Chapa ‘RenovAção’ lança candidatura à presidência do PT Caruaru

Foi lançada, nesta quinta-feira (25), no Salão Nobre da Câmara Municipal de Caruaru, a chapa ‘RenovAção’, que disputará a presidência do diretório do PT na cidade. Encabeçado pelo ativista político Leonardo Bulhões, o grupo conta com representantes de movimentos sociais e de diversas correntes do partido.

Com o objetivo de reestruturar a legenda no município, a chapa apresentou 13 compromissos de renovação, que incluem pautas como a defesa da liberdade do ex-presidente Lula, a luta pela causa trabalhista e pelos direitos humanos, a ampliação da participação do partido na Câmara Municipal e a construção de uma sede para o diretório.

“Queremos um partido que esteja vivo, no sentido de fazer reuniões, de ter plenárias, de ter uma prestação de contas. Um partido que esteja nas ruas com os movimentos sociais, que esteja no dia-a-dia da vida política da cidade, que tenha posição política com relação ao governo municipal, que dialogue com os mandatos estaduais e federais”, defende Leonardo.

Apoiado a nível municipal pelo vereador Daniel Finizola, que fez parte da elaboração das pautas da chapa, o grupo também conta com o apoio de diversos representantes da legenda, como a deputada estadual Teresa Leitão, o deputado federal Carlos Veras e o presidente estadual do partido, Glaucus Lima.

As eleições internas do PT estão marcadas para o dia 8 de setembro. Em Caruaru, a votação acontece na Câmara Municipal, das 9h às 17h.

Obesidade no país aumentou entre 2006 e 2018, diz pesquisa

Enquanto parte dos brasileiros incorporou mais frutas e hortaliças à dieta e tem se exercitado mais, outra parcela da população está ficando mais obesa.

De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada hoje (24) pelo Ministério da Saúde, a taxa de obesidade no país passou de 11,8% para 19,8%, entre 2006 e 2018.

Foram ouvidas, por telefone, 52.395 pessoas maiores de 18 anos de idade, entre fevereiro e dezembro de 2018. A amostragem abrange as 26 capitais do país, mais o Distrito Federal.

Para o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, apesar de ter havido melhora no cardápio, o brasileiro ainda compra muitos itens calóricos e sem tanto valor nutricional. “Temos ainda um aumento maior de obesidade porque ainda há consumo muito elevado de alimentos ultraprocessados, com alto teor de gordura e açúcar.” Segundo ele, o excesso de peso é observado sobretudo entre pessoas de 55 e 64 anos e com menos escolaridade.

O estudo mostra que, no período, houve alta do índice de obesidade em duas faixas etárias: pessoas com idade que variam de 25 a 34 anos e de 35 a 44 anos. Nesses grupos, o indicador subiu, respectivamente, 84,2% e 81,1% ante 67,8% de aumento na população em geral.

Sedentarismo e obesidade Ginecomastia.org/Direitos Reservados

A capital com o menor índice de obesidade foi São Luís, com 15,7%. Na outra ponta, está Manaus, com 23% de prevalência.

O ministério destacou que, no ano passado, ocorreu uma inversão quanto ao recorte de gênero. Diferentemente do padrão verificado até então, identificou-se um nível maior de obesidade entre as mulheres. A percentagem foi de 20,7% contra 18,7% dos homens.

Além de conferir a prevalência de obesidade, a Vigitel reúne dados sobre o excesso de peso. Os pesquisadores concluíram que mais da metade da população brasileira (55,7%) se encontra nessa condição, índice que resultou de um crescimento de 30,8%, acumulado ao longo dos 13 anos de análise. Em 2006, a proporção de brasileiros com excesso de peso era de 42,6%.

Nesse quesito, o grupo populacional com predominância é o de pessoas mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos. As mulheres apresentaram um crescimento mais significativo do que os homens. O delas aumentou 40%, ao passo que o deles subiu 21,7%.

Mudança de hábitos

A pesquisa também constatou que os brasileiros têm seguido uma linha de hábitos mais saudável. O consumo regular de frutas e hortaliças, por exemplo, passou de 20% para 23,1%, entre 2008 e 2018, uma variação de 15,5%.

A recomendação é da ingestão de, no mínimo, cinco porções diárias desses alimentos, cinco vezes por semana, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com base nessa referência, a Vigitel considera que as mulheres têm se alimentado melhor, já que 27,2% delas mantêm o consumo recomendado. Entre homens, a taxa é de 18,4% e, entre brasileiros, de 23,1%.

Mexendo o corpo

Outro registro positivo diz respeito à prática de atividades físicas no tempo livre. A taxa subiu 25,7%, na comparação de 2009 com 2018. O salto foi de 30,3% para 38,1%.

A dedicação a uma rotina de exercícios que dure ao menos 150 minutos semanais, é algo mais comum entre homens (45,4%) do que mulheres (31,8%). Adultos com idade entre 35 e 44 anos geraram o aumento mais expressivo na última década, de 40,6%.

A taxa global de inatividade física sofreu queda de 13,8% em relação a 2009. O percentual de inatividades das mulheres é de 14,2% e o dos homens, ligeiramente inferior, de 13%.

Obesidade
Entrevistados têm demonstrado conhecimento mais amplo sobre sua saúde, o que pode ajudar na prevenção do diabetes – Wilson Dias/Agência Brasil

Ao mesmo tempo em que muitos deixam o sedentarismo, um número maior de pessoas também afasta da mesa refrigerantes e bebidas açucaradas. Ao todo, de 2007 a 2018, o índice de consumo desses produtos caiu 53,4% entre adultos das capitais.

Em material distribuído à imprensa, o ministério ressalta que uma das medidas do governo federal para promoção de uma alimentação adequada é um acordo fechado com representantes da indústria alimentícia, que se comprometeram a reduzir a quantidade de açúcar em produtos.

Segundo a pasta, o acordo, feito em novembro de 2018, deve atingir mais da metade das bebidas adoçadas, biscoitos, bolos, misturas para bolos, produtos lácteos e achocolatados que chegam às prateleiras dos mercados.

A previsão é de que 144 mil toneladas de açúcar deixem de ser usadas nos produtos até 2022.

Diabetes

No documento, o ministério ressalta que nos últimos anos os entrevistados da pesquisa Vigitel têm demonstrado um conhecimento mais amplo sobre saúde,o que facilita a descoberta de doenças como diabetes.

Na avaliação da pasta, outro fator que tem contribuído para os diagnósticos é o acesso às Unidades Básicas de Saúde (UBS), na Atenção Primária. De 2006 para 2018, houve um aumento de 40% no volume de pessoas diagnosticadas com a doença.

O balanço mais recente, feito no ano passado, contabilizou 7,7% da população adulta brasileira com o quadro de diabetes confirmado, proporção que era de 5,5% em 2006. As mulheres têm um percentual maior de diagnóstico: 8,1%. O índice dos homens é de 7,1%.

Segundo o ministério, no intervalo de 2008 a 2018, o acesso a medicamentos para diabetes aumentou em mais de 1.000%. No ano passado, foram distribuidos 3,2 bilhões de medicamentos a 7,2 milhões de pacientes. Em 2008, o quantitativo foi de 274 milhões de unidades entregues a 1,2 milhão de pacientes.

Atualmente, o SUS [Sistema Único de Saúde] oferta de forma gratuita o tratamento medicamentoso para a doença, entre eles, cloridrato de metformina, glibenclamida e insulinas NPH e regular. Em 2018, a pasta investiu R$ 726 milhões na aquisição dos medicamentos.

Uso abusivo de bebida alcoólica cresce 14,7% no país

Em 13 anos, o uso abusivo de bebida alcoólica aumentou no país, chegando a atingir 17,9% da população adulta. De acordo com dados reunidos pelo Ministério da Saúde, no ano passado, o percentual era 14,7% maior do que o registrado em 2006 (15,6%). O dado consta da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada hoje (25).

No período, o maior crescimento se deu entre as mulheres. O percentual (11%), porém, continua sendo mais baixo do que o dos homens (26%). No início da análise, os percentuais eram de 7,7% e 24,8%, respectivamente.

Conforme destaca o ministério, entre mulheres, considera-se uso abusivo de álcool a ingestão de quatro ou mais doses em uma mesma ocasião, nos últimos 30 dias. Já no caso de homens, o comportamento se configura quando há ingestão de cinco ou mais doses.

O comportamento é visto com mais frequência entre grupos populacionais mais jovens e tende a diminuir à medida que a idade avança. Segundo a Vigitel, há preponderância entre homens de 25 a 34 anos (34,2%) e mulheres de 18 a 24 anos (18%). Já entre mulheres com mais de 65 anos, o percentual é de somente 2%, o que representa 5,2% a menos do que em homens da mesma idade (7,2%).

O uso abusivo de bebidas alcoólicas é um fator de risco que contribui para a ocorrência de acidentes de trânsito e para a suscetibilidade a Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), que abrangem câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC). Na perspectiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), não há volume de álcool que possa ser classificado como “seguro”, uma vez que a substância é tóxica para o organismo humano.

Mortalidade
O Ministério da Saúde calcula que 1,45% do total de óbitos registrados entre 2000 e 2017 pode ser “totalmente atribuído” à ingestão abusiva de bebidas, como doença hepática alcoólica. A estatística prova que a vulnerabilidade dos homens está diretamente relacionada à embriaguez. Eles morrem aproximadamente nove vezes mais do que as mulheres por causas ligadas exclusivamente ao álcool.

Em coletiva, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, afirmou que “a melhor estratégia” do poder público é orientar a população por meio de campanhas que evidenciem os malefícios das bebidas alcoólicas. Atualmente, o governo federal oferece, por meio da Política Nacional de Saúde Mental, atendimento a pessoas que sofrem de dependência do álcool (alcoolismo). O atendimento é disponibilizado gratuitamente, das unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Coreia do Norte volta a lançar mísseis

A Coreia do Norte lançou hjoje (25) dois mísseis de tipos ainda não identificados a partir de sua costa leste, informaram militares sul-coreanos. A informação foi confirmada por uma fonte governamental do Japão.

Segundo o Conselho do Estado-Maior da Coreia do Sul, os lançamentos foram feitos nas proximidades da cidade de Wonsan e rumo ao mar, com uma trajetória de 430 quilômetros.
“Nossas Forças Armadas estão monitorando de perto a situação”, disse o órgão em comunicado citado pela agência sul-coreana de notícias Yonhap.

Um dos mísseis foi disparado às 5h34 (horário local), e o outro, 23 minutos depois.

A nota oficial acrescenta que tanto autoridades da Coreia do Sul como as dos Estados Unidos estão analisando as informações disponíveis para identificar os mísseis lançados.

Ainda segundo o comunicado, os dois mísseis caíram em águas do Mar do Japão, chamado de Mar do Leste pelas duas Coreias.

O último lançamento de mísseis pelos norte-coreanos havia ocorrido em maio e foi supervisionado pessoalmente pelo líder Kim Jong-un.

De acordo com a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA, Kim, ao lado de comandantes do programa de mísseis do país, teria inspecionado na terça-feira um submarino recém-construído.

Programa nuclear
Esse foi o primeiro lançamento de um míssil pela Coreia do Norte desde o encontro entre Kim e o presidente americano, Donald Trump, na zona desmilitarizada entre as duas Coreias no final de junho. Os dois estão negociando o encerramento do programa nuclear do país asiático.

Na ocasião, Trump se tornou o primeiro presidente americano em exercício a pisar em território norte-coreano.

O novo encontro foi o mais recente marco na instável diplomacia entre ambos os países nos últimos dois anos, com Trump chamando Kim de “pequeno homem-foguete” e ameaças de destruição por parte da Coreia do Norte.

Aquele foi o terceiro encontro entre os presidentes dos dois países, depois da cúpula de Cingapura, em junho de 2018, e do encontro de Hanói, no Vietnã, em fevereiro passado, que terminou abruptamente após divergências entre os líderes.

Ceará registra uma série de mais de 100 tremores de terra

Foto: Laboratório de Sismologia URFN/Google/Reprodução
Foto: Laboratório de Sismologia URFN/Google/Reprodução
A atividade sísmica nas cidades cearenses de Madalena, Boa Viagem e Quixeramobim foi intensificada na madrugada desta quarta-feira, 24. Segundo o Laboratório Sismológico do Nordeste (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foram anotados mais de 100 tremores. O de maior magnitude aconteceu em Boa Viagem — de 2.5 graus na escala Richter, que vai a 10 graus.
A Defesa Civil do Ceará registrou casas rachadas, e moradores relataram que móveis balançaram.
O pesquisador do LabSis, Eduardo Menezes, afirmou que a região de Quixeramobim vem apresentando tremores desde o começo do ano, mas os abalos tinham diminuído. “A frequência voltou nesta quarta. Até às 7h da manhã, foram 102 tremores, sendo que na sua maioria são de baixa intensidade”, revelou.
“É impossível prever como essa atividade sísmica vai progredir, podendo parar de repente, se manter no nível de magnitude atual ou mesmo recrudescer. Pode haver sismos de magnitude maior que os até agora observados. Só o tempo dirá qual das hipóteses é a verdadeira”, disse.
Com os terremotos desta quarta-feira, já são mais de 500 abalos entre Quixeramobim, Madalena e Boa Viagem somente neste ano. O maior tremor foi de três graus verificado em 30 de março. O terremoto de 2.5 graus ocorreu nesta quarta-feira às 2h46, e o segundo maior de magnitude, de dois graus, foi registrado às 2h10.
Responsável pelo setor de Sismologia da Defesa Civil do Ceará, Francisco Brandão informou que o órgão vem realizando trabalhos de prevenção e orientação junto à comunidade sobre como se comportar antes, durante e depois dos terremotos.

Inverno de 2019 registra maior número de mortes desde 1975

Foto: Leandro de Santana
Foto: Leandro de Santana
Diário de Pernambuco
A cada chuva torrencial registrada no estado, como a que atingiu a Região Metropolitana do Recife (RMR) desde a última terça-feira (23), um rastro de destruição e mortes atinge a vida dos pernambucanos. Nesta quarta-feira, foram 11 vítimas soterradas e uma mulher grávida está desaparecida por conta de deslizamentos de barreiras, sendo o maior número de mortes relacionadas às chuvas dos últimos nove anos. Mas se forem somadas as 10 vítimas fatais da última forte chuva deste ano, no dia 13 de junho, temos em 2019 a maior tragédia associada ao período de inverno desde a década de 1970, quando morrem mais de 100 pessoas. Em 2010, as enchentes na Zona da Mata Sul do estado deixaram 20 mortos, mais de 55 mil pessoas desalojadas e quase 27 mil desabrigados.

Desde a última sexta-feira tem se registrado chuvas recorrentes, de moderadas a fortes, na RMR. Mas foi entre as 9h da última terça-feira às 9h dessa segunda que a situação se intensificou. Alguns municípios receberam 245 mm de queda d’água, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), provocando deslizamentos de barreiras, quedas de árvores e postes de energia elétrica, além diversos pontos de alagamentos. Cinco crianças ficaram feridas e foram socorridas para hospitais públicos do estado e 1,2 mil pessoas estavam desabrigadas até o fechamento desta edição.

Diversos rios do estados chegaram a transbordar, como o Beberibe e o Fragoso, em Olinda, e o Capibaribe Mirim, em Timbaúba e nove barragens sangraram, deixando bairros inteiros debaixo d’água. A inundação das ruas colapsou o sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife e muitos terminais de ônibus ficaram fechados até de tarde. Um ponto crítico de alagamento no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife, fechou a BR-101 Norte e nem caminhões de grande porte conseguiram passar. Situação semelhante bloqueou o tráfego em vias importantes da RMR, como a PE-15 e a Avenida Caxangá.

Três municípios da região metropolitana, Olinda, Abreu e Lima e Igarassu, e um da Zona da Mata, Vicência, decretaram situação de emergência e instauraram gabinetes de crises mobilizando diversas secretarias. As chuvas também mexeram com o funcionamento de diversas instituições de ensino. Em Olinda, Paulista e na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), as aulas foram suspensas.

“É importante lembrar à população que a previsão é de que as chuvas continuem e com o terreno encharcado o risco de deslizamento torna-se ainda maior. A orientação é que as às pessoas que residem em áreas de risco deixem os locais até que a situação seja normalizada. A Secretaria continuará acompanhando todas as demandas através da Central de Operações pelos fones 3181-2490 e pelo 199”, alertou a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe).
OLINDA
Olinda foi uma das cidades mais atingidas pelas chuvas dos dois últimos dias e bairros inteiros ficaram embaixo d’água. Quatro mortes foram registradas. Iraci Maria da Conceição, 78 anos, na Rua Aquarela, e Abraão Batista da Silva, 25 anos, na Rua Arcoverde, ambos no bairro de Águas Compridas. As outras vítimas, uma  na Avenida Leopoldino Canuto de Melo, no bairro de Caixa D’Água, e uma no Alto Sol Nascente, não foram identificadas até o fechamento desta edição. Na Rua General Sampaio, em Caixa D’água, em Olinda, o Corpo de Bombeiros, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e moradores conseguiram resgatar com vida duas crianças, de 6 e 5 anos, e dois adultos.
 
ABREU E LIMA
No bairro de Caetés, em Abreu e Lima, foram registradas sete vítimas. Sivonaldo, 23 anos, foi socorrido. Dois irmãos morreram: Mariana Xavier, 19 anos, e Luiz Henrique Xavier, de 15 anos. A mãe deles Ariana, 39 anos, foi socorrida e está na emergência do Hospital Miguel Arraes. Maria Eduarda, grávida de oito meses, está desaparecida desde as 8h de segunda e o Corpo de Bombeiros continua ininterruptamente os trabalhos de resgate. Outras duas pessoas, Silvano Silva, de 49 anos, que era pai dos adolescentes, e Adalmir Ferreira dos Santos, 53 anos, morreram soterrados.

“Desde às cinco da manhã estamos aqui na barreira para encontar meus parentes. Infelizmente perdi um irmão e os sobrinhos. Só minha cunhada escapou, mas está na sala vermelha do Hospital Miguel Arraes. Não sei quantas casas havia ali. Está tudo debaixo da lama”, Rosemeire Nascimento, cunhada de Ariana.

O coordenador da Defesa Civil de Abreu e Lima, José Lopes, disse que o município está contando com ajuda do Corpo de Bombeiros, Samu, funcionários da prefeitura e da comunidade em geral. “Estamos trabalhando com toda estrutura que dispomos e com ajuda dos moradores para localizar as vítimas e esse número pode aumentar”, revelou.
RECIFE
Na capital pernambucana, foram registradas três mortes. Um deles foi o motorista Josafá Barbosa, de 34 anos, no Córrego do Curió, bairro de Dois Unidos. Uma árvore caiu e atingiu uma casa em que ele morava. A esposa de Josafá teve ferimentos e foi socorrida. Outras casas no bairro de Dois Unidos continuam sob ameaça de desabamento. As outras mortes registradas foram do casal de idosos Natalício Vicente da Silva, 69 anos, e Ivonete Maria da Silva, 63 anos, na Rua Ageu, no bairro de Passarinho.

Nos últimos cinco dias, choveu no Recife 252 mm, o equivalente a 21 dias da média histórica do período, que corresponde a 357 mm, de acordo com o Inmet. O quadro se intensificou com a forte chuva que incidiu sobre a capital, entre a meia-noite e às 6h de hoje, que chegou a 102 mm em apenas seis horas. O valor se equipara com o mesmo volume de chuva previsto para quase nove dias. O fator aumentou ainda mais a saturação dos terrenos, que já estavam encharcados, o que propicia os deslizamentos.

Mariana: 83 famílias afetadas por rompimento de barragem fazem acordo

Oitenta e três famílias do município de Mariana (MG) atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão fizeram acordo de indenização com a Fundação Renova. O termo foi homologado hoje pela manhã (24), no Teatro Municipal do município mineiro.

Os acordos são individuais e específicos para cada família ou representante. Os processos de homologação consideram o ajuizamento de Ação Civil Pública pelo Ministério Público de Minas Gerais e a decisão dos atingidos para que a realização do cadastro fosse feita pela Assessoria Técnica que dá suporte no processo de reparação.

A Fundação Renova representa os interesses da mineradora Samarco, BHP Billiton e Vale. O acordo foi ratificado pela 3ª vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargadora Mariangela Meyer e pela juíza Marcela Oliveira Decat de Moura, juíza coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da comarca de Mariana.

A tragédia de Mariana ocorreu em novembro de 2005, quando 39 milhões de metros cúbicos de lama vazaram após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco. O episódio deixou comunidades e florestas destruídas, mananciais da bacia do Rio Doce poluídos e 19 mortos. Para reparar os danos, foi firmado em maio de 2016 um acordo entre a Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Fortes chuvas provocaram mortes em Recife, Olinda e Abreu e Lima

As prefeituras de Olinda, Abreu e Lima, Igarassu e Vicência, todas na região metropolitana de Recife (PE), decretaram neta quarta-feira (24) situação de emergência em virtude das fortes chuvas que caem na região. Foram registradas mortes em Recife, Olinda e Abreu e Lima.

Na capital de Pernambuco, o acumulado de chuvas dos últimos cinco dias equivale ao volume de 20 dias da média histórica para o período. A prefeitura de Recife alerta para o risco de deslizamento de terra em virtude dos terrenos estarem encharcados após a grande quantidade de água. Na madrugada desta quarta-feira foram registradas três mortes.

As chuvas prejudicaram a volta às aulas da rede pública de ensino. Segundo a prefeitura, 10% das escolas não puderam reiniciar as aulas. A Defesa Civil do município está de plantão 24 horas no telefone 0800 081 3400. A ligação é gratuita.

Olinda
Em Olinda, vias foram destruídas e barreiras deslizaram. Com o decreto de situação de emergência, fica autorizada a entrada em casas para prestar socorro ou determinar a evacuação do local. Segundo a prefeitura, choveu o equivalente a 20 dias nas últimas 12 horas. Nas informações mais atualizadas da Defesa Civil, constam 110 pessoas desabrigadas.

Em Olinda, foram confirmadas quatro mortes. Uma delas ocorreu no bairro Águas Compridas, duas em Caixa D’água e uma no Alto Sol Nascente. Essa última foi decorrente de exposição a uma descarga elétrica, ocorrida após um deslocamento de terra que atingiu o barraco onde a vítima morava.

As escolas da rede municipal de ensino suspenderam as aulas no dia de hoje. Com isso, 73 escolas ficaram fechadas e 25,4 mil alunos não tiveram aulas. A prefeitura instaurou um gabinete de crise, do qual participam o prefeito, o vice e representantes das secretarias municipais.

A Defesa Civil de Olinda disponibilizou dois telefones para que a população entre em contato para reportar alguma emergência. Os telefones são (81) 3429-9838 e (81) 99266-5307; este último atende pelo aplicativo WhatsApp.

Abreu e Lima
O decreto do prefeito Marcos José da Silva, que determina a situação de emergência em Abreu e Lima, confirma que seis pessoas morreram no município. As aulas, que também voltariam hoje, tiveram seu reinício suspenso.

A prefeitura informou ainda que alguns postos de saúde não funcionaram nesta quarta-feira porque médicos e enfermeiros residentes em outros municípios não estão conseguindo chegar aos postos para trabalhar.

A Defesa Civil do município está atendendo emergências pelo telefone (81) 98736-6296.

Vicência
Em Vicência, as áreas mais afetadas pelas chuvas foram Comunidade Cristã e Bairro Nova Vicência 3. A prefeitura pede aos moradores das áreas de risco que deixem suas casas e procurem um local seguro.

Segundo o prefeito, Guiga Nunes, as pessoas desabrigadas estão recebendo auxílio-aluguel e se deslocando para áreas seguras.

“As ações vão continuar pela noite. Enquanto houver urgência e demanda no município a gente vai continuar tirando as famílias dos locais de crise, de difícil acesso e alagamentos, e colocando em locais mais adequados”, disse o prefeito, em declaração divulgada nas redes sociais da prefeitura.

Acordo com caminhoneiros deve ser fechado semana que vem, diz ministro

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse hoje (24) que um acordo com os caminhoneiros deve ser fechado na próxima semana. A proposta envolve a realização de “acordos coletivos” entre a categoria e transportadoras e embarcadores para resolver uma das principais reivindicações dos caminhoneiros, um ajuste no piso mínimo de frete de transporte rodoviário de cargas para prever a possibilidade de lucro para os caminhoneiros autônomos.

Segundo a categoria, a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), suspensa na segunda-feira (22), só trazia a previsão do custo mínimo para o frete, deixando de fora a remuneração do caminhoneiro autônomo pela carga transportada. As reuniões da próxima semana estão marcadas para ocorrer de segunda (5) a quarta-feira (7). A ideia é fazer uma espécie de acordo coletivo entre os segmentos.

Pela proposta em negociação, alguns itens seriam revistos na tabela para incluir custos, que de acordo com os caminhoneiros não foram considerados. Na outra ponta, os representantes do segmento fariam um acordo sobre o percentual de remuneração a ser aplicado no cálculo do frete.

“Ao longo das negociações surgiu essa possibilidade, que está prevista na lei, de fazer esses acordos coletivos. Os embarcadores toparam, os transportadores toparam e os autônomos também”, disse o ministro. “A vantagem é que o acordo gera o consenso e a partir daí se estabelece um patamar de valor que efetivamente vai ser praticado, o que não aconteceu até agora com a história da tabela de frete. Se gerava um valor que não era efetivamente pago”.

Resolução suspensa

No final de semana, os caminhoneiros demonstraram descontentamento com a metodologia aplicada na resolução da ANTT, elaborada em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP), sobre o piso mínimo de frete. Com a suspensão das novas regras, a ANTT determinou que ficam valendo as regras anteriores, aprovadas em 2018, até nova decisão da agência reguladora.

A resolução suspensa determina que o cálculo do piso mínimo passará a considerar 11 categorias na metodologia. De acordo com o ministro, os acordos devem ser fechados com cada um dos segmentos, inclusive para resolver demandas pontuais de cada um deles. A proposta de consenso também prevê a revisão dos custos mínimos da tabela a cada seis meses e que os acordos tenham periodicidade de um ano.

“A base é a tabela da ESALQ. Foi um trabalho minucioso, escrutinado pela sociedade e submetido a consulta pública. É um trabalho que deve ter alguma necessidade de ajuste, de aperfeiçoamento constante da referência, porque no final das contas ela vai virar uma grande referência. Em cima disso vamos pactuar com os setores aquilo que é extra custo e que compõe então o valor do frete”, disse Tarcísio.

Confiança

Ao final da reunião, que durou mais de quatro horas, os caminhoneiros demonstraram confiança no fechamento de um acordo que contemple os interesses de cada segmento. Segundo o presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos de São Paulo (Fetrabens), Norival de Almeida, os caminhoneiros esperam resolver alguns pontos da tabela de piso mínimo e chegar também a um ponto de equilíbrio entre o que é pleiteado e o que embarcadores e transportadores estão dispostos a negociar.

“Existem alguns itens que não foram colocados na planilha [da tabela de piso mínimo] para poder dar os números realmente necessários [do custo de frete], por isso [ o que saiu na tabela] que ficou um número menor do que o já praticado”, disse Almeida, que também falou sobre o acordo de consenso sobre a remuneração da categoria. “Se formalizou ainda as confederação representando os autônomos e as outras confederações, todas elas estão se juntando e fazendo uma espécie de convenção coletiva para que isso tenha um embasamento e que seja também constitucional”.

PF: suspeitos de hackear celular de Moro podem ter feito mil vítimas

A Polícia Federal (PF) informou hoje (24), em coletiva de imprensa, que mil números telefônicos diferentes podem ter sido alvo da quadrilha suspeita de hackear o aplicativo de mensagens Telegram do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de outras autoridades. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também pode estar entre as vítimas.

“Aparentemente, mil números telefônicos diferentes foram alvo desse mesmo modus operandi dessa quadrilha. Há possibilidade, ainda não temos uma identificação e nem começamos a fazer isso, mas há possibilidade de um número muito grande de possíveis vítimas desse mesmo tipo ataque que está sendo investigado agora”, disse o coordenador geral de Inteligência da PF, João Vianey Xavier Filho.

A PF investiga se o ministro da Economia foi vítima do mesmo grupo. “No momento da busca e apreensão, no celular de um dos indivíduos estava uma conta no aplicativo de mensagens vinculada com o nome Paulo Guedes. A gente tem que confirmar isso de forma pericial, mas é forte indicativo de que a conta seja realmente a do ministro”, explicou o diretor do Instituto Nacional de Criminalística, Luiz Spricigo Júnior.

De acordo com Filho, os números telefônicos supostamente atacados serão identificados para que se possa aferir a extensão exata dos ataques. A PF vai encaminhar ainda nesta quarta-feira um ofício para o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) solicitando uma reunião para buscar formas de sanar as fragilidades encontradas na investigação.

Atuação

De acordo com a PF, a investigação é conduzida desde pelo menos abril, quando procuradores da Força Tarefa da Lava Jato passaram a relatar algumas ligações recebidas em seus aparelhos originadas do próprio número. Em junho, Moro e outras autoridades informaram ocorrência semelhante.

A polícia conseguiu então chegar aos números de IP, que são relacionados à conexão à internet, dos dispositivos que supostamente executaram os ataques. Também foi identificado o tipo de equipamento que os indivíduos usavam. “Um dos equipamentos era um celular exatamente da marca e modelo que foi identificado na posse dos indivíduos”, diz Júnior.

De acordo com Filho, na residência de um dos alvos, foi localizado pela PF um computador contendo “atalhos de conexão a várias contas de aplicativo de mensagem”. Segundo ele, tudo indica que havia captura sistemática de contas desses aplicativos. “Não há como confirmar, o levantamento é preliminar, mas tudo indica, e aparentemente isso vai ser melhor esclarecido mais adiante, que o conteúdo das mensagens dessas contas capturadas era baixado nos dispositivos, nos computadores dos investigados”, diz Filho.

A PF deverá detalhar as formas de atuação dos investigados em laudo pericial, a ser encaminhado ainda esta semana.

Fraudes bancárias

De acordo com a PF, o grupo era especializado em fraudes bancárias por meio da internet. “O perfil dessas pessoas é de estelionato bancário eletrônico. Eles estão,

em vários graus diferentes de envolvimento, de alguma forma ou de outra, vinculados a fraudes bancárias eletrônicas, praticadas mediante internet banking, mediante engenharia social com contato de possíveis vítimas e fraudes em cartões de crédito e débito”, diz Filho. Segundo ele, foi localizada na casa de um dos alvos quase R$ 100 mil em espécie.

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