Após as chuvas ocorridas neste mês, Pernambuco registra 601 famílias desalojadas, sendo 561 na Região Metropolitana do Recife (RMR), 17 na Mata Norte e 23 na Mata Sul. São cerca de 2,4 mil pessoas desalojadas, ou seja, que precisaram sair de suas residências temporariamente. Além dessas, 58 famílias estão desabrigadas, isto é, pessoas cujas casas foram afetadas por dano ou ameaça e que necessita de abrigo provido pelo governo. Todos os desabrigados são da RMR. Diante das ocorrências, o governo do estado informou que mantém o gabinete de crises monitorando as ações das secretarias e órgãos estaduais para mitigar os efeitos causados pelas chuvas na região metropolitana à população.
A Secretaria Executiva de Defesa Civil de Pernambuco informou, na tarde desta quinta-feira (25), que trabalha constantemente para evitar desastres como os ocorridos nos últimos dias. A Operação Inverno 2019, iniciada em fevereiro deste ano, teve entre outras ações, diversas capacitações que fazem parte da estratégia do governo de fortalecer as ações não estruturais de prevenção de Defesa Civil. Ao todo, foram realizadas 28 oficinas de Defesa Civil entre os meses de fevereiro a junho.
As oficinas regionais aconteceram em Palmares para aos municípios da Mata Sul, em Macaparana para Mata Norte, Olinda para Região Metropolitana do Recife, em Garanhuns para o Agreste Meridional, Caruaru para o Agreste Central e Surubim para o Agreste Setentrional, além de outras 21 capacitações para agentes públicos das três esferas de governo e sociedade civil organizada, que integram diretamente o sistema de Defesa Civil.
Desde o início das fortes chuvas, na última sexta-feira (19), o governo está acompanhando, por meio da Casa Militar e da Secretaria Executiva de Defesa Civil do Estado, a situação dos municípios atingidos. Na manhã desta quinta, a Secretaria Executiva de Defesa Civil do Estado recebeu representantes da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil para acompanhamento dos decretos de situação de emergência, visando ao reconhecimento federal para possível apoio com recursos do governo federal, diretamente aos municípios afetados.
A secretaria recebeu também representantes das Defesas Civis dos municípios de Abreu e Lima, Igarassu, Goiana e Vicência, cidades que decretaram situação de emergência em virtude das fortes chuvas que atingiram os municípios. A secretaria ressaltou que continuará acompanhando todas as demandas através da Central de Operações pelos telefones 3181-2490 e pelo 199.
O Brasil contabilizava, em dezembro de 2018, 11.231 refugiados já reconhecidos. Desse total, 72% são homens e 28% mulheres. Naquele mesmo mês, havia 161.057 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. Dos refugiados já reconhecidos, 36% são sírios; 15% congoleses; 9% angolanos; 7% colombianos e 3% venezuelanos.
Os dados constam da 4ª edição da publicação Refúgio em Números, divulgada hoje (25) pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). De acordo com o levantamento há, no mundo, 25,9 milhões de refugiados. Ao final de 2018, cerca de 70,8 milhões de pessoas foram forçadas a deixar seus locais de origem, motivadas por diferentes tipos de conflitos.
O documento traz os dados atualizados sobre solicitações de refúgio e reconhecimento da condição de refugiado no país, bem como números recentes sobre a conjuntura de refugiados no Brasil e no mundo. Segundo a Acnur, 67% dos refugiados no mundo vieram de três países: Síria (6,7 milhões), Afeganistão (2,7 milhões) e Sudão do Sul (2,3 milhões).
Já os países que mais receberam refugiados foram Turquia (3,7 milhões), Paquistão (1,4 milhão) e Uganda (1,2 milhão). São consideradas refugiadas, pessoas que estão fora de seu país de origem devido a “fundados temores de perseguição relacionados a questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um grupo social específico ou opinião política e não podem ou não querem valer-se da proteção de seu país”, bem como devido à “grave e generalizada violação de direitos humanos”.
Brasil
Em 2011, o Brasil já havia reconhecido 4.035 refugiados, número que chegou a 7.262 em 2014, e a 11.231 em 2018. Segundo o coordenador-geral do Conare, Bernardo Laferté, três ondas migratórias recentes chamam mais atenção no Brasil: a do Haiti, iniciada em 2010; a de Sírios e, mais recentemente, a dos venezuelanos.
“No caso dos haitianos, essa onda migratória se estendeu fortemente até 2016 e, agora, mais recentemente, voltou a ter um número considerável. No caso dos Sírios, a onda ocorreu por eles estarem vivendo um dos maiores conflitos do mundo atual, pelos laços históricos que sua população tem com o Brasil, e pelas facilidades para obtenção de visto, autorização de residência e refúgio”, disse o coordenador.
Em 2016 milhares de haitianos se refugiaram no Brasil – Arquivo/Agência Brasil
Já com relação à Venezuela, a onda de migração ocorreu, segundo o coordenador do Conare, “por tudo o que eles têm passado e pela vocação brasileira em acolhê-los, o que já resultou em mais de 10 mil de venezuelanos interiorizados com base no programa do governo federal”.
Apesar de os venezuelanos representarem apenas 3% dos reconhecimentos de refugiados, são eles os que apresentaram maior número de solicitações para a obtenção de refúgio no Brasil. “Em 2018, dos 80 mil pedidos de entrada [no país], 61 mil foram feitos por venezuelanos. No ano anterior, foram feitos 35 mil pedidos, dos quais 17 mil eram de venezuelanos”, informou Laferté.
Critérios
Ele explica que adaptações feitas nos critérios para a obtenção de refúgio tornarão mais fácil a obtenção de refúgio pelos venezuelanos no Brasil. “Isso ficará bastante evidente quando os números referentes a 2019 forem consolidados, já considerando as alterações dos critérios”, acrescentou.
Dos 777 refugiados reconhecidos em 2018, apenas cinco eram venezuelanos. Em 2019, o Conare já reconheceu cerca de 230 deles como refugiados. “Há entendimento de que a Venezuela passa por uma situação de grave e generalizada violação de direitos humanos, o que funciona como critério objetivo da determinação de condição de refugiado desses nacionais. Dessa forma, o processo ficará mais simplificado, e será mais facilitada a determinação da condição de refugiado”, completou o coordenador-geral do Conare.
Os critérios complementares adotados pelo Conare possibilitarão o reconhecimento de refugiados venezuelanos que não tinham, contra si, “fundado temor de perseguição individualizado”, algo que dificultava encontrar fundamento para reconhecer aqueles que fogem de seu país, motivados por desemprego, fome ou questões estruturais.
Das solicitações de refúgio em trâmite no Brasil, 52% são de venezuelanos; 10% de haitianos, 5% de senegaleses, 4% de cubanos, e 3% de sírios. Segundo Laferté, o Conare ainda não analisou casos concretos de médicos cubanos oriundos do programa Mais Médicos, que tenham pedido refúgio no Brasil.
“Nós até identificamos movimento de médicos cubanos após o final do contrato com Cuba, mas ainda não analisamos nenhum caso concreto de médicos cubanos oriundos do programa Mais Médicos”, informou o coordenador.
O presidente Jair Bolsonaro editou um novo decreto para regulamentar o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, que agora passa a incluir na nomenclatura oficial o atendimento a comunicadores e ambientalistas. O ato normativo foi publicado na edição desta quinta-feira (25) do Diário Oficial da União e revoga o decreto anterior, de 2016, assinado pela então presidente Dilma Rousseff.
Vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o agora renomeado Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas tem a finalidade de articular medidas para a proteção de pessoas ameaçadas em decorrência de sua atuação na defesa dos direitos humanos. A cooperação entre União, estados e municípios para a execução do programa também está mantida na nova norma. O decreto mantém ainda o Conselho Deliberativo do programa, com três integrantes, sendo dois do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, entre os quais um será o coordenador, e um da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Eles deverão se reunir a cada dois meses, de forma regular.
Segundo o decreto, poderão ser convidados ainda para integrar o Conselho Deliberativo do programa um representante do Ministério Público Federal (MPF), um do Poder Judiciário e representantes do Poder Executivo federal cujas atribuições estejam relacionadas aos casos analisados no âmbito do colegiado. Na versão anterior do decreto, não havia a previsão de que outros integrantes do Poder Executivo pudessem fazer parte da composição do conselho do programa.
Além de formular, monitorar e avaliar ações do programa de proteção, o Conselho Deliberativo vai decidir sobre inclusão ou desligamento de pessoas ameaçadas, bem como período de permanência e estabelecimento do valor da ajuda financeira mensal para pagamento de despesas com aluguel, água, luz, alimentação, deslocamento, vestuário, remédios e outros, nos casos de acolhimento provisório de defensores dos direitos humanos. Pelo decreto, o conselho poderá criar grupos de trabalho temáticos ou comissões temporárias para a execução das atribuições previstas. O trabalho tanto no conselho quanto nas comissões e grupos de trabalho será considerado prestação de serviço público relevante e, portanto, não remunerada.
Atualmente, segundo o governo federal, um total 528 defensores e defensoras de direitos humanos estão incluídos no programa de proteção, em todo Brasil. Dentre as diversas áreas de militância dessas pessoas, estão causas indígenas, direito à terra, direito de população LGBT (lésbicas, gay, bissexuais, travestis e transexuais), combate à violência policial, combate à corrupção, entre outros.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, confirmou nesta quinta-feira (25) que seu telefone funcional sofreu uma tentativa de ataque de hacker, em maio. Segundo a procuradora, os hackers não conseguiram capturar nenhuma informação. O presidente Jair Bolsonaro também foi alvo da mesma ação, segundo o Ministério da Justiça.
A tentativa foi descoberta pela própria PGR, que tinha aberto um procedimento interno para apuração de ataques aos celulares de integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e no Rio de Janeiro.
Durante o processo de investigação, servidores da PGR descobriram que os ataques não deram certo porque o aparelho funcional usado por Raquel Dodge estava com o serviço de caixa postal desativado. O ataque eletrônico às caixas é uma das formas usadas por hackers para obter código de segurança de aplicativos, como o Telegram, principal alvo dos suspeitos presos pela Polícia Federal (PF), na terça-feira (23).
Após as tentativas de roubo de mensagens, a PGR determinou a troca de linhas telefônicas e o uso de um sistema interno de mensagens eletrônica mais seguro.
Presidente do Senado
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se manifestou nas redes sociais também sobre ter sido vítima do mesmo crime. Alcolumbre, que passou o dia no interior do Amapá, se mostrou indignado com a invasão de privacidade sofrida.
“Recebi a informação de que meu aparelho de celular teria sofrido tentativa de hackeamento. Embora tranquilo, pois não tenho nada a esconder, manifesto minha indignação com a invasão de minha privacidade”, disse o presidente do Senado.
“Não posso deixar de reafirmar minha repulsa às atividades desses criminosos virtuais, pois elas também representam uma afronta aos Poderes da República e à população brasileira. […] Agem movidos por interesses desconhecidos, mas certamente, escusos, pois se valem de meios ilegais e visam o próprio benefício”, acrescentou.
Alcolumbre afirmou ainda que deseja ouvir a opinião de especialistas para ter respostas sobre como impedir esse tipo de invasão, e afirmou que o Legislativo também deve agir, “criando soluções e leis mais transparentes”.
Além da procuradora, do presidente Jair Bolsonaro e de Alcolumbre, de acordo com a PF, os quatro presos, sob a acusação de invasão do celular de Moro, também teriam roubado dados de mil vítimas, entre elas, diversas autoridades do Legislativo, Judiciário e do Executivo.
O presidente Jair Bolsonaro falou nesta quinta-feira (25), durante live semanal no Facebook, que pretende extinguir a Agência Nacional do Cinema (Ancine). Ele vem, desde a semana passada, citando que a agência fomenta, com dinheiro público, obras cinematográficas que atentam contra a família, e voltou a citar o caso do filme Bruna Surfistinha, lançado em 2011. Na época, o filme recebeu cerca de R$ 4,3 milhões em renúncia fiscal, segundo a Ancine, mas obteve bilheteria de R$ 20 milhões e foi visto por mais de 2 milhões de espectadores no cinema.
“Vamos buscar a extinção da Ancine. Não tem nada que o poder público tenha que se meter a fazer filme”, disse.
Bolsonaro também disse ter solicitado que a Ancine recue na autorização dada para captação de R$ 530 mil em isenção fiscal para a produção do documentário Nem Tudo se Desfaz, do diretor Josias Teófilo, que trata dos acontecimentos que levaram à eleição do presidente em 2018. O filme trata sobre o crescimento da linha conservadorista no país desde as manifestações de junho de 2013.
“Recentemente tomei conhecimento sobre a liberação para captação de R$ 530 mil via Ancine para produção de um filme sobre minha campanha nas eleições. Por coerência sugeri que voltassem atrás nessa questão. Não concordamos com o uso de dinheiro público também para estes fins”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter.
Comandado pelo governador Paulo Câmara, o Comitê de Monitoramento das Chuvas está reunido, nesta quinta-feira (25/07), no Palácio do Campo das Princesas, avaliando as ações realizadas no enfrentamento dos problemas causados pelo acúmulo das chuvas na Região Metropolitana do Recife (RMR) e em outras localidades de Pernambuco. Até o momento, 1.300 profissionais da administração estadual e órgãos vinculados estão atuando em atividades de resgate, pronto-atendimento, mobilização e prevenção. São equipes multidisciplinares em prontidão, apoiando a população, identificando locais de risco e avaliando a situação das chuvas, reservatórios e volume dos rios que cortam o Estado. O Comitê seguirá mobilizado até a normalização da situação.
“Em primeiro lugar, queremos nos solidarizar com as famílias das vítimas dos deslizamentos de barreiras. Não só as de ontem, no Recife, Olinda e Abreu e Lima, mas também as de Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes, nos casos ocorridos no mês passado”, afirmou Paulo Câmara.
“Quero agradecer aos bombeiros, aos trabalhadores da Defesa Civil e voluntários, que estão na rua desde a noite da terça-feira para prestar socorro e orientação aos moradores das áreas de risco”, acrescentou o governador, ressaltando que o Comitê de Monitoramento das Chuvas é formado por representantes da Casa Militar, Codecipe, Corpo de Bombeiros, Casa Civil, APAC e Compesa.
Até o momento, Pernambuco contabiliza 300 famílias desabrigadas na Região Metropolitana. Todas estão recebendo apoio dos seus respectivos municípios e do Governo do Estado que, por meio da Codecipe, acionou a Defesa Civil Nacional com o objetivo de acelerar o processo de validação do Estado de Emergência indicado pelas cidades mais atingidas pelas últimas chuvas.
PARCERIA – Desde o início do ano, a Codecipe orientou mais de mil técnicos de 114 cidades pernambucanas, em 28 ciclos de capacitação para as defesas civis municipais. Esse processo tem contribuído para a diminuição de episódios e otimização das atividades relacionadas à prevenção e ao pronto-atendimento às pessoas atingidas.
APAC – O Estado investiu mais de R$ 12 milhões na aquisição de equipamentos e na modernização de processos meteorológicos da Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC), que têm alcançado um nível crescente de precisão na divulgação dos cenários climatológicos e de alertas à população.
PRECIPITAÇÃO – Pernambuco e, mais especificamente, a Região Metropolitana do Recife e as Zonas da Mata Norte e Sul, têm sofrido com o grande volume de chuvas durante o ano, principalmente nas últimas semanas. Somente em 2019, choveu na RMR 884,7mm em menos de sete meses. Isso corresponde a quase 70% de todo o volume de chuvas que caiu na mesma região em todo o ano de 2018, quando foram registrados 1.268mm.
Na Mata Sul, em 2018, foram registrados 1.168,3mm de chuva durante 12 meses. Em apenas sete meses de 2019, na mesma região, o volume já ultrapassa mais de 1.050mm. Na Zona da Mata Norte, a quantidade de chuva somente este ano já se aproxima de quase todo o volume registrado no ano passado. Em 2018, a APAC contabilizou 994,3mm de chuvas naquela região. Em 2019, já choveu na Mata Norte cerca de 839,8mm.
BARRAGENS – A chuva acima da média histórica registrada em 2019 tem se refletido no acúmulo de água nas barragens do Estado. Houve uma significativa melhora nos níveis dessas represas, principalmente na Região Metropolitana Norte. Na próxima semana, a Compesa irá apresentar as melhorias que podem ser feitas no abastecimento da população. Esse quadro também está sendo verificado no Interior, com barragens registrando uma importante melhora no nível de água reservada.
O total de recursos concedidos para projetos de infraestrutura por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) superou em 15% a projeção para o primeiro semestre deste ano. Os valores são administrados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e concedidos por meio do Banco do Nordeste (BNB).
O maior captador nos primeiros meses de 2019 foi o Rio Grande do Norte. O estado alcançou a marca de R$ 1,5 bilhão, valor 2,5 vezes superior ao projetado para o período. Isso representa ainda 27,1% do total captado na área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que abrange os nove estados nordestinos, mais as regiões norte do Espírito Santo e de Minas Gerais.
Em Sergipe, o volume de recursos para infraestrutura ficou 138% acima do previsto, alcançando a marca de R$ 89,6 milhões. Minas Gerais também apresentou números expressivos, ao bater a projeção do início do ano em 135%, com um montante de R$ 889,8 milhões.
Com R$ 316,7 milhões contratados, a Paraíba superou a expectativa em 101%. Por sua vez, o Espírito Santo ficou com R$ 252 milhões, número 45% acima do projetado para a concessão de financiamentos. Já a Bahia bateu o total previsto para o primeiro semestre em 5%, ao alcançar a marca de R$ 1,3 bilhão.
“O FNE é um importante instrumento para aquecer a economia e impulsionar o crescimento do Nordeste. E investir em infraestrutura permite levar o desenvolvimento de forma mais rápida para todas as áreas, além de estimular a geração de emprego e renda na região”, afirma o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.
Alguns estados, embora não tenham apresentado projetos em valor suficiente à projeção para os seis primeiros meses do ano, contrataram um grande volume de recursos para infraestrutura. O Ceará, por exemplo, teve acesso a R$ 842,5 milhões, o equivalente a 90% do previsto. Pernambuco, com R$ 401,6 milhões (51%), e Piauí, com R$ 86,9 milhões (30%), também ficaram abaixo da meta estabelecida para o período.
Já Maranhão e Alagoas não tiveram contratos fechados por meio do FNE para o setor de infraestrutura durante o primeiro semestre de 2019.
Energia
A maior concentração de financiamentos se deu para projetos de geração de energia eólica. Foram cerca de R$ 3,8 bilhões, valor que representou 2/3 do total concedido. Os investimentos em transmissão e em usinas termelétricas ficaram em R$ 548,1 milhões e R$ 842,5 milhões, respectivamente. Também houve a efetivação de contratos para a fonte fotovoltaica, R$ 242,9 milhões; e para o ramo de distribuição, R$ 17,9 milhões.
Relevância
Desde o ano passado, ao menos 30% do montante distribuído pelo FNE é voltado ao financiamento de projetos na área de infraestrutura. Neste ano, o Fundo, como um todo, já disponibilizou R$ 13,4 bilhões. Dessa maneira, os R$ 5,7 bilhões para infraestrutura representam 42,9% desse total. Os recursos podem ser utilizados, por exemplo, em projetos de geração de energia elétrica por fontes renováveis ou na construção, ampliação e recuperação de estradas.
O FNE é um dos três fundos constitucionais criados para implementar a política de desenvolvimento regional e reduzir as desigualdades entre as diferentes áreas do País – os outros são o do Centro-Oeste (FCO) e do Norte (FNO). Apesar de oferecer condições atrativas também a grandes investidores, os recursos são voltados, prioritariamente, a atividades de pequeno e médio porte. Para o setor rural, inclusive, as taxas de juros são as mais baixas de mercado e contemplam agricultores familiares por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Foi lançada, nesta quinta-feira (25), no Salão Nobre da Câmara Municipal de Caruaru, a chapa ‘RenovAção’, que disputará a presidência do diretório do PT na cidade. Encabeçado pelo ativista político Leonardo Bulhões, o grupo conta com representantes de movimentos sociais e de diversas correntes do partido.
Com o objetivo de reestruturar a legenda no município, a chapa apresentou 13 compromissos de renovação, que incluem pautas como a defesa da liberdade do ex-presidente Lula, a luta pela causa trabalhista e pelos direitos humanos, a ampliação da participação do partido na Câmara Municipal e a construção de uma sede para o diretório.
“Queremos um partido que esteja vivo, no sentido de fazer reuniões, de ter plenárias, de ter uma prestação de contas. Um partido que esteja nas ruas com os movimentos sociais, que esteja no dia-a-dia da vida política da cidade, que tenha posição política com relação ao governo municipal, que dialogue com os mandatos estaduais e federais”, defende Leonardo.
Apoiado a nível municipal pelo vereador Daniel Finizola, que fez parte da elaboração das pautas da chapa, o grupo também conta com o apoio de diversos representantes da legenda, como a deputada estadual Teresa Leitão, o deputado federal Carlos Veras e o presidente estadual do partido, Glaucus Lima.
As eleições internas do PT estão marcadas para o dia 8 de setembro. Em Caruaru, a votação acontece na Câmara Municipal, das 9h às 17h.
Enquanto parte dos brasileiros incorporou mais frutas e hortaliças à dieta e tem se exercitado mais, outra parcela da população está ficando mais obesa.
De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada hoje (24) pelo Ministério da Saúde, a taxa de obesidade no país passou de 11,8% para 19,8%, entre 2006 e 2018.
Foram ouvidas, por telefone, 52.395 pessoas maiores de 18 anos de idade, entre fevereiro e dezembro de 2018. A amostragem abrange as 26 capitais do país, mais o Distrito Federal.
Para o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, apesar de ter havido melhora no cardápio, o brasileiro ainda compra muitos itens calóricos e sem tanto valor nutricional. “Temos ainda um aumento maior de obesidade porque ainda há consumo muito elevado de alimentos ultraprocessados, com alto teor de gordura e açúcar.” Segundo ele, o excesso de peso é observado sobretudo entre pessoas de 55 e 64 anos e com menos escolaridade.
O estudo mostra que, no período, houve alta do índice de obesidade em duas faixas etárias: pessoas com idade que variam de 25 a 34 anos e de 35 a 44 anos. Nesses grupos, o indicador subiu, respectivamente, 84,2% e 81,1% ante 67,8% de aumento na população em geral.
A capital com o menor índice de obesidade foi São Luís, com 15,7%. Na outra ponta, está Manaus, com 23% de prevalência.
O ministério destacou que, no ano passado, ocorreu uma inversão quanto ao recorte de gênero. Diferentemente do padrão verificado até então, identificou-se um nível maior de obesidade entre as mulheres. A percentagem foi de 20,7% contra 18,7% dos homens.
Além de conferir a prevalência de obesidade, a Vigitel reúne dados sobre o excesso de peso. Os pesquisadores concluíram que mais da metade da população brasileira (55,7%) se encontra nessa condição, índice que resultou de um crescimento de 30,8%, acumulado ao longo dos 13 anos de análise. Em 2006, a proporção de brasileiros com excesso de peso era de 42,6%.
Nesse quesito, o grupo populacional com predominância é o de pessoas mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos. As mulheres apresentaram um crescimento mais significativo do que os homens. O delas aumentou 40%, ao passo que o deles subiu 21,7%.
Mudança de hábitos
A pesquisa também constatou que os brasileiros têm seguido uma linha de hábitos mais saudável. O consumo regular de frutas e hortaliças, por exemplo, passou de 20% para 23,1%, entre 2008 e 2018, uma variação de 15,5%.
A recomendação é da ingestão de, no mínimo, cinco porções diárias desses alimentos, cinco vezes por semana, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com base nessa referência, a Vigitel considera que as mulheres têm se alimentado melhor, já que 27,2% delas mantêm o consumo recomendado. Entre homens, a taxa é de 18,4% e, entre brasileiros, de 23,1%.
Mexendo o corpo
Outro registro positivo diz respeito à prática de atividades físicas no tempo livre. A taxa subiu 25,7%, na comparação de 2009 com 2018. O salto foi de 30,3% para 38,1%.
A dedicação a uma rotina de exercícios que dure ao menos 150 minutos semanais, é algo mais comum entre homens (45,4%) do que mulheres (31,8%). Adultos com idade entre 35 e 44 anos geraram o aumento mais expressivo na última década, de 40,6%.
A taxa global de inatividade física sofreu queda de 13,8% em relação a 2009. O percentual de inatividades das mulheres é de 14,2% e o dos homens, ligeiramente inferior, de 13%.
Entrevistados têm demonstrado conhecimento mais amplo sobre sua saúde, o que pode ajudar na prevenção do diabetes – Wilson Dias/Agência Brasil
Ao mesmo tempo em que muitos deixam o sedentarismo, um número maior de pessoas também afasta da mesa refrigerantes e bebidas açucaradas. Ao todo, de 2007 a 2018, o índice de consumo desses produtos caiu 53,4% entre adultos das capitais.
Em material distribuído à imprensa, o ministério ressalta que uma das medidas do governo federal para promoção de uma alimentação adequada é um acordo fechado com representantes da indústria alimentícia, que se comprometeram a reduzir a quantidade de açúcar em produtos.
Segundo a pasta, o acordo, feito em novembro de 2018, deve atingir mais da metade das bebidas adoçadas, biscoitos, bolos, misturas para bolos, produtos lácteos e achocolatados que chegam às prateleiras dos mercados.
A previsão é de que 144 mil toneladas de açúcar deixem de ser usadas nos produtos até 2022.
Diabetes
No documento, o ministério ressalta que nos últimos anos os entrevistados da pesquisa Vigitel têm demonstrado um conhecimento mais amplo sobre saúde,o que facilita a descoberta de doenças como diabetes.
Na avaliação da pasta, outro fator que tem contribuído para os diagnósticos é o acesso às Unidades Básicas de Saúde (UBS), na Atenção Primária. De 2006 para 2018, houve um aumento de 40% no volume de pessoas diagnosticadas com a doença.
O balanço mais recente, feito no ano passado, contabilizou 7,7% da população adulta brasileira com o quadro de diabetes confirmado, proporção que era de 5,5% em 2006. As mulheres têm um percentual maior de diagnóstico: 8,1%. O índice dos homens é de 7,1%.
Segundo o ministério, no intervalo de 2008 a 2018, o acesso a medicamentos para diabetes aumentou em mais de 1.000%. No ano passado, foram distribuidos 3,2 bilhões de medicamentos a 7,2 milhões de pacientes. Em 2008, o quantitativo foi de 274 milhões de unidades entregues a 1,2 milhão de pacientes.
Atualmente, o SUS [Sistema Único de Saúde] oferta de forma gratuita o tratamento medicamentoso para a doença, entre eles, cloridrato de metformina, glibenclamida e insulinas NPH e regular. Em 2018, a pasta investiu R$ 726 milhões na aquisição dos medicamentos.
Em 13 anos, o uso abusivo de bebida alcoólica aumentou no país, chegando a atingir 17,9% da população adulta. De acordo com dados reunidos pelo Ministério da Saúde, no ano passado, o percentual era 14,7% maior do que o registrado em 2006 (15,6%). O dado consta da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada hoje (25).
No período, o maior crescimento se deu entre as mulheres. O percentual (11%), porém, continua sendo mais baixo do que o dos homens (26%). No início da análise, os percentuais eram de 7,7% e 24,8%, respectivamente.
Conforme destaca o ministério, entre mulheres, considera-se uso abusivo de álcool a ingestão de quatro ou mais doses em uma mesma ocasião, nos últimos 30 dias. Já no caso de homens, o comportamento se configura quando há ingestão de cinco ou mais doses.
O comportamento é visto com mais frequência entre grupos populacionais mais jovens e tende a diminuir à medida que a idade avança. Segundo a Vigitel, há preponderância entre homens de 25 a 34 anos (34,2%) e mulheres de 18 a 24 anos (18%). Já entre mulheres com mais de 65 anos, o percentual é de somente 2%, o que representa 5,2% a menos do que em homens da mesma idade (7,2%).
O uso abusivo de bebidas alcoólicas é um fator de risco que contribui para a ocorrência de acidentes de trânsito e para a suscetibilidade a Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), que abrangem câncer, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC). Na perspectiva da Organização Mundial da Saúde (OMS), não há volume de álcool que possa ser classificado como “seguro”, uma vez que a substância é tóxica para o organismo humano.
Mortalidade
O Ministério da Saúde calcula que 1,45% do total de óbitos registrados entre 2000 e 2017 pode ser “totalmente atribuído” à ingestão abusiva de bebidas, como doença hepática alcoólica. A estatística prova que a vulnerabilidade dos homens está diretamente relacionada à embriaguez. Eles morrem aproximadamente nove vezes mais do que as mulheres por causas ligadas exclusivamente ao álcool.
Em coletiva, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, afirmou que “a melhor estratégia” do poder público é orientar a população por meio de campanhas que evidenciem os malefícios das bebidas alcoólicas. Atualmente, o governo federal oferece, por meio da Política Nacional de Saúde Mental, atendimento a pessoas que sofrem de dependência do álcool (alcoolismo). O atendimento é disponibilizado gratuitamente, das unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).