Artigo – Silvio Costa sugere slogan a Danilo Cabral: “a ausência que faz a diferença”

Todas as vezes que Danilo Cabral tenta defender o desgoverno do seu pupilo Paulo Câmara, mostra o que o povo pernambucano já sabe: ele não estuda e não se prepara para o debate. Por isso, sempre foge do mérito do debate e procura o caminho da política menor, da política rasteira.

Lembro ao deputado Danilo Cabral que, em 2006, Armando Monteiro foi o deputado federal mais votado de Pernambuco, foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), por duas vezes, é um homem que tem dimensão nacional e respeitado em todo o País. Danilo sabe que antes de se eleger senador, em 2010, Armando Monteiro já liderava em Pernambuco um grupo político com deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores.

Danilo não consegue esconder a frustração de nunca ter sido escolhido pelo então governador Eduardo Campos para uma disputa majoritária. Ao dizer que foi Eduardo Campos quem elegeu Armando Monteiro, em 2010, além de um profundo desrespeito aos 3.142.930 de pernambucanas e pernambucanos que votaram no senador, Danilo mostra uma das marcas mais deploráveis do PSB de Pernambuco, que é o culto ao coronelismo, a velha política. Ninguém dá mandato a ninguém. Isso é um profundo desrespeito ao povo de Pernambuco, Estado da liberdade e berço da democracia.

Armando foi convidado por Eduardo Campos, em 2010, porque Eduardo, que era um animal político muito talentoso – diferente de Danilo -, sabia da importância política e eleitoral do senador Armando Monteiro.

Em relação ao Pacto Pela Vida, todo o estado sabe, inclusive dito por um dos principais idealizadores José Luiz Ratton, que este programa, infelizmente, naufragou. Em suma, lamentavelmente, o programa Pacto Pela Vida morreu por omissão do governador Paulo Câmara. A maior prova disso foi o aumento de 44% no número de homicídios em Pernambuco. Eles sempre tentam colocar a culpa na crise nacional, o que não é verdade, porque em estados menores como Alagoas e Ceará, por uma ação competente dos governadores, os índices de violência diminuíram.

Na verdade, Danilo Cabral deve ter sido o autor do polêmico slogan do seu pupilo Paulo Câmara. Aproveito a oportunidade para sugerir um novo slogan para este governo: “A ausência que faz a diferença”.

Sílvio Costa, deputado federal

Incentivo à industria: MS divulga lista com 52 produtos prioritários

A lista traz os eleitos para parcerias entre laboratórios públicos e privados do pais, atraindo investimentos e reduzindo em pelo menos 30% o custo. Entre os itens estão os dois medicamentos mais caros para o SUS

A indústria farmacêutica nacional já sabe quais os produtos considerados prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS). A lista, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (27/01), conta com 52 itens elegíveis para a apresentação de projetos de transferência de tecnologias. Todos eles hoje são importados e a produção nacional, além de trazer investimento e gerar empregos para o país, vai reduzir o custo para o SUS. De imediato, os contratos já determinam queda de 30% dos preços.

A partir da relação, as empresas nacionais deverão apresentar ao Ministério da Saúde propostas de parcerias para fabricação nacional. Dois dos medicamentos mais caros para o SUS estão no roll: Sofosbuvir, utilizado para tratamento de Hepatite C, e Eculizumabe, indicado para insuficiência renal. Juntos, eles demandam cerca de R$ 1 bilhão do orçamento da saúde por ano.

“Nós estamos agindo na direção de fortalecer o complexo industrial da saúde brasileira. A nossa expectativa é que, com a produção nacional, tenhamos R$ 6 bilhões de investimentos privados e mais de 7.500 mil empregos novos”, enfatizou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Para a publicação da nova lista, o Ministério da Saúde considerou critérios como: produtos negligenciados, alta tecnologia, medicamentos de alto custo e produtos mais judicializados. Também foi levado em consideração o atendimento às plataformas que estão inseridas na política do Governo Federal de incentivo ao Complexo Industrial da Saúde – biotecnologia, doenças raras, fitoterápicos, doenças negligenciadas, produtos para a saúde, hemoderivados, medicina nuclear e síntese química.

Dos 52 produtos prioritários para o SUS, 19 são medicamentos biológicos, 29 de síntese química, dois hemoderivados e um teste de diagnóstico para Zika, Dengue e Chikungunya. A expectativa é que, com as transferências de tecnologia, seja garantida a autossuficiência do mercado nacional, já que todos os medicamentos da lista são importados, além de atrair investimentos e gerar empregos.

REDUÇÃO DOS PREÇOS – Antes mesmo da transferência total da tecnologia, as parcerias para o desenvolvimento produtivo geram uma economia para o Governo Federal de 30% no valor das importações. Isso porque, o fabricante detentor da patente passa a fornecer o produto para o Brasil e para o laboratório público parceiro com desconto no preço praticado no mercado internacional. E, ao longo do tempo, ele vai transferindo a tecnologia até que o produto passe a ser produzido totalmente fabricado no Brasil, implicando também em redução de 5% ao ano.

“Ele sai da venda do varejo e vai para o atacado. Depois que o governo incorpora esse medicamento na RENAME, e obviamente passando a ter a obrigação de distribuir a todos os brasileiros, a compra é em escala muito grande e, por isso, o preço fica menor. A média de redução de preços de produtos incorporados é de 75%”, enfatiza o ministro Ricardo Barros.

INCENTIVO NACIONAL – A produção de biológicos no Brasil, além de ampliar a assistência, impactaria diretamente no orçamento do Ministério da Saúde. Isso porque, apesar de representar apenas 4% da quantidade distribuída pelo SUS, esses produtos consomem 51% do recurso disponível para a compra de medicamentos. O Eculizumabe, por exemplo, está entre os dez medicamentos mais judicializados no país e demandou em 2016 um custo de R$ 391,8 milhões para atender 336 pacientes. Também entraram na lista de prioridades do Ministério outros dois medicamentos que estão entre os dez mais judicializados no país: o Galsulfase e Alfagalsidase.

Entre os produtos de síntese química, que constam na nova lista, destacam-se o Dolutegravir – recém-incorporado ao SUS e considerado o medicamento mais moderno no tratamento de HIV/Aids; e o Everolimo – indicado para a intervenção de pacientes transplantados.

Classe produtora reivindica urgência ao Banco do Brasil na liquidação das dívidas dos agricultores do Nordeste

A Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) solicitou, junto a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ao Gerente Executivo da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil, Álvaro Tosetto, urgência do BB no processo de liquidação das dívidas dos produtores rurais da região Nordeste, conforme prevê a Lei 13.340 e o Decreto 8.929, ambos de 2016.

Presidentes das federações de Agricultura e Pecuária do Nordeste entregaram, na quarta (25), ao dirigente do BB, ofício do presidente da CNA, João Martins, pedindo solução rápida para a questão.O banco foi autorizado a liquidar os débitos dos produtores rurais da área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), afetados pela seca, em operações contratadas até 31 de dezembro de 2011.

Adequar o programa de informática do BB à legislação em vigor, incluindo a relação integral dos produtores e a totalidade de seus débitos, é o que falta para o banco iniciar o processo de renegociação dos contratos. Segundo a Faepe, no caso do Banco do Nordeste, existem questionamentos quanto a execução das operações de renegociação e liquidação das dívidas dos agricultores nordestinos afetados pela estiagem dos últimos cinco anos.

Álvaro Tosetto prometeu às entidades rapidez na solução dos entraves burocráticos, mas não se comprometeu com uma data limite para o início das liquidações das dívidas.Os produtores rurais nordestinos poderão obter descontos em seus débitos de 10% a 95%, dependendo do tipo de contrato.

24ª Corrida de São Sebastião é sucesso absoluto

A manhã ensolarada deste sábado (28) foi marcada pela realização da tradicional Corrida de São Sebastião de Riacho das Almas. Diversos corredores da região e de outros estados estiveram hoje de manhã no município realizando o percurso de 10 KM entre a entrada do distrito do Vitorino e o Centro de Riacho das Almas.

Até mesmo corredores de outros estados estiveram presentes na atividade. Foi o caso das atletas Naviny Souza, corredora veterana nas modalidades 400m e 800m rasos, a maratonista Erivânia Silva e a praticante de atletismo na modalidade corrida de obstáculos Railane Batista. O trio veio da Bahia, e chegou a Pernambuco há 15 dias. “A gente nunca tinha participado dessa corrida de Riacho das Almas, e ficamos sabendo pela internet. Como estamos acostumadas a correr com mais sol e aqui a temperatura é mais amena, acredito que vai ser uma corrida tranquila”, afirmou Erivânia antes da corrida.

Ao todo, mais de 200 corredores participaram nas modalidades, e mais de 60 profissionais da Prefeitura de Riacho das Almas trabalharam na realização do evento. Foram distribuídos aproximadamente R$ 6000 em premiação para os vencedores das modalidades. “Enquanto outras cidades estão cancelando eventos como esse por causa da crise e das dificuldades, nós temos um planejamento financeiro rigorosamente organizado para este fim e todos os anos realizamos um evento de alto nível para o Estado de Pernambuco”, ressaltou o Prefeito Mário Mota.

O vencedor da modalidade “Geral Masculino”, que é a principal da competição foi o corredor Ênio Cleiton de Lima, da cidade de São Caetano. Ele recebeu um prêmio de R$ 400 e outros brindes como uma medalha de participação.

 

Levantamento sobre infestação do mosquito passa a ser obrigatório

ferramenta criada para identificar os locais com focos do mosquito nos municípios, passa a ser obrigatório para todas as cidades com mais de 2 mil imóveis. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti.

A portaria com a medida foi publicada, nesta sexta-feira (27), no Diário Oficial da União. Até então, o levantamento era feito a partir da adesão voluntária de municípios. A obrigatoriedade da realização do levantamento é uma proposta do ministro Ricardo Barros e foi acordada com estados e municípios durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada nesta semana.

Os municípios que não realizarem o levantamento não receberão a segunda parcela do Piso Variável de Vigilância em Saúde, recurso extra que é utilizado exclusivamente para ações de combate ao mosquito. Em 2017, o Piso Variável de Vigilância em Saúde é R$ 152 milhões e será liberado aos gestores locais em duas etapas.

Vale esclarecer que o repasse do Piso Fixo de Vigilância em Saúde não depende da realização do levantamento. Este recurso é destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue, Zika e chikungunya, e repassado mensalmente a estados e municípios. O Piso Fixo de Vigilância em Saúde cresceu 83% nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,70 bilhão em 2016. Para 2017, a previsão é de o orçamento do piso fixo chegue a R$ 1,96 bilhão.

Para municípios com menos de dois mil imóveis,  o repasse do recurso extra dependerá da realização do Levantamento de Índice Amostral (LIA). As cidades sem infestação do mosquito devem realizar monitoramento por ovitrampa ou larvitrampa. Excepcionalmente, serão consideradas as metodologias alternativas de levantamento de índices executados pelos municípios, desde que essas informações sejam repassadas ao Governo Federal. As metodologias alternativas são medidas utilizadas pelas vigilâncias locais para monitorar o nível de infestação do mosquito.

No último LIRAa, realizado no segundo semestre de ano passado, 2.284 municípios participaram do levantamento, o que representa 62% das cidades com mais de 2 mil imóveis. Em comparação com 2015, houve um aumento de 27,3% em relação ao número de municípios participantes. Realizado em outubro e novembro deste ano, o levantamento é um instrumento fundamental para o controle do mosquito Aedes aegypti. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os tipos de depósito onde as larvas foram encontradas e, consequentemente, priorizar as medidas mais adequadas para o controle do Aedes no município.

Festa de São Sebastião aconteceu no povoado de Itaúna em Caruaru

Os festejos de São Sebastião continuam na Zona Rural de Caruaru. Na última sexta-feira (27) a igreja dedicada ao santo católico no povoado de Itaúna, Segundo Distrito Rural, recebeu o Bispo Diocesano Dom Bernardino Marchió para celebração religiosa. O Padre Luís Carlos celebrou a missa junto com Dom Dino, onde estiveram presentes moradores, comunidade católica e representantes do Poder Público Municipal.

A missa foi especial também para integrantes do Grupo Jovem da Comunidade de São Sebastião de Itaúna, que receberam do Bispo Diocesano o Sacramento da Crisma, durante a cerimônia. Após a missa, a programação profana aconteceu no palco montado na comunidade, com apresentação musical de Rubinho Show.

“Mais uma vez estamos completando esse ciclo de festas religiosas dedicadas ao São Sebastião, não só contemplando a festa, mas acima de tudo, discutindo com a população a importância desses eventos, tanto sob o ponto de vista religioso, quanto para o resgate cultural. É um compromisso da prefeita Raquel Lyra e da nossa secretaria, o de acompanhar a Zona Rural bem de perto e procurar atender os quatro distritos da melhor forma possível”, pontuou o secretário de Sustentabilidade e Desenvolvimento Rural de Caruaru, Diogo Cantarelli.

Neste sábado a festa continuou  em Itaúna. A programação religiosa começou às 15h com a procissão da imagem de São Sebastião saindo da Igreja do padroeiro e percorrendo as ruas da vila. Na chegada houve missa campal celebrada por Dom Dino. As apresentações musicais no palco da festa ficaram por conta do Sanfoneiro Zui e Forró Demais, além da Banda Túnel do Tempo.

 

XVII Águas de Oxalá acontece neste domingo em Caruaru

A tradicional cerimônia Águas de Oxalá, em Caruaru, acontece domingo (29) no Monte Bom Jesus. Esta é a 17ª edição do evento que tem cunho religioso e cultural de matriz africana (candomblé) e sincretismo religioso com a Igreja Católica.

Quem realiza é o Terreiro T’Azery Ladè com apoio do Coletivo Afro Brasileiro Bará Asá, Pastoral da Cultura da Diocese de Caruaru, Coletivo de Terreiros de Caruaru e da Prefeitura de Caruaru, através das Secretarias de Políticas para as Mulheres, de Desenvolvimento Social, Inclusão e Direitos Humanos, de Educação e Fundação de Cultura e Turismo.

O rito consiste na cerimônia candomblecista do Terreiro T’Azery Ladè sob os cuidados da yalorixá Maria de Lourdes, a “Mãe Lourdes” e culmina com a lavagem das escadarias da Igreja de Santa Luzia, que fica no Monte. O evento é aberto ao público e terá início a partir das 15h no Terreiro da yalorixá, e conta também com apresentações de grupos culturais da cidade, como o Boi Tira Teima, o Grupo de Dança Caruafro e o Afoxé Xapanãladê a partir das 16h, no Monte Bom Jesus.

A parte religiosa se inicia com o Xirê (tipo de celebração onde se canta para os orixás) e acontece no terreiro de Mãe Lourdes, localizado na Segunda Travessa Cristóvão Colombo, no Monte Bom Jesus. O cortejo sai do mesmo local e é o momento em que os membros do candomblé seguem em procissão pela estrada de rodagem, em direção ao topo do Monte, levando o andor da imagem de Nosso Senhor do Bonfim, que no sincretismo religioso representa o orixá Oxalá.

Além do andor, os fiéis carregam jarras com flores brancas e água de cheiro, para serem usadas na lavagem da escadaria da Igreja, onde acontecem também as apresentações culturais. “É um dos mais belos e longos rituais do candomblé, em que o branco predomina por ser a cor da pureza ética, simbolizando Oxalá. É o momento que simboliza muita fé e união”, pontuou Mãe Lourdes.

Serviço:

Evento: XVII Águas de Oxalá – Caruaru/PE

Data: 29 de janeiro / 2017

Horário: 15h

Concentração: Terreiro T’Azery Ladè – Segunda Travessa Cristóvão Colombo, Monte Bom Jesus, Nossa Senhora das Dores,

Pernambuco liberou mais de R$ 16.5 milhões na construção de cisternas em apenas dois meses

A secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA) liberou, nos últimos 60 dias, 16.587 milhões para a construção de cisternas de consumo humano (1ª água) e de caráter produtivo (2ª água). A SARA repassou os recursos a 11 entidades ligadas a terra, responsáveis pela implantação dos equipamentos. Na atual gestão, foram investidos cerca de R$ 116 milhões na construção de 24.826 cisternas, beneficiando mais de 120 mil pessoas.

Em 2016, foram empregados R$ 35.3 milhões na ação, uma parceria entre o governador Paulo Câmara, o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), Osmar Terra, e as entidades. Em virtude das liberações, haverá na próxima semana nova reunião de acompanhamento da execução, com todos os envolvidos.

Nos últimos dois meses foram liberados: R$ 4.110.764,47 para a Diocese de Pesqueira (Itamar de Carvalho); R$ 2.276.415,10 para a Copagel (Carlos José da Luz); R$ 1.545.242,60 para o Cecor (Manuel Anjos); R$ 1.340.913,00 para a Chapada (Alexandre Pereira); R$ 1.044.882,01 para a Diocese de Caruaru (Padre Alexandre); R$ 1.885.689,46 para a Cáritas (Ângelo Zandré); R$ 714.919,27 para a Serta (Germano Barros Ferreira); R$ 610.720,51 para a Cedapp (Maria Elizabete Pires Martins); R$ 368.576,80 para o Centro Sabiá (Alexandre Pires) e R$ 214.186,34 para a Diaconia (Waneska Bonfim).

A Fetape, coordenada por Doriel Saturnino Barros, está entre as instituições que mais receberam recursos. Em 60 dias, foram liberados R$ 2.474.720,55 e, ao longo de 2016, R$ 7.8 milhões, para a execução de 4.360 equipamentos. Em 2017, em virtude da relação contratual de implantação das cisternas, haverá um acompanhamento mais próximo das obras e do fluxo financeiro, por parte do MDSA.

“Essa agilidade vai permitir a celebração de novos convênios, inclusive com a possibilidade de ampliação dos valores. Vamos estreitar cada vez mais a relação com essas entidades e fazer um acompanhamento de perto, o que vai proporcionar ainda mais celeridade aos processos”, pontuou o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota.

A dura realidade do desemprego

Pedro Augusto

Se para alguns o período atual é de tentar aproveitar ao máximo os encantos e os atrativos oferecidos pelo Litoral pernambucano, para outros o início de 2017 está sendo utilizado para lutar por uma relocação junto ao sol, ou melhor, ao mercado de trabalho. Se for tomado como parâmetro o retrospecto de 2016, o alcance de uma vaga neste começo de ano encontra-se ainda mais difícil do que no primeiro mês dos anos anteriores, haja vista que na temporada passada Caruaru vivenciou o seu segundo pior intervalo em termos de geração de empregos desde a criação da série histórica do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Para se ter ideia, somente no ano passado 3.256 postos de trabalhos formais foram desativados na Capital do Agreste.

Um pequeno exemplo deste quantitativo alarmante de profissionais desocupados pode ser facilmente observado na área interna da Agência do Trabalho de Caruaru, no Bairro Maurício de Nassau. Nela, diariamente, um volume extenso de desempregados vem se concentrando em meio às cadeiras disponíveis à procura de uma oportunidade de trabalho. Por lá, a reportagem VANGUARDA acabou encontrando, na manhã da última terça-feira (24), o desempregado Cícero Adriano, de 40 anos. Pai de três filhos e com um amontoado de contas para pagar, ele já tratou de deixar de lado a busca por vagas voltadas apenas para um segmento profissional: o de motorista.

“Do jeito que as coisas andam no mercado de trabalho local, estou pegando qualquer emprego que possa dar comida aos meus filhos. O meu último trabalho foi de motorista, mas também tenho experiência como auxiliar de escritório e porteiro e, caso surjam oportunidades nestas duas últimas áreas, não pensarei duas vezes em aceitar as propostas. Quem hoje com essa crise se encontra empregado e está de férias, por exemplo, numa praia, pode se sentir um privilegiado. A situação está muito difícil para muita gente, inclusive para minha família”, lamentou Cícero.

O primeiro estudo feito neste ano pela Agência do Trabalho de Caruaru também não deixou por menos a exemplificação do alto quantitativo de desocupados presentes hoje na esfera local. De acordo com o coordenador do serviço, Tássio Patrese, somente no intervalo do dia 1º até o dia 23 de janeiro, 2.986 pessoas estiveram recebendo atendimento na unidade à procura de consultas por vagas. No mesmo período de 2016, o mesmo procedimento foi realizado para 2.498 pessoas. Quanto aos atendimentos voltados para os profissionais que tinham a intenção de protocolar os seguros desempregos, de um ano para o outro, o número referente saltou de 443 para 613.

“Esses números citados demonstram que realmente a situação encontra-se muito difícil em Caruaru em termos de emprego. Pelo menos aqui na nossa unidade, hoje a demanda por postos de trabalho está maior do que o montante de vagas em aberto”, confirmou Tássio Patrese.

De acordo com a análise do economista Maurício Assuero, a expectativa é de que o sol volte a brilhar para um número maior de trabalhadores somente no segundo semestre deste ano. “O nível de desemprego no Brasil, incluindo Caruaru, tende a se manter alto neste primeiro semestre, visto que as medidas governamentais propostas não produzirão o efeito desejado no curto prazo. Não vejo como dissociar Caruaru do cenário nacional e regional do ponto de vista econômico”, concluiu.

Mentor do Pacto pela Vida atesta morte do programa na gestão Paulo Câmara

O Pacto pela Vida votou à estaca zero. E, diferente do que prega o Governo do Estado, a crise econômica que assola o país não é o principal culpado. A afirmação, do sociólogo José Luiz Ratton, mentor do programa, em entrevista ao jornal Valor Econômico da quarta-feira (25), põe em xeque o principal argumento do governador Paulo Câmara (PSB) em relação ao crescimento da violência no Estado, que voltou aos patamares do início do programa de redução da criminalidade.

“Infelizmente, como destaca o professor Ratton, Pernambuco voltou a figurar entre os dez Estados mais violentos do país, de onde tinha saído em 2013. Em 2016, tivemos o pior resultado no número de homicídios desde 2008, registrando mais de 4 mil assassinatos”, destacou o deputado Silvio Costa Filho (PRB), líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Entre os principais motivos da falência do Pacto, Ratton destaca a ausência do governador das ações do programa como decisivo, seguido pela falta de investimentos em programas de prevenção, além da não realização de reformas no sistema de medidas sócio-educativas, como prevista inicialmente. “O próprio governador Paulo Câmara declarou, que só agora passou a participar das reuniões semanais do Pacto e que, até então, só comparecia a um encontro por mês”, lembra o parlamentar.

Silvio destaca que no Nordeste, estados como Alagoas, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte conseguiram reduzir as taxas de homicídios, apesar de enfrentarem os efeitos da mesma crise econômica. “O que falta é o governador puxar para si a responsabilidade e comandar uma ampla reformulação do programa, mas, infelizmente, ele optou por terceirizar essa responsabilidade aos secretários da Defesa Social, Angelo Gioia, e do Planejamento, Márcio Stefani”, lamentou o deputado, acrescentando que os parlamentares de oposição estão à disposição do Estado.