Ainda na categoria 5, Furacão Irma segue em direção a países do Caribe

O Furacão Irma, o mais forte registrado na história do Oceano Atlântico deixou ao menos 10 mortos e mais de 20 feridos, até o momento, em sua passagem pelas ilhas de St Matin, Antigua e Barbuda, no Caribe.

Segundo o Centro Nacional de Furacões, o furacão continua na categoria 5 e segue pela costa norte da República Dominicana, para passar pelo Haiti e Cuba, continuando em direção à costa sul da Flórida. Irma também passará pelas ilhas Turcas e Caicos, além das Bahamas, onde os moradores também já estão deixando suas casas. As previsões indicam que o furacão passará sobre a capital Nassau.

Furacão Irma sobre o Caribe, o mais forte registrado no Oceano Atlântico
Furacão Irma sobre o Caribe, o mais forte registrado no Oceano Atlântico Divulgação/Nasa

Proprietário de apartamento confirma que emprestou imóvel a Geddel

Sayonara Moreno – Repórter da Agência Brasil

 

PF acha malas com dinheiro em imóvel supostamente usado por Geddel em Salvador
PF acha malas com dinheiro em imóvel supostamente usado por Geddel em SalvadorDivulgação/Polícia Federal

O proprietário do apartamento em que a Polícia Federal (PF) encontrou R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, confirmou à Polícia Federal (PF) o empréstimo do imóvel a Geddel. O depoimento foi prestado, após intimação para depor, na sede da PF, na capital baiana.

A confirmação foi dada pelo Superintendente da Polícia Federal na Bahia, Daniel Madruga. Segundo o delegado, Silveira teria emprestado o apartamento – localizado no bairro da Graça, em Salvador – a Geddel, para que guardasse os pertences do pai, que morreu no ano passado. Conforme relatou Madruga, Silveira disse não saber da real intenção do ex-ministro quando solicitou o empréstimo do apartamento.

O superintendente informou, ainda, que Geddel Vieira Lima deve ser intimado para explicar a origem do dinheiro. O depoimento, no entanto, deve ser dado em Brasília, já que as investigações ocorrem na 10ª Vara da Justiça Federal, na capital federal.

“Importante destacar que possuir e ter o dinheiro, por si só, não é crime. Essa investigação, que está em curso em Brasília, vai apurar se a origem do dinheiro é ou não lícita”, disse o sdelegado.

A Operação Tesouro Perdido foi autorizada pelo juiz Federal Wallisney Oliveira, que viu indícios de fraudes na liberação de créditos na Caixa Econômica Federal (Caixa), entre 2011 e 2013, período em que Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica. O montante encontrado dentro de malas e caixas no apartamento estava coberto apenas por um lençol, conforme relatou a PF. No dia da operação, na última terça-feira (5), a PF levou cerca de 12 horas para contar todas as cédulas, em máquinas de uma empresa de transporte de valores.

Os R$ 51 milhões já foram adicionados ao processo, que vai investigar a procedência do dinheiro e se tem mesmo ligação com Geddel Vieira Lima. Daniel Madruga a relatar a surpresa dos policiais, ao encontrar um grande volume de dinheiro, quando esperavam encontrar documentos.

Até o momento, a defesa do ex-ministro não se manifestou sobre a operação da PF. Geddel Vieira Lima cumpre prisão domiciliar em Salvador, no apartamento onde mora com a família.

 

Depoimento de Joesley na PGR em Brasília durou mais de três horas

Depois de cerca de três horas, terminou na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, o depoimento do executivo do grupo J&F Joesley Batista. Neste momento, está sendo ouvido Ricardo Saud, outro executivo da holding. Os dois chegaram por volta das 10h ao aeroporto internacional de Brasília, em um jatinho particular para prestar depoimento. A responsável por ouvi-los é a subprocuradora Cláudia Sampaio.

O advogado da empresa, Francisco de Assis, que também é delator, foi o primeiro a chegar e a depor. De acordo com a assessoria da J&F, nenhum deles falará com a imprensa.

Os três delatores foram convocados para esclarecer o teor das conversas gravadas em novo áudio entregue à PGR na última semana.

Nos diálogos, os executivos citam políticos, ex-ministros e até ministros do Supremo Tribunal Federal. Eles também chegam a afirmar que o ex-procurador Marcelo Miller, que participou do acordo de delação, atuou para beneficiar os executivos.

A PGR suspeita que Miller tenha atuado como agente duplo. O depoimento do ex- procurador está marcado para amanhã (8).

Após receber os áudios, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou investigação para apurar as suspeitas e anunciou que reveria o acordo de delação premiada assinado com os executivos.

Uma das possibilidades é que, após ouvir os executivos, Janot suspenda os benefícios da delação premiada. Entre os principais benefícios, eles não seriam indiciados criminalmente pelos crimes relatados. Janot pode pedir também a prisão dos delatores se entender que eles mentiram na delação. Em coletiva de imprensa no início da semana, Janot afirmou que, mesmo cancelado o acordo, as provas obtidas têm validade.

A tese foi rebatida pelo advogado do presidente Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz. A decisão final da validade das provas deve ficar com o Supremo Tribunal Federal.

Em apoio ao Setembro Amarelo, TJPE ilumina o Palácio da Justiça

m adesão ao Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, o Palácio da Justiça estará iluminado na cor amarela a partir desta quarta-feira (6/9). A sede do Poder Judiciário pernambucano se insere na campanha, que através da identificação de locais públicos e particulares na cor temática, tem por objetivo alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. A iniciativa no Palácio é resultado de uma parceria entre o Tribunal e Justiça de Pernambuco (TJPE) e a Associação dos Cônjuges de Magistrados do Estado de Pernambuco (Acmepe). Confira as fotos no álbum do TJ pernambucano no Flickr.

A campanha Setembro Amarelo é realizada desde 2014 com o apoio de instituições na divulgação de informações. Durante todo o mês, uma série de ações voltadas ao debate sobre o suicídio são promovidas. A data 10 de setembro foi escolhida para ser o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que já se configura como um problema de saúde pública. Dados do Centro de Valorização à Vida (CAV) mostram que 32 brasileiros tiram a própria vida por dia, ou seja, números superiores às vítimas da Aids e da maioria dos tipos de câncer.

O presidente do TJPE, desembargador Leopoldo Raposo, destaca que quer sensibilizar os servidores e magistrados da Corte Estadual, além da população em geral, para uma maior atenção à saúde mental e também à prevenção do suicídio. “O Tribunal não poderia ficar à margem dessa iniciativa porque o TJPE é, na verdade, uma instituição que tem a missão de promover a cidadania com o apoio de todos. Precisamos alertar a sociedade sobre a prevenção da prática do suicídio, que tem atingido números alarmantes no mundo todo”, explicou o magistrado.

Segundo a presidente da Acmepe, Ismênia Pires, o Judiciário estadual pretende dar visibilidade a um assunto permeado de tabus e ainda pouco debatido. “O fator mais preocupante do suicídio é ser um mal silencioso, pois as pessoas não costumam reconhecer os sinais de alguém com ideias suicidas. Então, é fundamental que posamos identificar os fatores que caracterizam uma pessoa com depressão para que sejam tratadas o mais breve possível”, disse. Para debater o tema, o TJPE também em parceria com a Associação e a Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) promoverá uma palestra com o psicólogo, teólogo e professor Luiz Schettini Filho. Ele falará sobre a depressão e o suicídio, no dia 20 de setembro, às 15h, no auditório da Escola Judicial do TJPE (Esmape), no Edifício Paula Baptista, bairro de Santo Antônio, no Recife.

Dados – O Mapa da Violência 2017, publicado a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostra que entre a população de 15 a 29 anos no Brasil, a taxa de suicídios por 100 mil habitantes subiu de 5,1 em 2002 para 5,6 em 2014.

Levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2014, constatou que o Brasil é o 8º país com a maior taxa de suicídios do mundo. A cada 40 segundos uma pessoa se mata, o que fornece uma estimativa de cerca de 1 milhão de suicídios por ano no mundo.

A OMS afirma que para cada morte por suicídio, existem outras 20 pessoas que tentam. Tais dados colocam o suicídio como a segunda maior causa de mortes na faixa etária de 15 aos 29 anos, perdendo apenas para as mortes decorrentes de acidentes de trânsito. Para a Organização, 9 em cada 10 casos poderiam ser evitados. Discutir o problema, conscientizar a população e ajudar aos que precisam são os caminhos apresentados para que a vida prevaleça.

Prevenção – O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias. O telefone do CVV é o 141.

Juíza libera homem que ejaculou em passageira de ônibus em Pernambuco

Agência Brasil

O vendedor ambulante Tiago Miguel da Silva, de 23 anos, foi preso em Pernambuco suspeito de ter ejaculado em uma passageira do ônibus que faz a linha entre Macaxeira e o Terminal Integrado de Timbi, no município de Camaragibe, região metropolitana do Recife. A mulher está grávida de quatro meses. O delegado Ricardo Cysneiros, que falou hoje (6) com a imprensa, afirmou que o caso configura estupro porque houve ameaça à vítima. O homem passou por audiência de custódia pela manhã e foi liberado para responder em liberdade.

De acordo com o delegado, que estava de plantão no horário, o abuso ocorreu às 19h40 de ontem (5), quando a vítima voltava do trabalho. A operadora de crédito de 27 anos relatou que foi abusada quando o ônibus já havia chegado ao terminal de Timbi. Havia pouca gente no ônibus, e o motorista e o cobrador já estavam descendo do veículo. O vendedor estava em pé ao seu lado da mulher. Ela relatou que, so notar um líquido em seu braço, olhou para o lado e viu o pênis do homem fora da roupa.

A vítima informou ao delegado que, ao tentar sair do ônibus, o suspeito se colocou em sua frente e tentou impedi-la de reagir. Ao gritar por socorro, uma senhora teria se aproximado para ajudá-la, e seguranças entraram no ônibus e o levaram para a delegacia.

“O estupro é [configurado] porque houve de certa forma ameaça, no momento em que impediu a vítima de sair do ônibus, como também houve contato físico por causa do esperma no braço da vítima”, afirmou o delegado Ricado Cysneiros, gerente de Controle Operacional Metropolitano da Polícia Civil.

SIlva negou o crime e disse ao delegado que o líquido sentido pela passageira foi água de uma garrafa que ele segurava. “Mas no momento a garrafa de água estava em sua mochila, e, como a própria vítima disse, o líquido era um pouco espesso e morno”, disse Cysneiros.

A mulher contou que limpou o braço em um guardanapo antes de chegar à delegacia. O material foi colhido para exame de comprovação de que o líquido seja, de fato, esperma. O prazo para que a análise seja concluída é de 30 dias. Foram solicitadas à empresa de ônibus as imagens de câmera de segurança.

Hoje de manhã, em audiência de custódia no Fórum de Jaboatão dos Guararapes, o homem foi liberado para que responda em liberdade. De acordo com a decisão, a promotora do Ministério Público de Pernambuco Tathiana Barros Gomes pediu a conversão da prisão em concessão de liberdade provisória, com adoção de medidas cautelares.

A juíza Roberta Barcala Batista Coutinho acatou o pedido porque o réu é primário, “registra bons antecedentes” e reside no mesmo endereço desde o nascimento. Na decisão, ela afirma que “as razões do decreto preventivo [a prisão] devem se reportar a situações específicas, que indiquem de forma objetiva risco à efetividade do processo e/ou potenciais vítimas de reiteração criminosa. Assim, no presente caso não seria recomendada a manutenção da prisão com base em critérios subjetivos”.

Roberta Coutinho também entendeu que o crime de estupro (Artigo 213 do Código Penal) não foi configurado, “a príncípio pela ausência no relato da vítima de ameaça ou violência”. No entendimento da juíza, a acusação pode ser relacionada ao Artigo 146 do Código Penal, que tipifica constrangimento ilegal.

Em nota, o Ministério Público de Pernambuco afirmou que nos autos do inquérito policial não havia relato de ameaça ou violência. “A vítima relatou que, assim que percebeu que o homem estava próximo a ela, viu que ele retirou o órgão da bermuda e encostou nela. A vítima reagiu se levantando e logo em seguida chamou os guardas e a Polícia Militar”, diz o texto.

O acusado deverá atender às medidas de não mudar de residência ou sair da região metropolitana do Recife por mais de oito dias sem comunicação prévia à Justiça.

Agência Brasil tentou falar com a defesa de Tiago Miguel da Silva, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

PGR apresenta nova denúncia contra Lula e Dilma, agora por obstrução de Justiça

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou hoje (6) nova denúncia contra a ex-presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por suposto crime de obstrução de Justiça. No entendimento de Janot, a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil em 2016 teve objetivo de combater as investigações porque ele já figurava como réu em um dos processos da Lava Jato. O ex-ministro Aloizio Mercadante também foi denunciado.

Em março de 2016, por uma decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, a nomeação de Lula foi suspensa, por entender que a nomeação para o cargo teve o objetivo de retirar a competência do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, para julgá-lo e passar a tarefa ao Supremo, instância que julga ministros de Estado.

Na terça-feira (5), Janot apresentou outra denúncia contra Lula e Dilma, além dos ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, pelo crime de organização criminosa. Na denúncia, Janot sustenta que os acusados formaram uma organização criminosa no Partido dos Trabalhadores (PT) para receber propina desviada da Petrobras durante as investigações da Operação Lava Jato.

Outro lado
Em nota, a defesa do ex-presidente Lula declarou que Janot tem atuação “afoita e atabalhoada” nos últimos dias do seu mandato. “Essa é a denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República para o próprio Supremo Tribunal Federal, talvez na busca de gerar algum ruído midiático que encubra questionamentos sobre sua atuação no crepúsculo do seu mandato”, diz o texto.

A assessoria de Mercadante disse que o ex-ministro foi absolvido das mesmas acusações pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Em nota, os assessores também destacam que a delação do ex-senador Delcídio do Amaral, usada pela PGR para basear as acusações, é questionada pelo próprio Ministério Público.

“Por tudo isso, temos plena convicção, que agora na Justiça, teremos uma nova oportunidade de absolvição definitiva desta mesma denúncia já julgada pela Comissão de Ética Pública”, diz a nota de Mercadante.

A ex-presidenta Dilma considerou lamentável que o procurador-geral da República faça duas denúncias seguidas em menos de 24 horas com base em “provas ilegais e nulas”. Dilma também questionou que a divulgação de uma conversa dela com o ex-presidente Lula, pelo juiz Sérgio Moro, não tenha sido investigada.

“É curiosa a inversão de papéis. Os que praticam abusos de direitos e vazamentos ilegais de informações recobertas pelo sigilo legal não são sequer investigados e seus delitos punidos. Os que são vítimas destas situações abusivas e ilícitas, ao ver do procurador-geral da República, devem ser transformados em réus de uma ação penal. A presidenta eleita Dilma Rousseff acredita na Justiça. A verdade será restabelecida nos autos dos processos e na história”, diz nota divulgada por sua assessoria.

 

Três ministros do Supremo defendem validade das provas da JBS

Três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) disseram hoje (6) que o eventual cancelamento dos benefícios concedidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aos delatores da JBS não anulará as provas obtidas. Para os ministros Celso de Mello, Luiz Fux e Marco Aurélio, os elementos probatórios podem ser aproveitados na investigação.

Na segunda-feira (4), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou abertura do processo de revisão do acordo de colaboração de Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva, delatores ligados à empresa. A medida foi tomada após a PGR passar a desconfiar que os delatores omitiram fatos criminosos nas delações.

Na avaliação do ministro Marco Aurélio, as provas permanecem válidas mesmo com a revogação do acordo de delação pela PGR. “Anular a delação, não. O que se torna insubsistente é a cláusula dos benefícios. Só isso. O que é a delação? Um depoimento. E depoimento prestado não se vai para o lixo”, disse.

Para o ministro Luiz Fux, as provas têm “vida própria” dentro da investigação. “Acho que as provas que subsistem autonomamente devem ser aproveitadas. A prova testemunhal dele não pode valer, mas os documentos que subsistem por si sós, eles têm de ter vida própria”, disse.

De acordo com Celso de Mello, decano da Corte, com a possível anulação, as provas só poderão ser descartadas se forem as únicas a basear as acusações contra terceiros. “Na eventualidade de uma revisão do acordo de colaboração premiada, ainda que o fato seja imputável ao agente colaborador, em havendo a rescisão, as provas coligidas a partir do depoimento, em relação a terceiras pessoas, vale dizer, em relação aos delatados, elas são válidas”.

A expectativa é que a decisão sobre a revogação dos benefícios concedidos aos delatores da JBS, entre eles, a imunidade penal, seja divulgada pelo procurador Rodrigo Janot antes de sua saída da PGR, no dia 18 de setembro, após dois biênios no cargo.

 

Em depoimento a Sérgio Moro, Palocci entrega Lula

O ex-ministro Antônio Palocci disse hoje (6) que a Odebrecht adquiriu um apartamento em São Bernardo do Campo para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um terreno para a construção do Instituto Lula, como compensação pelas vantagens que a empresa recebeu durante o governo do petista. Ele depôs diante do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, na condição de réu da ação penal da Opereção Lava Jato que apura estes fatos, apresentados em denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

“Eu queria dizer, a princípio, que a denúncia procede. Os fatos narrados nela são verdadeiros. Eu diria apenas que os fatos narrados nessa denúncia dizem respeito a um capítulo de um livro ainda maior de um relacionamento da Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, que foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens dirigidas à empresa, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, em forma de caixa 1 e caixa 2”, disse Palocci ao iniciar o depoimento. “E eu tenho conhecimento porque participei de boa parte desses entendimentos na qualidade de ministro da Fazenda do presidente Lula e ministro da Casa Civil da presidente Dilma”.

O ex-ministro detalhou, ainda, como as diretorias da Petrobras foram divididas entre os três principais partidos que compunham o governo durante as administrações petistas. “Na Diretoria de Serviços, [ficou] o PT, na Diretoria Internacional, o PMDB, e na Diretoria de Abastecimento, o PP. Desenvolveu-se uma relação de intenso financiamento partidário de políticos, pessoas, empresas. Esse foi um ilícito crescente na Petrobras, até porque as obras cresceram muito e, com elas, os ilícitos”, disse.

Palocci também disse a Moro que conversava com Lula sobre essas relações. Ele narrou como foi questionado pelo ex-presidente em 2007 se estaria havendo “muita corrupção” nas diretorias de Serviços e de Abastecimento.

Segundo o ex-ministro, a Odebrecht repassou R$ 4 milhões em espécie ao Instituto Lula como propina. Palocci disse ainda que a empreiteira havia disponibilizado uma reserva de R$ 300 milhões em propina ao PT, e que o ex-presidente sabia se tratar de “dinheiro sujo”.

Dilma

Antônio Palocci contou que havia uma desconfiança da Odebrecht quanto à eleição da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele narrou uma reunião que teria ocorrido no dia 30 de dezembro de 2010 entre Lula e Emílio Odebrecht, dono da empreiteira.

“Nessa reunião, o presidente Lula leva Dilma, presidente eleita, para que ele diga a ela das relações que ele tinha com a Odebrecht e que ele queria que ela preservasse o conjunto daquelas relações em todos os seus aspectos, lícitos e ilícitos”, contou o ex-ministro. Ele disse que não estava na reunião, mas que ficou sabendo dela através de Lula.

Em seguida, Palocci disse que a Odebrecht foi beneficiada durante o governo Dilma em algumas situações. A pedido do juiz Sérgio Moro, o ex-ministro citou como exemplo que a empreiteira desejava assumir a administração de um aeroporto de grande porte e havia perdido as licitações para concessão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. Segundo ele, a licitação do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi direcionada para que a empreiteira vencesse o certame. “Havia uma cláusula que impedia o vencedor da licitação de Cumbica de participar da licitação do Galeão em condições livres. Isso foi colocado por solicitação da Odebrecht”, contou.

Detido em Curitiba

O ex-ministro está detido na carceragem da Polícia Federal (PF) de Curitiba. Ele já foi condenado em outra ação penal da Lava Jato a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Neste processo, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que o Grupo Odebrecht comprou um terreno no valor de R$ 12,4 milhões para a construção do Instituto Lula — obra que não chegou a ser executada. Ainda segundo a denúncia, o ex-presidente também recebeu como vantagem indevida da empreiteira uma cobertura vizinha ao apartamento onde mora, em São Bernardo do Campo.

O depoimento do ex-presidente Lula nesta ação penal está marcado para o dia 13 de setembro.

Outro lado

O Instituto Lula, em sua página no Facebook, divulgou uma nota em que diz que o depoimento de Antonio Palloci é contraditória “ com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e provas e que só se compreende dentro da situação de um homem preso e condenado em outros processos” e que busca negociar com o MPF e com o juiz Sérgio Moro um acordo de delação premiada “que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-presidente Lula”.

“Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público para obter redução de pena e que no processo do tríplex foi de Léo Pinheiro”, diz a nota.

A nota também diz que a acusação do Ministério Público usa o argumento de que o terreno teria sido comprado com “com recursos desviados de contratos da Petrobrás” só para poder ser julgado dentro do âmbito da Operação Lava Jato pelo juiz Sérgio Moro e que “não há nada no processo ou no depoimento de Palocci que confirme isso”. Também cita que Palocci falou de uma série de reuniões onde “não estava e de outras onde não haveriam testemunhas de suas conversas. Todas falas sem provas.”

O Instituto Lula reafirma, na nota, que jamais solicitou ou recebeu qualquer terreno da Odebrecht e que nunca teve outra sede além daquela em que instituto funciona atualmente. Lula reafirmou que “jamais cometeu qualquer ilícito nem antes, nem durante, nem depois de exercer dois mandatos de presidente da República eleito pela população brasileira.”

 

Desfile Cívico-Militar celebra 195 anos da Independência do Brasil

O Governo do Estado de Pernambuco e as Forças Armadas comemoram, neste dia 7 de setembro, a partir das 7h30, o 195º aniversário da Independência do Brasil com o tradicional Desfile Cívico-Militar no Recife. Realizado na avenida Marechal Mascarenhas de Morais, no bairro da Imbiribeira, o ato solene partirá do Viaduto Tancredo Neves em direção à Estação do Metrô Porta Larga, em Jaboatão dos Guararapes. Como de costume, o palanque principal será instalado em frente ao Ginásio de Esportes Geraldo de Magalhães Melo, mais conhecido como Geraldão. A edição deste ano do Desfile ira contar com a participação de 4.450 militares, e 4.100 integrantes de escolas e entidades civis. A expectativa é de que aproximadamente 10 mil pessoas assistam ao desfile.

A celebração do Grito do Ipiranga terá início, às 7h30, com a revista da tropa, comandada pelo governador em exercício e presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Leopoldo Raposo, acompanhado do comandante Militar do Nordeste (CMNE), o general de Exército Artur Costa Moura. Em seguida, haverá a execução do Hino Nacional Brasileiro, seguido do início do Desfile Cívico com destacamento das escolas e entidades civis. Serão mais de 30 unidades de ensino da rede pública, além de diversas entidades civis, totalizando 4.100 componentes na ala de abertura.

Logo após, segue em marcha a Polícia Militar de Pernambuco, com 135 integrantes do 6º Grupamento; 26 estandartes da guarda-bandeira; representando cada unidade da RMR, Interior e especializadas; 50 integrantes do BOPE; 53 integrantes da banda Capitão Zuzinha; 27 do Grupamento de Cães; 30 do Grupamento de Polícia Montada, da Cavalaria; e 28 viaturas.

O Corpo de Bombeiros desfilará com um efetivo de 277 integrantes, sendo 19 da banda de música; quatro oficiais do Estado Maior; 23 do Comando; 94 da Tropa de Incêndio (capacete vermelho); 94 da Tropa de Salvamento (capacete amarelo); 15 da Coordenação; e 28 homens motorizados. Já a Polícia Civil de Pernambuco participa do desfile com 25 policiais, sendo 17 da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (CORE) e oito do Grupo de Operações Especiais (GOE). Além do efetivo, irão compor o desfile dez viaturas, um barco, um micro-ônibus e três motos.

Irão desfilar ainda a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro, a Força Aérea Brasileira e a Guarda Municipal de Recife, Olinda e Jaboatão. Todos os militares participam da celebração com fardas de gala, equipamentos e armas. O desfile será encerrado com a passagem das 120 viaturas de emprego militar das diversas Forças. Ao final, o governador em exercício e desembargador Leopoldo Raposo concederá entrevista aos jornalistas.

Miguel pede liberação de R$ 88 milhões para obras de saneamento e pavimentação

Em agenda nesta quarta-feira (06), em Brasília, o prefeito Miguel Coelho se reuniu com o ministro das Cidades, Bruno Araújo. No encontro, o gestor de Petrolina solicitou a liberação de financiamentos que somam R$ 88 milhões para obras em pavimentação e saneamento de diversos bairros da capital do São Francisco.

Entre as intervenções previstas com esses investimentos está o esgotamento sanitário da Bacia do Dom Avelar e dos bairros Antônio Cassimiro I e II. “Já demos entrada junto com a Compesa para a liberação desses recursos. Estou otimista de que, neste semestre, o Ministério das Cidades libere a verba, em seguida, vamos cobrar a Compesa para iniciar a licitação o quanto antes de uma obra tão importante para infraestrutura e saúde dessa região”, explicou Miguel após o encontro.

Já para as ações de pavimentação, o prefeito de Petrolina aguarda a liberação de cerca de R$ 50 milhões que garantirão o calçamento de ruas e avenidas em vários pontos do município sertanejo. “Queremos fazer o maior programa de pavimentação da história de Petrolina e essa parceria com o Ministério das Cidades é essencial. Nossa expectativa é de já anunciar obras neste mês quando Petrolina completa 122 anos”, adianta o prefeito