Continente africano se prepara para enfrentar pico da pandemia

FILE PHOTO: People queue to shop ahead of a nationwide 21 day lockdown called by the government to limit the spread of coronavirus disease (COVID-19) in Harare

Com os dados de contágio e óbitos por covid-19 em ascensão, passando dos 780 mil casos e chegando a 17 mil mortes, o continente africano se prepara para enfrentar o pico da pandemia. Os cientistas apontam que, depois das Américas, atual epicentro da pandemia e onde a propagação da doença ainda não deu sinais de estabilidade, a África será o próximo epicentro do coronavírus.

Segundo análise do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz), os dados do continente estão menos assustadores do que em outros lugares, com cerca de um terço do número de casos e um quinto do número de mortes do Brasil, por exemplo. Apesar de a pandemia ter demorado um pouco mais para atingir toda a região, grande parte dos países africanos viram os casos de covid-19 duplicarem no último mês e as curvas de contágio e de mortes continuam subindo.

O pesquisador do Cris-Fiocruz Augusto Paulo Silva, responsável pela colaboração com o continente africano e com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), explica que, como no Brasil, a epidemia na África começou pelos grandes centros urbanos que possuem mais conexões internacionais.

“É por conta das comunicações internacionais. A mesma lógica que tivemos no Brasil, a porta de entrada ser São Paulo e Rio de Janeiro, na África as partes mais conectadas são África do Sul e Egito, então é por ali que entrou, para depois começar a ir para outras partes do continente”.

De acordo com ele, as medidas de reforço na atenção primária à saúde pública têm ajudado o continente a evitar uma catástrofe, com ações como testes, rastreio de contatos e isolamento de casos. Porém, ele alerta que os países estão começando a retomar as atividades, antes da chegada do pico da pandemia.

“A quarentena nos países já acabou, fizeram dois ou três meses de quarentena, mas como tem muito setor informal, não conseguiram manter o isolamento direito por tanto tempo. Já estão a voltar. E está a chegar o pico. Mas a África do Sul, o Egito, estão abrindo com muito mais cuidado porque têm muito mais casos.”

A África do Sul está na casa dos 410 mil casos de covid-19 e 6 mil mortes, mais da metade dos casos e quase um terço das mortes no continente. O Egito está na faixa de 90 mil casos e 4,5 mil mortes.

Estratégia unificada
Silva explica que a União Africana, uma organização continental que reúne 55 países membros, tomou a iniciativa de comandar as ações de resposta e combate à pandemia de covid-19 de forma unificada. Quem lidera as ações é a Africa Centres for Disease Control and Prevention (CDC África), agência criada após o surto de ebola entre 2014 e 2016, que matou mais de 11 mil pessoas na Guiné, Libéria e Serra Leoa, na África Ocidental.

“O plano estratégico de resposta é único, foi definido a nível de União Africana e depois se desdobrou para as regiões e os países. Tem uma orientação continental, não é como na América do Sul, que não tem um órgão regional. Tem a OMS [Organização Mundial de Saúde] Afro também, mas apenas cobre 47 estados africanos. Mas os dois órgãos colaboram em África para a resposta à pandemia”.

Por abranger um número diferente de países, os dados disponibilizados pela CDC África e pela OMS Afro sobre a pandemia de covid-19 não coincidem.

Segundo o pesquisador, a África já vinha enfrentando outras epidemias, inclusive com um surto de ebola na República Democrática do Congo, na região central do continente, com mais de 2 mil mortos desde 2018, considerado encerrado no mês passado. Dessa forma, a OMS Afro e a CDC África adaptaram a preparação de resposta a epidemias à covid-19.

“Os países conseguiram se preparar, mas não se prepararam adequadamente porque a parte hospitalar é mais fraca do que em outras regiões do planeta. A parte de unidades de cuidados intensivos, por exemplo, é quase inexistente. O que salvou, antes da chegada dos testes, e do isolamento, foi a rede de cuidados de saúde primários, a atenção primária, essa rede que salvou muitas vidas.”

Fundo covid-19
O pesquisador explica que, no início da pandemia, a África sofreu com a falta de equipamentos e suprimentos, mas que a União Africana acionou os canais diplomáticos e criou um fundo para arrecadar recursos e ajuda aos países do continente.

“Alguns têm mais dificuldade que outros para testes, mas conseguiram mobilizar recursos internacionais fortemente em cooperação com a União Europeia, com a China, então isso deu uma boa resposta em termos de logística. A China forneceu muitos testes e equipamento de proteção individual. A China e a Índica apoiaram muito mais o contexto africano, e também as instituições financeiras internacionais, como o FMI, o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento.”

Segundo a Fiocruz, a Diretoria Regional da OMS para a África e parceiros lançaram o Acelerador de Acesso a Ferramentas Covid-19 (ACT) para que a região possa desenvolver, produzir e ter acesso equitativo aos testes diagnósticos, tratamentos e vacinas para covid-19.

A OMS Afro também pediu ajuda humanitária internacional para que os testes e tratamentos cheguem a toda a África, lembrando que a África Subsaariana abriga 26% dos refugiados do mundo, além de ter regiões do continente envolvidas em conflitos.

“Conflitos de longa duração em regiões como o Sahel levaram ao fechamento de unidades de saúde e à fuga de profissionais de saúde. No Burkina Faso, 110 unidades de saúde foram fechadas devido à insegurança, enquanto os serviços foram prejudicados em outras 186, deixando cerca de 1,5 milhão de pessoas sem assistência médica adequada. Nas regiões central e norte do Mali, os serviços de saúde foram paralisados ​​por ataques persistentes”, destaca o órgão internacional.

Segundo a OMS Afro, com a pandemia, algumas operações humanitárias sofreram atrasos por bloqueios, toques de recolher e restrições de movimento de pessoas e cargas.

China manda EUA fecharem consulado em Chengdu em retaliação

A China determinou aos Estados Unidos que fechem seu consulado na cidade de Chengdu nesta sexta-feira (24), reagindo à exigência feita por Washington nesta semana de que a China feche o consulado em Houston, uma deterioração das relações entre as duas maiores economias do mundo.

A ordem de fechar o consulado de Chengdu, localizado na província de Sichuan, no sudoeste chinês, foi vista como praticamente recíproca em termos de escala e impacto, mantendo a prática chinesa recente de reações equivalentes às ações dos EUA.

Pequim havia alertado que retaliaria, depois de ser surpreendida com um aviso de que teria 72 horas – prazo encerrado nesta sexta-feira – para esvaziar o consulado de Houston e ter feito um apelo para que os EUA a reconsiderassem.

“A medida dos EUA violou seriamente a lei internacional, as normas básicas das relações internacionais e os termos da Convenção Consular China-EUA. Ela prejudicou gravemente as relações China-EUA”, disse a chancelaria chinesa em comunicado.

“O Ministério das Relações Exteriores da China informou à Embaixada dos EUA na China de sua decisão de retirar seu consentimento para o estabelecimento e a operação do Consulado-Geral em Chengdu”, disse.

O Departamento de Estado norte-americano e a embaixada dos EUA em Pequim não responderam de imediato a um pedido de comentário.

O porta-voz da chancelaria chinesa, Wang Wenbin, disse que parte dos funcionários do consulado de Chengdu está “realizando atividades que não se alinham com suas identidades”, que interferiu nos assuntos chineses e prejudicou os interesses de segurança da China, mas não deu detalhes.

O consulado tem 72 horas para fechar, ou até as 10h de segunda-feira, disse o editor do jornal Global Times no Twitter.

Os mercados de ações globais sofreram quedas após o anúncio, acompanhando uma queda acentuada das ações blue chips chinesas, que perderam 4,4% do valor, e o iuan, que teve sua pior queda em duas semanas.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse em discurso ontem que EUA e seus aliados precisam usar “meios mais criativos e assertivos” para pressionar o Partido Comunista chinês a mudar sua conduta. Ele classificou o esforço como a “missão de nosso tempo”.

Os laços entre os dois países se deterioraram acentuadamente neste ano, por causa de questões que vão desde o novo coronavírus e da gigante de equipamentos de telecomunicação Huawei às reivindicações de Pequim ao Mar do Sul da China e à sua repressão a Hong Kong.

Bolsonaro anda de moto e visita deputada Bia Kicis em Brasília

Bolsonaro anda de moto e visita deputada Bia Kicis em Brasília

Pela primeira vez em quase três semanas, o presidente Jair Bolsonaro saiu do Palácio do Alvorada, neste sábado (25), para fazer um passeio pela cidade e foi até a casa da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), na região norte de Brasília.

O presidente fez o percurso pilotando uma moto, escoltado por carros e homens de sua segurança. Antes de ir até a casa da deputada, no início da manhã, ele foi de moto até uma concessionária, para fazer a revisão do veículo.

Nas redes sociais, Bia Kicis postou uma foto ao lado do presidente e familiares. “Comecei o dia com a visita surpresa do presidente Jair Bolsonaro em minha casa. Um gesto que simboliza os laços de amizade e alinhamento que nos unem e que seguem firmes. Apreciei muito essa surpresa”, escreveu.

Na última quarta-feira (22/7), o presidente Jair Bolsonaro solicitou a dispensa de Bia Kicis da vice-liderança do governo na Câmara dos Deputados, após ela ser uma das parlamentares a votarem contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tornou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) uma política permanente.

Após a visita, o presidente retornou ao Palácio do Alvorada e se encontrou com motociclistas que vieram de várias partes do país. Ele conversou e cumprimentou os apoiadores, além posar para fotos.

Teste negativo
Pela manhã, Bolsonaro anunciou que o resultado de um novo teste para a covid-19 deu negativo. Ele foi diagnosticado com a doença no último dia 7 e estava mantendo o isolamento na residência oficial.

Ministro da Educação tem início de pneumonia por causa da covid-19

Cerimônia de posse do ministro da Educação, Milton Ribeiro.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que teve o diagnóstico de início de uma pneumonia. Ele está isolado em casa desde o início da semana, quando teve a confirmação positiva para o novo coronavírus (covid-19). Segundo Ribeiro, ele está medicado, mas com um pouco de tosse e sem apetite.

“Amanheci bem melhor, mas ontem meus médicos constataram um início de pneumonia. Fui à clínica e tomei via venosa antibiótico. Hoje acordei bem melhor, 10% de tosse mas ainda sem apetite. Obrigado pelas orações e por tudo. Abraço fraterno a todos”, postou nas redes sociais.

Entregadores de aplicativos promovem segunda paralisação nacional

Motoboy, usa máscara de proteção contra covid-19  na rua da Consolação

Os entregadores de aplicativos promovem hoje (25) a 2ª paralisação nacional da categoria. A primeira foi realizada no dia 1º de julho. Eles reivindicam melhores condições de trabalho, fim de bloqueios indevidos, maior remuneração e apoio para prevenção contra a contaminação durante a pandemia do novo coronavírus.

Os trabalhadores requerem das empresas elevação da taxa mínima e da taxa por quilômetro. Atualmente, eles recebem um valor fixo por corrida e um variável por distância percorrida. Eles argumentam que os dois valores são insuficientes para custear as despesas básicas.

Outro pleito é o fim dos bloqueios indevidos. Entregadores afirmam que são impedidos de continuar prestando o serviço sem explicações. Outra crítica é o fato de que os envolvidos nas paralisações são punidos com esta medida. “Defendemos o fim dos bloqueios. Os caras bloqueia mesmo, aí não quero correr o risco”, relatou um entregador.

O chamado “breque” traz entre suas pautas a adoção de medidas efetivas pelas empresas de proteção no cenário de pandemia. Enquanto algumas empresas forneceram equipamentos e insumos como álcool em gel, outras ainda não tomaram medidas. Eles pedem também um seguro saúde em caso de contaminação ou de acidentes.

Publicações nas redes sociais de grupos de entregadores registravam paralisações marcadas em pelo menos seis unidades da Federação: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Paraná.

Rio diz que festa de réveillon é inviável sem vacina contra covid-19

Queima de fogos na praia de Copacabana, Réveillon Rio 2019

A prefeitura do Rio informou hoje (25) que o tradicional réveillon da cidade, assim como o carnaval, “não é viável neste cenário de pandemia, sem a existência de uma vacina”. A Empresa de Turismo do Rio (Riotur) informou que “o réveillon não é um evento rígido e pode acontecer de diversas formas, que não apenas reunindo 3 milhões de pessoas na Praia de Copacabana”.

Nos próximos dias, a Riotur apresentará ao prefeito Marcelo Crivella diferentes formatos possíveis para o evento da virada, sem presença direta de público, em um modelo virtual, onde será possível atingir o público pela TV e pelas plataformas digitais, preservando prioritariamente a segurança das pessoas e considerando também uma atmosfera de reflexão e esperança diante de tantas perdas sofridas.

“Ressaltamos que todos os conceitos desenvolvidos e analisados pela Riotur têm sua viabilidade financeira focada 100% na iniciativa privada, considerando o cenário atual onde os recursos da prefeitura do Rio estão destinados ao combate da pandemia”, disse a empresa.

“Esse modelo, com parceiros privados investindo nos grandes eventos, é adotado pela Riotur durante toda a gestão do prefeito Marcelo Crivella, priorizando que o dinheiro público seja investido nas questões básicas, como saúde e educação”, completou.

A Riotur informou ainda que, seguindo o cronograma dos anos anteriores, o réveillon começaria a ser desenvolvido em agosto. “Isto significa dizer que não há etapas a serem cumpridas pela prefeitura neste momento e estamos dentro do cronograma natural”.

Carnaval
O presidente em exercício da Riotur, Fabrício Villa Flor de Carvalho, tem participado de reuniões virtuais com o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, para tratar do desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.

Atendendo pedido da Liesa, a Riotur não abriu a venda de ingressos para o setor turístico do Sambódromo. A empresa aguarda a próxima assembleia da Liga que definirá o rumo dos desfiles para anunciar novas medidas.

Já para o carnaval de rua, a Riotur tem mantido conversas com o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público (Gaesp), órgão atuante na construção do evento e que participou da criação do protocolo que garantiu melhorias à folia.

A Riotur afirma que o cenário se mantém inconclusivo e que ainda não há definição sobre o carnaval do próximo ano. “O carnaval é um feriado nacional e envolve outras esferas, e não apenas a municipal, sendo, portanto, uma discussão muito mais ampla, que inclui principalmente resultados de estudos científicos.”

Paulo Câmara abre 258 novos leitos no Sertão para enfrentamento à Covid-19

O governador Paulo Câmara, mantendo seu compromisso com a qualificação da rede de atendimento aos pacientes suspeitos ou confirmados da Covid-19 no Sertão do Estado, inaugurou, na manhã deste sábado (25.07), três novos equipamentos em Petrolina e Serra Talhada, sendo dois hospitais de campanha e a primeira etapa do Hospital Eduardo Campos (HEC). Ao todo, serão disponibilizados mais 258 leitos, sendo 30 de UTI e os demais de enfermaria, para a rede estadual de saúde, dentro do maior esforço sanitário e logístico da história da saúde pública pernambucana. As vagas serão abertas gradativamente, seguindo os fluxos administrativos e de assistência necessários ao pleno funcionamento e garantia da segurança e cuidado aos pernambucanos.

A primeira parada do governador foi em Petrolina, para conhecer a estrutura do hospital de campanha, montado com um investimento de mais de R$ 1,5 milhão no terreno do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf). Gerido pelo Instituto Social das Medianeiras da Paz, o serviço iniciará suas atividades com 20 leitos de enfermaria, chegando à capacidade máxima de 100, sendo cinco leitos de estabilização com respiradores.

“São 100 leitos que estão sendo disponibilizados e que vão se juntar à infraestrutura já existente. O intuito é justamente fortalecer a IV Macrorregião, que abrange o Sertão do São Francisco e do Araripe. As estruturas já estão prontas e os equipamentos, disponibilizados. Nós temos ainda 40 novos respiradores que vamos distribuir da melhor forma na região”, disse Paulo Câmara.

Ao todo, 175 profissionais atuarão na estrutura, garantindo atendimento não apenas à população de Petrolina, mas para mais de dois milhões de pessoas das 53 cidades que integram a Rede Interestadual de Saúde Pernambuco-Bahia (Rede Peba) – 25 de Pernambuco e 28 da Bahia.

“Petrolina é uma das nossas referências como polo de saúde no Sertão pernambucano, e também de parte de cidades da Bahia. O hospital de campanha vem se somar às estruturas que já estão funcionando na localidade, como a UPAE e os leitos contratualizados no Neurocárdio, neste momento em que os números ainda apontam uma tendência de aumento na demanda por atendimento. Estamos permanentemente dialogando com a população sobre as medidas de segurança e higiene, além da importância do isolamento social, por acreditarmos que a prevenção ainda é a melhor solução para enfrentarmos esse delicado momento e doenças graves como a provocada pelo novo coronavírus”, afirmou o secretário estadual de Saúde, André Longo.

De acordo com o secretário, o Governo de Pernambuco tem empenhado todos os esforços necessários para enfrentar a pandemia, e continuará trabalhando para ofertar a estrutura necessária à população. Em Petrolina, além de André Longo, o governador estava acompanhado do deputado federal Sebastião Oliveira e do deputado estadual Lucas Ramos.

Em Serra Talhada, no Sertão do Pajeú, Paulo Câmara inaugurou a primeira etapa do Hospital Geral do Sertão Governador Eduardo Campos (HEC). Na unidade, colocou também em funcionamento outro hospital de campanha, voltado para o tratamento da Covid-19. O governador e o secretário de Saúde entregaram os primeiros 10 leitos de UTI da unidade. Com uma programação gradual de abertura, o novo equipamento contará com 58 vagas, sendo 30 de UTI, para compor a rede de enfrentamento ao novo coronavírus.

Essa estrutura funcionará integrada ao hospital de campanha, montado em sua área externa, que inicia as operações com 20 vagas de enfermaria, sendo duas de estabilização com suporte de ventilador, e chegará à capacidade máxima de 100 leitos gradualmente. Para erguer a estrutura, foram investidos R$ 1,3 milhão do Governo de Pernambuco. Ambos têm gestão do Hospital Tricentenário, que está contratando mais de 400 funcionários para atender cerca de 842 mil habitantes de 35 municípios das VI, X e XI Geres, que englobam a Macrorregional III.

“Temos a oportunidade de entregar essa primeira etapa do Hospital Eduardo Campos já adaptada para atender pacientes da Covid-19. Esperamos, com isso, dar uma condição de atendimento adequada e que abranja toda essa macrorregião. Serra Talhada e Petrolina estão recebendo novas estruturas e o Sertão ganha uma melhor condição de enfrentar a pandemia. Esperamos a estabilidade dos números para iniciarmos o processo de convivência, como acontece na Região Metropolitana do Recife”, afirmou Paulo Câmara.

O Hospital Eduardo Campos conta com a estrutura mais moderna do Sertão de Pernambuco, construída com investimentos da ordem de R$ 32 milhões. Após a inauguração das próximas etapas, a expectativa é que o montante gasto na edificação ultrapasse os R$ 47 milhões. Até o final do ano, será aberta a segunda fase de construção, com a inauguração de mais 14 leitos de internação, emergência geral com 39 leitos, ambulatório, além de outras estruturas administrativas e operacionais.

No próximo ano, será entregue a terceira etapa das obras. Quando estiver em sua plena capacidade, o hospital contará com cerca de 200 leitos, sendo 140 de internação. Ao todo, o hospital terá 10 mil metros quadrados de área construída, ampliando ainda mais o atendimento ao trauma e outras patologias na região, e evitando que a população

O chefe é Geraldo Júlio

O chefe é Geraldo Júlio, por Magno Martins

O engraçado das operações da Polícia Federal em Pernambuco, especialmente no Recife, já a quinta com a de ontem, é que não chegam aos gabinetes dos chefes, de quem de fato dá a ordem para todo tipo de falcatruas – o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio. São eles os principais responsáveis por tudo, mas a justiça só bate à porta dos ordenadores de despesas. Ninguém tem o poder de ordenar um centavo sem o aval do chefe.

No Rio de Janeiro, no Pará e em outros Estados a PF invadiu até as residências oficiais dos governadores, mas Pernambuco é uma ilha, não está no Brasil, na visão da chefona da PF no Estado. Aqui, a justiça federal proíbe até a Polícia Federal a cumprir de forma exitosa a sua missão, negando o pedido para prisão de auxiliares do prefeito – oito ao todo – envolvidos na malandragem da gatunagem aos cofres públicos.

O que mais agride ao bom senso da sociedade, que paga seus impostos em dia, é uma malandragem envolvendo dinheiro destinado pelo Governo Federal para salvar vidas. Quantas almas não teriam escapado da morte se a Prefeitura tivesse adquirido de fato respiradores apropriados, aprovados e testados pela Anvisa, e não usados em porcos? Quem comete um mal dessa magnitude não merece o respeito de ninguém. Merece, sim, a jaula, ver o sol nascer quadrado.

O que levou a justiça federal, pelo amor de Deus, a não permitir a prisão de oito pessoas da estreita confiança do prefeito do Recife? Essa história do prefeito de estufar o peito e dizer que não tem culpa no cartório por ter anulado a compra é balela, soa mal aos ouvidos de quem entende um mínimo de pilantragem e de licitações sadias, dentro da forma da lei.

Todos os que estão envolvidos na operação da Polícia Federal não tiveram autonomia para cometer nenhuma ilegalidade. Só agiram, vale a ressalva, mediante autorização do chefe, o prefeito, que controla até os centavos que saem dos cofres da viúva por ser excessivamente centralizador. Enquanto a Federal continuar fazendo essas operações para inglês ver não adiantará nada, não se chegará a lugar nenhum. O alvo tem que ser o chefe.

E o chefe Geraldo Júlio ainda fica posando de bom moço, como se o mundo não tivesse desabado em sua cabeça. Desabou, sim, com implicações políticas que terão forte repercussão nas eleições municipais de novembro. O que o PSB, ele e Paulo Câmara estão fazendo com o dinheiro meu, seu e nosso é um acinte, um soco no estômago da sociedade pernambucana.

Prisão negada – Oito auxiliares do prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), entre eles o secretário de Saúde, Jailson Correia, e o diretor financeira da área de Saúde, Felipe Bittencourt, um dos seus operadores, estavam com mandado de prisão na operação de ontem da Polícia Federal, a quinta, na sede da PCR, mas escaparam graças à justiça federal, que negou o direito da PF de levar todos ao xadrez. O pedido da prisão está em documento da PF revelado com exclusividade por este blog. Sem direito a prender ninguém, os agentes federais ainda bateram ponto na casa dos operadores do prefeito, entre eles Felipe Bittencourt, o principal.

Homem-bomba – Já em outro documento, desta feita do Ministério Público Federal, também revelado com exclusividade pelo meu blog, aponta que os secretários Jailson Correia (Saúde) e João Guilherme Ferraz (Governo), da equipe do prefeito do Recife, mesmo alertados de que os respiradores que estavam sendo comprados haviam sido testados em porcos, autorizaram a operação financeira, só cancelada depois que vazou na mídia pernambucana. Se o diretor financeiro da Secretaria de Saúde, Felipe Bittencourt, afastado ontem das funções em razão da quinta operação da Polícia Federal, por sua vez, botar a boca no trombone, cai toda a república instalada na Prefeitura do Recife por Geraldo Júlio.

O que a PF descobriu – “Felipe Bittencourt é quem autoriza os pagamentos e faz os empenhos da Secretaria de Saúde. Nesse caso específico, ele assinou um relatório descritivo para autorizar a contratação de uma empresa quase um mês depois do começo do fornecimento dos materiais, apesar de o relatório estar sem data”, disse a delegada Mariana Cavalcanti, responsável pelas investigações. “Praticamente todos os recursos de combate à pandemia vieram do SUS [Sistema Único de Saúde]. Em um empenho específico, ele [Felipe] anula e altera a fonte para um recurso ordinário que aparentemente nem existe. Ele fez toda essa engrenagem para provavelmente fugir da fiscalização, colocando uma parte da nota das máscaras como recursos ordinários da Prefeitura”, acrescentou.

Bal Masqué – Batizada de Bal Masqué, referência ao nome do tradicional baile de carnaval realizado anualmente no Recife, a operação da PF fez levantamentos iniciais sob a responsabilidade da Controladoria Geral da União (CGU) e encontrou irregularidades na execução dos valores contratados, gerando suspeitas de que a empresa contratada seria de fachada. “O que a gente percebeu é que foi adquirida uma grande quantidade de máscaras, aventais e toucas de uma empresa de Pernambuco, com dispensa de licitação devido à emergência da pandemia. Essa empresa recebeu pagamento integral no mês de abril, mas sequer tinha adquirido os materiais. A quantidade que eles adquiriram depois para entregar foi bem inferior à que eles venderam”, explicou a delegada Mariana Cavalcanti.

Quarentenas para conter covid-19 suavizam abalos sísmicos no planeta

Agência Brasil 30 Anos - Terremoto em Porto Príncipe (Haiti)

As quarentenas feitas em todo o mundo para conter a propagação da covid-19 levaram à redução mais longa da história de vibrações sísmicas ligadas a atividades humanas, aprimorando a capacidade dos cientistas para captar os sinais naturais da Terra e detectar terremotos, revelou estudo divulgado nessa quinta-feira (23).

As vibrações percorrem o planeta como ondas, criando ruído sísmico de terremotos, vulcões, ventos e rios, além de atividades humanas como viagens e indústrias.

No estudo, publicado no periódico científico Science e realizado por meio de redes internacionais de sismógrafos, cientistas descobriram que as vibrações terrestres ligadas a humanos diminuíram em média 50% entre março e maio deste ano.

“O período de pausa do ruído sísmico de 2020 é a redução de ruído sísmico global antropogênico mais longa e proeminente já registrada”, escreveram os pesquisadores. O trabalho foi desenvolvido pelo Real Observatório da Bélgica e mais cinco instituições, usando dados de 268 estações de monitoramento de 117 países.

Começando na China, no fim de janeiro, e seguida pela Europa e o resto do mundo de março a abril, pesquisadores viram “uma onda de aquietamento” enquanto medidas de isolamento eram adotadas para desacelerar a pandemia.

As viagens e o turismo foram praticamente suspensos, milhões de escolas e indústrias fecharam e muitas pessoas ficaram confinadas em casa.

As maiores reduções de vibrações induzidas por humanos foram vistas em áreas densamente povoadas, como Singapura e a cidade de Nova York, mas também foram observadas em áreas como a Floresta Negra da Alemanha e Rundu, na Namíbia.

MPPE e MPF realizaram seminário com jornalistas pernambucanos sobre Eleições 2020

Na tarde desta quinta-feira (23), mais de 60 jornalistas pernambucanos estiveram presentes no seminário “O papel do MP Eleitoral nas eleições de 2020”, promovido em conjunto pela Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco, do Ministério Público Federal (MPF), e pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE). O encontro foi realizado por meio de videoconferência e está disponível no YouTube do MPPE a partir da próxima segunda-feira (27), no link: youtube.com/ImprensaMPPE.

A apresentação foi capitaneada pelo procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, que falou sobre a estrutura do Ministério Público Eleitoral e da própria Justiça Eleitoral. O procurador regional eleitoral em Pernambuco, Wellington Cabral Saraiva, falou sobre os trâmites processuais e a forma como as representações eleitorais são conduzidas. A mediação do debate foi da jornalista do Ministério Público Federal, Ana Cláudia Dolores.

Um dos principais temas abordados foi a condução das eleições diante da situação sui generis em que está sendo vivenciada em todo o mundo, com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Esse ano teremos uma eleição completamente diferente, pois não há nenhum parâmetro anterior da realização de eleições gerais diante de um contexto de emergência nacional em saúde pública. Mesmo assim, a realização das eleições é de extrema necessidade para a manutenção e a preservação do estado democrático de direito, bem como os respeito às normas constitucionais. Mas somente mais próximo do pleito é que teremos maiores informações sobre a segurança sanitária durante a sua realização”, disse o procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros.

Ao longo de sua exposição, ele apresentou o papel que o MP Eleitoral desempenha nas eleições, zelando por um processo eleitoral correto, assegurando que cada cidadão possa votar livremente e que todos os candidatos e partidos políticos tenham igualdade de condições. “A isonomia é um dos princípios basilares e que precisa ser preservado nas eleições, mantendo o regime democrático e da tutela de interesses extrapartidários”, disse Dirceu Barros.

O procurador regional eleitoral em Pernambuco, Wellington Cabral Saraiva, apontou o Ministério Público Eleitoral como o órgão com legitimidade para intervir no processo eleitoral, atuando em todas as fases: inscrição dos eleitores, convenções partidárias, registro de candidaturas, campanhas, propaganda, votação, chegando, ainda, na diplomação dos eleitos. “Os promotores de Justiça que atuam na área eleitoral trabalham para coibir e punir desvios, como propaganda irregular, compra de votos, abuso de poder econômico e uso indevido da máquina administrativa, entre outros. Esse trabalho é realizado durante todo o período das eleições”, disse ele.

Outro tema pertinente na discussão foi o da propaganda eleitoral que, devido à multiplicidade de plataformas, leva jornalistas e juristas a diferentes interpretações. “Existem diversas vedações relativas à propaganda, pois existem alguns padrões de legislação que precisam ser respeitados como a vedação da propaganda antecipada, outdoors, entre outros. Além disso, a imprensa precisa estar sempre atenta à necessidade de promover a isonomia entre os candidatos, conseguindo comprovar, no caso de realização de debates, a extensão dos convites”, reforçou Saraiva.