Aberto da Austrália: ATP se pronuncia sobre o caso Novak Djokovic

Djokovic gesticula durante final do Aberto da Austrália em fevereiro deste ano - 2021 - tênis

Os eventos que levaram Novak Djokovic a ficar em um centro de detenção de imigrantes após chegar a Melbourne para o Aberto da Austrália em meio a uma disputa sobre sua isenção médica da vacina contra o novo coronavírus (covid-19) foram “prejudiciais em todas as frentes”, afirmou a ATP (Associação de Tenistas Profissionais) nesta segunda-feira (10).

A ATP, órgão que rege o tênis masculino, celebrou a decisão que permitiu a Djokovic permanecer em Melbourne e competir no torneio da próxima semana, mas disse que a confusão em torno da entrada do número um do mundo no país destacou a necessidade de compreensão, comunicação e aplicação de regras mais claras.

“Ao viajar para Melbourne, fica claro que Novak Djokovic acreditava que recebeu uma isenção médica necessária para cumprir os regulamentos de entrada”, disse a ATP em comunicado.

“A série de eventos que levaram à audiência foi prejudicial em todas as frentes, inclusive para o bem-estar de Novak e a preparação para o Aberto da Austrália”, afirmou entidade.

“Os pedidos de isenção médica dos jogadores são feitos independentemente da ATP, no entanto, estamos em contato constante com a Tennis Australia para buscar clareza ao longo desse processo. Saudamos o resultado da audiência de segunda-feira e esperamos algumas semanas emocionantes de tênis pela frente”, acrescentou.

Número de mortos pela covid-19 no Brasil passa de 620 mil

Coronavírus (COVID-19), Novo Coronavirus SARS-CoV-2

As mortes em consequência de complicações associadas à covid-19 passaram de 620 mil no Brasil. O país registrou, em 24 horas, mais 110 óbitos pela doença e, com isso, o total de mortes chegou a 620.091. Até ontem (9), o sistema de informações da pandemia marcava 619.981 falecimentos.

Ainda há 2.882 mortes em investigação, dados que não vêm sendo atualizados nos últimos dias. Os casos em investigação referem-se a registros em que a determinação da causa da morte demanda exames e procedimentos posteriores ao falecimento.

O número de pessoas infectadas desde o início da pandemia alcançou 22.558.695. De ontem para hoje, foram confirmados 34.788 diagnósticos positivos da doença. Ontem, o painel de informações da pandemia do Ministério da Saúde contabilizava 22.523.907.

Ainda estão sendo acompanhados 302.471 casos de pessoas que tiveram o quadro de covid-19 confirmado.

O total de infectados com a variante Ômicron no país chegou a 392 – 121 em São Paulo, 58 no Rio de Janeiro, 40 casos no Ceará e 38 em Goiás e Santa Catarina. Ainda há 708 potenciais casos em investigação, a maioria no Rio de Janeiro (312), Rio Grande do Sul (234) e Minas Gerais (114).

Até esta segunda-feira, 21.636.133 pessoas já haviam se recuperado da doença.

Os dados estão no balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado na noite desta segunda-feira (10). A atualização reúne informações sobre casos e mortes enviadas pelas secretarias estaduais de saúde.

Os números em geral são menores aos domingos, segundas-feiras ou nos dias seguintes a feriados por causa da redução das equipes que alimentam os dados. Às terças-feiras e dois dias depois dos feriados, em geral, há mais registros diários por causa da atualização dos dados acumulados.

Estados

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, o estado que registra mais mortes por covid-19 é São Paulo (155.384), seguido por Rio de Janeiro (69.532), Minas Gerais (56.743), Paraná (40.917) e Rio Grande do Sul (36.484).

Os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (1.852), Amapá (2.024), Roraima (2.078), Tocantins (3.953) e Sergipe (6.062). De ontem para hoje, não houve registro de mortes no Acre, no Amapá e em Roraima.

As mortes em consequência de complicações associadas à covid-19 superaram as 620 mil no dia 10/01/2022.
As mortes em consequência de complicações associadas à covid-19 superaram as 620 mil no dia 10/01/2022. – 10/01/2022/ Divulgação/ Ministério da Saúde

Vacinação

Até o dia de hoje, foram aplicadas 333,6 milhões de doses de vacinas contra covid-19 no Brasil. São 161,7 milhões os brasileiros que receberam a primeira dose e 144,5 milhões os que tomaram a segunda dose ou dose única. A dose de reforço foi aplicada a 15,5 milhões de pessoas.

Saúde Governo reduz para 7 dias isolamento de pacientes com covid-19

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante o lançamento do programa Cuida Mais Brasil.

O Ministério da Saúde decidiu reduzir de dez para sete dias o período recomendado de isolamento para pacientes com covid-19. Em entrevista coletiva dada no início da noite da segunda-feira (10), o ministro Marcelo Queiroga anunciou a nova recomendação do governo. Segundo a atualização do guia de vigilância epidemiológica para a covid-19 da pasta, caso não haja mais sintomas no sétimo dia, a pessoa pode sair do isolamento.

Existe ainda uma possibilidade de encurtar ainda mais o tempo de isolamento. Caso no quinto dia o paciente não tenha mais nenhum sintoma respiratório, não apresente febre e esteja há 24 horas sem usar medicamento antitérmico, ele pode fazer um teste rápido de covid-19. Se o teste der negativo para o vírus, ele também está liberado.

Se, no entanto, o teste der positivo, o paciente deve aguardar até o fim dos dez dias de isolamento. Para quem chegou ao sétimo dia e ainda tiver com sintomas do vírus, a recomendação é manter o isolamento, no mínimo, até o décimo dia e sair apenas quando os sintomas acabarem.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, o Ministério da Saúde usou como parâmetro as medidas de isolamento aplicadas nos Estados Unidos e no Reino Unido. No primeiro, o isolamento termina após cinco dias caso não haja mais sintomas. No segundo, o tempo de isolamento é de sete dias, comprovado o fim da infecção com um teste negativo.

Na avaliação de Queiroga, a vacinação no Brasil tem avançado a ponto do governo reduzir o período de isolamento. “Como o Brasil tem avançado muito na campanha de vacinação, em relação ao número de doses de reforço, a população das grandes metrópoles está muito vacinada, podemos vislumbrar um cenário aqui no Brasil mais parecido com o que acontece em países como Reino Unido”.

Além disso, o governo tem se baseado no número de óbitos, que não tem aumentado na mesma proporção da contaminação pela variante Ômicron do novo coronavírus. “A ômicron tem causado um número muito maior de casos, mas felizmente não há correspondência com o número de óbitos”.

Presidente nega ter acusado diretor-presidente da Anvisa de corrupção

Presidente Jair Bolsonaro em Dubai

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta segunda-feira (10) ter acusado o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, de corrupção.

“Eu me surpreendi com a carta dele. Carta agressiva, não tinha motivo para aquilo. Eu falei o que estava por trás do que a Anvisa vem fazendo. Não acusei ninguém de corrupção. Por enquanto, não tenho nada que fazer no tocante a isso aí”, afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan, retransmitida nas redes sociais do presidente.

Em seguida, Bolsonaro avaliou o trabalho da agência e comentou sobre a nomeação de Barra Torres para o cargo, no início do governo.

“Eu acho que a Anvisa, acredito que o trabalho poderia ser diferente. Eu o nomeei para lá. Depois da nomeação, ele ganhou luz própria. Eu espero que ele acerte na Anvisa. Mas nós não tivemos nenhum atrito a ponto tal de ele falar que eu tinha que indicar qualquer indício de corrupção”, acrescentou.

No sábado (8), Barra Torres divulgou nota em que nega a existência de interesses ocultos por trás da aprovação da vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra covid-19. No texto, ele pede retratação ao presidente Jair Bolsonaro sobre fala relacionada ao assunto.

A carta foi uma resposta à Jair Bolsonaro, que durante entrevista para uma rádio, na semana passada, questionou o interesse da Anvisa com a aprovação da vacina da Pfizer contra covid-19 para crianças nessa faixa etária. “Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí?”, perguntou.

Na nota, Barra Torres disse que se o presidente tiver informações que indiquem corrupção deveria determinar investigação policial. “Agora, se o senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate. Estamos combatendo o mesmo inimigo e ainda há muita guerra pela frente. Rever uma fala ou um ato errado não diminuirá o senhor em nada. Muito pelo contrário”, escreveu o diretor-presidente da Anvisa.

Pfizer: vacina específica contra Ômicron é cenário mais provável

O presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, disse nesta segunda-feira (10) que uma vacina contra a covid-19 redesenhada que visa especificamente a variante Ômicron do novo coronavírus provavelmente será necessária, e que o laboratório pode ter uma pronta para ser lançada até março.

Bourla afirmou que a Pfizer e a parceira BioNTech estão trabalhando em uma versão da vacina direcionada à Ômicron, bem como em uma vacina que incluiria tanto a vacina anterior quanto uma direcionada à variante de rápida disseminação.

“Acredito que é o cenário mais provável”, disse Bourla, na conferência anual de saúde do J.P. Morgan, realizada virtualmente este ano. “Estamos trabalhando em doses mais altas. Estamos trabalhando em cronogramas diferentes. Estamos fazendo muitas coisas agora enquanto falamos.”

Bourla afirmou que a Pfizer pode estar pronta para solicitar aprovação regulatória dos Estados Unidos para uma vacina redesenhada e lançá-la em março. Segundo Bourla, a Pfizer construiu tanta capacidade de fabricação para a vacina que não será um problema trocá-la imediatamente.

A vacina contra a covid-19 eventualmente pode ser uma vacina anual para a maioria das pessoas, disse Bourla, e alguns grupos de alto risco podem receber as vacinas com mais frequência do que isso.

O presidente-executivo da Moderna, Stéphane Bancel disse na semana passada que as pessoas podem precisar de outra dose no segundo semestre, já que a eficácia do reforço provavelmente diminuirá nos próximos meses.

Com problemas plataforma para marcar testes de covid é suspensa no Rio

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A plataforma de agendamentos de testes de covid online da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro foi suspensa no primeiro dia de funcionamento.

De acordo com o governo estadual, houve um problema no sistema, com a marcação de mais pessoas do que o previsto para os próximos três dias. Por isso o site precisou ser temporariamente retirado do ar.

Por causa do problema e da grande demanda por testes, filas e aglomerações se formaram em alguns postos nesta segunda-feira. Muitas pessoas reclamaram da situação nas redes sociais.

Em nota, a Secretaria de Saúde do estado lamentou os transtornos e informou que mobilizou mais equipes para agilizar o atendimento. E que todas as pessoas que agendaram dia e horário pelo site serão atendidas e se desejarem também poderão remarcar o exame.

Nesta segunda-feira, foram inauguradas três novas unidades para testagem de Covid no estado. A unidade no estádio de atletismo Célio de Barros vai realizar inicialmente 500 exames por dia.

O Instituto de Servidores do Estado, no Maracanã, e o Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz, em Nova Iguaçu, na baixada fluminense, vão disponibilizar 200 testes cada. No total são nove centros de testagem no estado.

A Secretaria de Saúde não informou a previsão de retorno dos agendamentos online.

Aeroporto do Recife :PF prende mulher com 4kg de maconha escondida no corpo

Na tarde da última sexta-feira, 07, por volta das 15:30, uma mulher foi presa pela Polícia Federal, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, quando desembarcou trazendo cerca de 4kg de maconha escondida no corpo, por baixo das roupas.

O vôo vinha de Guarulhos, e durante o desembarque dos passageiros, os policiais federais conseguiram observar um comportamento suspeito da mulher que destoava dos demais passageiros, razão pela qual foi submetida ao procedimento de busca pessoal preventiva, onde foi possível identificar a droga amarrada junto ao corpo da mesma por fitas adesivas. Ela recebeu voz de prisão em flagrante e foi conduzida para a Superintendência da Polícia Federal para serem feitos os procedimentos formais da prisão.

Durante a autuação da prisão em flagrante, a conduzida confessou que ganharia mil reais por quilo de droga transportado, no entanto, não prestou informações sobre a pessoa que lhe entregou a droga.

A presa foi autuada por tráfico de drogas e conduzida para a penitenciária feminina.

Rádio Nova FM de Fazenda Nova é a mais nova integrante da Rede Pernambuco de Rádios

A partir desta segunda-feira (10), a Rede Pernambuco de Rádios tem mais uma nova integrante. É a Rádio Nova FM 104.9, que passa a integrar a Rede que mais cresce em Pernambuco. Localizada no distrito de Fazenda Nova, município de Brejo da Madre de Deus na Zona do Agreste Setentrional, a Rádio Nova FM conquista em quase vinte anos no ar, Valdir Bento presidente da emissora, André Passos, Humberto Krause e toda a equipe, grande credibilidade e confiança entre os ouvintes e colaboradores.

A Rede Pernambuco de Rádios é hoje o principal meio de comunicação do estado. Com uma equipe determinada para servir ao povo com notícias, entrevistas, debates e prestação de serviços, é a Rede que mais cresce integrando de ponta a ponta todas as Regiões de Pernambuco.

Hoje já são quase vinte emissoras à serviço da sociedade e da população pernambucana. O dinamismo do jornalista e comunicador Alberes Xavier tem o reconhecimento da sociedade como referência no rádio-jornalismo e web-jornalismo e pelos serviços prestados na comunicação.

Alberes Xavier é quem comanda e apresenta o Programa “Cidade em Foco” da Rede Pernambuco de Rádios, que vai ao ar de segunda a sexta-feira das 11h às 12h, transmitido pelas emissoras: Rádio Filadélfia FM (104.9), Farol FM (90.5), Rádio Toritama FM (104.9), Rádio Vale FM (91.7), Orobó FM (105.9), Vertentes FM (104.9), RCM FM (87.9), Nova Timbaúba FM (96.9), Cult FM (98.5), Beto Som FM (104.9), Terra Nova FM (104.9), Luar do Sertão FM (87.9), Floresta FM (87.9), Rádio Cruzeiro FM (104.9), Cidade FM (97.7), Líder FM (87.9), Atividade FM (98.5) e Rádio Nova FM (104.9), e pela Internet: https://www.facebook.com/blogdoalberesxavier/

Líder deposta de Myanmar é condenada a mais quatro anos de prisão

Arquivo: Presidente de Myanmar Aung San Suu Kyi

A líder deposta no golpe de Estado promovido pelos militares em Myanmar, Aung San Suu Kyi, foi condenada hoje (10) a mais quatro anos de prisão, em julgamento que poderá resultar em décadas de reclusão. 

A ex-líder de Myanmar (antiga Birmânia), de 76 anos, que ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1991, está em prisão domiciliar desde o golpe militar de 1º de fevereiro de 2021. Entre outras coisas, ela foi considerada culpada pela importação ilegal de walkie-talkies.

Aung San Suu Kyi tinha sido condenada em dezembro a quatro anos de detenção por violação das restrições para conter a covid-19, pena reduzida depois para dois anos pelos generais no poder.  Ela cumpre a primeira pena, incomunicável, há quase um ano.

Um porta-voz da junta militar, major-general Zaw Min Tun, disse que Suu Kyi permaneceria em prisão domiciliar enquanto fosse julgada.

A nova condenação “corre o risco de irritar ainda mais o povo birmanês”, disse Manny Maung, da organização não governamental Human Rights Watch.

“Os militares estão usando essa tática de medo para mantê-la arbitrariamente detida e fora da arena política, acrescentou.

*Com informações da RTP – Rádio e Televisão de Portugal

O combate à corrupção e a candidatura Sérgio Moro

As pessoas de bem, que não se tenham tornado corruptotolerantes por motivos ideológicos ou interesseiros, sabem da importância do combate à corrupção. Sabem que ainda hoje são desviados muitos recursos que poderiam ser destinados à saúde, à educação e à erradicação da fome. Muitos sabem também que o buraco é mais embaixo. Que para sair do atraso, o Brasil precisa de uma revolução educacionista. E que, sem remover nossos entraves burocráticos, nunca conseguiremos a produtividade de que necessitamos para nos desenvolver. Sobretudo agora que se aproxima do fim o bônus demográfico do crescimento da população em idade ativa. A corrupção é parte de um problema. O da ineficiência do estado que retorna péssimos serviços. Por isso, é preciso combatê-la para construir um estado que ajude a resolver nossos problemas. A corrupção condena-nos ao atraso ainda por um motivo. Ela mina a confiança nos governos e instituições. Sem a qual o desenvolvimento fica ainda mais distante.

Todos nos regozijamos com os resultados iniciais da Lava Jato. Ver poderosos políticos e empresários na cadeia foi algo que nos trouxe esperanças. Parecia que havíamos iniciado uma revolução. Algo capaz de erradicar nosso problema ancestral. Mas aí viu-se que os paladinos de Curitiba, Sérgio Moro e Dalton Dellagnol, tinham agenda própria. E ambições políticas que, na esquina seguinte, foram confirmadas. Autoproclamados justiceiros não hesitaram em combater a corrupção corrompendo as leis do processo penal e as garantias constitucionais. Como se, para enfrentar um inimigo, tivessem que usar as mesmas armas. Felizmente, a consciência jurídica nacional e o jornalismo profissional, vigilantes, logo identificaram as ilegalidades cometidas por Moro e sua turma. A começar por seu conluio com a acusação, com quem combinou as estratégias. Algo como se um juiz soprasse ao capitão de um dos times, num clássico entre Náutico e Sport: “manda teu centroavante cair na área, que eu marco um pênalti”. E, depois do jogo, fosse trabalhar na comissão técnica de um deles. Como fez o juiz-candidato, ao manipular um processo que impediu a candidatura do favorito. Para, logo em seguida, ser premiado com a nomeação ao Ministério da Justiça do vitorioso beneficiado. Mais grave, porque já almejando o prêmio adicional de uma nomeação ao STF. Nomeação que ele voltou a cobrar quando chantageou o presidente. Aceitaria a nomeação de Ramagem para a Polícia Federal se o presidente cumprisse a promessa de indicá-lo ao STF. Diante da recusa presidencial, retirou-se do governo para, só então, descobrir as “qualidades” de Bolsonaro e do Bolsonarismo. Ele e sua esposa, agora também candidata, que então declaravam que Moro e Bolsonaro eram a mesma coisa.

Moro foi um juiz que, do alto da sua frágil formação e deslumbrado com o protagonismo midiático, imaginou-se herói de uma causa que lhe transcende. Violou princípios e normas jurídicas que devia conhecer e respeitar. Devido processo legal, contraditório, juiz natural e insuspeito, ampla defesa, paridade de armas e princípio acusatório são garantias-conquistas gestadas pela repulsa civilizatória ao arbítrio. Esses princípios não podem ser sacrificados sob o pretexto do bom combate. É possível, sim, enfrentar os corruptos e poderosos dentro dos limites da lei e da constituição.

Aliás, somente dentro da lei a punição aos corruptos é sustentável. Do contrário, desmoraliza-se e atrai o retrocesso. Não foram poucos os brasileiros que, já no início dos desvarios de Moro e sua trupe, alertavam para a ameaça de desmoralização da Lava Jato. E que, para a continuidade da luta contra a corrupção, o país não deveria sucumbir aos atalhos e encantos do populismo togado. Que a Lava Jato se fortalecesse justamente ao punir dentro dos estritos limites procedimentais ditados pela CF e pelo Código de Processo Penal.

No auge da espetacularização das operações judiciais e policiais orquestradas por Moro, muitos já anteviam os riscos do retrocesso futuro. Até por saberem que a causa anticorrupção é nobre, séria e complexa demais para ser monopolizada por populistas de toga, inexperientes e inescrupulosos, movidos por agenda política. Não foram poucos os juízes honrados, sérios, discretos e genuinamente comprometidos com a boa administração da justiça que já sabiam que o juiz suspeito acabaria por ser desvelado. E que hoje vêm na candidatura presidencial de Moro a mera confirmação de suas apreensões.

Agora, já se viu que o personagem não dispõe das credenciais para liderar uma luta eficaz contra a corrupção, dentro dos marcos da legalidade. Sua incipiente e precária campanha acena com um “tribunal de combate à corrupção”. Um tribunal de exceção cogitado por alguém que não tem conhecimento histórico nem experiência político-institucional. Afinal, como diz o jornalista Elio Gaspari, “o lavajatismo é a doença senil do combate à corrupção e contaminou as atividades da República de Curitiba”. Loucura essa interpretação? Talvez. Como diz um amigo que prefere a discrição: “loucos são os que dizem a verdade; as pessoas normais, com frequência, mentem’.

Maurício Rands, advogado formado pela FDR da UFPE, PhD pela Universidade Oxford