Brasil usará COP27 para atrair investimentos em energia verde

Parque de energia eólica em Osório (RS)

O Brasil vai aproveitar a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27) para mostrar, ao mundo, o potencial que tem para a geração de energia limpa e barata. No caso, a chamada “energia verde”, termo adotado para a energia gerada de forma 100% renovável, de forma a não poluir o meio ambiente.

A COP27 começa neste domingo (6) e reúne, até o dia 18 de novembro em Sharm El Sheikh, no Egito, representantes oficiais de governo e da sociedade civil para discutir maneiras para enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas.

Os debates terão, como eixo principal, o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que analisa vulnerabilidades, capacidades e limites do mundo e da sociedade para se adaptar às mudanças climáticas.

Participação brasileira

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, a delegação brasileira buscará mostrar o potencial do país para a geração de energia verde. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, Leite disse que o encontro será uma boa oportunidade para atrair investidores estrangeiros interessados em explorar todo esse potencial.

“O Brasil, por características naturais e econômicas, é um potencial nesse setor”, disse o ministro. Segundo ele, o principal objetivo do Brasil na COP 27 será o de “levar a eles o Brasil das energias verdes”, para trazer “financiamento climático e acelerar toda essa economia verde junto com o setor privado”. “O que queremos é que o setor privado dê escala a uma nova economia verde, neutra em emissões até 2050”, disse.

Durante a entrevista, Leite disse que o potencial energético brasileiro para a geração de energia em terra firme, com usinas eólicas, solares e de biomassa é de 100 GW.

“Para entender o tamanho desse potencial, o Brasil produz atualmente 180 GW. É um volume bastante expressivo de energias renováveis e limpas que podemos transformar em hidrogênio verde e amônia verde para exportação”, disse o ministro, referindo-se a estes combustíveis que, por não serem danosos ao meio ambiente, têm despertado cada vez mais interesse no exterior.

50 Itaipus

Ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite é o entrevistado do programa A Voz do Brasil
Ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite disse que a COP27  é boa oportunidade para atrair investidores estrangeiros – Marcello Casal JrAgência Brasil

O ministro disse que há também as eólicas offshore. Tratam-se de aerogeradores que podem ser instalados no mar. “Há um potencial de 700 GW. Isso corresponde ao que seria gerado por 50 usinas de Itaipu. O Brasil é o país das energias verdes e poderá fornecer energia verde para todo o mundo”, disse.

Os benefícios para o país vão além e envolvem toda uma cadeia de suprimentos e de indústrias que, ao se instalarem em território nacional, poderão aproveitar essa energia “verde e barata”. “Esse é o grande diferencial do Brasil, e essa vai ser a COP das energias verdes do Brasil”, disse citando que, a exemplo da eólica e da solar, a energia gerada a partir da biomassa, quando gerada a partir do lixo – tanto do campo como das cidades – também é considerada renovável.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a matriz energética brasileira se destaca com um índice renovável de 84%, frente a 27% da média mundial. As matrizes solar e eólica bateram recordes de produção em 2022, respectivamente 14 GW e 22 GW. “Somadas, essas duas fontes são suficientes para fornecer energia limpa para mais de 40 milhões de brasileiros”, informa a pasta em nota publicada em seu site.

Gestão de áreas no mar

Joaquim Leite disse que, diante do alto volume de solicitações para a instalação de parques eólicos no mar, o governo tem atuado visando facilitar as autorizações, estabelecendo uma plataforma digital única de gestão de áreas no mar – o que pode aumenta o interesse externo em fazer investimentos no país.

“No Ibama, já temos aproximadamente 169 GW solicitados para a instalação de parques eólicos no mar. Esse volume de solicitações requerem uma plataforma única, porque não é apenas o Ibama que autoriza. Há vários outros órgãos, como das áreas de pesca, defesa. Precisávamos então agilizar esse processo para licenciamento dessas áreas. Já desenhamos uma portaria interministerial visando trazer toda uma estrutura digital para acelerar esses processos de concessão de áreas”, disse o ministro.

A instalação pode ser feita de forma barata em áreas rasas, comuns na Região Nordeste a 20 ou 30 quilômetros de distância da costa. “Poderemos instalar plataformas de cataventos no mar a uma distância que não atrapalhe o turismo. Além disso, essas plataformas melhoram a situação da fauna marinha. O Nordeste não tem uma fauna marinha abundante porque você não tem a proteção da sombra e essas estruturas trarão sombras no mar, aumentando a fauna marinha”.

Placas de energia solar instaladas para gerar eletricidade
Ministro dia que potencial energético brasileiro para a geração de energia em terra firme, com usinas eólicas, solares e de biomassa é de 100 GW. – Soninha Vill/GIZ

Manutenção barata

Além do vento constante, o Nordeste brasileiro tem outra característica favorável a esse tipo de empreendimento: a baixa ocorrência de tempestades, o que, segundo o ministro, barateia a manutenção dos equipamentos, tornando esse tipo de empreendimento ainda mais atrativo.

“O mundo olha para essa oportunidade porque o Brasil é um país de vasta área costeira, importantíssimo porque não tem tempestade. Então você instala o aerogerador, com a certeza de que terá uma manutenção mais barata do que em outras regiões, como o Mar do Norte, na Europa, onde há tempestades constantes. O Brasil tem provavelmente o custo mais barato de energia eólica offshore”, argumentou o ministro.

Joaquim Leite disse que o investimento calculado por uma consultoria para explorar o potencial de 700 GW das eólicas no mar brasileiro é de R$ 1 trilhão.

“Isso tudo vai gerar receita, atividade econômica e uma energia barata, em um momento em que o mundo está preocupado com segurança energética. Então provavelmente as empresas vão se deslocar para o Brasil, porque aqui não falta energia limpa, além de termos a segurança de uma matriz plural de energia. Aqui poderão desenvolver indústrias com a garantia de que nunca faltará energia, e o que é melhor: energia limpa”, disse ele ao descrever o conteúdo a ser apresentado pela delegação brasileira na COP27

Raquel Lyra: “É hora de construir pontes”

Revista Veja

A governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra, 43 anos, tornou-se expoente de uma nova geração de políticos ao virar um jogo que parecia perdido e derrotar Marília Arraes (Solidariedade), apoiada por Lula e integrante do clã que controla a política do estado.

Duas vezes prefeita de Caruaru e duas vezes deputada estadual, assessora do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e filha de seu vice, João Lyra Neto, Raquel tem o desafio de ajudar a reerguer seu agora raquítico partido, o PSDB – o que, na sua visão, vai requerer uma boa dose de autocrítica.

No dia em que avançou para o segundo turno, ela enfrentou um dos momentos mais dolorosos da vida quando o marido, Fernando Lucena, morreu subitamente, vítima de um infarto. Mãe de dois meninos, de 10 e 12 anos, Raquel falou sobre o luto, a força das mulheres na política e a dura missão de unir o país nesta entrevista concedida minutos antes da missa de um mês da morte de Lucena.

A senhora estava atrás na corrida pelo governo, até que virou o jogo no segundo turno e venceu Marília Arraes. O que aconteceu?

A política tradicional de Pernambuco, encabeçada pelo PSB, imaginava que os arranjos em torno de estrutura partidária, dos grupos políticos e o apoio de Lula iriam definir o páreo. Não funcionou. Nos últimos dezesseis anos, o PSB fez todo tipo de conchavo e foi se encastelando dentro do palácio. Obteve importantes vitórias, mas a ausência de Eduardo Campos, morto em plena campanha presidencial de 2014, fez o estado andar para trás sob a gestão do atual governador, Paulo Câmara. O projeto deles virou o poder pelo poder.

A senhora era do mesmo PSB. Por que rompeu com o grupo?

Trabalhei com Eduardo Campos já governador por quatro anos, como chefe da assessoria jurídica, e aprendi muito. Um dia, ele me falou: “Já fui o deputado mais e menos votado de Pernambuco. Quando estava no topo, me cobravam além da conta e passei pelo mais duro momento da minha vida, enquanto em minha pior eleição acabei virando ministro de Lula e me projetei para a Presidência”. A vida política é cheia de altos e baixos e imprevistos, ele dizia. O que não aguentei foram as costuras de Paulo Câmara e, por isso, deixei o partido em 2006.

A senhora se manteve neutra no segundo turno presidencial, mesmo com Simone Tebet (MDB), a quem apoiou no primeiro turno, subindo no palanque de Lula. Por quê?

Não quis me posicionar para não cair na armadilha da polarização. Compreendo que é hora de construir pontes. Minha adversária tentou como pôde nacionalizar a campanha, fugindo do debate e tentando colar em mim a imagem de bolsonarista, o que eu não sou. Assim como não sou lulista. Recebi o apoio de pessoas de ambos os lados da disputa nacional. É vital unir e pacificar o país, que sai das urnas rachado ao meio.

Como a senhora pretende se relacionar com o futuro presidente, dado que seu partido, o PSDB, ainda não decidiu como vai se posicionar?

Vou pegar a carteira de projetos de Pernambuco e bater à porta do presidente. Até já procurei o Geraldo Alckmin, com quem tenho relação antiga de confiança. Trabalhei na elaboração do plano de governo dele quando se candidatou à Presidência, em 2018.

E como foi essa conversa?

Falamos no telefone, e ele se colocou à disposição para ajudar. Achei positiva sua nomeação para coordenar o governo de transição. Alckmin já foi governador, sabe dos desafios, e a gente se dá bem. Ele sempre demonstrou simpatia à minha candidatura ao governo.

A senhora defende uma relação mais próxima do PSDB com o PT?

O que é certo agora é que buscaremos uma boa relação institucional com o presidente. Do ponto de vista dos estados, essa aproximação é crucial para que o governo federal se faça presente. Não haverá boicote nem falta de diálogo. Estar do mesmo lado de quem comanda o Planalto, aliás, não é sinônimo de mais verbas. O governador Paulo Câmara passou por três presidentes – Dilma, Temer e Bolsonaro – e Pernambuco conseguiu perder recursos para estados em que os mandatários eram seus adversários. No lugar de nos enredar na polarização, temos, isso sim, o dever de enfrentar a desigualdade. A região metropolitana do Recife é a número 1 no país em pessoas abaixo da linha da pobreza.

Seu discurso guarda semelhanças com os da esquerda. O que, afinal, a diferencia desse espectro?

A diferença é que essas promessas precisam acontecer no mundo real. E isso só será possível expurgando a burocracia e se desfazendo de preconceitos em torno de temas que são tabus para eles.

A senhora daria um exemplo do que chama de preconceito?

Boa parte da campanha para o governo de Pernambuco se deu em torno da companhia estatal de saneamento. Eu disse que trabalharia para fazer uma concessão, como já ocorreu em Alagoas e no Rio de Janeiro. Minha adversária, por sua vez, ficava só me acusando de querer privatizar a empresa, sem esclarecer como faria para garantir água à população. Não existem soluções simples para problemas complexos. Há que se analisar um leque de alternativas.

O que explica a perda de relevância do PSDB, que pela primeira vez desde 1989 ficou de fora do páreo para presidente e minguou no Congresso?

O PSDB que nos trouxe até aqui, que elegeu FHC duas vezes e polarizou com o PT nas eleições presidenciais já não existe mais. Na minha avaliação, o partido se afastou da realidade e da vida das pessoas. É necessário, portanto, olhar para dentro, fazer uma séria autocrítica e pôr essas questões na mesa, sem individualismos, mirando o futuro. O PSDB precisa ser reconstruído.

E por onde começar?

Temos uma reunião prevista para quarta-feira 9, em que as lideranças se encontrarão justamente para discutir o reposicionamento do partido. Devemos começar do chão, desenhando, com independência, projetos para municípios, estados e o país.

Há clima para manter uma relação civilizada com o prefeito do Recife, João Campos, do PSB?

É o que espero. Se não tivermos acapacidade de sufocar projetos pessoais temporários para construirconvergências, não sairemos do lugar.

De onde vem extraindo forças para a maratona da política?

Meus filhos, de 10 e 12 anos, não saem de perto de mim. Um teve uma crise de apendicite, o outro, uma virose gigante depois de perderem o pai. Eu tenho um objetivo, um propósito, e isso me deixa de pé. Penso em meu marido no presente e não no pretérito, sempre me perguntando o que diria se estivesse aqui, agora que sou governadora.

E o que acha que ele diria?

Que vai dar tudo certo.

Ministro do STF pede relatório sobre efetivo policial da PRF

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, durante coletiva de imprensa no Centro de Divulgação das Eleições.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu prazo de 48 horas para que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apresente informações sobre o efetivo policial mobilizado desde 28 de outubro.

A decisão foi tomada na ação na qual o ministro determinou, na segunda-feira (31), o total desbloqueio das rodovias federais que registraram paralisações de caminhoneiros.

“Determino à Polícia Rodoviária Federal para que informe documentalmente, no prazo de 48 horas, a evolução, por ente federado, do efetivo policial rodoviário federal mobilizado, em atuação e em pronto-emprego, entre 28 de outubro até a presente data. Determino, ainda, sejam informados os eventuais recrutamentos realizados para o segundo turno das eleições de 2022, devendo haver detalhamento das lotações de origem dos policiais, bem como para onde foram enviados em missão”, decidiu o ministro.

No domingo (30), após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, em segundo turno, grupos de caminhoneiros iniciaram bloqueios em diversos pontos do país.

A PRF informou hoje que todas as rodovias federais estão livres de bloqueios. No entanto, 11 interdições parciais permanecem. Segundo a corporação, 966 manifestações já foram desfeitas.

Morreu no Rio, aos 72 anos, o músico Paulo Jobim

Morreu nesta sexta-feira (04), aos 72 anos, o músico e arquiteto Paulo Hermanny Jobim, conhecido como Paulo Jobim, filho mais velho do maestro, pianista, letrista e arranjador Tom Jobim. Paulo enfrentava há dez anos um câncer de bexiga e estava internado há três semanas na Clínica São Vicente, na Gávea, para tratar complicações da doença.

Em sua trajetória trabalhou com Milton Nascimento, Chico Buarque, Sarah Vaughan, Astrid Gilberto e Lisa Ono, além do pai.

Paulo foi um dos idealizadores do Instituto Antônio Carlos Jobim, (IACJ), criado em maio de 2001 com o objetivo de preservar e disponibilizar para o público, especialmente para estudantes e pesquisadores, a obra musical e poética de seu pai, além do pensamento e da preocupação deste com a preservação da natureza do Brasil.

Desde a sua fundação, o IACJ trabalha para preservar e disponibilizar obras de artistas que, assim como Tom Jobim, representam o Brasil e seus melhores valores. O instituto idealizou e executa em todas as suas etapas projetos de catalogação, conservação e disponibilização dos acervos de Tom Jobim, Dorival Caymmi, Chico Buarque, Gilberto Gil, Paulo Moura, Milton Nascimento e Marieta Severo.

Danilo Caymmi, filho de Dorival Caymmi, manifestou-se logo após a morte do amigo. “Vá em paz, querido compadre”.

A informação da morte foi confirmada pelo instituto dedicado à obra de Tom, que não informou detalhes sobre o local do velório e enterro. Paulo deixa três filhos, entre eles, o músico Daniel Jobim.

Dólar cai para R$ 5,06 com transição de governo e otimismo na China

Dólar

O início dos trabalhos de transição para o governo eleito e o otimismo na economia chinesa fizeram o mercado financeiro ter mais um dia de alívio. O dólar caiu para o menor valor em mais de dois meses. A bolsa de valores subiu pela terceira vez desde segunda-feira (31) e fechou a semana com alta de mais de 3%.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (04) vendido a R$ 5,062, com queda de R$ 0,064 (-1,24%). A cotação chegou a cair para R$ 5,02 na mínima do dia, por volta das 16h, mas ganhou força no fim das negociações com investidores aproveitando o preço baixo para comprar a moeda.

A divisa está no menor nível desde 29 de agosto, quando estava em R$ 5,03. O dólar encerrou a semana com queda de 4,49% e acumula recuo de 9,22% em 2022.

No mercado de ações, o dia também foi marcado por ganhos. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 118.145 pontos, com alta de 1,08%. O indicador foi puxado por ações de mineradoras e siderúrgicas, que subiram fortemente após a publicação de uma notícia de que a China pretende reverter suspensões de voos no início de 2023 e flexibilizar as restrições contra a covid-19. O Ibovespa subiu 3,16% na semana pós-eleição.

A alta das ações de empresas do setor metálico compensou a queda nas ações da Petrobras, os papéis mais negociados na bolsa, após o Ministério Público de Contas pedir para suspender a antecipação de dividendos anunciada ontem (3) pelo governo. As ações ordinárias (com voto em assembleia de acionista) da companhia caíram 5,23%. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) recuaram 5,51%.

Além das notícias da China, o mercado financeiro repercutiu o início dos trabalhos de transição para o futuro governo e a diminuição dos bloqueios nas estradas por apoiadores do candidato derrotado Jair Bolsonaro. Hoje, a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fez a primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde será montado o gabinete de transição. Os trabalhos começam formalmente na segunda-feira (7).

Brasileiro é eleito membro da Corte Internacional de Justiça da ONU

Brasil lança candidatura do professor Caldeira Brant para a Corte Internacional de Justiça

A Assembleia Geral e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) elegeram nesta sexta-feira (04) o brasileiro Leonardo Nemer Caldeira Brant para o posto de membro da Corte Internacional de Justiça (CIJ). Brant substituirá o compatriota Antônio Augusto Cançado Trindade, morto em maio deste ano. Brant fará parte da CIJ pelo restante do mandato de Trindade, até fevereiro de 2027.

Em nota, o governo brasileiro celebrou a escolha. “Com 13 votos no Conselho e 121 na Assembleia, o resultado demonstra, além das qualidades do candidato, o reconhecimento da atuação internacional do Brasil em favor da solução pacífica de controvérsias e em defesa do Direito Internacional”.

Leonardo Brant é professor titular e chefe do Departamento de Direito Público da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e fundador do Centro de Direito Internacional (Cedin) e do Anuário Brasileiro de Direito Internacional. Mestre pela UFMG e doutor pela Universidade Paris X Nanterre, atuou como professor convidado em diversas instituições de renome internacional.

A Corte Internacional de Justiça é composta de 15 juízes, cada um de um país diferente, e é o principal órgão judicial da ONU. Foi fundada em 1945 e tem como função principal deliberar sobre questões jurídicas entre Estados e responder a consultas de órgãos ou agências especializadas da ONU. Os juízes eleitos cumprem mandatos de 9 anos.

Avião da FAB desaparece em Santa Catarina

Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) desapareceu nesta sexta-feira (04) na região da Grande Florianópolis, em Santa Catarina durante um voo de treinamento. Havia dois militares a bordo da aeronave, uma T-25 Universal da Academia da Força Aérea. As buscas já foram iniciadas.

Segundo a FAB, o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico de Curitiba coordena as operações de busca. O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina atua na procura da T-25 Universal e de seus ocupantes. A FAB utilizará Uma aeronave C-105 Amazonas e um helicóptero H-36 Caracal para auxiliar as buscas.

Defesa Civil alerta para chuvas intensas no Norte e Nordeste

A Defesa Civil Nacional alertou nesta sexta-feira (4) para a previsão de chuvas intensas em estados das regiões Norte e Nordeste entre hoje e sábado (5). Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Amapá, Pará, Tocantins, Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia deverão ser os estados mais afetados.

De acordo com o Inmet, os acumulados de chuvas podem chegar a 100 milímetros por dia, com ventos de até 100 quilômetros por hora. Com isso, há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

Segundo a Defesa Civil, o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) comunicou as defesas civis estaduais do risco e opera com equipes de plantão para acompanhar o registro de qualquer ocorrência significativa.

Autoproteção

A Defesa Civil Nacional ressalta que a população deve adotar medidas de autoproteção, como desligar aparelhos elétricos e quadro geral de energia. Em caso de enxurrada, documentos e objetos de valor deve ser colocados em sacos plásticos. Já em situação de grande perigo confirmada, a população deve procurar abrigo e evitar permanecer ao ar livre.

Nos casos de rajadas de vento, a Defesa Civil Nacional recomenda que as pessoas não se abriguem debaixo de árvores, porque há risco de queda e descargas elétricas, além de não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.

Alertas

A Defesa Civil Nacional orienta os moradores das regiões de risco a se inscreverem nos serviços de alerta, enviando um SMS com o CEP do local onde mora, ou outro local de interesse, para o número 40199.

Não há limite de locais cadastrados e o serviço é totalmente gratuito para a população. A partir da previsão de desastre, a população receberá um aviso contendo informações de risco e orientações para a autoproteção.

Petrobras eleva preço de querosene de aviação em 7,3%

Movimentação de aviões comerciais no aeroporto de Brasília.

A Petrobras elevou o preço do querosene de aviação (QAV) em 7,3%, totalizando um aumento de 48,4% no ano. A informação foi divulgada pela estatal nesta sexta-feira (4), mas o reajuste do produto para as distribuidoras começou a valer em 1º de novembro.

A companhia destacou que esta alta do QAV se deu após três meses consecutivos de redução média no preço do produto, que havia recuado 13,5%. Os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmulas contratuais negociadas com as distribuidoras.

“Os preços de venda de QAV da Petrobras buscam equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo, com reajustes aplicados em base mensal, mitigando a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio. Dessa maneira, em 2022, foram realizados sete aumentos e quatro reduções que resultaram em uma variação de +48,4% no ano”, explicou a companhia.

A Petrobras comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras. As distribuidoras transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores.

Distribuidoras e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos aeroportos e pelos serviços de abastecimento.

O mercado brasileiro é aberto à livre concorrência, e não existem restrições legais, regulatórias ou logísticas para que outras empresas atuem como produtores ou importadores de QAV.

A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) divulgou nota sustentando que o aumento, durante o ano, segundo cálculos próprios, foi de 58,8%. Segundo a entidade, o QAV responde por cerca de 40% dos custos totais de uma companhia aérea.

Caixa suspende oferta de consignado do Auxílio Brasil até dia 14

Prédio da Caixa Econômica Federal

Os interessados em obter o crédito consignado do Auxílio Brasil só poderão pedir o empréstimo pela Caixa Econômica Federal a partir das 7h do dia 14. Até lá, a contratação está suspensa.

Segundo a instituição financeira, a linha de crédito estará suspensa por duas semanas para processara folha de pagamentos do Auxílio Brasil. A oferta do empréstimo consignado está suspensa desde as 19h de terça-feira (1º).

A Caixa informou que, após esse prazo, a linha de crédito voltará a ser ofertada. O processamento da folha de pagamentos do Auxílio Brasil envolve a Caixa, que opera a linha de crédito; a Dataprev, estatal responsável pela lista dos beneficiários, e o Ministério da Cidadania, que cadastra os participantes do programa.

Operado pela Caixa desde 11 de outubro, o crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil prevê empréstimos com taxas de 3,45% ao ano, com a retenção de até 40% do valor do benefício para pagar as parcelas. A Caixa não é o único banco habilitado a ofertar a linha de crédito, mas lidera as liberações. Segundo o Ministério da Cidadania, 14 instituições financeiras estão autorizadas a ofertar a modalidade, mas nem todas começaram a emprestar dinheiro.

A liberação do crédito consignado para o Auxílio Brasil tem enfrentado uma série de entraves e de suspensões. De 21 a 24 de outubro, a Caixa paralisou as contratações para uma manutenção tecnológica Também em 24 de outubro, a Caixa cumpriu orientação do Tribunal de Contas da União (TCU) e congelou, por 24 horas, a liberação do crédito.

Ao longo de toda a semana passada, o banco ampliou o prazo de análise de 24 horas para cinco dias úteis. Nesse período, os clientes podiam ir às agências da Caixa ou pedir a liberação do dinheiro pelo aplicativo Caixa Tem, mas o dinheiro só era liberado após esse prazo, em cumprimento à sugestão do TCU.

Riscos
O empréstimo pode ser dividido em 24 meses, com prestação mínima de R$ 15 e máxima de 40% do valor do benefício. O empréstimo só pode ser pedido pelo responsável familiar que recebe o Auxílio Brasil há pelo menos 90 dias e que não tenha deixado de comparecer a qualquer convocação do Ministério da Cidadania.

Como as prestações são descontadas diretamente do Auxílio Brasil, especialistas recomendam cuidado na contratação do empréstimo consignado. Após a sanção da lei que liberou a modalidade de crédito, o economista e professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília César Bergo enumerou alguns riscos, como assédio das instituições financeiras, golpes e comprometimento de até 40% do rendimento mensal por famílias de baixa renda. A Caixa informou que oferece dicas de educação financeira para os usuários.