O Grupo de Lima, integrado por diversos países do continente americano, começou nesta terça-feira (13) na capital peruana um encontro no qual debaterá medidas após a convocação de eleições presidenciais na Venezuela, antecipadas para o dia 22 de abril. As informações são da EFE.
Participam da reunião os chanceleres do Canadá, Chrystia Freeland; do Chile, Heraldo Muñoz; da Colômbia, María Ángela Holguín; da Guatemala, Sandra Jovel; e do Peru, Cayetana Aljovín.
O secretário de Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, participará do encontro por videoconferência. A reunião será no Palácio de Torre Tagle, no centro de Lima, sede da Chancelaria peruana.
Ao chegar à reunião, o chanceler chileno afirmou que o objetivo do encontro é “passar uma mensagem muito clara do que pensa a maioria da comunidade latino-americana que está reunida neste Grupo de Lima” sobre as próximas eleições, nas quais o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tentará a reeleição.
“As eleições que Maduro convocou unilateralmente não cumprem com nenhuma das condições nem garantias de uma eleição democrática, livre e transparente”, disse Muñoz.
O chanceler chileno também desejou que o trabalho do Grupo de Lima possa contribuir para que o povo venezuelano deixe de “pagar os custos desta situação” para que não tenha que emigrar a outros países.
“Quase 100 mil venezuelanos chegaram ao Chile, e o que falar dos países vizinhos como a Colômbia e o Brasil, onde chegam centenas de milhares? É uma situação muito grave, como disse ontem a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em relatório”, argumentou.
Em janeiro, o Grupo de Lima expressou em comunicado que rejeita a convocação antecipada de eleições na Venezuela, por considerar que não há garantias de um processo justo, livre, transparente e democrático.
A declaração de rejeição ganhou apoio também dos Estados Unidos, Guiana e Santa Lúcia. As eleições presidenciais foram decretadas no dia 15 de janeiro pela Assembleia Constituinte, órgão plenipotenciário formado apenas por chavistas e que a oposição e vários governos não reconhecem.
O Grupo de Lima foi criado com Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru, diante da impossibilidade de aprovar resoluções sobre a Venezuela na Organização de Estados Americanos (OEA) pelo bloqueio dos países caribenhos.