Governo federal lança programa para a implantação de escolas cívico-militares

O governo federal lançou nesta quinta-feira, 5 de setembro, o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. Está prevista a implementação de 216 colégios até 2023 – 54 por ano, a começar por 2020. É o dobro do anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) no Compromisso Nacional pela Educação Básica, em julho. Agora é o momento de estados e municípios aderirem à iniciativa. A cerimônia de lançamento foi realizada no Palácio do Planalto.

A escola cívico-militar é um modelo desenvolvido para promover a melhoria na qualidade da educação básica do país. Para isso, será construído um ambiente de parcerias e de maior vínculo entre gestores, professores, militares, estudantes e até mesmo pais e responsáveis.

O presidente Jair Bolsonaro destacou a disciplina em escolas com tutela de militares e as classificou como fundamentais para o desenvolvimento do país. “O que nos tira da miséria, da pobreza, da ignorância, é o conhecimento. É o ensino”, afirmou após assinar o decreto que cria o programa.

O modelo de excelência vai abranger as áreas:

didático-pedagógica: com atividades de supervisão escolar e psicopedagogia para melhorar o processo de ensino-aprendizagem preservando as atribuições exclusivas dos docentes;
educacional: pretende fortalecer os valores humanos, éticos e morais bem como incentivar a formação integral como cidadão e promover a sensação de pertencimento no ambiente escolar;
administrativa: para aprimorar a infraestrutura e a organização da escola para aprimorar a utilização de recursos disponíveis na unidade escolar.

Apenas nesses dois últimos pontos haverá a participação dos militares.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, ressaltou o aumento da meta de número das escolas já no lançamento do programa. “A gente tinha uma meta e sabia qual era, de 108 [escolas cívico-militares até 2023]. E já lança o programa com o dobro da meta, 216. E tenho certeza, presidente, que o senhor vai entregar esse país com 10% das escolas sendo cívico-militares”, disse.

O modelo será levado, preferencialmente, para regiões que apresentam situações de vulnerabilidade social e baixos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que mede a qualidade das escolas públicas. Entre as premissas dos programas estão a contribuição para a melhoria do ambiente dos profissionais de educação e para a redução dos índices de violência, da evasão, da repetência e do abandono escolar.

O secretário de Educação Básica do MEC, Janio Macedo, enfatizou que as escolas cívico-militares já existentes, mesmo que fora do modelo MEC, têm sucesso. “Existem 203 escolas cívicos-militares, em 23 unidades da Federação, com maior Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] do que as civis, apresentando taxa de evasão 71% menor e de reprovação 37,4% inferior”, explicou.

Os 26 estados e o Distrito Federal têm de 6 a 27 de setembro para indicar duas escolas que poderão receber o projeto em formato piloto já no primeiro semestre letivo de 2020. Os colégios devem ter de 500 a 1.000 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e/ou do ensino médio. Antes disso, a comunidade escolar deverá aceitar a mudança. Uma das condições fixadas pelo MEC é que estados e municípios apliquem uma consulta pública para esse fim, afinal a adesão ao programa é voluntária.

Apoio militar – Em parceria com o MEC, o Ministério da Defesa vai destacar militares da reserva das Forças Armadas para trabalhar nas escolas levando mais disciplina e organização. A ideia é que eles sejam contratados por meio de processo seletivo. A duração mínima do serviço é de dois anos, prorrogável por até dez, podendo ser cancelado a qualquer tempo. Os profissionais vão receber 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar.

Segundo o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, o trabalho em grupo é fundamental para o sucesso do programa. ”A busca por parcerias e a adoção de práticas consagradas é um dos caminhos para garantir o futuro dos brasileiros. Dessa forma, o programa foi estruturado pelo MEC, com apoio da Defesa e outros órgãos”, disse.

Os estados poderão ainda destinar policiais e bombeiros militares para apoiar a administração das escolas. Nesse caso, o MEC repassará a verba ao governo, que, em contrapartida, investirá na infraestrutura das unidades, com materiais escolares e pequenas reformas. Serão investidos R$ 54 milhões por ano, ou seja, R$ 1 milhão por escola. Desse montante sairá o pagamento dos militares da Defesa e a verba para os governos estaduais e DF que aderirem ao programa.

Capacitação – Para que militares e comunidade escolar possam se adaptar ao novo modelo, haverá treinamentos. Um plano de trabalho está em construção para ser colocado em prática antes do ano letivo de 2020.

Pesquisa – Uma pesquisa realizada pelo Instituto Checon em todos os estados e no Distrito Federal revelou que 85% dos entrevistados gostariam de matricular seus filhos em escolas cívico-militares. O levantamento aponta ainda que a média da avaliação geral das escolas cívico-militares é de 8,3, numa escala de zero a 10.

Foram analisados aspectos como segurança (nota 8,1), ensino (nota 7,8), disciplina dos alunos (nota 8,1), respeito ao professor (nota 8,3), preparo dos alunos para a vida (nota 8,1) e atenção e valores humanos e cívicos (nota 8,0).

Foram entrevistadas 2.062 pessoas entre os dias 8 e 15 de agosto de 2019. A margem de erro é de 2,3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Participaram também do evento o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, da Secretaria-Geral, Jorge Antonio de Oliveira, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, assim como o subsecretário de Fomento às Escolas Cívico-Militares, Aroldo Cursino.

Nota da Federação Nacional dos Policiais Federais sobre troca de comando na Direção da Polícia Federal

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), entidade que representa mais de 14 mil integrantes da carreira policial federal de todos os cargos, vem a público esclarecer os seguintes pontos em relação à suposta troca de comando da Direção Geral da Polícia Federal e outras questões correlatas:

1- Inicialmente, refuta-se com veemência a utilização do nome da “corporação” Polícia Federal em manifestações de cunho político-classista, provenientes de integrantes de um único cargo minoritário na estrutura da PF, bem como de determinada associação que congrega parcela deste grupo.

2- Para a expressiva maioria dos integrantes da Polícia Federal, aqui representados pela Federação Nacional, o presidente da República tem a prerrogativa exclusiva de NOMEAR o Diretor Geral da PF, em obediência a mandamento expresso contido no artigo 2º-C da Lei n° 9266/1996 (com a redação dada pela MP 657/2014) bem como substituí-lo como e quando achar oportuno.

3- É fundamental ressaltar que a modificação na lei de regência da Polícia Federal, que conferiu essa prerrogativa ao presidente da República, é fruto da polêmica e pouco republicana MP 657/2014, editada dez dias antes da eleição presidencial daquele ano e publicamente patrocinada e defendida por entidade associativa de pouca representatividade, que hoje se insurge publicamente contra o mandatário do país, alegando pretensa interferência na PF.

4- Os policiais federais entendem que o cargo de diretor-geral deve ser ocupado por profissional de segurança pública que esteja em sintonia com as diretrizes e políticas públicas emanadas daquele que recebeu do povo, nas urnas, a autoridade de estabelecer tais políticas, segundo princípio republicano e constitucional vigente.

5- Até o momento, não se tem notícia de qualquer interferência nas investigações em andamento no âmbito da Polícia Federal, até porque a PF detém autonomia investigativa e técnico-científica asseguradas em lei. A Federação Nacional dos Policiais Federais estará em constante vigilância em relação à defesa desta prerrogativa do órgão.

6- Os policiais federais reafirmam sua confiança no presidente da República, eleito segundo a regra democrática, e no ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, considerado hoje um dos maiores ícones no combate à corrupção da história deste país; e repudiam a utilização do nome da Polícia Federal para o patrocínio oportunista da PEC 412 (da falaciosa autonomia), projeto corporativo que conta com rejeição da maioria esmagadora dos integrantes da corporação.

Brasília, 5 de setembro de 2019.

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS POLICIAIS FEDERAIS (FENAPEF)

Confira funcionamento do Caruaru Shopping no feriado da Independência

O Caruaru Shopping estará funcionando com horário especial no feriado de 7 de setembro (Independência do Brasil) que cai neste sábado e o horário será: Lojas e quiosques, das 10h às 20h; Alimentação e Lazer, das 11h às 21h; Hipermercado, das 9h às 21h; Academia, das 8h às 18h e o Rock & Bowl, das 12h às 21h. O cinema Centerplex estará aberto conforme horário de sessão. Já o dia de Nossa Senhora das Dores, padroeira de Caruaru, cai no domingo.

O Caruaru Shopping está localizado no Caruaru Shopping, na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Fábio Júnior volta à Caruaru nesta sexta-feira (06)

Wagner Gil

No próximo dia 6 de setembro, uma sexta-feira, o público de Caruaru e da região terão um encontro marcado com o romantismo: Fábio Júnior e banda se apresentarão no Espaço Difusora, no Bairro Maurício de Nassau. Esta será a primeira vez em que o artista subirá ao palco caruaruense, depois de quase 20 anos sem se apresentar na Capital do Agreste.

A festa terá ainda as presenças da banda O Disco, que faz cover de Roupa Nova, e da cantora Dani Aguiar. “Estamos fazendo uma festa diferenciada com música de qualidade e um excelente serviço de bar. Vamos manter o mesmo padrão, que foi apresentado no show de Zé Ramalho!”, disse Josafá Almeida, um dos produtores do evento.

Nele, serão três áreas disponibilizadas: pista, cadeira e mesa. As mesas serão para seis pessoas e as cadeiras não serão numeradas. “Vamos montar uma mega-estrutura de som, luz e para o público. O detalhe é que Fábio Júnior trará o seu cenário de São Paulo. Será uma noite mágica e inesquecível!”, completou Josafá.

O SHOW

Em Caruaru, Fábio Júnior fará um show, que vai marcar a sua carreira. Sucessos como: “Alma Gêmea”, “Senta aqui”, “Pai”, “Sem limites pra sonhar”, “Quando gira o mundo”, “Caça e caçador”, “O que é que há” e “Só você” estarão no repertório.

Canções como “Sem limites pra sonhar”, “Fogo de Lenha” e “Quando gira o mundo”, também estão garantidas. “Pareço um menino” e “Essa tal liberdade”, também foram incluídas no show de Caruaru. “Ele também vai matar a saudade de Caruaru. Fábio fez muitos shows no Forrozão e no Palladium sempre com excelentes públicos. Chegou à hora de matar a saudade!”, finalizou o produtor.

O DISCO

A banda O Disco reúne a nata de músicos de Pernambuco e vai trazer as principais canções de Roupa Nova em sua apresentação. O grupo tem se destacado em várias apresentações no Nordeste e em festivais, entre eles, o FIG. O Disco também tem um público especial no Recife, onde suas apresentações costumam lotar.

Sucessos como “Linda demais”, “Volta pra mim”, “Anjo”, “Uísque a go go”, “Dona”, “Coração pirata”, “Chuva de prata”, “Seguindo o trem azul”, “Sapato velho”, vão dar uma toque especial à noite do dia 6 de setembro. O grupo ainda vai trazer no repertório “Meu universo é você”, “Um sonho a dois”, “Começo, meio e fim”, “Clarear”, “Show de rock and roll”, “Canção de verão” e “Tímida”, além de outros sucessos de Roupa Nova.

Já Dani Aguiar vai trazer um show eclético com forró, sertanejo e música de barzinho. Dani Aguir vem se destacando como uma das principais revelações da música em Pernambuco. Sua voz e presença de palco vão deixar a festa ainda mais atraente para o público de Caruaru e região.

SERVIÇO: Fábio Júnior, O Disco e Dani Aguiar
Onde: Espaço Difusora
Quando: 6 de setembro (sexta-feira), às 21h
Vendas de ingressos: Quiosque Shopping Difusora e Banca Terceiro Mundo
Valor: Pista- R$100; Cadeira- R$ 160; Mesa para seis pessoas – R$ 1.200; Mesa para seis pessoas nas três primeiras filas: R$ 1.800
Reservas de mesas e informações: (81) 99631-9959

Mestre Zezinho de Tracunhaém morre aos 80 anos

Foto: Juliana Leitao/DP (27/10/2007)
Foto: Juliana Leitao/DP (27/10/2007)

Diário de Pernambuco

O ceramista José Joaquim da Silva, o Zezinho de Tracunhaém, faleceu na noite desta quarta-feira (04), aos 80 anos, em decorrência de um infarto. O artista estava internado desde o dia 15 de agosto no Hospital Pelópidas Silveira, no Curado, Zona Oeste do Recife. A morte foi confirmada às 20h10.
Segundo a nora dele, Cristina de Lima, o artesão já estava bastante debilitado e se locomovia com auxílio de cadeira de rodas. Os problemas cardíacos intensificaram e devido à baixa imunidade, ele acabou tendo uma infecção, ficando internado por quase um mês. “Ele fumava muito e foi o que prejudicou o estado de saúde dele. Estávamos esperando uma cirurgia de cateterismo, mas não deu tempo, devido a saúde debilitada”.
Foto: Juliana Leitao/DP (27/10/2007)
Foto: Juliana Leitao/DP (27/10/2007)

Mestre Zezinho nasceu no dia 5 de julho de 1939 na cidade de Vitória de Santo Antão. De origem humilde, viveu até os 21 anos trabalhando no corte da cana-de-açucar para sobreviver e sustentar a família nos engenhos da região. Ele foi morar em Tracunhaém no ano de 1968, onde ficou conhecido pelo pioneirismo no artesanato local. O artesão fez questão de ensinar a todos os filhos a arte do barro.

O filho dele, Cláudio Marques, mais conhecido como Dinho de Zezinho, prometeu dar continuidade ao legado deixado pelo pai. “Quando olho para trás, fico bastante emocionado ao lembrar da luta do meu pai para educar os filhos e ensinar o que ele sabia fazer de melhor. Iremos dar continuidade ao trabalho dele”. Bastante abalado, o outro filho dele, Josenildo Marques, falou que o pai sempre esteve ao lado da família. “Meu pai tem uma grande importância para a vida de toda a família e para a cidade também. Ele nos deu educação e nos deu uma profissão. Nos deu estudo e foi um exemplo. Sempre esteve ao nosso lado. Tudo o que eu e meus irmãos conquistaram, devemos a ele. Ele passou uma arte. Ele vai fazer uma falta danada”.

O sepultamento está previsto para acontecer às 16 horas desta quinta-feira (05), no Cemitério Público de Tracunhaém, localizado Rua Professora Ana Maria Vaz de Andrade, no bairro Dois.

Dilma chama Bolsonaro de ‘neofascista’ e critica governo em visita ao Congresso

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Diário de Pernambuco

A ex-presidente Dilma Rousseff voltou ao Congresso, nesta quarta-feira, pela primeira vez pós impeachment. Ela participou de um ato contra as privatizações estatais e em defesa da “soberania nacional”, que foi organizado pela oposição do governo de Jair Bolsonaro.

A última vez que Dilma esteve no Congresso foi em 29 de agosto de 2016, para se defender da acusação de crime de responsabilidade fiscal. No entanto, ela foi considerada culpada e os parlamentares entenderam que a então presidente havia cometido irregularidades ao adotar “pedaladas fiscais”.
Em seu discurso, Dilma criticou “os três principais pontos do governo” de Jair Bolsonaro (PSL): a “venda picotada” da Petrobras, o desmonte da política ambiental e o programa Future-se do Ministério da Educação (MEC). Além disso, a ex-presidente chamou Bolsonaro de “neofascista para implantar o neoliberalismo”.

“Por que que é ‘neo’? Porque geralmente os partidos fascistas eram nacionalistas. E esse grupo que está no poder não tem o menor compromisso com a nação. Portanto, não tem compromisso com sua soberania. Porque a soberania tem necessariamente de dar respostas à questão nacional, à questão do seu país, do seu território, de suas riquezas e do seu povo”, declarou a ex-presidente.
Dilma também chamou atenção para as intenções de privatização de Jair Bolsonaro, que anunciou estudos para a desestatização de nove empresas públicas no mês passado. Segundo ela, “não é desestatização coisa nenhuma, é desnacionalização”.
A principal “preocupação” da petista, neste cenário, é a Petrobras. Segundo ela, o governo federal apoia uma ideia equivocada de que a empresa não tem capacidade de sustentar e seria melhor vendê-la aos poucos. “É horrivel continuar nesse processo de venda picotada”, afirmou Dilma.
Ela ainda citou em seu discurso a crise nacional que afeta a Amazônia após vários incêndios.“O fundo da Amazônia não foi um presente para o governo brasileiro e para o Brasil. Foi a contrapartida para uma política ambiental consequente de redução sistemática do desmatamento e da projeção que em 2020 nós chegaríamos a uma redução de 80%”, disse. “Ninguém segura a Amazônia se não tiver um gasto coibindo o desmatamento, coibindo o garimpo ilegal, a exploração ilegal de mineral, a morte de indígenas, o avanço em florestas nacionais”, completou.
No fim do discurso, Dilma citou o futuro da educação no país. Ela acredita que o programa Future-se vai enfraquecer as universidades federais. “Quando você destrói as universidades públicas, você destrói duas coisas, porque a forma de destruir também é solerte, é que nem a Petrobras, é que nem a Floresta Amazônica. Porque ela é solerte? Você cria uma OS SOS e vira uma forma de operação das empresas aparentemente, ela continua com uma faixa pública e costuma a ser minada por dois critérios: um critério de atuação ligados aos interesses das corporações educacionais que vão comprar e ser a sustenção da OS; e também pelo fato que os critérios se descolam do critérios do desenvolvimento do país.”
A ex-presidente terminou seu discurso dizendo ter “muita honra” pelo tempo que passou à frente da Presidência da República

Procuradores da Lava Jato na PGR deixam operação

Seis integrantes do grupo de procuradores da Lava Jato que atuam na Procuradoria-Geral da República (PGR) pediram exoneração da força-tarefa nesta quarta-feira (4). Em nota interna enviada aos colegas do Ministério Público Federal (MPF), a equipe disse que a saída foi provocada por “grave incompatibilidade de entendimento” com a procuradora Raquel Dodge.

No comunicado, os procuradores Raquel Branquinho, Hebert Mesquita, Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Alessandro Oliveira e Victor Riccely disseram que discordaram de manifestação enviada ontem (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Raquel Dodge. Conforme apurado pela Agência Brasil, o documento, que está em segredo de Justiça, está relacionado com a delação do ex-executivo da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato.

O primeiro mandato de dois anos de Raquel Dodge termina no dia 17 de setembro. A renovação do mandato de Dodge pelo mesmo período ou a escolha de um novo procurador depende de uma indicação do presidente Jair Bolsonaro.

Irã liberta tripulantes de petroleiro capturado no Estreito de Ormuz

O Ministério do Exterior do Irã informou nessa quarta-feira (4) que o país libertou, por motivos humanitários, sete dos 23 tripulantes de um petroleiro britânico que foi capturado no Estreito de Ormuz em 19 de julho.

Embora o navio tenha violado regulamentos locais, Teerã “não tem problemas com o capitão e a tripulação”, afirmou o porta-voz do ministério, Abbas Mousavi. “Eles estão livres e podem retornar aos seus países.”

Segundo Mousavi, os sete libertados foram selecionados pelo capitão do petroleiro Stena Impero. Eles são cidadãos da Índia, Rússia e Letônia. Os demais tripulantes ainda estão a bordo do petroleiro. Ao menos 16 deles devem permanecer na embarcação para operá-la com segurança.

Quanto ao navio em si, de propriedade de uma empresa sueca, Mousavi afirmou que um tribunal da cidade portuária de Bandar Abbas decidirá seu destino.

Em 19 de julho, a Guarda Revolucionária reteve no Estreito de Ormuz o petroleiro de bandeira britânica Stena Impero por descumprir as normas de navegação, algo que Londres e a companhia negam. No início de agosto, um navio-tanque com bandeira do Panamá foi capturado na mesma região.

O incidente com o Stena Impero ocorreu semanas depois de a Marinha britânica ter interceptado em Gibraltar o petroleiro iraniano Grace 1, por suspeitas de transportar petróleo à Síria, país sujeito a sanções da União Europeia. Há algumas semanas, o navio iraniano foi liberado.

A captura do Stena Impero agravou a crise no Golfo Pérsico e, em particular, no Estreito de Ormuz, para onde tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido propuseram enviar uma coalizão naval para escoltar as embarcações.

Em resposta, as autoridades iranianas advertiram que uma maior presença militar estrangeira aumentaria a tensão na região, onde ocorrem desde maio ataques a petroleiros e navios-cisterna, além de destruições de drones.

Trump diz que está aberto a negociações com o Irã

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, manifestou a disposição de melhorar as relações com o Irã, indicando que está aberto a negociações com o presidente Hassan Rouhani.

Ao ser perguntado, nessa quarta-feira (4), na Casa Branca, a respeito da possibilidade de se encontrar com o líder iraniano durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas neste mês, Trump respondeu que “tudo é possível”.

Mencionando a alta taxa de inflação no Irã, o presidente norte-americano disse: “Eles querem resolver o problema deles. Nós podemos solucioná-lo em 24 horas.”

Donald Trump declarou ainda que várias nações, incluindo o Japão, se ofereceram para mediar a situação, mas que ele mesmo vai negociar diretamente com o governo iraniano.

A declaração ocorreu depois de Teerã ter anunciado que vai adotar, em breve, novas medidas visando a suspender parte dos compromissos assumidos em seu acordo nuclear de 2015 com potências mundiais. A alegação é que não há perspectivas de conversações com a Europa para a concretização de um acordo em futuro próximo.

Câmara aprova mudanças nas regras eleitorais

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (4) novas regras ao sistema eleitoral. A proposta segue para apreciação do Senado. Para assegurar a validade da nova legislação nas eleições estaduais em 2020, o texto precisa ser publicado até um ano antes do primeiro turno (início de outubro).

O texto-base do PL 11.021/18 foi aprovado na sessão de ontem (3), por 263 votos a 144. A proposta altera a Lei Eleitoral (9.504/97) e a Lei dos Partidos (9.096/95).

O texto estabelece o fim do percentual fixo de 30% das emendas de bancada como referência para a destinação orçamentária ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o chamado Fundo Eleitoral. A proposta também restringe a aplicação de multa de 20% sobre o montante considerado irregular em contas de partido reprovadas pela Justiça Eleitoral apenas nos casos em que o agente teve a intenção de cometer a infração.

Na sessão desta quarta, parlamentares retiraram do texto a possibilidade de redistribuição de recursos do Fundo Eleitoral aos demais partidos da parcela eventualmente recusada por alguma legenda.

Registro de candidatura

O projeto define ainda parâmetros para avaliar se um candidato está elegível para disputar as eleições. A definição caberá à Justiça Eleitoral que deve considerar a data da posse e não a data do registro da candidatura, embora a condição continue a ser aferida nesse momento.

Dessa forma, poderá concorrer um político cuja penalidade de não poder ser eleito acabar antes da posse, mas depois das eleições. Para o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a regra não se trata de “dar qualquer possibilidade de burlar a lei”.

“O que se está fazendo aqui é estabelecer um prazo para que a Justiça Eleitoral julgue a possibilidade de a pessoa ser ou não candidata, impedindo assim que se faça campanha e, no fim, o candidato seja declarado inelegível. A Justiça tem que dizer logo, imediatamente, se o candidato é ou não elegível. O que estamos fazendo aqui é simplesmente dar segurança jurídica ao pleito e a possibilidade de o eleitor saber se está votando num candidato elegível”, argumentou.

Contrário à medida, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) criticou a aprovação do trecho pelo Câmara dos Deputados.

“É necessário que o culpado cumpra sua pena ou nós estaremos estimulando ainda mais a impunidade neste país. Após ter cumprido a pena, nada mais legítimo do que ele poder voltar às urnas e colocar o seu nome, submeter a sua biografia a um sufrágio para a sociedade então decidir. Mas, antes que essa pena seja cumprida, não é viável — e digo até que é um absurdo — o parlamento aprovar um item como esse”, defendeu.

Propaganda partidária semestral

O texto aprovado pelos deputados prevê a volta da propaganda partidária semestral e exceções aos limites de gastos de campanhas eleitorais. A obrigação dessa veiculação em rede nacional e estadual foi extinta pela última reforma eleitoral em virtude da criação do fundo eleitoral.

O PL estabelece que o partido com mais de 20 deputados federais eleitos terá 20 minutos de tempo, por semestre, para inserções nas redes nacionais e o mesmo tempo nas redes estaduais. A sigla que eleger de 10 a 19 deputados terá assegurado o tempo de 15 minutos a cada seis meses – tanto nas redes nacionais quanto estaduais. Já os partidos que tenham eleitos até nove deputados terão o tempo de 10 minutos assegurados (redes nacionais e estaduais – cada).