InBetta reforça investimentos em Pernambuco com nova fábrica

O governador Paulo Câmara participa da inauguração, nesta terça-feira (17.04), da fábrica da InBetta no município do Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR). Com R$ 160 milhões de investimento, o empreendimento vai gerar 300 empregos diretos em uma área de aproximadamente 20 hectares, produzindo e distribuindo produtos à base de resina plástica e outros insumos para uso pessoal, doméstico e profissional. Há a expectativa de que a nova planta também contribua para a geração de outros 1,2 mil postos de trabalho indiretos.

A InBetta foi fundada em 1947 no município de Esteio, no Rio Grande do Sul. O grupo reúne seis grandes empresas (Bettanin, Atlas, Sanremo, Primafer, Ordene e Super Pro Bettanin), atuando em cinco segmentos diferentes: higiene e limpeza, organização, conservação, acabamento e linha profissional. A companhia emprega mais de 2,6 mil funcionários que produzem 4,5 mil produtos diferentes, comercializados em todo o Brasil e exportados para mais de 50 países. O faturamento anual passa de R$ 1 bilhão.

Festival do Jeans de Toritama com Leonardo, Gabriel Diniz e Dorgival Dantas

Festa ainda terá nove atrações e entre elas,  Eduarda, A Sedutora e Vumbora

Wagner Gil

O Festival do jeans de Toritama acontecerá este ano entre os dias três e cinco de maio e promete ser o maior de todos os tempos com nove grandes atrações, entre elas, Leonardo que abre o Festival na quinta-feira; Dorgival Dantas que se apresenta na sexta (04) e Gabriel Diniz que encerra o evento, no sábado (05).

A realização dos shows é da empresa Fá Produções, que este ano realiza a maior produção musical e artística da Capital do Jeans. Na abertura da festa a programação traz Leonardo, Adriano Estigado e Nixon. Já na sexta-feira (04), além de Dorgival Dantas, o Festival do Jeans de Toritama recebe Maria Clara e Alisson Levado, duas revelações da música nordestina. No sábado (05) Vumbora, Eduarda A Sedutora e Gabriel Diniz, enceram a programação em grande estilo.

Os preços dos ingressos para área VIP custam R$ 50,00 e dos camarotes para os três dias R$ 3.000.00 com direto a 12 pessoas por festa. Informações e reservas (81) 99888-6426.

Cármen Lúcia marca para dia 2 de maio julgamento de foro privilegiado

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, marcou para quarta-feira, dia 2 de maio, o julgamento da ação que pode resultar na restrição do foro privilegiado.

O julgamento foi iniciado em plenário, em novembro do ano passado, mas foi interrompido por pedido de vista do ministro Dias Toffoli, que devolveu o processo, no fim do mês passado, para inclusão na pauta.

Antes da interrupção do julgamento, oito integrantes da Corte manifestaram-se a favor de algum tipo de restrição na competência da Corte Suprema para julgar crimes praticados por deputados e senadores. No entanto, há divergências sobre a situação dos processos que já estão em andamento.

De acordo com a maioria formada, deputados federais e senadores somente devem responder a processos no STF se o crime for praticado no exercício do mandato. No caso de delitos praticados antes do exercício do mandato, o parlamentar seria processado pela primeira instância da Justiça, como qualquer cidadão.

O voto condutor do julgamento foi proferido em junho do ano passado pelo relator, ministro Luís Roberto Barroso. De acordo com o ministro, os detentores de foro privilegiado, como deputados e senadores, somente devem responder a processos criminais no STF se os fatos imputados a eles ocorrerem durante o mandato.

O caso concreto que está sendo julgado envolve a restrição de foro do atual prefeito de Cabo Frio (RJ), o ex-deputado federal Marcos da Rocha Mendes. Ele chegou a ser empossado como suplente do deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ), mas renunciou ao mandato parlamentar para assumir o cargo no município.

O prefeito responde a uma ação penal no Supremo por suposta compra de votos, mas, em função da posse no Executivo municipal, o ministro Barroso manifestou-se pelo retorno do processo à primeira instância da Justiça Eleitoral.

Palavrões, ameaças e o conflito sentimental que levaram Eduardo Bolsonaro a ser denunciado

Xingamentos, ameaças, uma questão pessoal que ganhou a esfera pública. Esse é um resumo das mensagens atribuídas ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) que resultaram na denúncia criminal apresentada contra ele pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Caberá agora aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirem se o deputado responderá como réu ao crime de ameaça, cuja pena vai de um a seis meses de detenção e pagamento de multa. O caso será relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso, considerado hoje um dos mais rigorosos da corte.

Filho do pré-candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, Eduardo é acusado de ter ameaçado, por meio de celular, a jornalista Patrícia de Oliveira Souza Lélis, sua ex-assessora, em julho de 2017. A peça enviada pela procuradora-geral ao Supremo reúne reprodução de conversas entre os dois no Telegram, aplicativo concorrente do Whatsapp que tem entre suas principais ferramentas uma que permite a destruição automática das mensagens conforme período pré-estabelecido.

Embora Eduardo tenha acionado o dispositivo para que o texto desaparecesse após cinco segundos, Patrícia conseguiu gravar o diálogo e entregar uma cópia à polícia. Além de prints (reprodução de imagem) das conversas , a vítima prestou depoimento. Raquel Dodge concluiu que a intenção de Eduardo Bolsonaro era, claramente, impedir a livre manifestação de Patrícia com ameaças.

A desavença pública entre os dois começou após Eduardo publicar em seu perfil no Facebook um desabafo a respeito de uma ex-namorada que, nas palavras dele, trocou roupas recatadas por danças sensuais, depois de ter rompido com ele para sair com um médico cubano. “Feminismo é uma doença”, escreveu o deputado.

PT vai recorrer de multa de R$ 500 mil imposta por juiz contra acampamento pró-Lula em Curitiba

O PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vão recorrer na Justiça para garantir a permanência do acampamento montado em defesa do ex-presidente Lula, em Curitiba. Na última sexta-feira (13) o juiz Jailton Juan Carlos Tontini determinou a saída imediata dos manifestantes – favoráveis e contrários ao petista – sob pena de pagarem multa diária de R$ 500 mil. Os protestos são feitos nas imediações da Superintendência da Polícia Federal, no bairro de Santa Cândida, na capital paranaense, onde o ex-presidente se encontra preso dede sábado passado (7).

 

O recurso será apresentado pelo ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão como representante do Comitê Popular em Defesa de Lula e da Democracia, que reúne diversas entidades e militantes em defesa do petista. Segundo Aragão, a decisão do juiz paranaense é “inconstitucional e arbitrária”.

Em nota divulgada pelo comitê, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirma que a atitude do magistrado é “antidemocrática” e política. “É a Justiça aproveitando a baderna em que o golpe jogou o Brasil para fazer política, tentar interferir no processo eleitoral criminalizando os movimentos populares e sindicais e partidos progressistas”, diz o sindicalista.

Em seu despacho Tontini, cita a CUT e o PT, que fazem vigília pró-Lula, e os movimentos Curitiba contra Corrupção, Brasil Livre (MBL) e UFPR Livre, que apoiam a prisão do ex-presidente. O juiz alega que fixou o valor de R$ 500 mil “diante do elevado número de pessoas existentes na área e com o intuito de dissuadir os réus”.

Ele argumenta que os movimentos descumpriram a decisão do juiz Ernani Mendes Silva Filho, que determinou, no último domingo (8), que os manifestantes deixassem de transitar em determinados locais, impedir o livre trânsito área e montar estruturas e acampamentos nas ruas e praças da cidade.

Maioria considera justa prisão de Lula e não acredita que ele concorrerá em outubro, aponta Datafolha

A prisão do ex-presidente Lula foi justa e o petista não vai disputar a eleição presidencial deste ano, considera a maioria das pessoas ouvidas na última pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (15) pela Folha de S.Paulo. Os entrevistados, no entanto, se dividem quando questionados se Lula deveria concorrer à eleição ou ser impedido de fazer campanha à Presidência.

De acordo com o levantamento, 54% das pessoas veem a prisão de Lula como justa, contra 40% que consideram o contrário. Os 6% restantes não opinaram. De janeiro para abril, após a prisão do petista, disparou o percentual de eleitores que acreditam que o ex-presidente não poderá concorrer este ano devido à Lei da Ficha Limpa.

Essa é a opinião de 62% dos entrevistados. Os que consideram que “com certeza” ele participará das eleições somam 18% e os que pensam que “talvez”, 16%. Em janeiro, 53% achavam que Lula participaria da eleição de outubro. Desses, 32% apostavam que “com certeza” ele seria candidato.

O eleitorado, porém, se divide quando questionado se o ex-presidente deveria participar da disputa eleitoral: 50% responderam que não; 48, que sim. A diferença está dentro da margem de erro, que é de 2 pontos percentuais. Antes, 51% achavam que Lula deveria ser barrado e 47% que ele deveria participar das eleições.

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Segundo o Datafolha, as pessoas que consideram a prisão de Lula justa são, em sua maioria, homens, com maior taxa de escolaridade, maior média de salário e morador das regiões Sudeste, Sul ou Centro-Oeste. Entre os mais escolarizados essa porcentagem chega aos 71%. Já a opinião de que a prisão foi injusta prevalece entre menos escolarizados, com 51%. Chega a porcentagens próximas entre os mais pobres e regiões Norte e Nordeste.

O Datafolha ouviu 4.194 eleitores em 227 municípios entre quarta (11) e sexta-feira (13). Segundo a pesquisa, mesmo preso, o ex-presidente lidera as intenções de voto no primeiro e no segundo turno. Mas seu percentual de apoio caiu em relação ao levantamento de janeiro. Jair Bolsonaro (PSL) e Marina (Rede) empatam tecnicamente quando o petista é excluído da disputa.

Eleição muda mapa do poder: PSB cresce nos estados, PSDB encolhe e PT perde sua única capital

A mudança no controle de seis estados por causa do calendário eleitoral redesenhou o mapa do poder. Com o fim do prazo para que chefes do Executivo renunciem ao mandato para concorrer a outros cargos, no último dia 7, dois partidos ampliaram suas fronteiras: o PP, que herdou o Paraná, e o PSB, que ganhou São Paulo e Rondônia. Já o PSDB, com duas baixas, inclusive o maior colégio eleitoral do país, e o MDB, com uma, encolheram.

A paranaense Cida Borghetti e o paulista Márcio França assumiram o comando estadual graças à saída dos tucanos Beto Richa e Geraldo Alckmin, pré-candidatos ao Senado e à Presidência, respectivamente. Os novos titulares são candidatos à reeleição. Embora não tenha herdado qualquer governo, o PSDB preservou Goiás, mesmo com a saída de Marconi Perillo, já que o seu vice e candidato à sucessão, José Eliton, também é do partido.

No saldo final nos estados, o MDB, do presidente Michel Temer, ficou com uma unidade federativa a menos. Herdou Santa Catarina, com a ascensão de Eduardo Pinho Moreira, mas perdeu Rondônia e Sergipe com as renúncias de Confúcio Moura e Jackson Barreto. Assim como o ex-governador Raimundo Colombo (PSD-SC), Confúcio e Jackson renunciaram ao governo para disputar o Senado.

Em quatro capitais também houve dança das cadeiras. Com pouco mais de um ano de mandato, João Doria (PSDB) renunciou à prefeitura da maior cidade do país para tentar o governo paulista. Em seu lugar ficou o também tucano Bruno Covas.

Sem capital

Pela primeira vez desde 1988, o PT não administra uma capital estadual. O petista Marcus Alexandre abriu mão da prefeitura de Rio Branco para disputar o governo do Acre. O partido do ex-presidente Lula foi o grande derrotado das últimas eleições municipais. No lugar de Marcus entrou Socorro Nery, do PSB. Carlos Eduardo (PDT) passou o comando de Natal para Alvaro Dias (MDB). Carlos Amastha (PSB) cedeu a vaga à tucana Cinthia Ribeiro. Os dois também vão disputar o governo de seus estados.

Com Cinthia, o PSDB subiu seu domínio para oito capitais e se consolidou como a sigla que mais controla cidades desse porte. O MDB vem atrás com cinco. PSB tem três e o PSD, duas. DEM, PCdoB, PDT, PHS, PMN, PPS, PRB e Rede comandam uma capital cada. Na Câmara, após o troca-troca da janela partidária, o PT retomou do MDB o posto de maior bancada, segundo levantamento do Congresso em Foco. O partido do presidente Michel Temer foi o maior perdedor com as mudanças.

Estudantes que ocupam a UnB cobram reunião com MEC e pedem transparência

Os estudantes que ocupam a reitoria da Universidade de Brasília (UnB) desde a última quinta-feira (12) pedem mais transparência com relação aos dados de custeio da universidade. Em comunicado publicado ontem (14) no Facebook, os manifestantes cobram uma reunião entre representantes do Ministério da Educação (MEC), universidade e estudantes.

“Afirmamos a necessidade da Reitoria de disponibilizar, de forma transparente, informações acerca do custeio da UnB, em especial os contratos com as empresas terceirizadas”, afirmam.

Na nota, eles dizem que não vão aceitar a demissão de terceirizados nem o que classificam como “sucateamento” da universidade para uma “posterior privatização”. O comunicado questiona a emenda constitucional que instituiu o Teto dos Gastos afirmando que nem todas as arrecadações da UnB retornam para o órgão.

No comunicado, os universitários defendem que o encontro solicitado por eles entre o MEC e a reitoria seja uma espécie de “audiência pública” na qual as duas partes apresentariam um “posicionamento oficial” sobre o assunto. “Exigimos a liberação, por parte do MEC, dos editais de ingresso de indígenas e quilombolas, bem como pela manutenção das bolsas de permanência estudantil, que afetam principalmente estudantes de baixa renda, negras e negros, indígenas e quilombolas.”

Ontem, a ocupação recebeu a visita da reitora da instituição, Márcia Abrahão Moura, que aceitou o pedido dos estudantes para assinar um documento em que se compromete em não penalizar administrativamente “nenhum estudante ou trabalhador” que esteja participando do movimento. “Eventuais danos patrimoniais serão apurados”, acrescentou a reitora na declaração.

Entenda

ocupação da reitoria da UnB ocorre em meio a uma crise financeira que atinge também outras universidades públicas. A instituição havia anunciado que, diante da restrição orçamentária, adotaria medidas de redução de recursos, como a demissão de funcionários terceirizados, o cancelamento de contratos de estágio e aumento nos preços no restaurante universitário. A direção da universidade e o ministério, porém, divulgaram posicionamentos divergentes sobre os dados financeiros da instituição.

Há dois dias, cerca de 180 pessoas participavam do protesto. Em nota anterior, os estudantes manifestaram-se contra as medidas e defenderam a manutenção das bolsas de permanência, pagas a alunos de baixa renda, e a volta dos porteiros no turno da noite. Sobre a situação financeira, pedem que o MEC libere as verbas arrecadadas pela UnB, além de auditoria nos contratos com prestadores de serviço.

Posição do MEC 

Na última terça-feira (10), estudantes, professores e servidores promoveram um ato em frente ao Ministério da Educação para cobrar do órgão a liberação dos recursos previstos para o ano. No mesmo dia, estudantes ocuparam a sede do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em protesto contra a crise na universidade.

Após as manifestações, o ministério divulgou a nota “A verdade sobre a UnB”na qual desmente a possibilidade de a universidade fechar nos próximos meses por falta de recursos e diz que suspendeu uma negociação após “manifestantes encapuzados” tentarem invadir o prédio.

Macron defende bombardeios e afirma que França “não declarou guerra à Síria”

O presidente da França, Emmanuel Macron, assegurou neste domingo (15) que o bombardeio na madrugada de ontem sobre supostas instalações químicas na Síria não representa uma declaração de guerra ao regime do presidente Bashar al Assad, mas uma defesa do direito internacional e das resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU). As informações são da Agência EFE.

A ofensiva pretendia “intervir de forma legítima no marco multilateral” e não fazer uma declaração de guerra à Síria, declarou Macron em entrevista à emissora BFMTV, na qual diferenciou os bombardeios conjuntos com Estados Unidos e Reino Unido contra a Síria das campanhas bélicas na Líbia e no Iraque.

“Tivemos êxito no plano militar: todos os mísseis lançados atingiram seus alvos, as capacidades químicas do regime sírio foram destruídas e não houve nenhuma vítima colateral”, disse Macron.

Em uma conversa marcada pela tensão, Macron interpelou seus dois entrevistadores: “Vocês ouviram que declaramos guerra a Bashar al Assad? Não. Essa é a diferença a respeito do que se fez na Líbia ou no Iraque”.

Segundo Macron, o único compromisso militar que a França tem na Síria é a luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico, que está por trás dos principais atentados que o país sofreu nos últimos anos.

Nesse sentido, afirmou ter convencido o presidente norte-americano, Donald Trump, de manter sua presença militar na Síria, apesar de este ter anunciado sua intenção de retirar suas tropas.

Macron defendeu que o papel da França na crise síria é “poder falar com todo o mundo”, razão pela qual disse que tentará convencer Rússia e Turquia a participar de conversas que alcancem uma solução política pactuada.

Viúva de Marielle diz que ainda precisa “fazer o luto”

Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio no dia 14 de maio, ao lado da esposa, Mônica Benício (Arquivo pessoal)
Marielle Franco ao lado da esposa, Mônica BenícioArquivo pessoal

Um mês depois, a arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no dia14 de março, disse à Agência Brasil que ainda não conseguiu “fazer o luto” da morte da companheira. Faz um mês que está difícil sair, voltar para casa e ficar no espaço que foi construído com todo cuidado.

“A casa é um processo muito importante neste luto porque cada detalhe era pensado com muito carinho para a casa ser o espaço de acolhimento, para a casa ser o templo, para ser o ritmo diferente do dia a dia da gente antes de entrar em casa”, contou.

Mônica revelou que aguarda diariamente e a qualquer momento que Marielle entre em casa. “Como eu ainda não fiz esse luto da esposa que perdi e sequer consegui entender isso, todos os dias eu ainda espero por ela chegar. Eu só me dou conta da diferença da morte da vereadora que a gente vem reivindicando e da Marielle, minha mulher, quando vejo o lado dela na cama, vazio e quando vou dormir. Esses são os momentos mais difíceis, mas sair da casa, deixar a casa, é a concretização de ter que entender que ela não vai mais voltar, né? E isso eu ainda tenho me negado a fazer. Como tenho me negado ainda a entender o que aconteceu. É um processo que tenho trabalhado na terapia, mas só entendi a morte da vereadora. Não pude aceitar a morte da minha mulher.”

O alento vem da presença constante de amigos que têm evitado que ela fique só. “O fato de voltar em casa e permanecer, eu não tenho ficado sozinha. Sempre tenho tido o apoio dos amigos. Toda a equipe da Marielle que trabalhava com ela é uma rede de amigos e de grande solidariedade e amor. É o que tem me mantido de pé. Então, eu não tenho ficado sozinha”.

Dor

A viúva disse que vive um sentimento que mistura dor e indignação pelas circunstâncias dos fatos, mas também de esperança e de amor. “Embora toda essa tragédia, a Marielle queria terminar o mandato dela de vereadora e acho que de certa forma toda essa repercussão mundial vem dando continuidade ao trabalho dela, que era sempre feito com muito afeto e muito amor. Isso mobiliza e acalenta um pouco o coração, faz com que a gente tenha esperança que este mundo possa ser ainda um lugar um pouco melhor”.

“Ver as pessoas hoje se reunindo com afeto e solidariedade, mas também com indignação pedindo por justiça, mostrando afeto e solidariedade, é muito gratificante. É ver que o trabalho dela, a morte dela não foi em vão e o trabalho dela está continuando”, afirmou Mônica.

Segundo Mônica, a dor que sente é tão profunda que não viu o tempo passar: “Eu nem sequer sabia que já faria um mês. Fui informada disso pelos chamados para as atividades de um mês no Amanhecer por Anderson e Marielle [manifestações para lembrar as mortes e pedir justiça] ”.

Investigações

Acompanhando de longe as investigações do crime, Mônica classifica os assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Pedro Gomes com uma única frase: “Bárbaro, político e muitíssimo bem executado”. Para ela, no Brasil, pessoas que praticam este tipo de crime, julgam-se acima do bem e do mal e acreditam que não serão punidas.

“Eu tenho acompanhado de longe. Existe uma equipe técnica muito qualificada. O que me resta é ter esperança que eles façam um bom trabalho. Eu não tenho dúvidas de que este crime da Marielle terá resolução, mas para a gente é importante que não seja qualquer resposta, mas que seja a resposta”, disse Mônica.

“Mais importante do que quem fez, é quem mandou fazer. É importante quem puxou o gatilho, mas também entender quem foi que articulou, porque articulou. Isso é o mais perigoso. Com certeza quem está por trás disso acredita nessa impunidade que o nosso país está acostumado a ver as pessoas que têm, de fato, poder aquisitivo e exercem o controle político dessa cidade.”