Quase 40 milhões de eleitores serão identificados por biometria

Mais de 39 milhões de eleitores estão aptos a serem identificados pela biometria nas Eleições municipais de outubro. Esse universo atinge exatamente 39.386.638 eleitores em 2.380 municípios do país. Do total de 5.568 municípios que terão eleições em outubro, 3.188 cidades terão votação sem biometria, 1.540 terão identificação totalmente biométrica e 840 farão a chamada eleição híbrida.

A eleição híbrida ocorre nas cidades nas quais o cadastramento biométrico ainda não é obrigatório. A verificação das impressões digitais no dia da eleição ocorrerá apenas para eleitores que já possuem dados coletados, enquanto que, para os demais, a identificação será feita da forma usual.

Todo o sistema biométrico é preparado para reconhecer, verificar ou identificar uma pessoa que foi previamente cadastrada. Para o reconhecimento individual, são coletados dados biométricos por meio de sensores que os colocam em formato digital. Quanto melhor a qualidade do sensor, melhor será o reconhecimento alcançado. No caso do cadastramento feito pela Justiça Eleitoral, os dados são coletados por um scanner de alta definição.

Até o momento, segundo dados de agosto, 48.264.153 eleitores já estão cadastrados biometricamente em todo o país. Deste total, 46.305.957 são dos 5.568 municípios onde haverá eleição este ano. Os outros 1.958.196 não participarão do pleito de 2016, uma vez que são eleitores do Distrito Federal e de Fernando de Noronha e os que votam no exterior.

Biometria na Justiça Eleitoral

A biometria é uma tecnologia que confere ainda mais segurança à identificação do eleitor no momento da votação, tornando praticamente inviável a tentativa de fraudar a identificação do votante. O leitor biométrico confirma a identidade de cada pessoa por meio de impressões digitais únicas, armazenadas em um banco de dados da Justiça Eleitoral.

O Programa de Identificação Biométrica do Eleitor foi lançado com sucesso em três cidades de três estados diferentes, com foco nas eleições municipais de 2008. Naquele pleito, os pouco mais de 40 mil eleitores de Colorado do Oeste (RO), Fátima do Sul (MS) e São João Batista (SC) foram identificados biometricamente.
Nas eleições gerais de 2010, mais de 1,1 milhão de eleitores de 60 cidades de 23 estados participaram das eleições gerais após a identificação de suas impressões digitais. No pleito municipal de 2012, a tecnologia alcançou mais de 7,7 milhões de eleitores de 299 municípios de 24 estados.

Já nas eleições gerais de 2014, foram identificados pela biometria mais de 21 milhões de eleitores de todos os estados e do Distrito Federal, incluindo 15 capitais.

O recadastramento biométrico é gratuito e obrigatório a todos os eleitores, inclusive para aqueles cujo voto é facultativo, ou seja, para os analfabetos e para os quem têm de 16 a 17 anos ou mais de 70 anos e que desejem votar.
O eleitor que não se recadastrar terá o título cancelado e poderá ser impedido de obter passaporte ou carteira de identidade, receber salários de função ou emprego público e obter certos tipos de empréstimos e inscrições, além de ter dificuldades para nomeação em concurso público, renovação de matrícula em estabelecimento de ensino oficial e obtenção de certidão de quitação eleitoral, entre outros.

Para se recadastrar, basta que o eleitor compareça ao cartório eleitoral em que está inscrito portando documento oficial com foto (com exceção do passaporte), título eleitoral e comprovante de residência.

Lula lamenta “grande farsa” que o tornou réu e recebe apoio de correligionários nos EUA

Agora réu da Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula disse nesta terça-feira (20) estar “triste” com a decisão do juiz Sérgio Moro de acatar denúncia formulada por membros do Ministério Público Federal.

Para o petista, trata-se de uma “mentira” contada pelos investigadores em “grande show de pirotecnia” – referência à apresentação encabeçada pelo procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa que investiga o esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras; na ocasião, Lula foi classificado como “grande general do petrolão”, mas a postura de Dallagnol e seus colegas foi criticada e acabou virando piada na internet.

“Obviamente que eu estou triste, porque fiquei sabendo agora que o juiz Moro aceitou a denúncia contra mim. Mesmo a denúncia sendo uma farsa, uma grande mentira contada, um grande show de pirotecnia nesse país”, disse o petista, rodeado por apoiadores em São Paulo.

Lula vira réu e será julgado por Sérgio Moro

Moro acatou denúncia do MPF menos de uma semana depois da apresentação

O juiz Sérgio Moro aceitou neste terça-feira (20) a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, Lula se torna réu e será julgado pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

Além do petista, Moro acatou também as denúncias contra a esposa de Lula, Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o empresário Léo Pinheiro e o ex-diretor Paulo Gordilho, da OAS, além de Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fábio Hori Yonamine, Roberto Moreira Ferreira, funcionários da empreiteira.

Leia a íntegra da denúncia acatada por Moro

A denúncia foi feita pelo MPF na semana passada em uma apresentação que Lula avaliou como “pirotecnia”. Segundo os procuradores,  o ex-presidente é “o grande general que determinou a realização e a continuidade da prática dos crimes”. As investigações, encabeçadas por Deltan Dallagnol, que comanda a força-tarefa da Lava Jato, chegaram à conclusão que Lula era o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado no petrolão”.

A denúncia sustenta que Lula , ao todo, recebeu R$ 3,7 milhões em propina da empreiteira OAS. Deste montante, segundo o MPF, R$ 1,1 milhão são do tríplex no Edifícil Solaris, no Guarujá (SP), outros R$ 926 mil referente a reformas no imóvel, R$ 342 mil para instalação de cozinha e outros móveis personalizados, além de R$ 8 mil para a compra de fogão, micro-ondas e geladeira. Ainda são somados a este valor, R$ 1,3 milhão pago pela OAS ao ex-presidente para armazenar bens em um depósito.

Na decisão, Moro diz que “certamente, tais elementos probatórios são questionáveis, mas, nessa fase preliminar, não se exige conclusão quanto à presença da responsabilidade criminal, mas apenas justa causa”. O ex-presidente, segundo Moro, “seria beneficiário direto das vantagens concedidas pelo Grupo OAS e, segundo a denúncia, teria conhecimento de sua origem no esquema criminoso que vitimou a Petrobras”.

O juiz pondera que “nessa fase processual, não cabe exame aprofundado das provas, algo só viável após a instrução e especialmente o exercício do direito de defesa”. E ainda lembra que “entre os acusados, encontra-se ex-Presidente da República, com o que a propositura da denúncia e o seu recebimento podem dar azo a celeumas de toda a espécie”.

Esta é a segunda denúncia aceita contra o ex-presidente. Em julho, Justiça Federal aceitou outra denúncia do Ministério Público Federal do Distrito Federal contra Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral e outros cinco acusados por tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato.