Zelenskiy diz que Reino Unido fornece a Kiev as armas que precisa

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse nesta segunda-feira (6) que o Reino Unido está fornecendo as armas que Kiev precisa para combater na guerra com a Rússia e agradeceu ao primeiro-ministro Boris Johnson pela compreensão “completa” das necessidades.

O Reino Unido disse na segunda-feira que, em coordenação com os Estados Unidos, fornecerá à Ucrânia sistemas de foguetes de lançamento múltiplo que podem atingir alvos a até 80 quilômetros de distância como parte de uma nova ajuda militar do Reino Unido a Kiev.

“Sou grato ao primeiro-ministro Boris Johnson pela compreensão completa de nossas demandas e prontidão para fornecer à Ucrânia exatamente as armas que ela precisa para proteger a vida de nosso povo”, disse Zelenskiy em seu discurso noturno em vídeo.

Nesta segunda-feira, tropas ucranianas e russas lutaram pelo controle da cidade industrial de Sievierodonetsk em uma batalha crucial da ofensiva do Kremlin na região de Donbas, leste da Ucrânia.

Zelenskiy e Johnson mantiveram uma conversa telefônica na qual o presidente ucraniano disse que os dois estavam “procurando maneiras de evitar a crise alimentar e desbloquear os portos (da Ucrânia)”, referindo-se ao bloqueio naval russo na Ucrânia, que deixou esta última incapaz de exportar muito dos seus produtos agrícolas.

MPF acompanha desaparecimento de indigenista e jornalista na Amazônia

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou nesta segunda-feira (6) que está monitorando as providências que estão sendo tomadas para localizar o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil. 

Segundo a coordenação da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), região localizada no oeste do Amazonas, eles estão desaparecidos há mais de 24 horas.

“A informação repassada ao MPF é que os agentes ligados a essas forças estão fazendo varreduras no trecho entre a comunidade São Rafael e o município de Atalaia do Norte (AM), onde teria ocorrido o desaparecimento”, informou a PGR.

Na tarde de hoje, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, se reuniram em Brasília para tratar de providências sobre o caso.

Além da PGR, o Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas abriu um procedimento administrativo para acompanhar a questão e acionou a Marinha, a Polícia Federal (PF) e demais autoridades.

Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com indígenas. Segundo a Unijava, ontem os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte por volta de 9h da manhã, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No início da tarde, uma primeira equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca dos desaparecidos, mas não os encontrou.

A PF informou que também está acompanhando e trabalhando no caso. “As diligências estão sendo empreendidas e serão divulgadas oportunamente”, diz nota da instituição.

A Marinha emitiu uma nota oficial em que informa que enviou, na manhã desta segunda-feira,  uma equipe de Busca e Salvamento (SAR) da Capitania Fluvial de Tabatinga para o município de Atalaia do Norte (AM) para auxiliar nas buscas pela embarcação em que estavam o jornalista  e o indigenista. As buscas, com a participação de sete militares, seguiram ao longo da tarde e foram feitas ações nos rios Javari, Itaquaí e Ituí, no interior do Amazonas.

A Marinha também informou que, na manhã desta terça-feira, um helicóptero do 1º Esquadrão de Emprego Geral do Noroeste também será utilizado nas buscas, além de duas embarcações e uma moto aquática

Fenômenos extremos, como as chuvas do Recife, devem se repetir

Bairro de Jardim Monteverde, região limítrofe entre Recife e Jaboatão dos Guararapes, atingido pelas fortes chuvas na Região Metropolitana do Recife

Fenômenos climáticos extremos, como as chuvas que provocaram ao menos 126 mortes no Recife, devem se tornar ainda mais frequentes nos próximos anos, segundo o professor especialista em recursos hídricos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Rodrigo Manzione.

“A gente tem essas anomalias, essas instabilidades no clima, que são difíceis de prever. Elas já são resultado do quadro de mudanças climáticas que vem alterando a temperatura dos oceanos, entre outras coisas. Então, é de se esperar que a gente continue tendo anomalias, surpresas nos próximos anos”, diz.

O especialista destacou que as fortes chuvas que têm atingido a Região Nordeste nas últimas semanas acontecem em um momento em que não seriam esperados temporais tão intensos. “Essas chuvas geralmente o pessoal costuma esperar para janeiro, fevereiro, março. E, agora, está vindo fora de hora, e acabou causando mais estragos para essa época do ano do que o esperado”, acrescentou.

Neste ano, o fenômeno acontece, segundo Manzione, devido ao La Ninã, quando há o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, mudando os padrões do clima. “A gente vem passando por anos consecutivos de alterações nessas temperaturas do [Oceano] Pacífico. Hora com aquecimento, hora com resfriamentos anômalos. Isso faz com que a gente tenha os quadros de La Niña, com aquecimento, El Niño, com resfriamento, se repetindo ano a ano. Isso faz com que os padrões climáticos normais, vamos dizer assim, acabem não ocorrendo”, explicou.

Maior frequência

Essas alterações no clima pressionam, de acordo com o especialista, a capacidade das zonas urbanas de conter e dar resposta a essas situações. “Eventos que ocorriam a cada dez, 20 anos, começam ocorrer a cada cinco. Aí, não tem cidade que suporte”, enfatizou.

O Brasil também começa, segundo Mazione, a ficar exposto a situações que não ocorriam no passado. Ele citou como exemplo os fortes ventos e os ciclones que atingiram Santa Catarina nos últimos anos. “A gente pode ter eventos que até então estavam em categorias mais baixas como furacões de classe mais baixa. A gente não está livre desses fenômenos, como se acreditava no passado”, alerta.

O professor acredita na importância de se pensar estratégias para reduzir o impacto desses eventos no futuro. “Esse é o dilema, como a gente vai responder a esse tipo de problema. Se a gente vai se prevenir e, quando acontecer, a gente poder responder de uma forma mais eficiente e poder minimizar as perdas de vida, materiais, econômicas”, diz.

O desafio, no entanto, é grande. Manzione ressalta que existem no país 8 milhões de pessoas vivendo em áreas consideradas de risco.

Combustível: presidente propõe ressarcir estados em troca de ICMS zero

Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco,da República, Jair Bolsonaro e da Câmara, Arthur Lira, durante coletiva sobre a situação dos combustíveis em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira (6), em uma declaração à imprensa, uma proposta para reduzir os impostos estaduais sobre os combustíveis em troca do ressarcimento da perda de receita com recursos federais. A ideia é aprovar uma proposta de emenda constitucional (PEC) que  autorize os estados a zerarem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidem sobre o óleo diesel e o gás de cozinha (GLP). Ao fazerem isso, os governos estaduais contariam com uma compensação financeira equivalente à receita que deixaria de ser arrecadada.

“Nós zeramos o PIS/Cofins [imposto federal] desde o ano passado e desde que os senhores governadores entendam que possam também zerar o ICMS, nós, o governo federal, os ressarciremos aos senhores governadores o que deixarão de arrecadar”, disse Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Durante o anúncio, ele estava acompanhado dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de alguns dos seus principais ministros, como Paulo Guedes (Economia), Adolfo Sachsida (Minas e Energia) e Ciro Nogueira (Casa Civil). Antes da declaração à imprensa, eles estavam reunidos na sede do governo federal para debater as medidas.

Para ser viabilizada, a proposta do governo precisa assegurar a aprovação do projeto que limita a aplicação de alíquota do ICMS sobre bens e serviços relacionados a combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. O projeto de lei complementar (PLP), que passou pela Câmara e agora está em análise no Senado, fixa a alíquota desse imposto em, no máximo 17% sobre esses setores, e também prevê mecanismos de compensação aos estados.

“Nós, aqui, esperamos, como é democrático, que o Senado tenha a tranquilidade, autonomia e sensibilidade no PLP 18. E que nós, após isso, tramitaremos uma PEC que autorize o governo federal a ressarcir os estados que estiverem à disposição para zerar esses impostos estaduais, sem prejuízo nenhum para os governadores”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira.

situação excepcional

Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a situação atual exige a colaboração entre a União, os estados e os municípios. “Todos têm de colaborar. Estados e municípios estão numa situação que nunca estiveram antes. Todos no equilíbrio, em azul, pagando os fornecedores. Estão com as contas em dia, estão dando até aumento de salários. Estamos renovando o compromisso com a proteção da população brasileira, com a cooperação entre os entes federativos”, explicou, durante o pronunciamento.

Pela ideia do governo, a PEC serviria para compensar os estados com um eventual zeramento do ICMS do que ficar abaixo do teto de 17%, caso o Senado aprove o projeto de lei em tramitação na Casa. “A ideia é que uma parte venha por esse teto de 17%, ou seja a colaboração dos estados e dos municípios. E o governo federal, por outro lado, transferindo recursos para qualquer redução de impostos que vá além disso”, explicou o ministro.

Ainda de acordo com Guedes, a medida teria validade até o dia 31 de dezembro deste ano. Ele não informou qual será o impacto orçamentário do ressarcimento aos estados. “Temos receitas extraordinárias que ainda não foram lançadas no Orçamento, esta transferência aos entes estará limitada a essas receitas”, informou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes,fala sobre a situação dos combustíveis em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a medida teria validade até o dia 31 de dezembro deste ano – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Senado

O presidente do Senado afirmou que as propostas do governo são bem-vindas e que o assunto será amplamente discutido na Casa, inclusive levando em conta os pleitos dos estados. Sobre o avanço do projeto de lei complementar que limita a alíquota do ICMS, ele disse esperar uma definição breve.

“Esperamos, muito brevemente, ter uma definição em relação à esse relatório do senador Fernando Bezerra Coelho, mas, de fato, uma oportunidade ao diálogo, ao consenso e, o que é mais importante, favorecer o consumidor final em relação ao problema gravíssimo que temos hoje, que é o preço excessivo do combustível na bomba”, disse Rodrigo Pacheco.

Gasolina e etanol

O presidente Jair Bolsonaro também afirmou que o governo federal vai zerar os tributos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre a gasolina e o etanol, para tentar reduzir o valor na bomba. Esses impostos estão zerados sobre o diesel e o gás de cozinha.

“Em havendo o entendimento por parte dos senhores senadores, em se aprovando o projeto de lei complementar, em se promulgando de forma bastante rápida uma emenda à Constituição, isso se faria valer imediatamente na ponta da linha essa diminuição da carga tributária para enfrentarmos esse problema fora do Brasil, que tem reflexos para todos nós aqui dentro”, enfatizou Bolsonaro.

Sindhospe debate futuro da Saúde com uma série de palestras durante evento em Caruaru

O Sindhospe (Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos Privados e Filantrópicos de PE) promove nos próximos dias oito e nove de junho o Encontro Sindhospe – Subsede Caruaru. O evento, que ocorre no WA Hotel, em Indianópolis, vai debater o futuro do setor Saúde com uma série de palestras sobre LGPD e a segurança dos dados dos pacientes, a aplicabilidade da tecnologia na gestão e segurança dos usuários, o impacto da pandemia sobre os estabelecimentos de saúde, entre outros. Ainda durante o encontro, um documento com propostas para o setor de Saúde será elaborado para ser entregue, posteriormente, aos candidatos ao governo de Pernambuco.

O evento voltado para os associados das 26 cidades que fazem parte do Agreste Central também vai prestar homenagem ao ex-presidente do Sindhospe, Dr. Severino Ferreira de Omena, um dos fundados do Hospital Santa Efigênia, que faleceu em outubro do ano passado.

É o 3º evento só no primeiro semestre que o Sindhospe promove com associados pelo interior do estado. Em abril, foram realizados encontros nas subsedes de Serra Talhada e Petrolina, no Sertão. O Sindhospe atua para assessorar e capacitar os estabelecimentos de saúde privados e filantrópicos do estado de Pernambuco, que possui o segundo maior Polo Médico do País e o maior das regiões Norte e Nordeste. O setor tem faturamento anual de mais de 7 bilhões de reais por ano e gera aproximadamente 100 mil empregos.

PROGRAMAÇÃO PRIMEIRO ENCONTRO SINDHOSPE – SUBSEDE CARUARU

Na quarta (8), o evento tem início às 14h30 com apresentação do presidente do Sindhospe, Dr. George Trigueiro; e do delegado regional de Caruaru, Dr. Marcelo Capela.

Na sequência vem uma série de palestras para os associados.

1ª PALESTRA – ATUALIZAÇÃO EM LGPD – LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O CUIDADO COM OS DADOS DE PACIENTES

PALESTRANTE: DR. MARCOS PONTES, advogado especialista em LGPD

2ª PALESTRA – NOVAS FERRAMENTAS PARA SUPLY CHAIN – OPME, SUPRIMENTOS E COMPRAS PARA O SETOR SAÚDE

PALESTRANTE: DR. ISRAEL NETO, sócio e diretor da SÍNTESE

3ª PALESTRA – APLICABILIDADE DA FERRAMENTA TECNOLÓGICA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO E SEGURANÇA DO PACIENTE

PALESTRANTE: DRA. AMANDA MACHADO

À noite, o Sindhospe realiza uma cerimônia de descerramento da placa em homenagem ao ex-presidente do Sindhospe, Dr. Severino Omena, falecido no ano passado. Com isso, a subsede de Caruaru passará a se chamar Delegacia Regional do Agreste Central Dr. Severino Omena.

O homo sapiens tem futuro?

Por Maurício Rands

Os humanos apreendemos a realidade através dos nossos sentidos. Com o uso da razão, construímos a interpretação que atribui significados e relações aos objetos apreendidos. Ou seja, o nosso cérebro organiza a variedade de informações que capturamos na realidade. Essa realidade organizada pelo nosso cérebro é a matéria prima das nossas reflexões. 

Nesse processo, importam muito as informações e conteúdos a que temos acesso. Em tempos de algoritmos, corremos o risco de sermos excessivamente influenciados pelas escolhas de conteúdos feita por outros. Por gente poderosa como Sheryl Sandberg e seu sócio Mark Zuckerberg na Meta-Facebook. Eles que orientam os algoritmos definidores do que vai aparecer em nossas telinhas. Algoritmos programados para acirrar o bate-boca irracional da polarização. Por isso, precisamos estar alertas para não cairmosprisioneiros do que eles direta ou indiretamente determinam. Para que não nos escravizemos nas bolhas que essas plataformas condicionam. 

Para este exercício não pode fazer mal a companhia de pensadores independentes e avessos ao espírito de tribo tão bem denunciado por Mário Vargas Llosa (La llamada de la Tribu, 2019). O historiador escocês Niall Ferguson (Harvard, Oxford, Stanford) é uma dessas boas companhias. É celebrado pelo olhar crítico. Avesso às bolhas. O seu monumental  Civilization (2011)ajudou-me a compreender a nova geopolítica que emergiu do declínio relativo da civilização ocidental e do regresso da China como potência ativa global. 

Agora, ele nos premia com uma análise dos desastres que se abateram sobre a humanidade e as ameaças que pairam sobre o nosso futuro. Em Doom – The Politics of Catastrophe (2021), ele mostra como as catástrofes podem ser agravadas por nossas ações ou inações. Pela gestão incompetente ou pela falta de antecipação e planejamento. 

Diante das diferentes respostas dos países à pandemia da Covid-19, ele analisa como a política afetou o tamanho da tragédia. A maior potência do planeta, não apenas por seu presidente, mas por sua burocracia, foi um fracasso que se expressou no número avassalador de vítimas. Os populistas, em geral, performaram muito mal. Casos de Bolsonaro, Boris Johnson e Trump. Para Ferguson, os desastres tornam-se epocais quando suas ramificações econômicas, sociais e políticas superam o excesso de mortes que eles causam. Concluindo que estamos numa Segunda Guerra Fria, agora entre EUA e China, ele aponta caminhos na esperança de evitar que ela se converta em guerra quente. Diante de um choque, os países e corporações podem (i) colapsar; (ii) sobreviver, embora enfraquecidos; ou (iii) emergirmais fortes. Para ele, diante da pandemia, os EUA podem se situar na categoria (ii), enquanto a China pode emergir na categoria (iii). Por outro lado, os países que tiveram máperformance na crise podem ser impelidos a reformar modelos, atitudes e procedimentos. Para ele, uma “sacudida” na burocracia americana, suas universidades e sua mídia poderiam induzir reformas que as fortaleçam. Quanto às consequências da pandemia para os países pouco desenvolvidos, ele infelizmente acertou ao prever um aumento da fome e da pobreza.

As pandemias são apenas uma das espécies de ameaças que pairam sobre a humanidade. Algumas são exógenas: potenciais flutuações do sol e outras estrelas, buracos-negros na galáxia, impacto de algum asteroide chocando-se com o planeta, terremotos e vulcões. Outras são decorrentes das nossas ações: as tecnologias que inventamos, como a nuclear, a inteligência artificial (IA) que pode se voltar contra nós, as armas biológicas, a engenharia genética, as mudanças climáticas. Ferguson vai além e nos adverte sobre os ricos das tecnologias que permitem uma vigilância global dos cidadãos. Nas plataformas digitais,produzimos diariamente dados que, com uso da IA, podem ser usados contra nós próprios. E isso pode viabilizar totalitarismos que nos podem destruir.

Como esse estudo das catástrofes nos mostra, seus efeitos dependem da capacidade das sociedades de com elas lidar. A história tem continuidades e descontinuidades. Nem sempre o exame do passado permite prever o futuro. Pode haver acidentes como os cogitados ou outros que nem imaginamos. Mas o estudo dessas possibilidades pode nos ajudar a prevenir pelo menos os que são evitáveis. Para que o “homo sapiens”, que já causou a destruição de tantas espécies animais e vegetais, não acabe por se destruir por suas próprias criações. 

 Maurício Rands, advogado formado pela FDR da UFPE, PhD pela Universidade Oxford

MPPE recomenda à Câmara de Vereadores de São José do Belmonte declarar perda de mandato de vereador com condenações criminais

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através da Promotoria de Justiça local, expediu recomendação ao presidente da Câmara de Vereadores de São José do Belmonte, Cícero de Moura, e aos demais integrantes da Mesa Diretora do Legislativo municipal para que a Câmara declare, em cumprimento à legislação, a perda do mandato eletivo do vereador José de Andrade Lucas. O parlamentar teve os direitos políticos suspensos em razão de duas condenações criminais que transitaram em julgado nos meses de agosto e novembro de 2021.

Conforme apontou a promotora de Justiça Gabriela de Almeida no texto da recomendação, a Lei Orgânica do município de São José do Belmonte e os entendimentos do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral estabelecem a perda do mandato eletivo como consequência automática da suspensão dos direitos políticos em razão de sentença criminal transitada em julgado.

O MPPE alertou ainda, em conformidade com seu papel de defensor da ordem jurídica, que cabe ao chefe do Poder Legislativo municipal declarar a perda de mandato do vereador e substituí-lo imediatamente pelo(a) próximo(a) suplente da chapa proporcional. Caso não cumpram esse procedimento, o presidente e demais integrantes da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores podem incidir em ato de improbidade administrativa.

Os parlamentares devem informar ao MPPE, no prazo de 48 horas após o recebimento da recomendação, sobre o acatamento ou não das medidas recomendadas pelo MPPE. Caso seja declarada a perda de mandato, o Legislativo municipal deve ainda apresentar cópia dos atos de perda do mandato e de posse do(a) suplente.

A recomendação foi publicada no Diário Oficial Eletrônico do MPPE da segunda-feira (30/05

Justiça Eleitoral disponibiliza lista de devedores de multa eleitoral

Fachada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

A Justiça Eleitoral disponibilizou, deste este  domingo (5) aos partidos políticos, a relação de todos os devedores de multa eleitoral. Essa lista serve de base para a expedição das certidões de quitação eleitoral, documento que é “pré-requisito para quem pretende concorrer a um cargo público nas Eleições de 2022”, informou, em nota, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com o TSE, a principal causa de indeferimento de registros de candidaturas é a falta deste documento. Para consultar a lista, é necessário que os partidos acessem o Sistema de Filiação Partidária (Filia).

“A ferramenta, que é acessada pelos partidos, possui funcionalidade específica para a geração dos arquivos com esses dados. Basta o usuário autorizado pela legenda clicar no menu Arquivos > Dados Devedores e gerar os dados, no momento que quiser”, informou o TSE referindo-se à regra prevista na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997).

Além de dispor sobre a certidão de quitação eleitoral, a Lei de Eleições detalha quais são os documentos que precisam ser apresentados no momento do pedido de registro de candidatura. “Entre eles, estão a cópia da ata da convenção partidária, a certidão de quitação eleitoral, a prova de filiação partidária e a autorização do filiado para incluir seu nome como candidato”, acrescentou o TSE.

“Para fins de expedição da certidão, são considerados quites aqueles que: condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data da formalização do pedido de registro de candidatura, comprovado o pagamento ou o parcelamento da dívida regularmente cumprido; e os que pagarem a multa que lhes couber individualmente, excluindo-se qualquer modalidade de responsabilidade solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros candidatos e em razão do mesmo fato”, explicou.

Pelo menos três pessoas morrem em tiroteio na Filadélfia

Um tiroteio em massa na Filadélfia deixou ao menos três mortos e 11 feridos, disse a polícia neste domingo (5), no mais recente caso de violência armada nos Estados Unidos após massacres recentes no Texas, Nova York e Oklahoma, onde dezenas morreram.

Um atirador abriu fogo na movimentada área de South Street, na Filadélfia, que tem vários bares e restaurantes, por volta da meia-noite de sábado (4). Dois homens e uma mulher foram mortos, disseram autoridades.

“Havia centenas de indivíduos curtindo South Street, como fazem todos os fins de semana quando o tiroteio começou”, disse o inspetor de polícia da Filadélfia, D. F. Pace.

O incidente ocorreu após tiroteios recentes em uma mercearia em Buffalo, Nova York, numa escola primária em Uvalde, Texas, e num prédio médico em Tulsa, Oklahoma, que deixaram dezenas de mortos. Ativistas estão pressionando o governo dos Estados Unidos (EUA) a tomar medidas mais fortes para conter a violência armada.

Já houve pelo menos 239 tiroteios em massa nos EUA em 2022, segundo o grupo de pesquisa Gun Violence Archive. O grupo define um tiroteio em massa como aquele em que pelo menos quatro pessoas são baleadas, excluindo o atirador.

Policiais da Filadélfia observaram vários atiradores ativos atirando na multidão, com um policial a cerca de 9 a 13 metros de um indivíduo que estava atirando, disse a polícia. Esse policial atirou no suspeito.

O paradeiro dos atiradores não era conhecido, disse Pace. Duas pistolas foram recuperadas no local, adicionou. Não houve prisão em flagrante.

O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu na quinta-feira (2) que o Congresso proíba as chamadas armas de assalto, expanda as verificações de antecedentes e implemente outras medidas de controle de armas para lidar com a série de tiroteios em massa.

A maioria dos eleitores americanos é a favor de leis de controle de armas mais fortes, mas os republicanos no Congresso e alguns democratas moderados têm bloqueado tais leis por anos

Quase 50% precisaram ajustar orçamento para não perder plano de saúde

Pesquisa da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) mostra que 47% dos entrevistados tiveram que ajustar o orçamento em 2021 para não perder o plano de saúde. O levantamento, que ouviu mais de mil pessoas em todo o país, revela ainda que 83% das pessoas têm medo de perder o plano.

A pesquisa foi feita no último mês de abril com 1.012 pessoas, de 16 anos ou mais, responsáveis pelas principais decisões do domicílio. As entrevistas foram realizadas por telefone.

“O medo de perder o acesso [ao plano de saúde] pode ser motivado pelo aumento das taxas de desemprego ao longo da pandemia de covid-19”, destacou o presidente da Anab e idealizador do estudo, Alessandro Acayaba de Toledo.

De acordo com ele, a portabilidade é uma das saídas para quem precisa reduzir o custo com o plano de saúde, mas sem perdê-lo. “É direito do beneficiário. O interesse pela portabilidade aumentou 12,5% de acordo com a ANS [Agência Nacional de Saúde]. Em alguns casos, foi possível reduzir em 40% os custos com a saúde”, ressaltou Toledo.

Segundo o levantamento, entre os que não têm plano de saúde, 83% consideraram que ele é necessário. Dos entrevistados que são usuários exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS), 68% precisaram de algum tipo de atendimento médico em 2021, mas relataram dificuldade no acesso.

Para 88% das pessoas ouvidas, a necessidade de assistência médica permaneceu a mesma ou aumentou durante a pandemia. A pesquisa mostrou ainda que um em cada quatro pessoas disse que precisou buscar mais ajuda médica após o início da pandemia de covid-19.