa britânica com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde. Com isso, caso a eficácia do imunobiológico seja comprovada, o Brasil deverá produzir 100 milhões de doses.

“Assinamos esse protocolo no passado e passamos a fazer parte desse seleto grupo. A nossa contrapartida é basicamente financeira no momento, quase R$ 2 bilhões. Talvez em dezembro ou janeiro exista a possibilidade da vacina e daí esse problema estará vencido poucas semanas depois”, afirmou o presidente, durante cerimônia de assinatura da MP, no Palácio do Planalto.

O acordo entre Fiocruz e AstraZeneca é resultado da cooperação entre o governo brasileiro e governo britânico, anunciado em 27 de junho pelo Ministério da Saúde. O próximo passo será a assinatura de um contrato de encomenda tecnológica, previsto para este mês, que garante o acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, das quais 30 milhões de doses entre dezembro e janeiro e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021. Em todo o mundo, esta é uma das vacinas que estão em estágio mais avançado, já em testes clínicos com seres humanos.

“Estamos garantindo a aplicação de recursos em uma vacina que tem se mostrado a mais promissora do mundo. O investimento é significativo, não apenas no seu valor, quase R$ 2 bilhões, mas também aponta para a busca de soluções que permitam ao Brasil desenvolver tecnologias para a proteção dos brasileiros. Esse é um acordo de transferência de tecnologia, isso significa que estamos garantindo a produção e entrega, inicialmente, de 100 milhões de doses, além de trazer para o país a capacidade de utilizar, na indústria nacional, essa nova tecnologia e dar sustentabilidade ao programa brasileiro de imunizações”, destacou o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.

Se a vacina for eficaz e o cronograma previsto pelo governo se cumprir, a expectativa é que haja uma grande campanha nacional de vacinação contra a covid-19 no início do próximo ano, dirigida a públicos prioritários, como idosos, profissionais da saúde e pessoas com doenças preexistentes.

Do total de recursos liberados, o Ministério da Saúde prevê um repasse de R$ 522,1 milhões na estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos. O objetivo é ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população, afirma a pasta. Um total de R$ 1,3 bilhão são despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica. Os valores contemplam a finalização da vacina. O acordo prevê o início da produção da vacina no Brasil a partir de dezembro deste ano e garante total domínio tecnológico para que Bio-Manguinhos tenha condições de produzir a vacina de forma independente.

A vacina
Desenvolvida pela Universidade de Oxford, a vacina foi elaborada através da plataforma tecnológica de vírus não replicante (a partir do adenovírus de chimpanzé, obtém-se um adenovírus geneticamente modificado, por meio da inserção do gene que codifica a proteína S do vírus SARS-COV-2). De acordo com o governo, embora seja baseada em uma nova tecnologia, esta plataforma já foi testada anteriormente para outras doenças, como, por exemplo, nos surtos de ebola e MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio causada por outro tipo de coronavírus) e é semelhante a outras plataformas da Bio-Manguinhos/Fiocruz, o que facilita a sua implantação em tempo reduzido. A vacina está na Fase 3 dos ensaios clínicos, que é a última etapa de testes em seres humanos para determinar a segurança e eficácia.