Operadoras começam testes no Brasil da tecnologia 5G

Acesso internet celular

As maiores operadoras do país de telefonia celular iniciaram neste mês de julho o funcionamento, em caráter experimental, da tecnologia de quinta geração (5G) para os aparelhos móveis. Neste primeiro momento, o 5G compartilhará as faixas de transmissão já existentes do 3G e do 4G, com o uso da tecnologia chamada DSS (compartilhamento dinâmico de espectro, na sigla em inglês).

Isso ocorre porque o leilão do espaço do espectro, destinado exclusivamente ao 5G (a faixa de 3,5GHz), só deverá ocorrer no início de 2021. Com a tecnologia DSS é possível compartilhar, com o 5G, a faixa do 3G e 4G não utilizada. No entanto, como esse espectro não possui uma banda contínua e dedicada, a experiência do 5G ainda não poderá ser utilizada em sua totalidade.

O 5G, em sua máxima potência, deverá oferecer altíssimas velocidades de internet, maior confiabilidade e disponibilidade, além da capacidade para conectar massivamente um número significativo de aparelhos ao mesmo tempo.

Para poder utilizar o serviço, porém, o usuário terá de ter em mãos um aparelho celular que seja compatível com a tecnologia 5G. Hoje, no mercado brasileiro, há apenas um modelo disponível com a tecnologia, o Motorola Edge, com valor acima de R$ 4,9 mil na loja oficial da fabricante.

Locais com cobertura 5G
A operadora Vivo está ativando, no mês de julho, o funcionamento do 5G DSS em oito cidades brasileiras: São Paulo (regiões da Avenida Paulista, Vila Olímpia e Berrini), Brasília (regiões do Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios e shoppings), Belo Horizonte (regiões da Savassi e Afonso Pena), Salvador (regiões da Pituba e Itaigara), Rio de Janeiro (Copacabana, Ipanema e Leblon), Goiânia (região central da cidade), Curitiba (regiões do Centro Cívico/Alto da Glória e Batel/Água Verde), Porto Alegre (regiões do Moinhos de Vento, Avenida Carlos Gomes e Shopping Iguatemi).

Já a o 5G DSS da operadora Claro está disponível inicialmente em São Paulo, desde a última semana, na região da Avenida Paulista e Jardins. Em seguida, vai gradativamente estender-se pelos bairros Campo Belo, Vila Madalena, Pinheiros, Itaim, Moema, Brooklin, Vila Olímpia, Cerqueira César, Paraíso, Ibirapuera, além da região da Avenida Berrini e também de Santo Amaro.

O serviço será instalado também na Central Única das Favelas (CUFA) e no Instituto Pró-Saber SP, ambos na comunidade de Paraisópolis, onde a operadora desenvolve trabalhos sociais.

No Rio de Janeiro, os primeiros pontos de cobertura estarão em Ipanema, Leblon e na Lagoa. Devem se expandir por toda a orla, do Leme até a Barra da Tijuca, passando pelo Jardim Oceânico, Joá, São Conrado e Copacabana.

A cobertura do 5G DSS da operadora TIM terá início em setembro, em três cidades: Bento Gonçalves (RS), Itajubá (MG), e Três Lagoas (MS). Já a Oi informou que está avaliando iniciar a operação comercial da tecnologia 5G no país antes da realização do leilão de frequências. A operadora disse que já instalou experimentalmente a tecnologia 5G no país, de forma pontual, no ano passado, no município de Búzios (RJ) e em grandes eventos, como na Conferência Rio2C, GameXP, Rock in Rio e Comic Con Experience (CCXP).

Estudo vai criar registro nacional da síndrome do coração partido

Um copo transparente contendo o que os cientistas israelenses da Universidade de Tel Aviv dizem ser o primeiro coração vascularizado impresso em 3D e vascularizado do mundo

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) iniciou estudo inédito para a criação de um registro nacional sobre a síndrome de Takotsubo, também conhecida como síndrome do coração partido. Serão avaliados pacientes que tiveram essa doença antes e durante a pandemia do novo coronavírus.

O presidente do Departamento de Insuficiência Cardíaca e coordenador da Universidade do Coração da SBC, Evandro Tinoco Mesquita, disse à Agência Brasil que a síndrome é decorrente de uma agressão ao músculo do coração, que ocorre de forma direta ou indireta, por meio da inflamação do órgão. É um problema raro, que provoca sintomas semelhantes aos de um infarto, como dor no peito, falta de ar ou cansaço, que podem surgir em períodos de estresse emocional intenso. A síndrome, definida ainda como cardiomiopatia por estresse, tem perfil desconhecido no país e foi descrita pela primeira vez no Japão, em 1990.

“As pessoas podem ter um dano temporário do coração e isso, particularmente, acomete as mulheres no período da menopausa. Acomete mais frequentemente, em quase 90% dos casos, pessoas ao redor de 65 a 70 anos de idade. E, ocasionalmente, pode gerar uma repetição. Ou seja, a pessoa ter mais de uma vez”. De uma forma muito grave, a doença pode levar a um quadro de falência do coração, um edema de pulmão, ou a um quadro de arritmia, e levar à morte súbita.

O cardiologista argumentou que o novo coronavírus promove uma inflamação sistêmica que afeta o coração. Também o estresse provocado pelo vírus pode tornar pacientes internados mais vulneráveis a isso. Na avaliação do coordenador da Universidade do Coração da SBC, a radiografia, que será feita pela entidade, é importante porque revelará forma e fatores estressores variados que podem provocar a síndrome do coração partido nas diferentes regiões do país.

O registro vai apurar também o resultado da qualidade do atendimento, a mortalidade que pode ser diferente, bem como a taxa de recorrência. “A radiografia vai nos ajudar a identificar quais são os diferentes tipos de indivíduos mais acometidos, melhorar o grau de alerta e o cuidado, se for observada alguma discrepância de resultados na qualidade do atendimento inicial”, afirmou.

A partir disso, será possível identificar fatores de possível intervenção, “ou seja, como a gente pode estar protegendo ou desenvolvendo estratégias, com novas pesquisas, para amenizar esse impacto”. Tinoco informou que a síndrome vem sendo descrita há poucas décadas. O registro nacional será o primeiro texto no Brasil e um dos pioneiros na América Latina. Ele servirá para gerar dados que permitirão traçar estratégias comportamentais para ajudar na prevenção da doença.

Estados Unidos

Evandro Tinoco Mesquita citou pesquisa feita por médicos da Cleveland Clinic, em Ohio, nos Estados Unidos, que descobriram um aumento da incidência de Takotsubo durante a pandemia de covid-19. “Eles perceberam um aumento de casos em pessoas sem covid”. Mesquita estimou que no Brasil, em função do estresse emocional, os determinantes psicossocioeconômicos da saúde podem, de alguma maneira, explicar o aumento da doença em pessoas que não tiveram a covid.

De acordo com a SBC, em dois hospitais do sistema de saúde americano, os diagnósticos de cardiomiopatia por estresse aumentaram durante março e abril, e a doença foi diagnosticada em 7,8% dos pacientes que chegaram ao pronto-socorro da instituição com dor no peito e outros possíveis sintomas cardíacos. Isso foi quatro a cinco vezes maior do que as taxas observadas nos períodos pré-pandêmicos, que oscilavam entre 1,5% e 1,8%, segundo o estudo publicado este mês, na revista médica JAMA Network Open.

Foram analisados 1.914 pacientes, por cinco períodos, distintos ao longo dos dois meses, incluindo uma amostra de mais de 250 pacientes hospitalizados durante o pico inicial da pandemia. A média de idade da incidência da síndrome foi de 67 anos, majoritariamente em homens, contrariando os dados estatísticos que dizem que o maior acometimento da doença é em mulheres no período pós-menopausa. Embora a covid-19 possa levar a complicações cardíacas, nenhum dos pacientes diagnosticados com Takotsubo, descritos no artigo americano, apresentou resultado positivo para a infecção.

Participação

Até o momento, 32 centros que atendem a pacientes com problemas cardíacos em todo o Brasil estão cadastrados na plataforma de banco de dados organizado pela SBC, por meio do Departamento de Insuficiência Cardíaca e do Grupo de Estudos de Cardiomiopatias da entidade. A estimativa é ter, ao fim do registro, os dados analisados de mais de 400 pacientes, o que representará um dos maiores arquivos mundiais sobre a síndrome feito por um único país.

Os resultados preliminares desse registro nacional serão apresentados durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia, em novembro próximo. A radiografia completa da síndrome tem previsão de conclusão em 2021. Serão levantados dados dos pacientes não só na fase aguda, mas como eles se comportam depois, para ver se há recorrência.

Tinoco destacou a importância de a pesquisa abranger esse período de pandemia. Serão acompanhados pacientes que tiveram a síndrome antes, durante e depois da pandemia, e que foram ou não acometidos de covid-19. “Serão dados interessantes capturados nesse período”, estimou.

Socerj

Atualmente, o único levantamento disponível no Brasil sobre a doença é um estudo feito pela Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj) com 169 pacientes internados com diagnóstico de Takotsubo, ou que desenvolveram essa condição durante a internação, entre outubro de 2010 e o mesmo mês de 2017, em 12 hospitais fluminenses. Esse levantamento será publicado em agosto nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia da SBC. Os resultados mostram que a média dos pacientes acometidos pela síndrome é de 71 anos, em sua maioria mulheres (90,5%), com prevalência de dor torácica (63,3%) e histórico de estresse emocional considerável, registrado em cerca de 40% dos casos.

Outro dado que reforça o objetivo do estudo iniciado pela SBC para conhecer o perfil da síndrome é o fato de haver no Brasil 14 milhões de pessoas com doenças cardiovasculares, que respondem por mais de 30% das mortes no país. Segundo a SBC, são mais de 300 mil óbitos por ano, o que configura um problema de saúde pública, agravado agora pela pandemia do novo coronavírus. Do total de doentes cardiovasculares que chegam aos hospitais com suspeita de infarto, entre 1% e 2% podem ter a síndrome do coração partido, admitiu Mesquita.

Óbitos em casa

O médico alertou ainda que os portadores de doenças cardiovasculares e de outras doenças agudas, que necessitam de acompanhamento médico, não devem interromper seus tratamentos por receio de contaminação pela covid-19. Os atendimentos cardiológicos de urgência caíram em todo o país durante a pandemia, gerando aumento de mortes em casa por causas cardíacas.

Em parceria com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen-Brasil), a SBC analisou, com o apoio de médicos e pesquisadores das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), os óbitos em domicílios por doenças cardiovasculares.

As informações, disponíveis no Portal da Transparência, mostram aumento de 31,82% no número de óbitos em domicílio, por doenças cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral (AVC), infarto e doenças cardiovasculares inespecíficas, como a parada cardiorrespiratória e a morte súbita, que pode ser ocasionada pela síndrome do coração partido. Esse aumento ocorreu entre 16 de março, quando foi registrada a primeira morte por covid-19, até o fim de junho passado. Foram registradas 23.342 mortes nos meses de pandemia, enquanto no ano passado, no mesmo período, foram 17.707.

Receita libera hoje consulta ao 3º lote de restituição do IRPF

 IMPOSTO DE RENDA, Declaração IRPF 2019

A Receita Federal abre nesta sexta-feira (24), às 9 horas, a consulta ao terceiro lote de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2020. O crédito bancário para 3.985.007 contribuintes será realizado na próxima sexta-feira, dia 31, totalizando R$ 5,7 bilhões.

Desse total, R$ 2.056.423.308,19 são para contribuintes que têm prioridade legal de recebimento: 88.420 contribuintes idosos acima de 80 anos, 646.111 contribuintes entre 60 e 79 anos, 47.170 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou doença grave e 346.793 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério.

Foram contemplados ainda 2.856.513 contribuintes não prioritários que entregaram a declaração até o dia 28 de março.

Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar a página da Receita Federal na internet. Na consulta à página da Receita, no Portal e-CAC, é possível acessar o serviço Meu Imposto de Renda e ver se há inconsistências de dados identificadas pelo processamento. Nesta hipótese, o contribuinte pode avaliar as inconsistências e fazer a autorregularização, mediante entrega de declaração retificadora.

A Receita disponibiliza, ainda, aplicativo para tablets e smartphones que facilita consulta às declarações do IRPF e situação cadastral no CPF. Com ele é possível consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições do IRPF e a situação cadastral de uma inscrição no CPF.

A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá fazer requerimento por meio da internet, mediante o Formulário Eletrônico – Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no Portal e-CAC, no serviço Meu Imposto de Renda.

Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em nome do contribuinte, em qualquer banco.

Paris: amostras de esgoto mostram que covid-19 ainda não foi eliminada

Gradual end to a nationwide lockdown due to the coronavirus disease (COVID-19), in Paris

Amostras de água residual do sistema de esgoto de Paris têm mostrado indícios de covid-19 desde o fim de junho, apesar de eles terem desaparecido quando a França impôs isolamento, de acordo com o chefe do laboratório que realiza a pesquisa.

As taxas de infecção estão recuando no país, mas nesta semana autoridades tornaram o uso de máscaras obrigatório em espaços públicos fechados, em reação a uma série de novos focos localizados. Até o momento, a covid-19 já matou mais de 30 mil pessoas na França.

Estudos iniciais de cientistas da Holanda, França, Austrália e de outros locais levam a crer que as amostras de esgoto para detecção do novo coronavírus podem ajudar a estimar o número de infecções em uma área geográfica sem que se precise examinar cada pessoa.

Laurent Moulin, que comanda o laboratório de pesquisa administrado pela empresa de água pública Eau de Paris, alertou que as descobertas em si mesmas não significam um ressurgimento do vírus na população desde que o país relaxou as restrições do isolamento.

Ele disse, no entanto, que quando vistas em conjunção com outros dados, podem ser um alerta precoce útil sobre a disseminação do vírus, mesmo antes de as pessoas se sentirem doentes o suficiente para procurar assistência médica.

“Tivemos o isolamento, que reduziu o número de pessoas doentes, e um pouco depois, vimos uma redução da concentração do novo coronavírus na água residual”, disse Moulin, referindo-se à cepa do vírus por trás da epidemia de covid-19.

“O que estamos vendo desde o fim de junho? Algumas localidades que estavam negativas para indícios do vírus e que estão se tornando positivas”. As taxas de infecção estão diminuindo em Paris, em linha com a tendência nacional.

Funcionários da usina de tratamento de esgoto de Noisy-le-Grand, no extremo leste da capital, enchem garrafas plásticas com água residual e as colocam em uma caixa térmica. Elas são levadas ao laboratório, localizado nos arredores do sul da cidade, e ali pesquisadores com trajes contra ameaças biológicas e máscaras as analisam.

Os testes com amostras de água residual detectam genomas do novo coronavírus, fragmentos do material genético do vírus que não são infecciosos e podem ser emitidos por pessoas sem sintomas.

Moulin disse que os indícios que sua equipe recolheu no sistema de esgoto serão aplicados a modelos que estão sendo usados para analisar a progressão do vírus.

Em abril, pesquisadores de Paris publicaram resultados que mostraram como a coleta de amostras de água residual da cidade durante um mês rastreou a mesma curva de crescimento e de queda da epidemia.

Todas as cidades de Pernambuco registram casos da Covid-19

Manari, no Sertão do estado, foi a última cidade a registrar casos da Covid-19. (Foto: Prefeitura Municipal de Manari/Divulgação)
Manari, no Sertão do estado, foi a última cidade a registrar casos da Covid-19. (Foto: Prefeitura Municipal de Manari/Divulgação)

Diário de Pernambuco

Com confirmações de casos da Covid-19 na cidade de Manari, Sertão do estado, Pernambuco passou a ter registros da doença em todos os 184 municípios, além do arquipélago de Fernando de Noronha. Até o dia 19 deste mês, Manari, com 21.434 habitantes, era a única cidade pernambucana sem notificações do novo coronavírus. O município tem dois casos considerados leves da doença confirmados. Outros 31 casos suspeitos estão sendo investigados.

Os dois casos confirmados em Manari são de residentes da zona rural da cidade: uma criança de 5 anos do Sítio Lagoa do Teixeira e uma mulher de 35 anos do Sítio Salite-Estivas. A paciente adulta é uma puérpera que, devido a uma gestação de alto risco, teve parto realizado em um hospital de referência do Recife. De acordo com a Prefeitura de manari, ao realizar exames de acordo com o protocolo da instituição, foi realizado teste, com resultado positivo. A mulher segue em tratamento na capital pernambucana e está assintomática.

“Manari segue as orientações da Secretaria Estadual de Saúde e adere à testagem de todos as pessoas que apresentam sintomas gripais, os testes estão sendo feitos em nosso centro de testagem que fica no hospital de campanha. A Secretaria Municipal de Saúde ressalta que, no momento, não são considerados casos ativos no município, pois os casos positivos tratam-se de pacientes que possivelmente foram infectados em hospitais de outros municípios”, ressaltou a gestão municipal.

A Prefeitura de Manari atribuiu às ações realizadas desde o registro dos primeiros casos no estado o fato de a cidade ter sido a última de Pernambuco a ter confirmações da Covid-19. “Fomos uma das primeiras cidades em nossa região a adotar restrições no funcionamento do comércio, cancelar feiras livres no município, entre outras ações importantes. Realizamos a sanitização diária de pontos com maior fluxo de pessoas, implantamos lavatórios públicos em pontos estratégicos e barreiras sanitárias nas entradas da cidade. Implantamos o hospital de campanha mesmo quando ainda não tínhamos casos confirmados”, informou, em comunicado.

Em coletiva de imprensa transmitida virtualmente nesta quinta-feira (23), o secretário estadual de Saúde, André Longo, disse que era esperada a chegada do novo coronavírus a todas as cidades de Pernambuco. “Já havíamos dito, em outras ocasiões, que a doença chegaria a todos os municípios do estado. Essa presença do vírus em Manari não surpreende. É uma consequência da expansão, da interiorização, que temos observado da doença”, disse.

André Longo enfatizou que a maior preocupação do estado hoje é com as regiões do Agreste e Sertão. “Continuamos acompanhando a evolução da doença no interior do estado, com preocupação especial em relação ao Agreste. Com a retomada das atividades comerciais na região, precisamos observar mais para ver como vai se comportar. Também precisamos ver o Sertão, que estava em crescimento de número de casos, em termos absolutos, tanto na terceira macroregião, que tem Serra Talhada como sede, quanto na quarta macroregião, cuja sede é Petrolina”, pontuou o secretário.
O gestor afirmou ainda que os esforços de expansão de leitos do estado estão concentrados nesses locais no momento. “Temos previsão de instalação de leitos no Agreste. Nesta semana, abrimos em Garanhuns. Devemos abrir outros em Caruaru. Além disso, temos expansão em Serra Talhada e Petrolina para atender as pessoas com a Covid-19 da região. O objetivo é que elas tenham as estrutura o mais perto de casa possível para não precisarem se deslocar muito”, esclareceu.

O Hospital de Campanha, instalado no pátio do Hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru, no Agreste, vai abrir 30 novos leitos de enfermaria nesta sexta-feira (24). Com isso, o hospital passará a contar com 60 leitos de enfermaria e 20 de Unidade de Terapia Intensiva, isto é, vagas com suporte ventilatório. Ao todo, a estrutura do Mestre Vitalino passa a contar com 150 leitos, sendo 60 de UTI.

Até o momento, o hospital de campanha atendeu 178 pacientes, destes 107 com casos confirmados da doença. A ampliação do serviço contempla uma população de mais de 1,8 milhão de habitantes. “Neste momento delicado que ainda vivemos, estamos dando mais um passo significativo no enfrentamento desta pandemia, sobretudo nessas regiões de saúde que ainda apresentam muitos casos de infecção”, disse o diretor geral do HMV, Marcelo Cavalcanti.Neste sábado (25), o governador do estado, Paulo Câmara, vai ao Sertão para implementar três novas estruturas de saúde. Serão colocados em operação 258 leitos para o atendimento de pacientes com a Covid-19. Além dos hospitais de campanha de Serra Talhada e Petrolina, será inaugurada a primeira etapa do Hospital Governador Eduardo Campos, também em Serra Talhada, com 30 leitos de UTI.


Leitos

Secretário estadual de Saúde, André Longo, participou de coletiva de imprensa nesta quinta. (Foto: Pedro Menezes/Divulgação)
Secretário estadual de Saúde, André Longo, participou de coletiva de imprensa nesta quinta. (Foto: Pedro Menezes/Divulgação)

André Longo comentou, durante a coletiva de imprensa, o último boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que apresenta um panorama epidemiológico da pandemia nos estados e regiões do país. Na análise sobre o indicador Leitos de UTI Covid-19, dedicados ao tratamento de pacientes graves, Pernambuco ocupa a segunda melhor posição na proporção de leitos de UTI adulto para Covid-19 quando relacionado com a sua população.

Com uma taxa de 1,3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes, o estado fica atrás apenas do Espírito Santo, que registra taxa de 1,5. “Nos últimos quatro meses, no maior esforço sanitário, logístico e de mobilização de recursos humanos da história da saúde pública no estado, Pernambuco abriu quase 1,8 mil leitos, sendo 800 de UTI”, pontuou o secretário estadual de Saúde.

A avaliação, baseada em diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), considera a totalidade de leitos existentes no Sistema Único de Saúde (SUS) segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) no dia 13 de julho. Ainda segundo a Fiocruz, a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 é sinalizadora de risco de colapso na capacidade do sistema de saúde para atender pacientes graves, frente à possibilidade de um aumento de casos. Atualmente, a ocupação dos leitos de terapia intensiva na rede pública de Pernambuco está em 73%.

“As pessoas não têm a real noção da dificuldade que é abrir um leito, principalmente de UTI e em um tempo tão curto. É uma operação complexa, que exige de um lado rápida resposta para dotar a estrutura de equipamentos e insumos e, por outro, equipes altamente especializadas, com múltiplas especialidades e atuando em conjunto”, afirmou André Longo.Boletim

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou, nesta quinta, 1.858 novos casos da Covid-19. Entre os profissionais de saúde com sintomas de gripe, 18.237 casos foram confirmados e 24.174 descartados. Outros 46 casos ainda estão em investigação.

O órgão esclarece que o aumento no número de casos de hoje é motivado pelo acúmulo de notificações dos últimos dias, devido à instabilidade no sistema de notificação e-SUS Notifica, voltado para os casos de menor gravidade. Entre os casos confirmados ontem, 179 (9,6%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Os outros – 1.679 casos (90,4%) – são leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que estavam na fase final da doença ou já curados. Agora, Pernambuco totaliza 83.240 casos já confirmados, sendo 22.553 graves e 60.687 leves.

O boletim de hoje registra um total de 60.360 pessoas recuperadas da doença. Desse total, 11.845 são de casos graves, que demandaram leitos no sistema de saúde, e 48.515 casos leves. Os casos graves confirmados da doença estão distribuídos por 181 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência de pacientes em outros estados e países.

Também foram confirmados laboratorialmente 59 óbitos, sendo 30 de pacientes do sexo feminino e 29 do sexo masculino. Com isso, o estado totaliza 6.211 mortes pela doença. As mortes registradas no boletim de hoje ocorreram entre 20 de abril e 22 de julho. Do total de mortes no informe de hoje, 34 (58%) ocorreram de 20 de abril a 19 de julho. As outras 25 (42%) ocorreram nos últimos três dias, sendo cinco mortes no dia 20 de julho, 13 no dia 21 de julho e sete registradas no dia de ontem (22). Os pacientes tinham idades entre 33 e 89 anos, além de um recém-nascido do sexo masculino. As faixas etárias eram: 0 a 9 (1), 30 a 39 (5), 40 a 49 (2), 50 a 59 (10), 60 a 69 (12), 70 a 79 (18), 80 anos ou mais (11).

Os novos óbitos confirmados são de pessoas residentes nos municípios de Abreu e Lima (1), Aliança (1), Amaraji (1), Araripina (2), Belém de Maria (1), Bezerros (1), Bom Jardim (1), Camaragibe (1), Camutanga (1), Caruaru (2), Cupira (1), Custódia (1), Garanhuns (1), Itapissuma (1), Jaboatão dos Guararapes (5), Joaquim Nabuco (1), Jurema (2), Lagoa Grande (1), Mirandiba (1), Nazaré da Mata (1), Olinda (4), Palmares (6), Paranatama (1) Parnamirim (1), Paulista (5), Pesqueira (1), Recife (7), Santa Terezinha (1), São Bento do Una (1), Serra Talhada (1), Surubim (1) e Vitória de Santo Antão (1), além de dois óbitos de pacientes provenientes de outros estados.

Dos 59 pacientes que morreram, 38 apresentavam comorbidades confirmadas, como doença cardiovascular (25), hipertensão (15), diabetes (13), doença renal (6), obesidade (3), câncer (3), tabagismo/histórico de tabagismo (3), doença pulmonar (2), doença respiratória (2), imunossupressão (1), doença vascular (1), etilismo (1), histórico de AVC (1), doença neurológica (1), doença de Parkinson (1), epilepsia (1), anorexia (1) e doença de Alzheimer (1). A SES-PE esclarece que um paciente pode ter mais de uma comorbidade. Dois não tinham comorbidades, e os demais casos ainda estão em investigação.

Governo estende horário de shoppings e amplia capacidade de atendimento do comércio

Shoppings poderão abrir a partir das 10h, fechando às 20h. (Foto: Rio Mar/Divulgação)
Shoppings poderão abrir a partir das 10h, fechando às 20h. (Foto: Rio Mar/Divulgação)

Boa notícia para quem esperava por mais flexibilidade nos horários e maior possibilidade de fluxo de clientes no comércio local. Durante coletiva realizada ontem, o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, anunciou mudanças a partir da próxima segunda (27), como a autorização do dobro da capacidade de atendimento do comércio varejista dentro das lojas. No caso dos shoppings, o fluxo permitido nas áreas comuns, como corredores, não muda. Além disso, nos malls, haverá a ampliação do horário de funcionamento, autorizados a abrir a partir das 10h, mas como o mesmo prazo máximo de fechamento, às 20h.  Até então, eles podiam funcionar em dois horários alternativas: 11h às 19h ou 12h às 20h.

A partir de segunda (27), haverá a possibilidade de um cliente circulando para cada 10 metros quadrados de área de loja. Antes, era um para cada 20. Nos pátios e corredores dos shoppings, já havia autorização para circulação de 1 para 10 metros quadrados. “O objetivo, neste caso, é distribuir melhor a chegada nestes estabelecimentos agora que temos academia e serviços de alimentação. De toda forma, vamos seguir avaliando dados da saúde e o comportamento dos estabelecimentos para, até o final de semana, anunciarmos em que etapa do nosso plano cada região do estado vai se enquadrar a partir de segunda (27)”, explica o secretário Bruno Schwambach

O que não mudou foram os protocolos quanto ao uso obrigatório de máscaras e o controle da administração quanto ao acesso às áreas comuns. Continuam suspensos, ainda, funcionamento dos serviços voltados à recreação, como cinemas, parques e similares. Segundo a Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), os malls do estado contam com 3.100 lojas, considerando as grandes e pequenas, e geram 60 mil empregos diretos, chegando a 250 mil postos de trabalho indiretos. Para o presidente da Associação, Paulo Carneiro, as novidades significam um avanço importante para a recuperação econômica dos lojistas.

“Principalmente para os pequenos e médios, que são a maioria das operações. Isso foi possível porque o governo entendeu que nos shoppings o ambiente é controlado e seguro, seguindo protocolos de segurança sanitária que protege a todos”, afirmou. O Shopping Recife já informou que, a partir desta segunda (27) funcionará de segunda a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos, das 12h às 20h. O centro de compras reforça ainda que fará a atualização da capacidade de clientes por loja.

Bruno Schwambach informou, contudo, que, apesar destes avanços, o cenário fiscal ainda é complexo. “O isolamento fez com que houvesse queda na atividade econômica, consequentemente na arrecadação. Houve, também, aumento nas despesas dos investimentos necessários para montar todos os equipamentos de saúde. A partir do momento em que se consegue flexibilizar a volta gradual das atividades econômicas já percebemos a melhoria quanto a isto dentro do que chamamos de novo normal. Ainda precisamos, portanto, colocar atividades para funcionar gradualmente pois não temos o mesmo volume de movimento de antes da pandemia”, analisou.

Polo de Confecções do Agreste

Municípios do Agreste como Caruaru e Bezerros avançaram duas etapas na semana passada. Com isso, muitos comerciantes voltaram a atuar nestas regiões. A previsão é que o polo de confecções, com suas atividades, volte efetivamente na etapa 7. Enquanto isso, o secretário afirmou que vem travando diálogos com prefeituras, associações, comerciantes e feirantes para determinar os protocolos do retorno. “Trata-se de uma atividade econômica muito importante, geradora de emprego e renda, mas que também traz muita aglomeração em dias específicos da semana, o que traz risco relativamente grande para a saúde. Por isso, que é preciso estabelecer protocolos eficazes e que o comportamento da pandemia tenha acomodação e queda consistentes”, adiantou.

O secretário lembrou, ainda, que nesta semana completam-se 50 dias de início do plano de convivência das atividades econômicas, no dia 1 de junho. “Entramos, no dia 20 de julho, em operação da etapa 6 em gerências regionais de saúde na RMR e Zona da Mata, com as cidades-sedes de Recife, Goiana, Palmares e Limoeiro, com a volta de segmentos importantes como alimentação e academia de ginástica. É importante, entretanto, que todos sigam os protocolos estabelecidos para que possamos continuar a volta às atividades de forma gradual, mas efetiva, sempre avançando no plano”, afirmou.

Financiamento de imóveis aumenta 29% no primeiro semestre

A presidenta Dilma Rousseff participa de cerimônia de entrega de 1.484 unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, em Cosmos, na zona oeste da capital fluminense (Tomaz Silza/Agência Brasil)

O volume liberado para financiamento imobiliário com recursos da poupança no Brasil aumentou 29% no primeiro semestre deste ano em comparação ao primeiro semestre de 2019, alcançando R$ 43,4 bilhões. O valor é voltado ao financiamento da aquisição e construção de imóveis. Os dados foram divulgados hoje (23) pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

As unidades da federação que tiveram as maiores variações comparando os primeiros semestre de 2019 e 2020 foram Tocantins, com um aumento de 117%; Acre, com 101%; e, Distrito Federal, com 97%. Já aqueles que tiveram as menores variações foram o Rio de Janeiro, com queda de 1%; Pará, com aumento de 2%; e Ceará, com aumento de 6%.

“Com a pandemia, com toda essa situação que estamos vivendo, ainda temos um crescimento”, diz a presidente da Abecip, Cristiane Portella. “Esse primeiro semestre é um primeiro semestre que foi maior que o primeiro semestre do ano passado em todas as regiões do país, com a exceção do Rio”.

Cristiane enfatiza, no entanto, que o primeiro semestre de 2019 foi menos aquecido que o segundo semestre do ano passado. A comparação deste ano é, portanto, feita com o período de menos aquecimento do financiamento imobiliário do ano passado. No segundo semestre de 2019, o valor financiado chegou a R$ 45 bilhões, totalizando R$ 78,7 bilhões no ano.

A variação no volume financiado observada na comparação do primeiro semestre de 2019 e de 2020 foi puxada principalmente pelo valor usado para financiar aquisições de imóveis, que totalizou, no país, R$ 34,1 bilhões, um aumento de 34% em relação aos R$ 25,5 bilhões usados para esse fim no mesmo período do ano passado. O financiamento da aquisição de imóveis usados apresentou um aumento de 56% na comparação entre os semestres, enquanto o de imóveis novos aumentou 2%.

Já o financiamento usado para a construção de imóveis nesse período teve um aumento de 12%, passando de R$ 8,2 bilhões no ano passado para R$ 9,2 bilhões este ano.

Projeções
A expectativa da Abecip é que, neste ano, os financiamentos cresçam 12% em relação ao ano passado. Essa expectativa, do mês de julho, aumentou em relação a calculada em junho, quando esperava-se um crescimento de 7% no ano.

“O que a gente percebeu é as pessoas estão sim comprando imóveis, seja pelo déficit habitacional, seja pela conjunção dos valores atrativos dos imóveis, em termos de valorização, mais a taxa de juros, seja pela questão que muitos já haviam se planejado, já haviam juntado o valor da entrada e não viram o seu fluxo financeiro tão seriamente afetado que fizesse desistir disso. O que a gente percebeu em maio e junho é que o mercado continuou vindo”, diz, Cristiane.

A presidente pondera, no entanto, que antes da pandemia, no começo deste ano, a projeção de crescimento para 2020 era 32%. Nos anos anteriores, entre 2018 e 2019, houve um aumento de 37,1% considerados os financiamentos para construção e aquisição com recursos da poupança. Uma nova projeção deverá ser divulgada em um mês pela Abecip.

Covid-19: Brasil registra 59.962 novos casos em 24 horas

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Dados do Ministério da Saúde mostram que dos 2,22 milhões de brasileiros que foram infectados pelo novo coronavírus, 68,6% se recuperaram da doença, 3,7% morreram e 27,7% estão em tratamento. A informação está na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na quinta-feira (23). 

O número acumulado de casos confirmados de covid-19 no Brasil chega a 2.228.475. Nas últimas 24 horas, foram acrescidas às estatísticas do Ministério da Saúde 59.962 novos diagnósticos positivos da doença.

O país chegou a 84.082 mortes por causa do novo coronavírus. De acordo com o balanço do ministério, foram 1.311 óbitos registrados nas últimas 24 horas. Estão sendo investigadas 3.786 mortes.

Até agora, 1.570.237 pacientes se recuperaram da doença e  633.156 pessoas estão em tratamento.

O Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial da covid-19 no número de casos confirmados e de mortes, atrás apenas dos Estados Unidos, que bateu a marca de 4 milhões de infectados e 144.032 óbitos em decorrência do novo coronavírus.

Covid-19 nos estados

Os estados com mais registros de mortes por covid-19 são: São Paulo (20.894), Rio de Janeiro (12.535), Ceará (7.374), Pernambuco (6.211) e Pará (5.616). As Unidades da Federação com menos falecimentos causados pelo novo coronavírus são: Mato Grosso do Sul (266), Tocantins (326), Roraima (458), Acre (474) e Amapá (548).

Os estados com mais casos confirmados desde o início da pandemia são: São Paulo (452.007), Ceará (156.242), Rio de Janeiro (151.549), Pará (144.467) e Bahia (138.358). As Unidades da Federação com menos pessoas infectadas registradas são: Mato Grosso do Sul (19.671), Tocantins (19.423), Acre (18.157), Roraima (27.932) e Rondônia (34.080).

Boletim epidemiológico covid-19
Boletim epidemiológico covid-19 – Ministério da Saúde

Arrecadação federal cai 29% em junho e fecha em R$ 86,2 bilhões

A arrecadação de receitas federais registrou queda real (descontada a inflação) de 29,59% em junho, totalizando R$ 86,2 bilhões, segundo informou a Receita Federal, em relatório divulgado nesta quinta-feira (23). A comparação é com o mesmo mês de 2019, quando a arrecadação foi de R$ 119,9 bilhões. É o menor resultado para o mês de junho desde 2004, quando foram arrecadados R$ 78,6 bilhões.

As receitas administradas pela Receita Federal, como impostos e contribuições federais, chegaram a R$ 84,2 bilhões no mês passado, resultando em queda real de 27,81%. Já as receitas administradas por outros órgãos somaram R$ 1,991 bilhão, uma queda de 39,41% em relação a maio de 2019.

De janeiro a junho deste ano, a arrecadação total chegou a R$ 665,966 bilhões, com queda real de 14,71%, em comparação com o primeiro semestre do ano passado, quando foramm arrecadados R$ 757,595 bilhões. Foi o quarto mês consecutivo de queda nominal (valores absolutos) de receitas e o quinto mês seguido de queda real (descontada a inflação). Nos últimos três meses, de abril a junho, a queda na arrecadação ficou próxima de 30% em cada período.

Adiamentos

De acordo com a Receita Federal, a queda na arrecadação federal se deu principalmente por causa do adiamento no pagamento de impostos, que está entre as medidas adotadas pelo governo para aliviar os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

Os diferimentos (adiamento) de impostos somaram, aproximadamente, R$ 81,3 bilhões no total, incluindo o montante R$ 20,4 bilhões apenas em junho. Além disso, foram concedidas compensações tributárias que somaram R$ 6,8 bilhões no mês passado. Também houve uma redução, no mesmo período, de R$ 2,35 bilhões, com desconto no Imposto sobre Operações Financeiras que incide sobre operações de crédito (IOF Crédito), que teve sua alíquota zerada, fazendo o governo deixar de arrecadar o valor.

“Nós teríamos uma arrecadação estimada, para o mês de junho, de R$ 113,84 bilhões, não fossem esses fatores não recorrentes”, explicou Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal.

Entre os tributos com pagamento adiado está o Imposto de Renda da Pessoa Física, de abril para junho. Também houve postergação do pagamento de contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e dos programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).

Os pagamentos de abril serão quitados em agosto, e os de maio, em outubro. Também houve o adiamento, por seis meses, da parte federal do Simples Nacional. Os pagamentos de abril, maio e junho passaram para outubro, novembro e dezembro. Além disso, foi reduzida a zero a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), por 90 dias.

Covid-19: capital de SP tem queda de 26% na media de casos

Teste 'drive-thru' para coronavírus

Na última semana, a cidade de São Paulo apresentou uma queda de 26% no número de casos confirmados pelo novo coronavírus em comparação à semana anterior, segundo média móvel diária. A informação é do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.

Nos últimos sete dias, a média móvel na capital foi 1.638, enquanto na semana anterior foram registrados 2.215 casos.

A média móvel diária é calculada somando os números obtidos nos últimos sete dias e dividindo pela quantidade de dias. A média móvel analisa a tendência da epidemia e evita distorções que podem ocorrer em um único dia, especialmente quando há, por exemplo, represamento de dados.

Também ocorreu redução na média móvel diária de mortes na capital, que passou de 89 para 73 nesta última semana, com redução de 18%.

Em todo o estado, segundo João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência, a redução na média móvel de casos foi de 5% nesta última semana.

“Quando a gente analisa a média móvel desta semana, que está em 7.137, comparando com a última média móvel, da semana anterior, ela era de 7.476. Tivemos uma redução no estado de 5% nos casos confirmados desta semana [entre os dias 17 a 23 de julho] comparando com a semana anterior [10 a 16 de julho]”, falou.

Quanto aos óbitos, a redução na média móvel foi 3% em todo o estado. “Estamos com 265 óbitos e, na semana anterior estávamos com 274 mortes, o que mostra uma redução de 3% no número de óbitos no estado”, falou Gabbardo.

Interior
O comportamento que está sendo observado na capital paulista é muito diferente do interior, onde está ocorrendo aumento de casos.

A média móvel diária de casos confirmados no interior teve um acréscimo de 3%, passando de 4.044 para 4.174 na última semana. Em relação à média móvel de óbitos,o número passou de 121 para 132, com aumento de 9%.

Na região metropolitana, por sua vez, a média móvel diária da última semana demonstrou aumento de 9% no número de casos, que passou de 1.217 para 1.325. Quanto aos óbitos, houve redução em torno de 8%, passando de 65 na média móvel diária da semana anterior para 60 na última semana.