Câmara mantém veto ao fundo partidário

A Câmara manteve nesta terça-feira (10), em sessão do Congresso, os vetos do presidente Jair Bolsonaro à possibilidade de se usar dinheiro público para pagamento de multas de partidos e à ampliação do prazo para se verificar se um candidato é ficha suja.

Foram 193 votos a favor de manter os vetos e 223 contra. Para derrubar um veto, porém, são necessários 257 votos de deputados. Como este número não foi alcançado, os vetos não precisaram nem passar pelo Senado.

Bolsonaro vetou um trecho da minirreforma eleitoral aprovada em setembro que estendia até a data da posse o prazo para aferição das condições de elegibilidade dos candidatos. Hoje, isso ocorre no momento de pedido de registro da candidatura.

A Lei da Ficha Limpa, de 2010, impediu a candidatura de políticos que tiveram o mandato cassado, dos que foram condenados em processos criminais por órgão colegiado e daqueles que renunciaram aos seus mandatos para evitar um possível processo de cassação.

É a checagem desse histórico, que será mantida, que é feita até o registro da candidatura.

O governo diz que o dispositivo que havia sido introduzido pela minirreforma gerava insegurança jurídica para a atuação da Justiça Eleitoral.

Os congressistas não conseguiram também retomar a permissão para uso do fundo partidário para pagamento de juros, multas, débitos eleitorais e demais sanções aplicadas por infração à legislação eleitoral ou partidária.

Para o Planalto, a proposta ofende o interesse público por utilizar o fundo para a defesa de interesses privados dos partidos, “desvirtuando a utilização dos recursos destinados ao atendimento das finalidades essenciais da agremiação política, como instrumento de efetivação do sistema democrático”.

“O candidato vai lá, comete um crime eleitoral sujeito ao pagamento de multa e o partido banca o pagamento desta multa com dinheiro que vem do fundo partidário. Ou seja, é um absurdo, porque não há mais nenhuma penalidade para o candidato”, ponderou o líder do Novo, Marcel Van Hattem (RS).

“É muito importante preservar a autonomia dos partidos políticos, garantir que haja a possibilidade de os partidos serem estruturas sólidas, estruturas que funcionem, prestando contas, naturalmente, aos filiados, mas com corpo jurídico, técnico, com sede, com condições de cumprir as atribuições dos partidos políticos”, afirmou o líder do PC do B, Daniel Almeida (BA).

Parlamentares e técnicos ouvidos pela reportagem disseram que deputados não se mobilizaram nesta sessão desestimulados pela sessão da semana passada.

Num desentendimento entre Câmara e Senado, senadores contrariaram os deputados e mantiveram na sessão passada o veto ao dispositivo que recriava a propaganda partidária em rádio e televisão.

Extinta em 2017 para a criação do fundo eleitoral, que injeta recursos públicos nas campanhas, a propaganda partidária havia sido recriada pelos parlamentares.

Bolsonaro vetou todos os pontos que tratam desse assunto sob a justificativa de que, ao assegurar o acesso gratuito a tempo de rádio e TV, a proposta aumenta a renúncia fiscal e, consequentemente, majora a despesa pública sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória.

Além disso, o governo afirma que a propositura do Legislativo não traz estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Há duas semanas, os parlamentares derrubaram sete dispositivos que o presidente havia vetado na minirreforma eleitoral. Apenas um item foi mantido.

Entre os trechos retomados na sessão passada está a permissão para uso do fundo partidário para gastos com passagens aéreas, independentemente de filiação partidária, para eventos relacionados à legenda, como congressos, convenções ou palestras.

Também foi derrubado o veto ao trecho que trata da regra sobre a composição do valor do fundo eleitoral usado para financiar campanhas. O valor final será definido na votação do projeto de Orçamento da União para 2022.

Foi mantido o veto ao trecho que permitia aos partidos políticos prestar contas por qualquer sistema de contabilidade disponível no mercado.

Fora da minirreforma eleitoral, também foi mantido veto a uma propositura que dava preferência na ordem de pagamentos à indenização a marisqueiras impossibilitadas de trabalhar por causa de desastres ambientais. No fim de novembro, líderes partidários e o governo haviam combinado a manutenção deste veto.

TSE aprova criação de novo partido Unidade Popular (UP); número será 80

Por unanimidade de votos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, na sessão administrativa desta terça-feira (10), o pedido de registro do estatuto e do órgão de direção nacional do partido da Unidade Popular (UP), a 33ª agremiação política do país. Os ministros concluíram que a legenda que terá o número 80 na urna eletrônica, cumpriu todas as exigências legais para a sua criação. A última legenda a obter registro no TSE foi o Partido da Mulher Brasileira (PMB), em 29 de setembro de 2015.

O julgamento do pedido de registro foi retomado na sessão desta terça a partir do voto-vista do ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, que acompanhou o então relator, ministro Jorge Mussi, pelo deferimento do registro da sigla. Após o voto do ministro Mussi, na sessão de 24 de outubro, pela aprovação do registro – no que foi acompanhado pelo ministro Edson Fachin –, o ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto solicitou vista para examinar um ponto específico do estatuto.

Voto do relator

Em seu voto, o ministro Jorge Mussi – que não integra mais o Tribunal – afirmou que o Unidade Popular conseguiu 497,6 mil assinaturas de eleitores não filiados a outros partidos em apoio à sua criação, o que supera o apoiamento mínimo de 491,9 mil assinaturas, exigido com base em percentual de votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

Todavia, ao deferir o registro, o ministro determinou que os requerentes ajustem dois itens do estatuto do UP no prazo de 90 dias. Os dispositivos a serem modificados tratam do prazo dos mandatos dos dirigentes de comissões provisórias partidárias e da destinação dos recursos do Fundo Partidário em caso de extinção da legenda. O voto do relator foi acompanhado integralmente pelos demais ministros.

Governo anuncia versão digital de diplomas com custo 80% menor

O Ministério da Educação (MEC) anunciou que universidades e instituições de ensino superior terão uma nova modalidade de emissão de diplomas de graduação: o diploma digital. De acordo com o secretário de Educação Superior, Arnaldo Barbosa Júnior, a medida visa reduzir os custos de emissão do certificado e agilizar a empregabilidade de jovens graduados.

“Quando a pessoa se forma no nível superior, o nível de empregabilidade se torna muito elevado. Isso é fruto das oportunidades que estamos criando, é mais um serviço de transformação digital. E vamos corrigir um erro histórico: ficamos muito distantes dos alunos. Mas, cada vez mais, queremos nos aproximar e construir um novo mundo. Um mundo de educação de qualidade”, disse o secretário.

O novo formato deve estar disponível para 8,3 milhões de estudantes brasileiros que estão em fase de graduação e que serão beneficiados pela primeira fase de implantação do diploma digital. O projeto-piloto foi realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e conseguiu reduzir o tempo de emissão de um diploma devidamente autenticado e assinado digitalmente pelo ministério para 15 dias – prazo 84% menor que os 90 dias estipulados pela maioria das instituições de ensino superior do Brasil. Segundo o secretário, por enquanto a nova tecnologia não será aplicada para cursos de pós-graduação, mestrados e doutorados.

Custos menores
Os custos para a emissão do diploma digital também são positivos. De acordo com Barbosa Júnior, a medida deve economizar R$ 48 milhões ao ano para as instituições que emitem o papel. Jean Martina, que supervisionou o projeto-piloto na UFSC, explicou que os custos logísticos serão reduzidos drasticamente. “O preço de emissão de um diploma digital físico é de R$ 390,26. A versão digital custará pouco mais de R$ 85. O principal ganho é que vamos desmaterializar o papel e criar uma versão eletrônica, que estará disponível em qualquer celular”.

A versão digital dos diplomas também será uma garantia de autenticidade, pois qualquer pessoa poderá consultar a base de registros digitais disponibilizada pelo MEC, que validará as informações consultadas pelos aplicativos de celular ou pela internet. “O diploma [digital] visa garantir simplificação. O processo [de validação do diploma] é muito moroso. O processo mais simples pode demorar até 120 dias, e muitas vezes os prazos não são sequer respeitados. Temos que garantir a desburocratização e, acima de tudo, garantir segurança para combater diplomas irregulares e falsos”, disse Barbosa Júnior.

STJ manda soltar Pezão, ex-governador do Rio, preso há um ano

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou ontem (10), por 3 votos a 0, a soltura do ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão, que está preso desde novembro do ano passado no âmbito da Operação Boca de Lobo, um dos desdobramentos da Lava Jato fluminense.

A prisão de Pezão fora autorizada pelo ministro do STJ Felix Fischer, quando o político ainda estava em pleno exercício do mandato e após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusá-lo de receber mais de R$ 39 milhões em propina em um esquema de corrupção instalado entre 2007 e 2015 no governo do Rio.

Agora, os ministros da Sexta Turma do STJ entenderam que não estão mais presentes as condicionantes para a manutenção da prisão preventiva, entre as quais a possibilidade de ele voltar a delinquir ou de interferir na apuração dos fatos pelas autoridades.

Votaram pela soltura de Pezão os ministros Rogério Schietti, relator, Laurita Vaz e Nefi Cordeiro. Os ministros Sebastião Reis Júnior e Antonio Saldanha Palheiro declaram-se impedidos e não participaram do julgamento.

Em substituição à prisão, Pezão deverá usar uma tornozeleira eletrônica e será obrigado a ficar em casa entre as 20h e as 6h. Ele ainda fica proibido de deixar o estado do Rio de Janeiro sem autorização judicial e está impedido de ocupar cargos ou funções públicas tanto estaduais como municipais. O político também não pode entrar em contato, de nenhuma maneira, com outros envolvidos nos casos em que é investigado.

O advogado Flávio Mirza, que representa Pezão, comemorou o habeas corpus concedido a seu cliente. “Recebo com alegria. Decisão judicial não se comenta, se cumpre. Foi correta”, afirmou Mirza após o julgamento. Ele disse, porém, que o ex-governador não deve deixar nesta terça-feira (10) a unidade prisional da Polícia Militar em que se encontra, uma vez que ainda é necessário notificar as autoridades responsáveis por cumprir a determinação.

Alepe debate o direito à saúde dos autistas nesta quarta

A Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas Com Deficiência e com Doenças Raras da Assembleia Legislativa de Pernambuco realiza, nesta quarta-feira, uma Reunião Pública para debater o direito à saúde das pessoas que possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento acontece às 9h30 no auditório Ênio Guerra, no anexo I da Alepe.

Entre os temas que serão abordados no debate estão a constante negativa de atendimento dos planos de saúde, o não cumprimento de ordens judiciais e a ineficaz fiscalização das empresas da área médica que atendem pessoas com autismo. O objetivo do encontro é entender os motivos que fazem as pessoas com autismo não receberem o tratamento adequado para que se cumpra a legislação.

“É um tema bastante delicado, que merece a nossa atenção. Recebemos inúmeras denúncias de que os planos de saúde não estão realizando o atendimento adequado, nem cumprindo as ordens judiciais. Queremos entender o que vem acontecendo em busca de uma solução que precisa ser encontrada o mais rápido possível”, afirmou o coordenador geral da Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência e com Doenças Raras Wanderson Florêncio (PSC).

Além dos parlamentares, confirmaram presença no debate representantes da comunidade científica, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça, da Defensoria Pública da União, do Conselho de Defesa dos Direitos das Pessoa com Deficiência e da Gerência da Agência Nacional de Saúde .

No Panamá, Paulo Câmara ressalta o fortalecimento de Pernambuco como hub logístico no Brasil

O governador Paulo Câmara concluiu, nesta terça-feira (10.12), o primeiro dia em missão na capital do Panamá, onde busca ainda mais instrumentos para impulsionar a economia local. Acompanhado dos secretários Bruno Schwambach (Desenvolvimento Econômico) e Rodrigo Novaes (Turismo e Lazer), além do presidente de Suape, Leonardo Cerquinho, o governador reforçou as relações do Governo de Pernambuco com a administração pública panamenha e com setores da economia local.

“Começamos nesta terça-feira uma importante agenda no Panamá. O Recife tem duas conexões semanais diretas com a Cidade do Panamá, via Copa Airlines. Queremos aproveitar essa facilidade e estreitar as relações com esse país, que ocupa uma posição geográfica e comercial estratégica na América Central”, explicou Paulo Câmara. Ele foi recebido, ainda, pelo ministro das Relações Exteriores, Alejandro Ferrer, que ressaltou o interesse dos panamenhos em parcerias nas áreas de logística, turismo, cultura e educação. “Um passo decisivo para abrir portas, que vão resultar em oportunidades para os pernambucanos”, concluiu o governador.

Paulo Câmara também participou de uma reunião com Peter Corfitsen, vice-presidente da Maersk, conglomerado de negócios dinamarquês com atividades comerciais em diversos setores, principalmente nos mercados de logística e energia.

SUAPE – A comitiva comandada pelo governador objetiva ainda, durante a visita, estreitar o vínculo comercial marítimo entre o Complexo Industrial Portuário de Suape e o mundo. O Canal do Panamá é um dos equipamentos mais importantes nesse movimento e, pela conectividade direta que garante entre os oceanos Pacífico e Atlântico, passa a integrar acordos comerciais importantes entre Europa, Ásia e América. A ideia é fortalecer os acordos e ampliar as tratativas entre os países para colocar Suape como opção estratégica do Brasil na rota marítima do comércio exterior, inclusive abrindo mercados para impulsionar as cadeias produtivas do Estado.

Na programação, coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e pelo Complexo Industrial Portuário de Suape, está o desdobramento do acordo de cooperação técnica assinado entre o Canal do Panamá e Suape, em junho; a participação em três importantes eventos direcionados ao setor logístico portuário, que reunirão líderes de várias partes do mundo; além de reuniões com empresas, operadores portuários e instituições, tratando de oportunidades de negócios e investimentos.

O ACORDO – A expansão do Canal do Panamá foi inaugurada em 26 de junho de 2016 e, desde então, houve um impacto nos padrões de negócios em todo o mundo. O alargamento do Canal mudou a navegação pelas rotas internacionais que ligam o Pacífico, o Atlântico e o Golfo do México, alterando a lógica do tráfego marítimo e atingindo os mercados nas Américas Central e do Sul.

No acordo firmado com Suape – com validade de dois anos – as partes se comprometem a empreender iniciativas conjuntas para propagar os benefícios da expansão e da interconexão com o porto pernambucano, além do intercâmbio de informações no desenvolvimento de estratégias de comercialização; realização de estudos conjuntos sobre áreas de interesses; partilha de informações sobre melhorias e/ou esforços de modernização com o objetivo de aumentar a demanda ou evolução dos serviços de transporte; além de compartilhar experiências de sustentabilidade.

Caruaruense se formou no curso RenovaBR Cidades

Depois de ajudar a eleger 17 parlamentares de sete partidos para o Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, o RenovaBR em um prestigiado evento neste último sábado, 07, em São Paulo, formou mais de 1.170 alunos de todo o país. Em apenas um ano, a escola de formação de políticos saltou de 133 alunos formados para mais de mil, com representantes de mais de 400 cidades brasileiras. Eles nunca ocuparam cargos eletivos e pretendem concorrer às Prefeituras e Câmaras Municipais em 2020.

O evento, que ocorreu na Sala São Paulo, contou com a participação de ex-alunos eleitos do curso RenovaBR 2018, como os deputados federais Tabata Amaral e Vinicius Poit, e o senador Alessandro Vieira. Autoridades políticas, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, personalidades como o apresentador Luciano Huck e apoiadores da escola estiveram presentes.

O curso RenovaBR Cidades 2019 teve duração de quatro meses e uma carga horária total de 96 horas, além da realização de exercícios, projetos práticos e entrega do trabalho final de curso. Durante o período, os alunos cursaram disciplinas de planejamento urbano, finanças municipais, educação, saúde, saneamento, desenvolvimento econômico, além de terem acesso à conteúdos sobre liderança, comunicação política e organização de campanha.

Um dos representantes de Caruaru-PE foi Weslley Nascimento – Advogado, Conselheiro da OAB Caruaru, Professor de Direito Constitucional e Administrativo.

Plenário do TSE mantém cassação da senadora Selma Arruda (Pode-MT)

Na sessão desta terça-feira (10), o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve a cassação dos diplomas da senadora eleita Selma Arruda, de seu 1º suplente, Gilberto Possamai, e da 2ª suplente da chapa, Clerie Mendes, pela prática de abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos nas Eleições Gerais de 2018. A Corte Eleitoral determinou o afastamento dos parlamentares, após a publicação do acórdão, e a convocação de novo pleito, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso (TRE-MT), para a escolha de novo representante do estado no Senado Federal.

Cinco ministros acompanharam o voto do relator, ministro Og Fernandes, proferido na sessão da última terça-feira (3), quando o julgamento do caso foi iniciado. Na ocasião, o magistrado manteve a sentença da Corte Regional, que, além de cassar os três mandatos, declarou a inelegibilidade de Selma Arruda e de Gilberto Possamai pelo prazo de oito anos. No entendimento do Plenário do TSE, apenas a 2ª suplente da chapa, Clerie Mendes, não deve ser considerada inelegível, por não ter participação direta ou indireta nos ilícitos eleitorais apurados.

No julgamento de duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) ocorrido em abril, o TRE-MT constatou que Selma Arruda e Gilberto Possamai omitiram fundos à Justiça Eleitoral, que foram aplicados, inclusive, no pagamento de despesas de campanha em período pré-eleitoral. Esses valores representariam 72% do montante arrecadado pela então candidata, o que caracterizaria o abuso do poder econômico e o uso de caixa dois.

Entre as irregularidades apontadas, o TRE destacou que a senadora eleita teria antecipado a corrida eleitoral ao realizar nítidas despesas de campanha, como a contratação de empresas de pesquisa e de marketing – para a produção de vídeo, de diversos jingles de rádio e de fotos da candidata, entre outras peças – em período de pré-campanha eleitoral, o que a legislação proíbe.

Único a divergir do relator, o ministro Edson Fachin argumentou que não se colhe, nos autos, provas suficientemente robustas para justificar a cassação de um candidato eleito por votação popular. “Em meu modo de ver, a solução adequada ao caso é dar provimento aos recursos, reformando o acórdão do TRE do Mato Grosso, afastando todas as sanções impostas. Em consequência, estão prejudicados os demais recursos ordinários”, votou o ministro.

Também por maioria, o Plenário da Corte Eleitoral determinou a convocação, pelo TRE-MT, de novo pleito para a escolha de novo representante do estado no Senado Federal. Quanto a esse aspecto, ficou vencido o ministro Tarcisio Vieira de Cavalho Neto, que defendeu a nomeação do terceiro colocado na disputa eleitoral como representante do estado no Senado Federal.

Polícia Federal realiza leilão de veículos

A Polícia Federal em Pernambuco realiza na próxima sexta-feira (13), às 10h, no auditório da Justiça Federal de Pernambuco que fica situado na Avenida Recife, nº 6.250 no Bairro do Jiquiá-Recife/PE, o segundo leilão de viaturas de sua frota. Ao todo serão colocados à disposição 76 veículos que estarão disponíveis para serem leiloados.

Todos os bens (veículos) são do acervo da Polícia Federal e quem estiver interessado no arremate, poderá fazer visitação nos dias 11 e 12 de dezembro, das 09:00 às 18:00 horas, ininterruptamente, nas dependências do Centro de Treinamento da Polícia Federal, localizado na antiga Sede do DNIT, BR-101, S/N – Km 69,8 – Curado, Recife – PE, 51240-340 ao lado da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal.

Os veículos que estarão sendo vendidos estão GM/Astra Sedan, Ford/Focus, Fiat Siena, Troller T4, L200, Toyota Corolla, GM Blazer, Nissan Frontier, Nissan X Terra, GM S-10 e dentre os atrativos do leilão, estão a inexistência de cobrança de taxa de leiloeiro e a entrega dos veículos arrematados livres de impostos, taxas ou multas.

Outras informações sobre o evento poderão ser obtidas, em horário comercial, por meio dos telefones (81) 2137-4027 ou 2137-4031 ou através do endereço eletrônico http://www.pf.gov.br/servicos-pf/leiloes/2019/leilao-001-2019-sr-pf-pe

Serão oferecidos 76 lotes de veículos, entre eles: GM/ASTRA, FORD/FOCUS, TROLLER, MMC/L200, NISSAN/XTERRA, NISSAN/FRONTIER, TOYOTA CORALLA, dentre outros.
Os interessados, no dia do leilão, deverão portar os seguintes documentos:

PESSOA FÍSICA:
Registro Geral – (identidade) ou outro documento de identificação com foto e validade em todo território nacional, CPF, comprovante de residência (recibo de luz, água, telefone).

PESSOA JURÍDICA:
Os documentos do Item anterior, contrato social da empresa (original ou cópia autenticada), Cartão do CNPJ, Documento de identidade do proprietário ou sócio.

FORMA DE PAGAMENTO:

O valor do lance vencedor deverá ser integralmente quitado no dia do leilão e somente serão aceitas como formas de pagamento dinheiro em espécie (reais) ou quitação de Guia de Recolhimento da União–GRU no valor correspondente ao lance vencedor.Não Serão Aceitos cheques como forma de pagamento.

Artigo: Cristovam Buarque faz a autocrítica que outros não fizeram

Por Maurício Rands

Com a lucidez que tem marcado sua obra política e intelectual, Cristovam Buarque brinda-nos um novo livro – ‘Por que falhamos: o Brasil de 1992 a 2018’. Que acaba de ser publicado e pode ser acessado gratuitamente no site http://www.temaeditorial.com.br/tema/. Ele examina os erros cometidos pelas forças democráticas-progressistas que governaram o país por um quarto de século. Governos das forças que tinham liderado a resistência à ditadura de 1964 e feito a transição democrática. Governos de Itamar (PMDB), FHC (PSDB), Lula e Dilma (PT). Mais do que perguntar por que Bolsonaro ganhou, ele investiga as causas da derrota do campo político em que sempre militou.

Nessa obra-autocrítica, Cristovam fala genericamente das forças democráticas-progressistas que nos governaram no período. Comporta-se com generosidade ao fazer a narrativa na primeira pessoa do plural, quando se sabe que ele sempre foi voz crítica dos erros apontados no livro. Ao generalizar as responsabilidades pelo fracasso que levou a maioria do povo brasileiro a preferir as forças conservadoras de direita, ele não menciona a maior parcela de culpa de alguns. Dos que não viabilizaram as mudanças estruturais e culturais que poderiam ter retirado nosso povo do ciclo de pobreza e subdesenvolvimento. Por terem governado por mais tempo ou por terem se beneficiado de um maior capital político. Ou apenas por terem errado mais. Que as responsabilidades pelo fracasso podem ser de muitos, mas não são homogêneas. Sua generosidade ou cautela, nesse ponto, pode ter uma consequência positiva. Mesmo que inintencional. Ao não despertar os velhos rancores e disputas por hegemonia, ela facilita a articulação para a gestação de um novo rumo, um novo projeto. Ainda que difícil, dada a superficialidade do debate em curso nesse campo político. E dada a despreocupação com os fundamentos teóricos e empíricos que antes eram marca das forças progressistas e suas propostas transformadoras.

Ele aponta como a maior falha a de ‘não ter conseguido frear a monótona repetição secular da história da educação brasileira e, em consequência, ter mantido o círculo vicioso da pobreza/falta de educação/pobreza, sucedendo-se por décadas’. O texto aponta 24 erros básicos cometidos pelos atores e intelectuais progressistas. Entre eles, Cristovam mostra que nossos intelectuais se acomodaram e renunciaram ao pensar crítico que deve ser da sua essência. Houve uma partidarização do debate, com o partido surgindo quase como um fim em si. O objetivo prioritário de se manter no poder e no controle dos aparelhos e seus recursos. E, em muitos casos, visando ao enriquecimento pessoal. Sua crítica se estende à crença nas próprias narrativas criadas, geralmente com uso dos marqueteiros. Como no caso do Bolsa Família, como se antes não tivesse havido o Bolsa Escola. E como se realmente tivéssemos tirado 30 milhões da pobreza e os elevado à classe média. Ocorre que essas pessoas continuaram muito pobres, vivendo em péssimas condições de habitação, educação, saúde, saneamento e segurança. E, trágico, essas pessoas não acreditaram nas narrativas artificiais dos políticos e marqueteiros. As forças progressistas deixaram de se perguntar por que não conseguiram romper as causas estruturais da pobreza, da desigualdade e da ineficiência. Confundiu-se o estatal com o público e aí não se exploraram soluções criativas para melhorar a infraestrutura e os serviços públicos. No imaginário popular, essas forças tinham vindo para combater a corrupção. Quando descobertas suas práticas corruptas, nosso povo mergulhou numa desilusão política que acabou fazendo-os optar por qualquer outro que não representasse aquelas forças que fracassaram. Ademais, não se conseguiu superar o populismo, o culto à personalidade e a apropriação do estado por corporações, empresas e políticos. Ignorou-se que, para ter justiça social, é indispensável a condução responsável e eficiente da economia.

Esse livro de Cristovam é um brado pela reinvenção do pensamento progressista. Mas também pelo repensar do Brasil. Reproduz o clamor para um diálogo entre todas as tribos. Algo que hoje começa a ser percebido por alguns setores que não se sentem contemplados pela atual polarização e radicalização do nosso indigente debate político. É um chamamento à formulação de rumos alternativos para o Brasil. Nesse esforço de autocrítica, Cristovam aporta elementos criativos para a reinvenção de um novo projeto. Sempre centrado na utopia educacionista, que ele mostra poder se materializar através da federalização do ensino básico com gestão descentralizada. Basta que reunamos a vontade política da nação nessa direção. E que saibamos, com tolerância, humildade e espírito patriótico, forjar os diálogos e alianças com todos os setores que aceitem neles embarcar. Que saibam colocar em segundo plano seus anseios de poder e hegemonia que foram responsáveis pelo fracasso denunciado nesse livro vocacionado a provocar um grande debate.

Maurício Rands é advogado formado pela FDR da UFPE, PhD pela Universidade Oxford