Dólar atinge maior valor em dois anos e chega a R$ 3,628

Mesmo após anunciar ajustes para ampliar a oferta de contratos de swap cambial, que equivale à venda de dólares no mercado futuro (uma forma de evitar a fuga de capitais do país), o Banco Central (BC) não conseguiu segurar uma nova alta da moeda norte-americana no pregão desta segunda-feira (14). O dólar comercial acabou fechando o dia cotado R$ 3,628, uma alta de 0,73%. Trata-se do maior valor desde abril de 2016, quando a moeda chegou a valer R$ 3,693.

Na máxima do dia, o dólar chegou a bater R$ 3,6405, mas acabou recuando no fechamento para os R$ 3,628. O dólar turismo, que é o que as pessoas compram quando fazem viagem internacional, atingiu a cotação de R$ 3,78 ao fim do dia. De acordo com o professor de macroeconomia do Ibmec-RJ e economista da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo, um dos motivos para o dólar estar em alta em todo o mundo é a expectativa de elevação mais rápida do que o previsto da taxa de juros dos Estados Unidos. A alta da taxa de juros americana atrai dinheiro para economias avançadas, provocando a fuga de capitais financeiros de países emergentes, como o Brasil.

Na última sexta-feira (11), após o fechamento do mercado, o BC anunciou ajustes nas vendas de contratos de swap cambial, passando a fazer leilões com vencimento em junho e antecipando operações adicionais. Com as mudanças, o BC iniciou a oferta diária de rolagem integral de 4.225 contratos, com vencimento em junho. Além disso, a instituição também iniciou nesta segunda a oferta adicional de 5 mil novos contratos ao longo do mês e não apenas ao final, como estava previsto.

Moro condena ex-diretor da Petrobras e outros 12 na Lava Jato

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal da Curitiba, condenou Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, por corrupção passiva, bem como o e ex-presidente da empresa OAS, José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, por corrupção ativa.

O processo é referente à 31ª fase da Lava Jato, denominada Operação Abismo. Segundo a denúncia, um consórcio integrado pela OAS e outras empreiteiras pagou R$ 39 milhões em propina, entre 2007 e 2012, para fraudar e superfaturar a licitação de construção do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello), da Petrobras.

A pena de Duque foi de dois anos e oito meses em regime semiaberto, enquanto a de Léo Pinheiro foi estabelecida em dois anos e seis meses em regime aberto. O ex-tesoureiro do PT Paulo Adalberto Alves foi condenado a nove anos e 10 meses de prisão.

Outros empreiteiros, como o empresário Ricardo Pernambuco, da UTC Engenharia, também foram condenados, a nove anos e seis meses em regime fechado. Outras nove pessoas também foram alvo da sentença, condenadas por diferentes crimes.

Na sentença, Moro voltou a defender as delações premiadas, instrumento que segundo ele foi fundamental para a elucidação do caso. O magistrado escreveu que “crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos”.

Confira as demais pessoas condenadas por Moro:
Adir Assad, condenado a cinco anos e 10 meses em regime semiaberto por lavagem de dinheiro.

Agenor Franklin Magalhães Medeiros, condenado a dois anos e seis meses em regime aberto por corrupção.

Alexandre Correa de Oliveira Romano, condenado a nove anos e quatro meses em regime fechado por lavagem de dinheiro associação criminosa.

Edison Freire Coutinho, condenado a cinco anos em regime semiaberto por corrupção ativa e associação criminosa.

Genésio Schiavinato, condenado a 12 anos e oito meses em regime fechado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

José Antônio Schwarz, condenado a cinco anos e seis meses em regime semiaberto por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Rodrigo Morales, condenado a seis anos e 10 meses em regime semiaberto por lavagem de dinheiro.

Roberto Ribeiro Capobianco, condenado a 12 anos em regime fechado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Roberto Trombeta, condenado a seis anos e 10 meses em regime semiaberto por lavagem de dinheiro.

Economia brasileira ainda não sentiu efeitos da Copa 2018

A exatos 30 dias da abertura da Copa de 2018 – e no dia em que a Seleção Brasileira será convocada para o maior evento esportivo do planeta – poucos efeitos têm sido notados na economia por conta do Mundial, a ser realizado a partir de 14 de junho, na Rússia.

Nem mesmo o setor de eletroeletrônicos, que historicamente é o mais beneficiado no período, tem demonstrado otimismo com as vendas. Especialistas entrevistados pela Agência Brasil apontam que, em função da crise, há indicações de que o setor informal venha a ser o mais beneficiado pela Copa deste ano.

Lojas, comércio
Comércio espera que a Copa resulte na venda de 12,5 milhões de aparelhos de tv em todo o país, total 10% superior ao de 2017 (Arquivo/Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)

De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a expectativa é que a Copa resulte na venda de 12,5 milhões de aparelhos de tv em 2018. Apesar de o volume ser 10% superior ao de 2017, a tendência é de que, no primeiro semestre de 2018, ele fique abaixo do anotado no mesmo período em 2014, quando da última Copa, realizada no Brasil, e vencida pela Alemanha.

“Na comparação com o primeiro semestre de 2014, quando foram vendidas 7,935 milhões de TVs, o volume estimado para 2018 é 14% menor”, disse o presidente da Eletros, Lourival Kiçula, ao afirmar que a indústria se preparou “com bastante antecedência” para esta Copa, no sentido de suprir as demandas vindas dos varejistas e de garantir a reposição de estoques.

Segundo ele, a Copa do Mundo representa uma “inversão de sazonalidade”, uma vez que traz, para o primeiro semestre do ano, as vendas de aparelhos eletrônicos que normalmente ocorrem com maior intensidade no segundo semestre.

“O mercado de televisores muda de patamar a cada quatro anos. Os televisores ganham mais evidência, uma vez que todos os brasileiros, apaixonados por futebol, querem acompanhar os lances de perto com a máxima qualidade de imagem”, disse.

A venda de televisores pode acarretar em um efeito dominó positivo para outros setores. É o caso da TV por assinatura. “A exemplo das Olimpíadas, a Copa ajuda a aumentar a demanda no nosso setor. As pessoas se preparam para a Copa. Elas trocam de televisor, e isso também é algo que as motiva a adquirir canais por assinatura. Uma coisa puxa a outra”, disse o diretor de Produtos de TV por Assinatura da NET, Alessandro Maluf.

Citando levantamentos feitos pela Agência Nacional de Telecomunicações, a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) diz que o setor como um todo registra queda de assinaturas há dois anos, mas que a tendência é de estagnação, já que entre março e abril a redução do número de assinaturas ficou menor, em apenas 900 assinaturas.

“Nosso setor sofre fortemente os impactos da economia, e sentimos uma certa retração no mercado ao longo dos últimos anos. A Copa, no entanto, representa um estímulo para a TV por assinatura. Temos identificado um aumento de demanda e de pessoas interessadas nos canais esportivos”, disse o diretor da NET.

“Em geral nosso carro-chefe são os canais de filmes, os infantis, seguidos dos canais de esportes e de séries. No entanto, em ano de Copa, isso muda, e o carro-chefe fica com os canais de esportes”, afirmou.

Com base na apuração feita com suas associadas, a Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) indica que até o momento as vendas estão dentro da normalidade para o período, e que, em geral, elas se intensificam a partir deste mês. Os destinos nacionais despontam com 65% da procura, ante 35% do internacional.

A realização da Copa do Mundo no período é apontada como possível fator a pesar na menor procura por viagens mais distantes ou de longa duração em julho. Entre os destinos nacionais, os mais procurados para  julho têm sido Maceió (AL) e Porto de Galinhas (PE).

O aumento do dólar nas últimas semanas também têm resultado na queda da procura por destinos internacionais. Neste caso, os destinos mais procurados são Santiago, no Chile, e Cancún, no México.

Vale a pena viver, afirma ex-prefeito Anastácio Rodrigues

No mês em que celebra 90 anos, o eterno prefeito de Caruaru receberá homenagem da Câmara de Vereadores

Fernandino Neto, especial para o VANGUARDA

Um novo nonagenário surge em Caruaru. Na última sexta, 11 de maio, Anastácio Rodrigues comemorou 90 anos, lúcido e com vontade de continuar realizando. O passar dos anos está refletido em sua cabeleira branca. Os caminhos que percorreu permanecem na memória e são compartilhados nas longas conversas que gosta de manter com um conhecido, aqui e ali, em qualquer ponto de Caruaru.

Anastácio gosta de conversar. Afinal, um bom papo não ofende ninguém. Ele parece não mergulhar na agitação da vida em nossos dias. Não acompanha o ritmo moderno e apressado. Tem, no entanto, ideias que mostram o homem além de seu tempo. A saúde? “Vai bem”. O coração é de um jovem, disse-lhe o médico recentemente. As pernas, entretanto, sentem o avançar da idade. “O homem começa a morrer pelas pernas”, brinca.

Quem pensa que Anastácio está em fim de carreira, engana-se. A depender dele próprio, quer chegar aos 100 anos. “Vale a pena viver. O viver é um sopro divino”, define, no tom poético que lhe é peculiar. Reclamações? “Não tenho nada a reclamar. Eu sempre pedi a Deus que não me fizesse um homem rico. E ele me ouviu. Se fosse rico eu seria um homem sem paz. O melhor travesseiro para os que dormem é a paz de espírito”, filosofa.

O bom momento que ele vive tem a ver com o lançamento de sua biografia, “Anastácio: o eterno prefeito”, em 16 de março, no Teatro Difusora, que lotou para vivenciar um evento histórico em Caruaru. “Aquela noite foi o maior acontecimento da minha vida. Estou lendo e relendo o livro. Fernandino penetrou a minha alma”, descreve. Pode haver exagero em suas palavras, mas é evidente que a publicação de sua história tem lhe rendido boas emoções; reconhecimento que muitos dizem ter vindo na hora certa, em vida.

Não, Anastácio não pensa em parar. Caruaru pode contar com sua dedicação. O líder estudantil e tipógrafo de jornal, de família numerosa e de poucos recursos, que chegou a ser eleito vereador e prefeito de sua cidade, ainda sonha. Seu maior desejo para o amanhã é ver o Brasil superar as crises que enfrenta hoje. “Como eu gostaria de ver este país no lugar que ele merece, nas mãos de homens dignos, honrados, respeitando o dinheiro público e administrando com amor. Que o brasileiro, por mais humilde que seja, não lhe falte o pão, não lhe falte nada. Esse país é nosso, nos pertence, não pertence aos bandidos. Que eles devolvam o que já tiraram da boca do povo”, desabafa.
O BEM COMUM FOI SUA FILOSOFIA POLÍTICA

Anastácio Rodrigues é considerado um dos prefeitos cultos de Caruaru, tal como foi Henrique Pinto no passado. A leitura é um dos principais divertimentos, no silêncio de sua casa. As viagens que fez por diferentes lugares do planeta, a visita aos principais museus do mundo, o apreço pela arte em suas diversas formas fazem dele um homem erudito, antenado com tudo o que acontece. É bancário aposentado, mas começou a vida como homem de imprensa, no Jornal VANGUARDA, aos tempos de José Carlos Florêncio.

A política esteve presente em sua vida desde a infância. Os pais gostavam de falar sobre o assunto em casa. Ainda menino, Anastácio disse a sua mãe, dona Amélia, que quando crescesse arrumaria um emprego na Prefeitura de Caruaru. Foi líder estudantil, presidindo diretórios acadêmicos e participando até de Congresso da UNE. Inserido na vida pública pelo ex-deputado João Elísio Florêncio, Anastácio tornou-se conhecido em Caruaru depois do trabalho exitoso que realizou como secretário de Educação e Cultura, no primeiro governo do ex-prefeito João Lyra Filho – período em que foi construída a maior quantidade de escolas em nossa cidade.

Terminado o governo João Lyra, o secretário Anastácio foi eleito vereador, em 1963, tornando-se líder da oposição ao governo Drayton Nejaim, na Câmara de Vereadores. Um vereador incendiário e combativo, que chamou para si a atenção da sociedade e da imprensa, elegendo-se prefeito em 1968, ainda ocupando o mandato de vereador. Foi um prefeito sério, trabalhador e honesto. No ano de 2008, já distante da política, Anastácio fundou o Instituto Histórico de Caruaru, principal entidade de preservação da memória do município.

Anastácio receberá homenagem da Câmara de Vereadores na sessão solene em homenagem aos 161 anos da cidade, que acontecerá na próxima quinta (17). “Havia dentro de mim um socialista e eu não sabia. Diziam que eu era de direita, mas minha meta foi lutar pelos humildes, pelos pobres. Foram eles que me colocaram na prefeitura”, resume Anastácio, esse nonagenário autêntico, impetuoso e sonhador, que quer chegar aos 100 só para não perder Caruaru de vista.

Lula Torres deve sair para estadual pelo PSDB

Esta semana, o jornal VANGUARDA dá início a uma série de entrevistas com possíveis candidatos nas eleições deste ano

Wagner Gil

É bem provável que este ano Caruaru tenha um número recorde de candidatos ao cargo de deputado estadual, com o objetivo de ocupar uma das cadeiras na Assembleia Legislativa. Atualmente, dois parlamentares representam Caruaru: Tony Gel (MDB) e Laura Gomes (PSB). Esta semana, VANGUARDA inicia uma série de entrevistas com alguns dos possíveis postulantes, com o objetivo de mostrar o que pensam sobre a atual situação da cidade, do estado e do país. O primeiro será o presidente da Câmara, Lula Torres (PSDB).

Atualmente Lula Torres vem fazendo um trabalho reconhecido à frente do Poder Legislativo Municipal, com destaque para os avanços nas áreas de tecnologia e meio ambiente. É que na sua gestão foi implementado o Sistema SAP e, com isso, não existem mais súmulas de papel. Todo os projetos de lei e as votações são através de sistema eletrônico. “Além disso, trocamos todas as lâmpadas e agora elas são de LED. Isso representa economia e menos degradação ao meio ambiente. Hoje a quantidade de papel utilizada na Câmara é mínima”, afirmou o tucano.

Bastante religioso (é católico), o vereador sempre tem usado algumas referências bíblicas em seus discursos na tribuna da Casa ou quando representa o Poder Legislativo em inaugurações ou em eventos oficiais. Ele é casado com Maria de Fátima Torres, tem dois filhos (Paulinho e Luiz Neto), além de dois netos. “A família é a base de tudo. Quando você tem a presença de Deus dentro do lar, a felicidade é completa”, disse.

Durante a inauguração de uma escola municipal, Lula elogiou o foco da prefeita Raquel Lyra (PSDB) em priorizar a educação como principal instrumento de mudança. “Fico emocionado quando participo de uma inauguração e vejo a alegria e a felicidade nos olhos de pais e mães. Eles sabem que poderão deixar seus filhos em um ambiente confortável, seguro, com merenda e, acima de tudo, com educação de qualidade. Vejo o compromisso de professores e servidores com essa nova fase da educação em nossa cidade”, argumentou.

FALTA DE LIDERANÇA

Segundo o pré-candidato a deputado estadual, atualmente Pernambuco vive um vácuo grande na falta de lideranças no comando do estado. “Não quero aqui fazer críticas diretas à gestão. O país vive momento delicado em relação à economia, mas aqui noto uma falta de pulso em relação à política. Às vezes você não tem o recurso, mas com liderança se consegue, o que não é o caso daqui”, disse Lula Torres.

Ele lembrou ainda que a prefeita Raquel Lyra vem sofrendo com a falta de apoio de políticos com mandato. “Ela não tem um grupo de políticos de sua base com mandato na Assembleia ou na Câmara Federal. Caso seja eleito, vou procurar me reunir com as demais lideranças para trabalhar em prol de Caruaru. Em período de eleição, cada um tem que fazer o seu e defender sua ideologia. Passou a eleição, temos que estar unidos em prol do desenvolvimento da cidade. No momento, a prefeita tem essa dificuldade. Os recursos não chegam”, afirmou.

Recentemente numa reunião extraordinária da Amupe (Associação dos Municípios de Pernambuco), a prefeita cobrou mais de R$ 15 milhões de repasses atrasados do governo de Paulo Câmara. Verbas do FEM (Fundo Especial dos Municípios) e até de manutenção do Samu Regional. (Ler mais Política 4)

Lula Torres disse ainda que outra prioridade será a questão do abastecimento de água. “Vou lutar bastante para que as obras que estão em andamento sejam concluídas e outras possam ser feitas para dar segurança hídrica ao nosso município e ao Agreste de forma geral. Temos um polo forte de confecções, que poderia se desenvolver mais ainda, caso tivesse água em abundância. Atrair outras fontes de geração de emprego e renda, e buscar uma pecuária forte também estão nos meus planos. Caruaru precisa também de investir em tecnologia de ponta e essa vai ser minha meta. Durante a pré-campanha, tenho estudado bastante os problemas de Pernambuco e do Brasil. Minha meta é ouvir as pessoas, lideranças comunitárias e montar um plano de trabalho que atenda as necessidades diretas da população”, finalizou.

Caso Marielle: gravação de vereador e miliciano

Apesar de afirmar ser contrário à ação da milícia, o vereador Marcello Siciliano, do PHS, já conversou com milicianos ao telefone. Gravações feitas pela polícia mostram pelo menos duas conversas telefônicas entre ele e integrantes do grupo criminoso.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo na última terça-feira (8), ele e Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, tramaram a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros na noite de 14 de março. Durante uma coletiva na quarta (9), Siciliano negou participação no crime.

As interceptações foram mostradas na noite deste domingo (13) pelo Fantástico. Na primeira conversa, vereador e miliciano se cumprimentam chamando um ao outro de “irmão”.

Em outra conversa, um homem pede que Siciliano acione o 31º BPM (Recreio).

Homem: “Uns bandidos lá mataram um amigo nosso. Você podia dar um toque no pessoal do 31 pra ficar de olho. Se botar uma blitz ali, vai pegar”.

Siciliano: “Vou mandar botar agora. Na volta eu passo aí. Beijo.”

Homem: “Tá bom. Beijo. Fica com Deus.”

Siciliano: “Te amo, irmão.”

No segundo telefonema, segundo as investigações, o vereador pede ajuda para inaugurar um projeto social na área de milícia:

Siciliano: “O garoto ia começar a fazer o projeto lá hoje. Aí o rapaz falou: ‘Não. Não vai fazer nada, não.”

Homem: “Não, pode ir.”

Siciliano: “Eu posso ir atrá lá da pessoa pra resolver no teu nome?”

Homem: “Pode. Vou te mandar o telefone aqui.”

Por meio de nota, o vereador reafirmou que nunca teve envolvimento com milícias. Disse, também, que já foi investigado mas não chegou a ser indiciado. Ele ainda se colocou à disposição da polícia para quaisquer novos esclarecimentos.

Siciliano foi eleito com 13,5 mil votos – a maioria conseguidos na Zona Oeste da cidade. Ele não responde a nenhum processo criminal.

Orlando Curicica

Ex-chefe de uma milícia e preso desde outubro do ano passado, Orlando Curicica também negou, por meio de carta, qualquer participação no assassinato de Marielle Franco.

Ele foi detido após ser apontado como mandante da morte de um homem que decidiu montar um circo na área controlada por Orlando sem pedir sua autorização.

Em uma ação parecida com a do assassinato da vereadora, dois bandidos dispararam 12 vezes na direção da vítima. Uma mulher que o acompanhava sobreviveu e hoje vive escondida. O grupo de orlando, assim como outros milicianos, também é investigado por grilagem, que é a posse ilegal de terernos.

A Zona oeste é o berço dos milicianos cariocas. São grupos que usam de violência para ameaçar a população e cobrar por serviços irregulares, como transporte, entrega de gás e canais de TV por assinatura. Eles também tomam moradias e terrenos à força.

“Já tivemos casos comprovados em que eles invadiram, tiraram os moradores, expulsaram e depois usaram o imóvel para a venda de terceiros”, disse o promotor de Justiça, Daniel Braz.

Na mesma carta em que negou participação no assassinato de Marielle, Orlando Curicica acusou um delegado da Divisão de Homicídios (DH) de tentar convencê-lo a confessar envolvimento no crime.

“Ele foi visitado pelo delegado titular da DH, doutor Giniton, que fez uma proposta que eu considero uma ameaça, dizendo a ele o seguinte: ‘Ou você assume esse crime ou vou embuchar mais dois homicídios nas suas conta e vou lhe transferir para Mossoró. Se você assumir, eu consigo um perdão judicial”, descreveu o advogado de Orlando, Renato Darlan.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Civil informou que o delegado Giniton Lopes esteve no presídio para tomar o depoimento de Orlando sobre o assassinato de Marielle, mas ele não quis falar.

Quatro homens

Segundo a versão da testemunha que acusa Orlando e o vereador Siciliano, os dois queriam a morte de Marielle porque ela era uma ameça aos interesses de ambos na Zona Oeste.

Ainda segundo a testemunha, no carro que abordou o veículo onde estava Marielle – além do motorista Anderson Gomes, também assassinado – havia quatro homens: um policial militar da ativa, um ex-PM e atualmente miliciano da Zona Oeste, além de outros dois milicianos.

“São áreas onde a gente sabe que existem disputas territoriais, disputas entre interesses de grilagem. A Marielle não tinha uma disputa eleitoral nas áreas de milícia, mas ela fazia uma ação social de atendimento a essas vítimas da milícia”, explicou o deputado estadual Marcelo Freixo.

O Fantástico apurou que a testemunha forneceu à polícia o número de um celular que teria sido usado pelos assassinos – esse número já vinha sendo investigado.

Mega-Sena acumula; próximo sorteio deve pagar R$ 60 milhões

O Concurso 2.040 da Mega-Sena, com prêmio previsto de R$ 50 milhões, foi sorteado na noite de sábado (12) em Maravilha (SC). Nenhum apostador acertou os seis números sorteados. Confira as dezenas: 06 – 09 – 41– 54 – 56 – 58.

Sessenta e sete ganhadores acertaram a quina e cada um levará prêmio de R$ 52.696,38. Foram 5.680 apostas ganhadoras da quadra e cada uma vai levar R$ 887,99.

O próximo concurso, que será sorteado na quarta-feira (16), tem um prêmio acumulado estimado em R$ 60 milhões. As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas lojas lotéricas credenciadas pela Caixa em todo o país.

PT, PP e PSDB são os que mais têm deputados investigados

Um em cada três deputados da atual legislatura (2015-2019) respondia a inquérito ou ação penal até o dia 30 de abril, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu limitar os casos em que autoridades continuam protegidas pelo foro especial por prerrogativa de função, o foro privilegiado. Neste levantamento exclusivo do Congresso em Foco, vê-se que praticamente metade das bancadas do PP e do PT é acusada de crimes. Nessa situação estão 29 dos 60 petistas e 24 dos 49 deputados do PP.

Já os tucanos vêm a seguir, com 21 de seus 49 nomes sob suspeição. Dono da segunda maior bancada da Câmara, com 50 parlamentares, o MDB tem dez com pendências judiciais. Entre as representações estaduais, nenhuma escapa ilesa. Todas têm pelo menos um representante na lista dos investigados. Em seis unidades federativas, pelo menos metade dos deputados está sob suspeita. No DF e em Mato Grosso esse percentual chega a 75%. Apenas dois de seus oito parlamentares estão livres, no momento, de preocupação com a Justiça.

Nos gráficos abaixo, veja também quais são os crimes mais comuns e a relação de processados por estado. Os dados foram obtidos com registros oficial coletados pela reportagem no site do STF. O trabalho é periodicamente atualizado por este site.

 

Deputado federal Rômulo Gouveia morre em Campina Grande

Morreu na madrugada deste domingo (13), aos 53 anos, o deputado federal Rômulo Gouveia (PSD-PB), que estava em seu segundo mandato consecutivo na Câmara. O parlamentar estava há uma semana internado no município paraibano de Campina Grande, onde teve um infarto fulminante. Filho de José Antônio de Gouveia e Beren­ice de Almeida Gouve­ia, Rômulo era casado com a pedagoga e também ex-deputada Eva Gouveia e deixa quatro filhos.

Segundo sua assessoria de imprensa, Rômulo havia recebido alta de um tratamento de infecção urinária na noite deste sábado (12), mas passou mal e teve de voltar para internação. Com sintomas de infarto, foi levado ao Hospital Antônio Targino e lá faleceu.

Aberto ao público, o velório está previsto para as 12h na Câmara Municipal de Campina Grande. O corpo do deputado será encaminhado à noite para o Cemitério Campo Santo da Paz, no mesmo município, local onde será velado até as 16h de amanhã (segunda, 14), horário do sepultamento.

Governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) decretou luto oficial de três dias no estado. “O falecimento de Rômulo Gouveia deixa uma imensa lacuna na política do Estado e enluta os cidadãos e cidadãs de Campina Grande e de toda Paraíba. Nossos sinceros sentimentos”, lamentou em nota o chefe do Executivo local, cujo decreto foi repetido em nível municipal pelo prefeitos Luciano Cartaxo (PV), da capital João Pessoa, e Romero Rodrigues (PSDB), de Campina Grande.

Também por meio de nota (veja abaixo), o líder do PSD na Câmara, Domingos Neto (CE) manifestou sua tristeza com a passagem do colega. “Muito atuante nas causas da saúde, tecnologia e segurança hídrica, o parlamentar sempre se destacou nos corredores do Congresso Nacional pelo empenho em que defendeu o povo da Paraíba”, pontua Domingos.

Alckmin e Serra viram réus por suspeita de pedalada fiscal no governo de São Paulo

Os ex-governadores tucanos de São Paulo Geraldo Alckmin e José Serra se tornaram réus em uma ação civil pública sob acusação de autorizar negociação de dívidas tributárias, operação com risco de causar prejuízos orçamentários ao estado. Como contrapartida pela negociação, explica a reportagem de José Marques e Walter Nunes (Folha de S.Paulo), o governo recebeu dinheiro de endividados, antecipadamente, que seria pago durante vários anos aos cofres públicos.

Para os autores da ação civil, trata-se de uma espécie de pedalada fiscal, como se convencionou chamar o mesmo procedimento que fundamentou o processo de impeachment, em julgamento concluído em 31 de agosto de 2016, da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O processo contra Alckmin e Serra foi iniciativa de dois sindicatos paulistas que representam fiscais de renda e procuradores do estado, que pedem, entre outras medidas, o enquadramento dos investigados em improbidade administrativa e a reposição ao erário do valor correspondente ao prejuízo.

Serra governou São Paulo entre 2007 e 2010, enquanto Alckmin estava no cargo desde 2011 até 6 de abril deste ano, quando deixou a função para poder se candidatar à Presidência da República nas eleições de outubro próximo. Antes, ele havia sido governador do maior estado da América do Sul depois da morte do titular, Mário Covas, em março de 2001, reelegendo-se para mais um mandato. Tanto Serra quanto Alckmin são alvos da Operação Lava Jato e acusados de receber propina sob a forma de caixa dois de campanha.

No último dia 13 de março, os ex-governadores do PSDB foram intimidados e, com prazo determinado, têm que apresentar suas defesas à Justiça sob risco de serem julgados à revelia. A ação transcorre na 14ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo desde janeiro passado, mas desde novembro fiscais já vinham denunciando as manobras do governo.

A reportagem da Folha informa ainda que, além dos ex-governadores tucanos, também foram incluídos no processo o secretário da Fazenda do governo paulista, Helcio Tokeshi, ex-secretários e as empresas públicas Companhia Paulista de Securitização (CPSEC) e Companhia Paulista de Parcerias (CPP), além de seus respectivos presidentes.

“O processo diz que os problemas começaram em 2007, quando o governo do estado, ainda sob a gestão Serra, iniciou um programa de parcelamento de dívidas tributárias, como o ICMS, oferecendo vantagens aos devedores. Entre elas, descontos nos juros e nas multas por atrasos. Já no governo Alckmin, para receber antecipadamente o dinheiro dessas dívidas, o governo negociou ‘direitos creditórios’ com a CPSEC. Nessa tratativa, o governo cedia esses créditos com um deságio (redução de preço) de até 50% à CPSEC, que transforma o passivo em debêntures (títulos da dívida). Os títulos eram obtidos por financiadores, que se beneficiam com os seus rendimentos quando a dívida é quitada – segundo a acusação, o governo se torna garantidor dessa dívida, caso haja inadimplência. O governo nega que haja essa garantia”, diz trecho da reportagem, que cita trechos da ação civil pública.