Preservação da Amazônia é prioridade do governo eleito na COP27

Amazônia

Durante o anúncio de novos nomes para o Gabinete da Transição, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, destacou que o combate ao desmatamento será uma prioridade do novo governo e, por isso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, a COP27. 

Lula embarcou na manhã de hoje (14) para o Egito, a convite do presidente anfitrião do encontro. Ele fará um pronunciamento, na quarta-feira (16) na área da Organização das Nações Unidas (ONU), a Blue Zone. Ele também cumpre agenda com governadores de estados da região amazônica e com representantes da sociedade civil.

“Esta é uma grande preocupação. A emissão do carbono, no caso do Brasil, se você somar o escapamento da moto, do carro, do avião, da lancha, do trem, do boi, o lixão, o esgoto, a chaminé da fábrica, isso dá um pouquinho mais de 50%. Só o desmatamento é quase 50%. É de uma gravidade impressionante”, lembrou Alckmin.

Ele fez referência às florestas do Brasil, Indonésia e Congo que são fundamentais para o combate às mudanças climáticas, por possuírem vastas áreas de florestas tropicais. O governo brasileiro anunciou uma aliança com esses países para “valorização da biodiversidade e remuneração justa de serviços ambientais”.

Alckmin reforçou que estão sendo solicitados dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), referentes a agosto de 2021 a julho de 2022. “Esses números já existem, mas não estão sendo divulgados”, pontuou. Ele lembrou propostas feitas durante a campanha presidencial de Lula que incluíam, entre outros temas, a recuperação dos órgãos ambientais, os quais, segundo ele, “foram praticamente desmobilizados”.

Aloizio Mercadante, que está na coordenação dos Grupos Técnicos do Gabinete de Transição e foi ministro nos governos do PT, de áreas como Educação, Casa Civil e Ciência e Tecnologia, falou sobre negociações para a liberação de recursos do Fundo Amazônia.

“O Fundo Amazônia tem cerca de R$ 3 bilhões hoje, que estão impedidos de serem liberados por causa da falta de compromisso do governo brasileiro no combate ao desmatamento. Nós já tivemos conversas com o governo da Alemanha e da Noruega que devem autorizar, no dia seguinte da posse, a liberação dos recursos”, projetou.

Criado em 2008, o fundo recebe doações de instituições e governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Em 2019, a Alemanha e a Noruega suspenderam os repasses para novos projetos após o governo brasileiro apresentar sugestões de mudança na aplicação dos recursos e extinguir colegiados de gestão do fundo.

No último dia 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo federal reative o Fundo Amazônia. Pela decisão da Corte, a União tem prazo de 60 dias para cumprir a medida.

Agenda

Na quarta-feira (16), Lula participa, às 11h, horário local (6h de Brasília), do evento Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática. Estarão presentes governadores de estados da região Norte: Antônio Waldez Góes da Silva, do Amapá; Gladson de Lima Cameli, do Acre; Mauro Mendes, do Mato Grosso; Helder Barbalho, do Pará; Wanderlei Barbosa, do Tocantins; e Marcos Rocha, de Rondônia.

No mesmo dia, às 17h15 (12h15 no horário de Brasília) Lula faz pronunciamento na COP27, na área da ONU, a Blue Zone.

Na quinta-feira (17), às 10h (5h no horário de Brasília), o presidente eleito se encontra com representantes da sociedade civil brasileira, no Brazil Hub. Às 15h (10h em Brasília) o encontro será com o Fórum Internacional dos Povos Indígenas e Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.

Na sexta-feira (18), Lula segue para Portugal, onde se encontra com autoridades portuguesas. Ele retorna para o Brasil no fim de semana.

Brasil apresenta na COP27 projeto que pode recuperar áreas degradadas

O combate à desertificação e a promoção do manejo sustentável das cadeias da soja e da pecuária de corte, além da recuperação das áreas degradadas, diminuição da emissão de gases de efeito estufa e proteção da biodiversidade, estão entre os objetivos do Projeto Vertentes. A iniciativa é dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Banco Mundial e do Global Environment Facility (GEF), foi apresentada no sexto dia da 27ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP27), que está sendo realizada no Egito.

“Ao todo, serão mais de R$ 130 milhões (US$ 25 milhões) financiados pelo Programa de Impacto de Sistemas Alimentares, Uso da Terra e Restauração (Folur, na sigla em inglês). O Projeto Vertentes alcançará mais de 47 milhões de hectares do Cerrado nos estados da Bahia, de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal”, destacou, em nota, o Ministério da Agricultura.

A expectativa é que o projeto contribua no combate à desertificação e na restauração de áreas degradadas. Segundo o secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais do ministério, Fernando Zelner, além de chance de implementar a agricultura de baixo carbono, o projeto mostra aos parceiros internacionais que, quando há apoio financeiro, é possível multiplicar isso em termos de investimento privado e resultados. “Para o Brasil, hoje foi um grande resultado.”

A diretora do Departamento de Clima do Ministério da Agricultura, Mariana Maia, que também dirige nacionalmente o Projeto Vertentes, destaca que a ação tem grande impacto social, econômico e ambiental. “É bastante arrojado nas suas metas, uma vez que se preocupa com toda a cadeia dos setores. A proposta de desenvolvimento sustentável da soja e da pecuária de corte atinge toda a cadeia produtiva”, disse Mariana.

O coordenador de sustentabilidade da CNA, Nelson Filho, acrescentou que o Brasil tem a tecnologia e o ativo ambiental, o que demonstra o grande potencial do país para alcançar uma agricultura de baixo carbono associada a projetos que trazem adaptação e mitigação de maneira conjunta.

“Vamos integrar melhores tecnologias e ações para que o produtor rural possa garantir ao produto brasileiro, em todas as suas cadeias, uma adicionalidade muito importante, que, além da qualidade, é a sustentabilidade”, afirmou Nelson Filho.

Além da alienação por venda, tais itens podem ser destruídos ou ter destinação ambientalmente adequada ou ainda o encaminhamento às associações e cooperativas de catadores.

Brasília sedia a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa da abertura da 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (CNSI)

Começou nesta segunda-feira (14), a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (6ª CNSI) em Brasília. Até sexta-feira (19), mais de 1,7 mil participantes representantes dos povos originários em todo o Brasil vão ajudar a atualizar a Política Nacional de Saúde Indígena (Pnaspi), que irá redefinir as diretrizes e efetivar as particularidades étnicas e culturais no modelo de atenção à saúde dos povos indígenas dos próximos anos no Brasil. Tudo isso decidido com o voto direto de 1,3 mil delegados das aldeias e comunidades indígenas de todo o Brasil.

Na abertura do evento o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, relembrou visitas que fez a comunidades indígenas e citou o Posto Leornado, no Alto Xingu, como exemplo de local onde a atenção primária à saúde acontece com consultas oftalmológicas, procedimentos odontológico e até mesmo assistência com apoio de tele saúde.

“Essa política pública precisa ser ampliada e, para isso, cada centavo, recurso público que chega na Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai) tem que chegar para as comunidades indígenas brasileiras. A gente sabe que têm ameaças desses recursos não chegarem aos seus verdadeiros donos, os nossos indígenas”, ressaltou

Segundo o Ministério da Saúde, a 6ª CNSI é a etapa final de um trabalho que começou com 302 conferências locais e 34 distritais, realizadas entre outubro e dezembro de 2018. “Das conferências distritais saíram 2.380 propostas consolidadas em 252 proposições a serem analisadas nesta etapa nacional”, detalhou a pasta.

As propostas estão divididas entre sete eixos temáticos: a articulação dos Sistemas Tradicionais Indígenas de Saúde; criação do Modelo de Atenção e Organização dos Serviços de Saúde; Recursos Humanos e Gestão de Pessoal em Contexto Intercultural; Infraestrutura e Saneamento; Financiamento; Determinantes da Saúde; Controle Social e Gestão Participativa.

“As vozes dos parentes têm força e precisam ser ouvidas. A conferência é o momento do indígena se fazer presente e garantir uma saúde de qualidade para nosso povo”, diz William Uwira Xacriabá, Secretário-Geral da 6ª CNSI. Além disso, a 6ª CNSI tem como meta aprovar as diretrizes que subsidiarão as ações de saúde locais e distritais e a reformulação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.

Homenagem

A cerimônia de abertura do evento hoje foi marcada pela entrega da comenda Maninha Xukuru Kariri. A condecoração reconheceu três personalidades brasileiras cujas contribuições foram marcantes na luta por direitos e melhorias da saúde dos povos indígenas do Brasil. Os homenageados foram: Ailson dos Santos (Yssô Truká), no segmento usuário; Maria do Carmo Andrade Filha (Carmem Pankararu), no segmento trabalhador e Ubiratan Pedrosa Moreira, na categoria gestor.

Conhecida como Maninha Xukuru Kariri, Etelvina Santana da Silva, nasceu em 1966, na aldeia Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, interior do estado de Alagoas. Ela é reconhecida como uma das grandes lideranças indígenas ao combater o preconceito na condição de mulher e indígena, sendo a única mulher em meio a tantos caciques e líderes indígenas. Em 2000, foi indicada pelo Projeto “1000 mulheres” ao prêmio Nobel da Paz.

Ela morreu em outubro de 2006 por problemas de saúde. Em 2007, recebeu in memoriam, o prêmio Renildo José dos Santos, destinado aos que se dedicam à defesa dos direitos humanos. Maninha foi agraciada na categoria Defesa da Identidade Cultural.

Bichos de pelúcia ajudam a acolher animais silvestres resgatados

Filhotes de tamanduás, macacos, capivaras e preguiças, entre outras espécies, são resgatados todos os anos pelo Ibama. Longe das mães, os bichinhos também precisam de afeto no processo de recuperação e reintrodução à natureza. E o uso de bichinhos de pelúcia tem ajudado os animais que ficaram órfãos.

Por isso, o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas) do órgão, está promovendo uma campanha para arrecadar pelúcias, além de toalhas, lençóis e meias, com ou sem par, que podem ser novos ou usados. Os objetos simulam o acalento materno e dão apoio emocional aos filhotinhos.

A chefe do Cetas no Distrito Federal, Marília Gama, explicou como são usadas essas doações no tratamento dos animais.

Bichos de pelúcia ajudam a acolher animais silvestres resgatados.
Divulgação/Ibama

“Os animais, quando chegam, eles precisam muito desse conforto térmico e emocional para se desenvolver bem. Então, como uma pelúcia é muito utilizada por um filhote, não podemos reutilizar. É como um insumo, que acaba muito rápido. Tem animais que precisam muito disso. Um tamanduá, por exemplo um tamanduá, precisa muito se agarrar a um ser fofinho, digamos assim, para se sentir aconchegado e se desenvolver direitinho.”

Todas as sedes do Ibama e do Cetas ao redor do país estão recolhendo as doações. Quem quiser ajudar os bichinhos pode verificar o endereço mais próximo de sua residência no site: gov.br/ibama

TJPE atua em regime de plantão nesta segunda e terça-feira (14 e 15)

Palácio da Justiça de PE

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) vai atuar em esquema de plantão judiciário nas próximas segunda e terça-feira (14 e 15/11), em razão do feriado da Proclamação da República, nas Comarcas da Capital e do Interior. Nas referidas datas, o Judiciário estadual prestará atendimento remoto voltado apenas para as demandas de urgências de 1° e 2° Graus de caráter cível e criminal, como habeas corpus, mandados de segurança e medidas cautelares, entre outros. O horário de funcionamento dos plantões será das 13h às 17h.

Para conferir o plantão de 1º e 2º Graus do TJPE, basta clicar nos seguintes links:

Plantão 1º Grau Capital

Plantão 2º Grau Capital

Comarcas da Região Metropolitana do Recife (RMR) e do Interior – Para conferir a lista de contatos das unidades judiciárias plantonistas da RMR e das comarcas do Interior que vão atuar em regime de plantão no referido período, bem como as suas respectivas áreas de abrangência, basta acessar a seção Plantão Interior – 1º Grau.

O esquema de plantão do Judiciário estadual, referente aos citados dias, foi publicado na Edição de nº 230/2021, do Diário da Justiça Eletrônico (DJe), através do Ato Conjunto 49/2021, que versa sobre os feriados e expedientes forenses do ano de 2022 no âmbito do TJPE. Para conferir o Ato Conjunto 49/2021 na íntegra, clique AQUI.

MPPE funciona em regime de plantão

Nesta segunda e terça-feira (14 e 15 de novembro), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai funcionar em regime de plantão, das 13h às 17h, em razão do Dia de Finados, conforme a Portaria PGJ nº 3.466/2021, posteriormente alterada pela Portaria PGJ nº414/2022. 

Dessa forma, os atendimentos devem ser realizados remotamente por e-mail e as demandas urgentes devem ser encaminhadas ao promotor de Justiça plantonista, que atua das 13h às 17h, nos termos da Resolução RES-CPJ nº006/2017.

Segue abaixo como contatar cada uma das Circunscrições e as unidades do MPPE na Capital.

Capital: plantaocapital@mppe.mp.br

Salgueiro: plantao1a@mppe.mp.br

Petrolina: custodia2circunscricao@mppe.mp.br

Afogados da Ingazeira: plantao3a@mppe.mp.br

Arcoverde: plantao4a@mppe.mp.br

Garanhuns: plantao5a@mppe.mp.br

Caruaru: plantao6a@mppe.mp.br

Palmares: plantao7a@mppe.mp.br

Cabo de Santo Agostinho: plantao8a@mppe.mp.br

Olinda: cpfd.olinda@mppe.mp.br

Nazaré da Mata: plantao10a@mppe.mp.br

Limoeiro: plantao11a@mppe.mp.br

Vitória de Santo Antão: plantao12a@mppe.mp.br

Jaboatão dos Guararapes: plantao13a@mppe.mp.br

Serra Talhada: plantao14a@mppe.mp.br

Ouvidoria – O cidadão também pode entrar em contato com o MPPE, para registrar denúncias, reclamações, sugestões, críticas e elogios, através da Ouvidoria, no site do MPPE, por meio do formulário https://bit.ly/ouvidoriamppe-manifestacao, e pelo assistente virtual Audivia: no site do MPPE ou pelo messenger do Facebook da Ouvidoria do MPPE.

Técnicos pedem vacinas para impedir que variantes sofram mutações

Vacinação de adultos contra covid-19 na Unidade Básica de Saúde - UBS Brás.

Diante do aumento de casos de covid-19, autoridades sanitárias internacionais estão em alerta. O registro de novos casos da doença tem a ver com o surgimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB. Segundo os primeiros estudos, elas podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais.

O mais recente Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (10), sinaliza para o aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns pontos do país.

Em alguns estados, o sinal é mais claro nas faixas etárias a partir de 18 anos. A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas nas faixas etárias a partir de 60 anos.

“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, espera-se que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nessa atualização, podendo, inclusive, aumentar o total de estados em tal situação”, disse o pesquisador da Fiocruz.

Crianças

Quando o recorte foi feito por capitais, a Fiocruz identificou maior predominância em crianças. As exceções são Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos.

Segundo o médico Werciley Júnior, coordenador da Infectologia da rede Santa, em Brasília, as crianças devem ser um foco de atenção importante. “Apesar da doença em crianças ser uma forma normalmente leve, a gente tem dois aspectos. O primeiro é que nelas, quando a forma é grave, há uma alta taxa de mortalidade. O outro é que as crianças são carreadoras do vírus para dentro de casa. Se elas estiverem imunizadas, vão diminuir muito sua capacidade de transmissão”, alertou.

Ainda segundo o médico infectologista, apesar de até o momento os casos no país serem leves, registros positivos preocupam especialmente entre os não vacinados. O especialista ressaltou que o grande medo da comunidade médica e de autoridades sanitárias é que essa variante sofra uma nova mutação e fuja totalmente da vacina causando doenças graves.

“A gente sabe que a taxa de vacinação mais ou menos estacionou com duas doses. As pessoas não estão fazendo a terceira dose que houve uma redução gigantesca”, observou, acrescentando que esse público pode desenvolver formas graves da doença.

Segundo o médico, a vacina tem dois pontos importantes. O primeiro deles é proteger as pessoas de modo que quem tiver a doença desenvolve a forma leve.

O outro ponto é que, com anticorpos trazidos pela vacina “mesmo que parcialmente funcionando”, o paciente infectado diminui a carga viral e não consegue transmitir o vírus para a mesma quantidade de pessoas que transmitia sem a imunização.

Proteção

Além da vacinação, o infectologista recomendou que pessoas com comorbidades voltem a usar máscaras de proteção facial, evitem aglomerações e, em caso de suspeita, façam o teste para evitar contaminação de outras pessoas.

Leões, tigres, cangurus, falcões, águias e canarinhos entram em campo

canarinho pistola, seleção brasileira

As seleções que disputarão a Copa do Mundo do Catar não são conhecidas apenas por suas conquistas em campo. No coração das torcidas, elas ganham apelidos de origens as mais diversas possíveis, que surgem de histórias curiosas, trágicas e que até se misturam com a do próprio país que defendem. Os times se transformam em simples cores, animais selvagens, pássaros e personagens celestiais. Das 32, 31 têm apelidos. Vamos conhecer?Grupo A

O Catar é o país-sede e sua seleção é conhecida como The Marron. Mas como uma seleção que tem a bandeira com as cores branca e vermelho-escuro é chamada de Marrom? A justificativa é histórica. O Catar é conhecido como o primeiro produtor de corante de marisco, e em especial de um corante roxo durante o domínio do Império Sassânida. Segundo a lenda, a bandeira original do Catar seria toda em vermelho-púrpura, exatamente para destacar esse papel de produtor de corantes. Mas a tinta usada era de baixa qualidade e, sob o sol, assumia a cor marrom. Em 2015, finalmente, foi adotado o tom exato da bandeira, chamado de Pantone 1955. Localmente a cor é chamada de Catar marrom.

A seleção do Equador é conhecida como La Tri, A Tricolor. A explicação é simples: a bandeira tem as cores amarelo, azul e vermelho.

Os Leões de Teranga é o apelido da seleção de Senegal. O felino é um dos símbolos da população senegalesa, enquanto Teranga é uma palavra proveniente da língua wolof, uma das mais faladas no país. Ela significa hospitalidade e acolhimento.

A Holanda completa o Grupo A e o apelido de Laranja Mecânica tem várias interpretações. A primeira, e mais óbvia, é a cor do uniforme. Outros dizem que o codinome surgiu na Copa de 74 em razão do sistema tático inovador, conhecido como carrossel. Por fim, o apelido seria uma homenagem ao filme “Laranja Mecânica”, lançado em 1971 e dirigido por Stanley Kubrick.

Grupo B

Os ingleses são bem criativos quando se fala de apelidos de sua seleção. O English Team é chamado de The Three Lions (Os Três Leões), em referência ao escudo da camisa, mas também de The Rose Team (O Time da Rosa) – a rosa é símbolo da casa real britânica. Os três leões também estão presentes no brasão do exército inglês e no escudo da federação de futebol do país.

A seleção iraniana adota apelidos variados também. No Irã, todas as seleções de qualquer esporte são chamadas de Team Melli, que em persa significa Time do Povo. Mas em 2006 a seleção ficou conhecida como Estrelas Persas. Na Copa Asiática de 2011 os iranianos também foram chamados de Os Leões da Pérsia, Corações de Leão e Príncipes da Pérsia. Vale lembrar que durante muitos anos o Irã foi confundido com a Pérsia, e a região é um dos últimos redutos do leão asiático, também conhecido como leão persa.

Os Estados Unidos adotam dois apelidos para sua seleção. Ela é conhecida como The Star and Stripes (time das Estrelas e Listras), numa homenagem à bandeira do país. Mas também utilizam o apelido Yankees, como forma de lembrar dos vencedores da Guerra da Secessão, que chegou ao final em 1865.

De uniforme predominantemente vermelho, a seleção do País de Gales é conhecida como The Dragons. Esta é a cor dos dragões da bandeira nacional e do escudo da Federação Galesa de Futebol.

Grupo C

A Argentina tem um apelido de fácil entendimento, Seleção Albiceleste, em razão do uniforme com listras verticais, em branco e azul-celeste.

A Arábia Saudita é conhecida como Al Akhdar, o Verde, cor predominante de sua bandeira. A seleção também carrega o apelido de Os Falcões Verdes, pois os falcões são uma ave popular entre os sauditas, que têm na falcoaria um esporte nobre, considerado até mesmo uma forma de arte, e que movimenta milhões de dólares. A falcoaria é considerada Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade, pela Unesco.

O México é outra seleção conhecida como La Tri, a Tricolor. A bandeira tem as cores verde, vermelho e branco.

Também é a bandeira que determina o apelido da seleção polonesa. Bialo-czerwoni é o codinome da seleção alvirrubra, que é o mais popular no mundo do futebol. Os poloneses também são chamados de Biale Orly (As Águias Brancas), em homenagem ao símbolo do país.

Grupo D

A seleção francesa até já foi chamada de Le Tricolore (A Tricolor), por causa das três cores da bandeira. Mas o apelido Les Bleus (Os Azuis) é o que predomina há muitos anos, até mesmo por conta da cor do uniforme da seleção.

O apelido da seleção da Dinamarca tem histórico esportivo. Surgiu na Copa do Mundo de 1982. Após bom desempenho nas Eliminatórias, os dinamarqueses venceram Escócia, Uruguai e Alemanha nas três primeiras rodadas do Mundial e o apelido Dinamáquina logo pegou.

A Tunísia adota um apelido com história em sua seleção. A equipe é chamada de Eagles of Carthage (Águias de Cartago). A águia é um dos símbolos da federação da Tunísia e Cartago era o centro comercial mais importante do Mediterrâneo Antigo. A cidade é a capital da antiga civilização cartaginesa e ficava próxima ao lago de Túnis, onde hoje é a Tunísia.

A Austrália tem um apelido curioso, sem tradução imediata. A seleção é conhecida como Socceroos, uma união das palavras soccer (futebol) e kangaroos (cangurus), animal nativo da Austrália. Aussies, gíria local que identifica os australianos, e Cangurus também são utilizados.

A história do país também serve de influência para um dos apelidos da seleção da Espanha. Por conta de uma das cores da bandeira e do uniforme, ela é chamada de La Roja (A Vermelha). Mas a Guerra dos 80 anos, entre 1568 e 1648, na qual os Países Baixos buscavam a independência da Espanha, registrou o trágico ataque à Antuérpia, em 1576, quando sete mil vidas foram perdidas. A crueldade em apenas três dias ficou registrada como a Fúria Espanhola, e o apelido La Fúria também foi aplicado à seleção nacional.

A Costa Rica adota um apelido carinhoso para sua seleção. Ao contrário dos demais países de língua espanhola, na Costa Rica os diminutivos usam o sufixo “ico” e não “ito”. Por isso, desde 1856, quem nasce na Costa Rica é chamado de Tico, e esse codinome foi herdado pela seleção: Los Ticos.

A poderosa Alemanha, até o último dia 29 de julho, tinha um apelido forte: Die Mannschaft (O Time). No entanto, para surpresa do mundo do futebol, a Federação Alemã aboliu o apelido sob a alegação de que, desde seu surgimento, dividiu a opinião dos torcedores, que viam também o apelido como um símbolo de comercialização da equipe. A Alemanha, portanto, é a única seleção da Copa que não tem um apelido oficial.

A bandeira do Japão é das mais conhecidas do mundo: branca com um disco vermelho no centro. No entanto, a seleção japonesa é conhecida como Os Samurais Azuis, que participam das Copas desde 1998. A origem do apelido é bem mais antiga, remonta à Copa de 1954, quando o Japão disputou pela primeira vez um jogo internacional pela etapa classificatória daquele Mundial. A única equipe de futebol que existia naquela época era da Universidade de Tóquio, que vestia azul. O uniforme foi adotado pela seleção e deu origem ao apelido. Os Samurais celebram a tradição dos guerreiros do Japão feudal.

Grupo F

Um dos apelidos mais antigos adotados pelas seleções da Copa é o dos belgas. Die Roten Teufel (Os Diabos Vermelhos) surgiu em 1906, quando a seleção da Bélgica venceu a da Holanda por 3 a 2 em Rotterdam. O nome também é uma referência à cor principal do uniforme.

A fauna marca presença na seleção de Marrocos. The Atlas Lions (Os Leões do Atlas) homenageia os leões daquele país, cuja espécie leão berbere, ou leão do Atlas, foi extinto da natureza no século XX. O Atlas é uma referência à Cordilheira do Atlas, que tem o pico mais alto, Toubkal, com 4.167 metros de altitude, dentro do Parque Nacional do Marrocos.

Uma Equipe em Chamas. Assim é conhecida a seleção da Croácia, ou a Vatreni, que significa Ardente. A inspiração para o apelido vem da paixão dos croatas pelo país e pelo futebol. A seleção, por conta do uniforme, também é chamada de Kockasti (Xadrez).

Os Vermelhos é o apelido da seleção do Canadá. The Reds e Les Rouges são outros codinomes. Há também The Canucks (Os Canadenses), também é utilizado.

Grupo G

A tão famosa Seleção Canarinho, cinco vezes campeã do mundo, só ganhou esse apelido após uma tragédia esportiva. Foi na Copa de 1950, em casa, na derrota para o Uruguai na final. O uniforme branco, até então utilizado, foi aposentado e, através de um concurso popular, a camisa amarela saiu vencedora. O apelido foi inventado pelo radialista Geraldo José de Almeida.

Uma águia branca de duas cabeças, no brasão da bandeira da Sérvia, é a referência do apelido da seleção: Águias Brancas. A ave refere-se à dinastia Nemânica, a mais importante da Sérvia na Idade Média.

A Suíça é pouco criativa quando falamos de apelidos. A Nati, diminutivo de Schweizer Nationalmannschaft (Equipe Nacional), em alemão, também é conhecida como La Nati e Sqaudra Nazionale, que têm os mesmos significados em francês e italiano, respectivamente.

O leão é o símbolo de Camarões. E o apelido da seleção faz essa referência: Leões Indomáveis.

Grupo H

A Seleção de Portugal é conhecida como Seleção das Quinas. E a explicação é dada com conhecimento histórico. O apelido tem origem na bandeira portuguesa, que, além das cores verde e vermelho, apresenta no centro o escudo português sobre uma esfera armilar, que vem a ser um instrumento de astronomia, aplicado em navegação (há quem chame a seleção lusa de Os Navegadores). Dentro do escudo português encontramos cinco emblemas azuis (durante a monarquia, as cores da bandeira eram azul e branco) chamados de quinas, que simbolizam os cinco reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na batalha de Ourique, no século 12.

O principal apelido da seleção do Uruguai tem origem esportiva. Também conhecida como Charrúa, celebrando um povo indígena que foi massacrado por tropas uruguaias em 1831, a equipe é chamada de Celeste Olímpica, não só pelo azul de seu uniforme (que, além de estar na bandeira, faz homenagem ao extinto clube River Plate FC), mas também pela conquista de duas medalhas de ouro olímpicas, conquistadas em 1924 (Paris) e em 1928 (Amsterdã). A seleção uruguaia também dá nome ao gol marcado diretamente de uma cobrança de escanteio, pois em 1924 o argentino Cesáreo Onzari marcou o primeiro gol desta forma, em um amistoso contra o Uruguai, que meses antes havia sido campeão olímpico. Assim, os argentinos criaram a expressão gol olímpico para ironizarem os rivais.

A estrela negra de cinco pontas, que representa a liberdade da África, bem ao centro da bandeira de Gana é a inspiração para o apelido da seleção de futebol do país: Os Estrelas Negras.

A origem do apelido da seleção da Coreia do Sul é econômica. Entre as décadas de 1960 e 1990 quatro territórios do sudeste asiático se destacaram com um crescimento agressivo: Hong Kong, Singapura e Taiwan, ao lado dos coreanos, eram conhecidos como Tigres Asiáticos. Esse codinome foi levado para o futebol, e a Coreia do Sul o adotou. Vale lembrar que o tigre é um animal típico da Ásia.

Técnicos pedem vacinas para impedir que variantes sofram mutações

Diante do aumento de casos de covid-19, autoridades sanitárias internacionais estão em alerta. O registro de novos casos da doença tem a ver com o surgimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB. Segundo os primeiros estudos, elas podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais.

O mais recente Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (10), sinaliza para o aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns pontos do país.

Em alguns estados, o sinal é mais claro nas faixas etárias a partir de 18 anos. A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas nas faixas etárias a partir de 60 anos.

“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, espera-se que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nessa atualização, podendo, inclusive, aumentar o total de estados em tal situação”, disse o pesquisador da Fiocruz.

Crianças

Quando o recorte foi feito por capitais, a Fiocruz identificou maior predominância em crianças. As exceções são Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos.

Segundo o médico Werciley Júnior, coordenador da Infectologia da rede Santa, em Brasília, as crianças devem ser um foco de atenção importante. “Apesar da doença em crianças ser uma forma normalmente leve, a gente tem dois aspectos. O primeiro é que nelas, quando a forma é grave, há uma alta taxa de mortalidade. O outro é que as crianças são carreadoras do vírus para dentro de casa. Se elas estiverem imunizadas, vão diminuir muito sua capacidade de transmissão”, alertou.

Ainda segundo o médico infectologista, apesar de até o momento os casos no país serem leves, registros positivos preocupam especialmente entre os não vacinados. O especialista ressaltou que o grande medo da comunidade médica e de autoridades sanitárias é que essa variante sofra uma nova mutação e fuja totalmente da vacina causando doenças graves.

“A gente sabe que a taxa de vacinação mais ou menos estacionou com duas doses. As pessoas não estão fazendo a terceira dose que houve uma redução gigantesca”, observou, acrescentando que esse público pode desenvolver formas graves da doença.

Segundo o médico, a vacina tem dois pontos importantes. O primeiro deles é proteger as pessoas de modo que quem tiver a doença desenvolve a forma leve.

O outro ponto é que, com anticorpos trazidos pela vacina “mesmo que parcialmente funcionando”, o paciente infectado diminui a carga viral e não consegue transmitir o vírus para a mesma quantidade de pessoas que transmitia sem a imunização.

Proteção

Além da vacinação, o infectologista recomendou que pessoas com comorbidades voltem a usar máscaras de proteção facial, evitem aglomerações e, em caso de suspeita, façam o teste para evitar contaminação de outras pessoas.

Comunidades e povos tradicionais é tema da redação do Enem 2022

Indígenas de diversas etnias no Acampamento Terra Livre, no Eixo Monumental, em Brasília

O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022 é “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, conforme divulgado pelo Ministério da Educação. O tema vale para as duas versões do Enem: impressa e em computador.

Especialista em redação e mestre em literatura indígena pela Universidade de Brasília (UnB), a professora Ana Clara Oliveira avalia que o tema deste ano segue as tradições do Enem, com “uma pegada social muito forte” e tratando de um recorte muito específico: os povos e comunidades tradicionais.

“Mais do que se restringir a esses povos, o tema abrange os desafios que o resto da sociedade tem para valorizá-los”, disse à Agência Brasil a professora do cursinho de redação online Corujando.

Eternamente contemporâneo

“Como sempre, o Enem foi muito bem na escolha temática”, acrescentou a professora formada em Letras pela UnB. Segundo ela, trata-se de um tema “eternamente contemporâneo”, mas que ganha ainda mais força devido à situação atual do país – de luta de povos indígenas e tradicionais em defesa de suas terras e culturas – e também devido às recentes mudanças políticas, em um momento em que tão diferentes visões de sociedade se confrontam.

“É um tema contemporâneo a qualquer momento na história do nosso país. Sempre foi e continuará sendo cada vez mais contemporâneo, em especial com essa recente valorização [do tema, nacional e internacionalmente]. A academia tem prestado muita atenção no tema, e há políticas sendo anunciadas visando a valorização desses povos; para que as línguas nativas não morram e para que as comunidades sejam preservadas”, argumentou.

Problema social silenciado

Mestre em Linguística e fundadora do curso de redação @lumaeponto, a professora Luma Dittrich também não ficou surpreendida com o tema. “Foi exatamente o que esperávamos: um problema social silenciado; um tema-problema que segue a mesma tendência dos últimos anos”, disse ela à Agência Brasil.

Segundo Luma, o nível de dificuldade está, em geral, mais relacionado às habilidades esperadas do candidato do que propriamente com o tema. “O Enem não espera que o candidato demonstre conhecimento sobre o tema, mas sim capacidade de leitura e reflexão. Portanto, os candidatos que entenderam sobre o problema que está dentro do tema e argumentaram refletindo sobre ele se deram bem”, disse.

Estereótipos

A professora Ana Clara enumerou alguns argumentos-chave que podem ajudar nessa dissertação argumentativa. Ela alerta sobre algumas armadilhas que podem diminuir as notas dos candidatos, em especial relacionadas ao uso de estereótipos para se referir a povos ou comunidades tradicionais.

“Pode-se falar sobre reservas, leis de proteção, instituições formadas para garantir a proteção das comunidades. O problema é que, infelizmente, a parte específica da valorização desses povos não é muito abordada para os estudantes em suas rotinas acadêmicas. No caso dos indígenas, sempre vistos como entidade do passado. Nesse sentido, o que é mostrado aos estudantes, desde quando ainda crianças, são formas estigmatizadas, com cocares, bochechas pintadas e um barulhinho feito com tapinhas na boca, algo que ninguém sabe de onde foi tirado, mas que virou som característicos para designá-los”, disse.

Argumentações

“Infelizmente essas populações acabam não sendo vistas como pessoas que usam roupas, estudam, trabalham no cotidiano e estão inseridas na civilidade. São estigmatizadas e apresentadas necessariamente como aquela pessoa na floresta, nua, fazendo rituais. É uma visão muito destorcida que a população, de forma geral, tem e que a escola perpetua direta ou indiretamente. Sem falar nas situações em que, na rotina escolar, a cultura indígena é apresentada de forma generalizada, como se todos fossem iguais, e, por vezes, romantizada”, acrescentou em meio a sugestões sobre como trabalhar o tema.

Professor do curso de redação online Me Salva!, Filipe Vuaden disse que, por abrir possibilidades para a abordagem de diferentes povos e comunidades tradicionais, o tema do Enem deste ano abre um grande leque de argumentações.

“Em termos de dificuldade, é um tema bastante acessível porque abre a possibilidade de o candidato direcionar para diferentes povos ou comunidades tradicionais, como ribeirinhos, quilombolas, pantaneiros, caipiras, sertanejos, o que amplia as possibilidades de o candidato ter alguma referência para mobilizar o texto”, disse ele ao lembrar que a mídia tem noticiado largamente os povos indígenas por conta de serem alvos de conflitos com fazendeiros, madeireiros e grileiros.

Proposta de intervenção

“Há muito o que lembrar na hora da prova e levar para o texto, mas tendo como estratégia principal o domínio das competências de avaliação da prova. É preciso ter ciência de que, em algum momento do texto, é fundamental fazer referência a uma outra área de conhecimento ou disciplina, de forma a ajudar no embasamento da argumentação”, disse.

Vuaden acrescenta ser também aconselhável a apresentação de uma “boa proposta de intervenção para a abordagem que foi dada ao problema”. “No caso, como pensamos em desafios para valorização desses povos e comunidades, o candidato tem de pensar em uma maneira de valorizar ou superar esses desafios. Pode também usar informações históricas, porque desde o período da colonização brasileira os povos tradicionais vêm enfrentando problemas para manterem suas culturas e tradições vivas”.

Borboleta e mariposas

Entre as propostas de intervenção, a professora Ana Clara destaca a busca por representatividade no ambiente político. “Esta é uma questão vital, uma vez que a falta de representatividade é bastante explícita não só na política, mas também em novelas, livros. Sem representatividade, uma borboleta rodeada por mariposas continuará sendo mariposa, como dizia uma poetiza que adoro que é a Rupi Kaur”, argumentou a professora do Corujando.

Competências

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o texto apresentado deve ser, em regra, dissertativo-argumentativo. Ou seja, as ideias defendidas precisam estar embasadas por explicações fundamentadas e por argumentações sobre o assunto. Para tanto, é apresentada uma situação-problema, além de textos motivadores, a partir dos quais os conceitos devem ser desenvolvidos, em até 30 linhas.

“As redações são avaliadas de acordo com cinco competências. A nota pode chegar a 1.000 pontos. Por outro lado, há critérios que conferem nota zero, como fuga ao tema, extensão total de até sete linhas, trecho deliberadamente desconectado do tema proposto, não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa e desrespeito à seriedade do exame”, informou, em nota, o instituto.