PSB de PE terá inserções locais neste sábado

Do Blog da Folha

O PSB de Pernambuco apresenta novas inserções em rede de televisão neste sábado (3), a partir das 18h. Nas propagandas, o partido fala da crise enfrentada atualmente pelo País e lembra as conquistas obtidas pelo Estado. O ex-governador Eduardo Campos (PSB), vítima de acidente aéreo em agosto do ano passado, também é lembrado.

As inserções, com 30 segundos cada, são protagonizadas pelo governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

“Aprendemos com Eduardo a criar soluções inovadoras para os desafios de Pernambuco. E agora não é diferente. Somos um Estado que não desiste, que prioriza cada ação e trabalha para manter as conquistas da nossa gente”, diz Paulo Câmara.

Bezerra Coelho, por sua vez, afirma que acompanha de perto “os efeitos da crise que hoje atinge a todos os brasileiros”. “E me chama a atenção a responsabilidade com que estamos enfrentando os problemas em Pernambuco”.

O prefeito Geraldo Julio diz, na inserção, que o Recife está enfrentando a questão do emprego com “firmeza e responsabilidade”.

Polícia Federal apura ‘compra’ de medida provisória

Da Agência Estado

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam a suposta compra de uma medida provisória no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revelada pelo Estado. Inquéritos sobre o caso são um desdobramento da Operação Zelotes que apura esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Uma das estratégias dos investigadores é rastrear os pagamentos do escritório Marcondes & Mautoni e da SGR Consultoria, empresas de lobby que negociaram pagamentos de R$ 36 milhões com a MMC Automotores, representante da Mistubishi, e o Grupo CAOA, que fabrica veículos da Hyundai. O objetivo, conforme revelou o Estado, era conseguir a edição de um ato normativo que prorrogasse incentivos fiscais do setor por cinco anos, o que foi feito por meio da MP 471.

Os documentos descrevem pagamentos de 2009 a 2015 às empresas. Mensagens trocadas por envolvidos nas negociações mencionam a oferta de propina para agentes públicos viabilizarem a norma.

A oposição pressiona para que a CPI do Carf também aprofunde as investigações sobre a suposta compra da MP. “Se escândalo envolvendo favores tributários não for objeto da CPI, não sei mais o que vamos investigar”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele defendeu que os citados se apresentem na comissão para se explicar.

Transações financeiras entre o escritório Marcondes & Mautonie, que atua como representante de montadoras em entidades do setor, e a LFT Marketing Esportivo são um dos alvos da investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A empresa tem como sócio Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Luís Cláudio confirmou ao Estado que recebeu R$ 2,4 milhões, entre 2014 e 2015, por projeto desenvolvido em sua área de atuação, o “esporte”. Mas não informou quais serviços prestou. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Com o ‘novo’ ministério, Lula tenta salvar 2018

Do Blog do Josias

A Dilma Rousseff que aparece no vídeo acima, gravado em 19 de março, era avessa à ideia de reformar o ministério. “Vocês estão criando uma reforma no ministério que não existe”, ralhou com os repórteres. Cid Gomes acabara de deixar a pasta da Educação. E petistas próximos a Lula insinuavam que a presidente poderia aproveitar a ocasião para remodelar o resto do gabinete. “Não tem reforma ministerial, não vou fazer”, Dilma batia o pé. “Reforma ministerial é uma panaceia, ou seja, não resolve os problemas.”

Nesta sexta-feira, decorridos apenas seis meses e meio, Dilma anunciou a reforma ministerial que havia descartado. Mentor e beneficiário das mexidas, Lula não estava presente. Nem precisava. Em almoço ocorrido na véspera, ele havia ensaiado Dilma para que ela apresentasse a reforma meia-sola como uma panaceia, remédio para todos os males do empreendimento governista.

“Ao alterar alguns dos dirigentes dos ministérios, nós estamos tornando nossa coalizão de governo mais equilibrada, fortalecendo as relações com os partidos e com os parlamentares que nos dão sustentação política”, afirmou Dilma. “Trata-se de uma ação legítima, de um governo de coalizão e, por isso, tudo tem sido feito às claras”, ela acrescentou.

Em verdade, como é do seu feitio, Lula age às claras, aproveitando as gemas, sem desprezar as cascas. Depois de muita reflexão, o moribixaba do PT evoluiu da crítica à afilhada para a tentativa de resgate. Fez isso porque concluiu que, sem Dilma, o projeto Lula-2018 pode ser encaminhado para o beleléu. Quer dizer: Lula chacoalhou o ministério para tentar salvar uma hipotética candidatura presidencial que a inépcia de Dilma coloca em risco.

Como Dilma resistiu em aceitar certas mudanças —a troca de Aloizio Mercadante por Jaques Wagner na Casa Civil, por exemplo— Lula forçou a mão. A tal ponto que desfigurou a pupila. Além de parecer que já não governa, Dilma soou desconexa no discurso da capitulação: “Nós precisamos, sim, de estabilidade política para fazer o país voltar a crescer, e crescer mais rapidamente […]. Nós, em síntese, precisamos colocar os interesses do país acima dos interesses partidários.”

Foi pensando “nos interesses do país” que Lula instou Dilma a elevar a cota de ministérios do PMDB para sete, enfiando na Esplanada dois deputados do baixo clero —na Saúde, Marcelo Castro (PI), um psiquiatra dedicado às loucuras da política; na Ciência e Tecnologia, Celso Pancera (RJ), um “pau-mandato” de Eduardo Cunha na CPI da Petrobras. Repetindo: com os “interesses do país” em mente, Dilma levou ao balcão até ministérios estratégicos como Saúde e Ciência e Tecnologia.

Ironia suprema: os nomes de Castro e Pancera foram repassados a Dilma pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), um eleitor de Aécio Neves em 2014. Na Câmara, Picciani é relator de uma proposta de emenda constitucional de autoria de Eduardo Cunha, o desafeto de Dilma. Sugere que seja inserida na Constituição uma regra segundo a qual nenhum governante poderia nomear mais de 20 ministros. Dilma tinha 39. Prometera dar sumiço em dez. Para saciar os apetites do PMDB, cortou apenas oito. Ainda assim, recorreu ao truque de empurrar pastas “extintas” para dentro de outros organogramas. Tudo em nome dos sacrossantos “interesses do país.”

Lula compôs para Dilma três ministérios. Um novo, com Castro e Pancera, mais o deputado André Figueiredo, do “independente” PDT, na pasta das Comunicações. Outro seminovo, feito de junções e remanejamentos —como a troca de Mercadante por Wagner na Casa Civil. E um terceiro, nas pastas restantes, que permaneceram como estavam, apinhadas de facções partidárias que operam no turbulento balcão estourado pela Lava Jato.

Com esse arranjo, Lula espera ganhar tempo para livrar Dilma do impeachment. Pelo cheiro de bazar, está claro que o governo barganhará tudo, com a possível exceção das mães. É como se a caravana buscasse a salvação rolando na lama depois do banho. Para saber se vai dar certo, é preciso obter resposta para duas perguntas: 1) até quando Dilma surportará o papel de ex-presidente no cargo? 2) qual é o prazo de validade do ministro da Fazenda Joaquim Levy? Por trás do vapor há uma economia em frangalhos, cuja restauração reclama energia.

Pesquisa do IBGE mostra que 15,2% dos nordestinos não têm ensino básico

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Senador Cristovam Buarque viu poucas mudanças ao voltar à Vila Canaã, em Caruaru (Foto: Arnaldo Félix)

Do Correio Braziliense

A educação apresentou índices positivos crescentes nos últimos anos, como no número de crianças e jovens matriculados, de alunos que concluíram o ensino fundamental e médio e ainda nos dados sobre desempenho escolar, enquanto a taxa de abandono caiu. Entretanto, muito ainda falta para que o país atinja patamares ideais de escolaridade: no segundo trimestre de 2015, estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 8,3% da população do Brasil com mais de 14 anos estudou menos de um ano; 30,3% possui ensino fundamental incompleto e 7,7% não terminou o ensino médio.

Na região Nordeste, a fatia sem instrução chega a 15,2%, frente a 4,8% no Sudeste. Há dez anos, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) visitou crianças do bairro Canaã, em Caruaru (PE), onde havia estado, semanas antes, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva, e encontrou uma situação crítica: crianças que não sabiam ler ou escrever e frequentavam a escola para receber a merenda. Voltou lá dez anos depois e, em entrevista ao Correio, Buarque atestou que pouco mudou na vida delas. Os agora adolescentes não concluíram o ensino fundamental, são analfabetos funcionais e seguem dependentes do Bolsa Família.

“Os indicadores educacionais têm melhorado, mas é importante apontar que isso tem acontecido com dificuldade. Quem está em patamares muito baixos, está em uma situação em que a educação pouco pode fazer sozinha”, explica Alejandra Meraz Velasco, coordenadora geral da organização Todos pela Educação.

Para ela, é necessária a integração com outras políticas públicas para que a educação tenha efeitos reais, em especial nos casos de pobreza extrema, como o do bairro Canaã. “Se você não tem um planejamento conjunto de assistência social, saúde, saneamento, alfabetização de adultos, você não terá o resultado esperado. Outras forças sociais acabam influenciando, como a violência e a gravidez na adolescência”, exemplifica.

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) avalia que o país tem nível alto de investimento em educação, mas não apresenta resultados semelhantes aos de países desenvolvidos porque a defasagem é histórica. Em 2014, o Brasil investiu, no ensino, cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB). O desafio, para a deputada, é manter os recursos e melhorar a qualidade: “Isso não significa que vencemos todos os dilemas, como podemos ver nos índices de analfabetismo adulto e funcional: são 13,9 milhões de adultos sem alfabetização”.

EVASÃO

O ensino médio é mais problemático devido ao extenso programa apresentado em pouco tempo e à exigência de melhor qualificação dos docentes. “Isso tudo acaba criando um ensino superficial, com muitas disciplinas e falta de conexão entre o conteúdo e a vida do jovem”, lamenta Alejandra Velasco.

A deputada federal Professora Dorinha (DEM-TO) acredita que as dificuldades na educação básica ainda são graves. “O que o estudante que sai do ensino fundamental ou médio aprende de fato é muito aquém do que ele deveria ter assimilado. Temos alunos concluindo o terceiro ano sem uma educação consolidada”. Segundo a parlamentar, também preocupa a formação dos professores e a falta de padronização dos conteúdos que eles devem passar aos estudantes em cada série – proposta da Base Nacional Comum do Ministério da Educação, que ainda não tem versão final definida. “Temos um problema sério que é a descontinuidade de políticas públicas. Para conseguirmos avançar, temos que estruturar algumas políticas que não podem ser mudadas com trocas de cargos, seja de prefeitos ou ministros”, conclui.

Jarbas Vasconcelos, o candidato ao lugar de Eduardo Cunha

Por DENISE ROTHENBURG
Do Correio Braziliense

O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) deflagrou sua campanha para suceder Eduardo Cunha na Presidência da Câmara. Inclusive já procurou o PSDB e o DEM em busca de apoio. Será, certamente, candidato avulso dentro do PMDB, caso Eduardo Cunha se veja obrigado a sair.

Enquanto alguns peemedebistas sonham com o cargo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ele avisa aos seus “mui amigos” que, se cair, levará muita gente junto.

Os peemedebistas saíram do Planalto ontem convictos de que a presidente Dilma aproveitou o processo de reforma para jogar um grupo contra o outro dentro do partido.

Agora, a ordem é aproveitar a presença da maioria em Brasília esse fim de semana para tentar reaglutinar alguns pedacinhos.

Estados usam aumento de impostos para evitar déficit nas contas em 2016

Do G1

Depois de o governo federal entregar ao Congresso Nacional um projeto de Orçamento para 2016 prevendo déficit (despesa superior à receita) de R$ 30,5 bilhões, 15 estados e o Distrito Federal apresentaram as propostas orçamentárias às Assembleias Legislativas prevendo equilíbrio nas contas públicas (gastos iguais às receitas), segundo levantamento do G1.

Apesar da previsão de equilíbrio, alguns estados entregaram as propostas contando com a aprovação de receitas incertas, como o aumento de impostos.

Somente três estados entregaram as propostas orçamentárias com previsão de déficit, assim como a União: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Outros oito governos estaduais ainda não apresentaram as peças orçamentárias por ainda terem prazo para enviar as propostas para as Assembleias Legislativas, de acordo com leis estaduais: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia e Tocantins.

RECEITAS INCERTAS

Nas propostas orçamentárias para 2016, muitos estados apostaram em “maquiar” a previsão de receitas, contando com a aprovação, pelos deputados estaduais e distritais, de pacotes de aumento de impostos para aumentar a arrecadação e fechar o ano sem déficit.

Um dos casos mais emblemáticos é o Distrito Federal. Desde que assumiu o governo, Rodrigo Rollemberg (PSB) tem apontado dificuldades para fechar as contas e solucionar a crise financeira vivida pelo DF. O governo prevê, para 2016, gastos na casa de R$ 32,6 bilhões, com a mesma previsão de arrecadação.

Apesar disso, R$ 1,6 bilhão previsto na arrecadação do DF são de receitas incertas. O governo do Distrito Federal apresentou um pacote anticrise com previsão de aumento de impostos, suspensão de concursos públicos, redução em 20% dos gastos com comissionados, corte de oito secretarias e redução dos salários de cargos de natureza política – incluindo o de Rollemberg e o do vice-governador, Renato Santana.

A implantação desse conjunto depende de aprovação da Câmara Legislativa. Caso os distritais não aprovem parte do pacote, a tendência é que o Distrito Federal feche 2016 com déficit, diferentemente do previso inicialmente.

Outros estados, como Pernambuco e Tocantins (que ainda não enviou o orçamento de 2016), também mandaram pacotes de aumento de impostos para votação nas Assembleias Legislativas.

PERNAMBUCO

Em Pernambuco, a previsão é de gastos e receitas iguais, R$ 31,04 bilhões.

Para fechar o ano que vem em equilíbrio, o governo pernambucano enviou propostas para elevar as alíquotas do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), ICMS (sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e ICD (sobre Causa Mortis e Doação), que foram aprovadas pelos deputados e serão elevadas a partir de 1º de janeiro de 2016.

Com os reajustes, o governo de Pernambuco espera aumentar a arrecadação estadual em R$ 487 milhões já em 2016.

TOCANTINS

Já no estado do Tocantins, o governo ainda não mandou para a assembleia a proposta orçamentária, mas já enviou propostas para elevar as alíquotas de ICMS e IPVA, aprovadas pelos deputados estaduais. Com isso, o estado deve arrecadar até R$ 160 milhões por ano, a partir de 2016.

RIO DE JANEIRO

Durante o levantamento, o governo do Rio de Janeiro enviou duas respostas diferentes ao G1.

Inicialmente, em entrevista , o governador do estado, Luiz Fernando Pezão, afirmou que a previsão do Rio era de déficit de R$ 11 bilhões em 2016.

Apesar disso, a proposta orçamentária enviada pelo governo à Assembleia Legislativa prevê equilíbrio fiscal, com gastos e receitas estimados em R$ 79 bilhões.

Procurada novamente pelo G1, a Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro enviou a seguinte resposta: “Não existe déficit no Orçamento. O Orçamento enviado para a Alerj é um Orçamento equilibrado, que prevê R$ 79 bilhões de receita, o mesmo volume de despesa. Ele [Luiz Fernando Pezão] tem falado esse número [déficit de R$ 11 bilhões], que foi apresentado para ele há cerca de um mês. Só que isso mudou à medida que o orçamento foi sendo confeccionado”.

No estado, os deputados já aprovaram projeto de lei do governo que altera regras e alíquotas na arrecadação do IPVA. A expectativa de arrecadação do governo com o aumento do imposto é de pelo menos R$ 500 milhões por ano, a partir de 2016.

Cientistas políticos afirmam que reforma pode ajudar governo no Congresso

Da Agência Brasil

A reforma administrativa e ministerial anunciada ontem (2) pela presidente Dilma Rousseff ajuda, segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a reorganizar as relações do governo com a base aliada no Congresso Nacional, em especial na Câmara dos Deputados. Entretanto, eles argumentam que ainda é cedo para dizer se a “mexida”, principalmente para dar mais espaço ao PMDB, trará resultados efetivos em votações polêmicas, como a da “nova CPMF”.

Para o cientista político e diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, a medida acarretará mudanças favoráveis nas votações. “Pode não recuperar 100% da base, mas dá uma reorganizada. O problema do governo é a articulação”, afirmou.

De acordo com Antônio Queiroz, muitos parlamentares votavam contra o governo porque não queriam pagar um “custo alto” pelos acordos com as lideranças partidárias e que o cenário agora é outro.

Para o diretor do Diap, o governo repactuou com os partidos a composição da base de apoio. “Isso significa que, antes, o governo negociava com os caciques e isso não tinha legitimidade [perante as bancadas]. Dessa vez, as negociações foram com as bancadas que indicaram os ministros. Agora, as bancadas tendem a seguir a orientação da liderança. Antes, o governo não tinha nem os líderes amarrados, mas hoje tem os líderes e seus seguidores.”

Queiroz acrescentou que a reforma resultará em mais tranquilidade para o governo, especialmente quanto as “ameaças” da oposição sobre abertura de processo de impeachment da presidente.

“A reforma dará ao governo uma base suficiente para impedir que o processo de impeachment seja instalado, assim como uma base para votação de algumas matérias do ajuste fiscal”. Sobre a CPMF, Queiroz acha que o governo terá de negociar de modo mais intenso. “Terá de negociar muito.”

Apesar de também enxergar mudanças nas relações do governo com a base, o sociólogo, cientista político e professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) Luiz Werneck Viana é menos enfático sobre os desdobramentos futuros da articulação do Planalto.

“Acho que as possibilidades [de angariar apoio] são altas. Aparentemente temos um emplastro sugerindo que a relação com a base aliada acalmou. Mas, acompanhando o dia a dia desse governo, é muito arriscado prever o futuro”, disse.

Segundo Viana, o primeiro teste após a reforma ocorrerá na terça-feira (6), quando o Congresso deverá votar vetos presidenciais, entre eles os que tratam do reajuste do Judiciário e estende a política de reajuste do salário mínimo para os aposentados.

RESULTADO IMPREVISÍVEL

“Será um teste para o governo a manutenção dos vetos na sessão do Congresso Nacional.” Viana afirmou que não dá para se fazer uma previsão do resultado. “Penso que, nesse momento, nenhum profissional das artes de adivinhação arriscaria uma previsão sobre o que vai ocorrer.”

Cientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Malco Braga disse que o desgaste do governo acentuou ainda mais a cisão na base, no PT e entre os aliados. “Por isso, não é possível assegurar a efetividade da reforma. Nesse momento, o resultado é imprevisível. Não quer dizer que a estratégia, que deu certo em outros momentos, dará certo agora.”

Nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff anunciou um conjunto de medidas administrativas para diminuir os gastos do governo, como a redução de oito ministérios, criação de um limite de gastos com telefonia, passagens aéreas e diárias, corte de 10% na remuneração dos ministros e revisão de todos os contratos de aluguel e de prestação de serviço.

A medida foi um gesto para aproximar a base aliada. Mesmo com a redução do número de pastas, o PMDB aumentou a participação no ministério (de seis para sete). O partido com mais ministérios continua sendo o PT (nove). Ficaram com um ministério o PTB, PR, PSD, PDT, PCdoB, PRB e PP. Oito ministros não são filiados a partidos. Os novos ministros devem tomar posse na próxima terça-feira (6).

João Lyra Neto prestigia evento do PSDB e diz que estará junto aos tucanos

Do Blog de Jamildo

O ex-governador João Lyra, do PSB, aproveitou o evento de filiação festiva de Joaquim Francisco, ao PSDB, nesta sexta-feira, para mandar um novo recado aos socialistas. Ele disse que vai estar junto aos tucanos. Não é figura de linguagem. O Blog de Jamildo antecipou a movimentação no mês de agosto.

“Então Joaquim, eu quero dizer que fico feliz em ser seu companheiro junto com um partido que está aqui. Hoje estou filiado ao PSB, mas estive conversando longamente com o presidente Aécio Neves, na presença do deputado Bruno Araújo, na semana passada, e com o governador Geraldo Alckmin e outras grandes lideranças. Nós precisamos de um projeto para o país que poderá ser encabeçado pelo PSDB. Eu quero parabenizar o PSDB por essa conquista de Joaquim que faz parte desse rol de políticos que têm uma trajetória de honradez. Nós vamos estar juntos, lutando por um Pernambuco e um Brasil melhor porque o povo brasileiro merece” afirmou João Lyra Neto, ex-governador de Pernambuco.

Bruno Araújo, deputado federal e líder da Minoria na Câmara, brincou com a situação. “Gostaria de registrar que o PSDB recebe pela terceira vez um ex-governador do Estado. Tivemos Carlos Wilson, Roberto Magalhães e agora Joaquim Francisco e quem sabe não teremos um quarto”, brincou o tucano.

O pré-candidato a prefeito do Recife Daniel Coelho, deputado federal pelo PSDB, deu as boas vindas aos dois.

“Nós estamos muito felizes com a vinda de Joaquim. E tenho o sentimento que vamos ganhar mais. Tem gente aqui nesse palanque que está vindo para o ninho tucano. Estamos aqui de braços abertos esperando dois quadros aqui presentes que esperamos estarem no PSDB em breve. Vamos aguardar”.

João Lyra também falou da crise nacional, ao lado de sua filha, Raquel Lyra, deputada estadual pelo PSB.

“O Brasil vive hoje a maior crise política da história da República. Uma crise econômica, política e ética que necessita do esforço dos partidos e da sociedade brasileira. Eu conheço Joaquim há muito tempo e vejo que ele nunca abriu mão dos princípios de seriedade e de compromisso com o povo pernambucano. Isso é o que está faltando na grande maioria da classe política. Não há como sair da crise se não for pela via da política. Mas da boa política. O Brasil precisa de homens sérios, comprometidos, e a mudança tem de acontecer através da classe política em todos os poderes para que possamos restabelecer uma relação de confiança com a sociedade brasileira”, declarou.

OPINIÃO: Xs Alunxs

Por MENELAU JÚNIOR

Um dos mais importantes colégios do país, o Pedro II, rendeu-se à patrulha “politicamente correta” de grupos que desejam suprimir o gênero das palavras. Como se vê, o ridículo não tem limites.

Num aviso afixado no colégio, lia-se: “A entrada dos alunxs do turno da tarde”. A moda surgiu por causa de reivindicações de grupos LGBT. Que esses grupos lutem por igualdade social é mais que justo; que as escolas sejam ambientes de discussão e do fim do preconceito também; que o Estado procure, por meio de leis, proteger esses grupos é também justo. Mas a patrulha sobre a língua é de uma burrice sem limites. E o Pedro II, lamentavelmente, comprou a estupidez em nome da “diversidade de gênero”.

O cartaz é tão infame que antes da forma “alunXs” (com um “X” no lugar da indicação de gênero) aparece um “dos”, contração da preposição “de” com o artigo “os”. Fosse para seguir o que querem alguns defensores da causa gay, teria de ser “dxs alunxs”.

A reivindicação é estúpida, para ficar num adjetivo publicável. Se a ideia é usar o “X” para indicar que pode ser homem, mulher, transexual, gay, bissexual ou qualquer outra denominação, a intenção já esbarra num conceito: o “o” ou o “a” em português não indicam sexo, nem condição sexual. Indicam gênero. E gênero não é sexo.

Além do mais, existem aqueles que dizem que a concordância no masculino é machista. Santa ignorância. O latim possuía três gêneros (e não sexos): o masculino, o feminino e o neutro. Nas transformações que originaram a língua portuguesa, a desinência do masculino se fundiu, por causa de aproximação fonética, à do gênero neutro. Ou seja, ao escrever “os alunos da escola”, estamos diante de uma expressão neutra, e não masculina. A única forma marcada em português é o feminino. Tanto é que na palavra “aluno”, o “o” final é classificado como vogal temática, e não como desinência de gênero. Este “o”, senhores patrulheiros, não indica masculino. É neutro. Estudo é mais importante que patrulha ideológica.

Além do mais, como se leria uma frase como “Xs alunxs estudiosxs estavam ansiosxs”? O Pedro II deveria estar mais preocupado em ensinar outras coisas do que em “fazer média” com grupos radicais. O “X” no lugar do “o” ou do “a” é de uma estupidez sem limites.

Até a próxima semana.

menelau blog

 

Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todos os sábados. E-mail: menelaujr@uol.com.br

Agenda de Paulo Câmara desta sexta

15h – Vistoria a implantação do sistema de esgotamento sanitário de Venturosa
Local: Canteiro de obras da Adutora do Agreste (acesso pela BR-404, 1 quilômetro após o município de Venturosa) 
 
 
16h20 – Vistoria a construção do contorno viário da PE-265, em Sertânia
Local: Bairro de Ferro Novo, Sertânia (Saída para Afogados da Ingazeira)
 
 
16h40 – Inaugura pavimentação da Vicinal Rio da Barra, trecho da PE-280, em Sertânia 
Local: Vila do Rio da Barra. Rua do Comércio, Sertânia